sábado, 2 de dezembro de 2017

Pibinho de 0,1% e o Natal dos inadimplentes

Por Altamiro Borges

A mídia chapa-branca, nutrida com milhões em publicidade oficial, está fazendo o maior escarcéu com o “gigantesco” crescimento de 0,1% no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano. Se fosse nos governos Lula e Dilma, ela batizaria o índice medíocre de “pibinho”, repetindo insistentemente o rótulo nos jornalões, revistonas e emissoras de rádio e televisão. Mas agora o tratamento é outro com a quadrilha de Michel Temer, que a imprensa golpista ajudou a alçar ao poder. Na manchete garrafal do jornal O Globo deste sábado (2): “PIB indica retomada consistente”. Já o Estadão garante que o indicador econômico “anima o mercado” e a Folha inventa que o índice “se mantém positivo no ano”. Haja cinismo da mídia mercenária!

Soberania para ter democracia

Por Rosângela Ribeiro Gil, no site do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo:

A conferência “Constituição, democracia e justiça rumo ao Brasil 2022”, ainda na parte da manhã do 4º Encontro Nacional da CNTU, na sexta-feira (1º/12), contou com as brilhantes exposições do diplomata Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores e de Defesa do Brasil, e do advogado Pedro Serrano, professor de Direito Constitucional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). A mesa contou com as coordenações do economista e diretor de Relações Sindicais da confederação Odilon Guedes e do presidente da Federação Interestadual dos Odontologistas (FIO), José Carrijo Brom.

Alckmin e Temer projetam palanque golpista

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O jogo está quase feito. No encontro que tiveram neste sábado, Temer e Alckmin começaram a projetar o palanque comum que reunirá as forças do golpe de 2016 em torno da candidatura do tucano. O desembarque dos tucanos do governo será “cortês e elegante”, disse Temer. O governador foi no mesmo tom: “presidente, conte conosco”. Se tudo vai terminar em casamento, por que vão deixar os cargos? Para tentar enganar você, eleitor, com a ilusão de que o PSDB mudou de lado. Vem aí o bloco dos golpistas unidos, mas isso não significa que serão mais facilmente serão vencidos. 

Lava-Jato está livrando grandes corruptores

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região – quem tem a Lava Jato sob sua jurisdição – o desembargador Rogério Favreto tem se destacado pela defesa das garantias individuais e por ser um contraponto ao punitivismo que se tornou majoritário na Justiça.

Nos próximos meses, caberá a ele julgar as ações cíveis da Lava Jato, entre as quais os acordos de leniência para as empresas, que foram negociados pelo Ministério Público Federal.

Favreto não analisa casos individuais. Mas questiona firmemente os benefícios concedidos a réus e empresas que, segundo ele, colidem com o discurso da Lava Jato, de punição aos corruptores. Não há transparência sobre os benefícios concedidos, diz ele, reforçando as suspeitas que têm sido levantadas pelo GGN.

Denunciado, Moro vai contra-atacar?

Por Sergio Lirio, na revista CartaCapital:

Na sexta-feira, 1º, o juiz Sergio Moro retirou o sigilo do depoimento de Gerson Almada, ex-vice-presidente da construtora Engevix, que afirma genericamente ter conhecimento de uma conta em Madri, na Espanha, supostamente criada em benefício do ex-ministro José Dirceu e do ex-presidente Lula.

A conta seria administrada pelo lobista Milton Pascowitch e abastecida com dinheiro de propinas de contratos da Petrobras. O depoimento de Almada à Polícia Federal aconteceu em junho passado. O ex-executivo teria citado repasses ilegais de 2,4 milhões de reais da construtora para Dirceu. Embora ainda não tenha acatado a denúncia apresentada pela força-tarefa em maio, Moro decidiu levantar o sigilo do depoimento.

PIB de 0,1% e o entreguista Meirelles

Por Sérgio Barroso, no site Vermelho:

Trata-se de demagogia sem desfaçatez a comemoração do “crescimento” trimestral de 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto), da economia brasileira, pelo governo Temer. Assim como pela mídia irresponsável que o apoia e os apologistas do mercado.

Aliás, ontem mesmo o jornal Valor Econômico estampava que “analistas” previam uma alta de 0,3% dessa variável econômica. Frustração completa do grupelho de financistas, que agora passa a chantagear o país difundindo, imediatamente, que se a tal reforma da Previdência não for aprovada, haverá logo, logo elevação da taxa básica de juros!

Brasil é um laboratório neoliberal

Por Luiz Carlos Bresser-Pereira, no Blog do Renato:

Quando acontece uma crise fiscal como aconteceu agora, é necessário reduzir a despesa corrente do Estado, mas aumentar os investimentos públicos, mesmo que a custa de mais deficit no curto prazo. Ou seja, o Estado deve agir de forma contracíclica. E é necessário depreciar a moeda, para o país recuperar a competitividade. Mas a ortodoxia liberal rejeita a depreciação, porque ela obrigará os rentistas também a pagar pelo ajuste.

Não sentirei saudade da Ilunga brasileira

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

Cresci aprendendo que a portuguesa saudade era a palavra mais difícil de ser traduzida e compreendia por aqueles que não dominam a língua de Camões. Afinal, como definir em única palavra o que o genial Raul Seixas disse ser “um parafuso que quando a rosca cai só entra se for torcendo porque batendo não vai. Mas quando enferruja dentro nem distorcendo não sai”?

Como enquadrar em apenas um monótono vocábulo o inspirado conceito de Patativa do Assaré, quando, divinamente, aponta que “Saudade é canto magoado no coração de quem sente. É como voz do passado ecoando no presente”? Nem mesmo Fernando Pessoa, o poeta português mais admirado no Brasil, conseguiu um sinônimo apropriado para a sua definição, embora brindasse a todos com a lembrança de que “A saudade é a luz viva que ilumina a estrada do passado”.

O mar de lama da Lava-Jato

Por Rogerio Dultra dos Santos, no blog Cafezinho:

Nunca desconfiei que as intenções da “força tarefa” inconstitucional criada para criminalizar setores da política e da economia produtiva no Brasil pudessem ocultar interesses escusos, como vantagens pecuniárias indevidas, tráfico de influência, peculato, etc.

Por outro lado, desde que a operação iniciou os seus trabalhos, eram óbvios o enviesamento das investigações, a utilização política do processo penal e a violação sistemática da legislação para alcançar as finalidades persecutórias, de outra forma não viáveis.

Imbecis do Brasil, uni-vos!

Por Léa Maria Aarão Reis, no site Carta Maior:

Este atual instante de crise do Brasil 2017 é a “grande oportunidade de mudança no meio das trevas em que vivemos hoje,” escreve o autor do best seller A elite do atraso – da escravidão à lava jato, o sociólogo Jessé Souza, de 57 anos, das mais brilhantes e inovadoras vozes da sua geração na análise e crítica social e política do país. Um dos vencedores do Premio Jabuti deste ano, a ser entregue amanhã (dia 30/11), ele está na lista dos mais vendidos da Publisher News neste fim de ano.

Tacla Durán revela subterrâneo da Lava-Jato

Da Rede Brasil Atual:

O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) afirmou, em vídeo divulgado na internet, que o depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, na manhã desta quinta-feira, é “elucidativo” no sentido de mostrar que a Operação Lava Jato “é um absoluto cenário fora da lei, de atentados à Constituição, a direitos fundamentais, de desrespeito ao Estado democrático de direito”.

MP segue ignorando propina da Globo à Fifa

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Procure atentamente nos jornais, caro leitor e gentil leitora.

Você não irá encontrar nenhuma notícia de movimentação do Ministério Público no caso do denunciado pagamento de propinas, por dirigentes da TV Globo, à direção da Fifa pela venda dos direitos de transmissão de torneios internacionais de futebol.

Ontem, uma nova testemunha, José Eladio Rodriguez, ex-funcionário da empresa argentina de marketing esportivo Torneos y Competencias, afirmou que 10% do valor de um dos contratos foi repassado, “por fora”, para Marcelo Campos Pinto, então diretor-executivo da Globo para a área de Esportes.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Entrevista na íntegra com Manuela D'Ávila

"Não serei vice do Lula", diz Manuela D’Ávila

Por Pedro Zambarda, no blog Diário do Centro do Mundo:

A pré-candidata Manuela D’Ávila participou de uma coletiva no Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé neste dia 1º de dezembro.

Bem-humorada, falou que terá um papel importante no “time da esquerda” nas eleições de 2018. Embora ela demonstre respeito pelo ex-presidente Lula, Manuela acredita que seu legado e o da presidente Dilma Rousseff precisam ser defendidos por novos nomes.

“Acho que, fora a minha candidatura, não há ninguém de fora que defenda os governos do PT como estou fazendo”, diz. E ela acha importante que existam pessoas que defendam a esquerda caso o ex-presidente tenha sua candidatura barrada judicialmente.

O intento de recolonizar o Brasil

Por Leonardo Boff, na revista Caros Amigos:

A colonização, especialmente, a escravidão, não constituem apenas etapas passadas da história. Suas consequências (Wirkunsgeschichte) perduram até os dias de hoje. A prova clara é a dominação e a marginalização das populações, um dia colonizadas e escravizadas, baseadas na dialética da superioridade-inferioridade, nas discriminações por causa da cor da pele, no desprezo e até no ódio do pobre, considerado preguiçoso e um zero econômico.

Documento do PSDB revela ideário elitista

Por Marcelo P. F. Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

O documento divulgado nesta semana pelo PSDB a título de apresentar suas “diretrizes para um programa partidário” é uma pérola da sua caricata incapacidade de pensar o país e tomar posições, além de demonstrar absoluto descompromisso com a realidade dos fatos históricos, principalmente em relação ao trágico desfecho de seu governo em 2002.

Sigamos pelos principais pontos por eles destacados:


O Estado pode gastar mais do que arrecada?

Por Juliane Furno, no jornal Brasil de Fato:

“Precisamos equilibrar as contas públicas, afinal, o Estado não pode gastar mais do que arrecada”. Essa simples e – aparentemente – despretensiosa frase tem dado legitimidade para grande parte das políticas econômicas do Estado brasileiro.

Você já deve ter ouvido que a herança dos governos petistas foi um forte “rombo nas contas públicas”. Nessa perspectiva, em 2016 o Estado brasileiro teria “quebrado”, tendo sido assaltado pela “farra do gasto público” a que se utilizou os governos populistas de Lula e Dilma.

A explicação para a atual crise econômica brasileira, desse ponto de vista, repousaria no crescimento contínuo do gasto público, descolado do crescimento da receita no mesmo período. Dessa maneira, a tarefa da equipe econômica pós golpe seria “colocar ordem na casa”, restabelecendo o equilíbrio fiscal.

Blogueiros entrevistam Manuela D’Ávila

Foto: Clécio Almeida
Por Ivan Longo, na revista Fórum:

Pré-candidata à presidência da República em 2018, a deputada estadual Manuela D’Dávila (PCdoB-RS) concedeu entrevista coletiva a jornalistas independentes e blogueiros na manhã desta sexta-feira (2) no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo.

Na conversa de um pouco mais de uma hora, Manuela, entre inúmeros assuntos, falou sobre sua pré-candidatura e como isso se insere na atual conjuntura da esquerda. De acordo com a deputada, é “apressada” a ideia de que sua candidatura visa ser um plano B para uma eventual impossibilidade da candidatura de Lula e negou também que o fato de concorrer vá fragmentar a esquerda.

Quais são os desafios para os sindicatos?

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

A Lei 13.467/2017, que altera o sistema de relações de trabalho brasileiro, entrou em vigor em novembro. Com a nova legislação, várias formas de contrato, jornada e condições de trabalho são criadas, permitindo alta flexibilidade e ajuste do custo salarial. A proteção coletiva promovida pelas entidades sindicais fica fragilizada. O trabalhador estará mais exposto e submisso ao empregador. Os sindicatos são atacados na representação, no poder de negociação e no financiamento. A Justiça do Trabalho terá a atuação limitada. As empresas ganham regras que as protegem e evitam passivos trabalhistas.

Os esqueletos no armário de Alckmin

Por Juliana Dal Piva, no site The Intercept-Brasil:

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, passou os últimos dias reunindo forças para assumir o comando do PSDB e apaziguar a crise interna vivida pelo partido nos últimos tempos. O motivo não é segredo para ninguém: sua vontade de disputar o Palácio do Planalto em 2018 como o candidato tucano.

Alckmin foi diretamente beneficiado pela derrocada política do último colega de partido que tentou o cargo, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O mineiro perdeu seu cacife depois ter sido acusado de pedir R$ 2 milhões ao dono da JBS e de seu primo, Frederico Medeiros, ser flagrado recebendo malas de dinheiro do operador da empresa, Ricardo Saud.