segunda-feira, 7 de maio de 2018

Suíça assusta Serra e Nordeste ignora Alckmin

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Em reunião com aliados no diretório do PSDB em Teresina, no Piauí, um homem pediu a Geraldo Alckmin “a receita de tucano para não ser preso”.

“Não sei se entendi bem a pergunta”, desconversou o presidenciável tucano, e acrescentou: “A rigor, a Justiça não tem cor. É para todos”.

No aeroporto de São Luís, havia apenas 20 políticos maranhenses para recepcioná-lo. Poucos jornalistas apareceram.

Desmonte e repactuação do Brasil

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

Os ciclos históricos têm começo e fim. O ciclo iniciado nas grandes greves do ABC dos anos 1970 e 1980 condensou impulsos que nos fizeram chegar até aqui. Agora já não tem mais a força necessária para nos levar adiante até porque as condições objetivas mudaram nesses quase 40 anos.

A classe trabalhadora brasileira também sofreu transformações. Gerações mudaram. A precarização avançou. Empregos de baixa qualidade predominam em um cenário de industrialização declinante.

Precisamos de novos instrumentos com abrangência e capilaridade para enfrentar o mais virulento cerco contra conquistas democráticas históricas, incluindo-se os direitos políticos, sociais e trabalhistas desde o golpe de 1964.

Paulo Preto, o sombra dos tucanos

Do blog Nocaute:

Segundo denúncia publicada hoje pela Folha, menos de dois meses após ter sido nomeado diretor de Engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), Paulo Vieira de Souza, o “Paulo Preto” abriu quatro contas na Suíça no banco Bordier & Cie, em Genebra.

De acordo com um documento enviado ao Brasil pelo Ministério Público da Confederação Suíça, e entre os anos 2007 e 2009, durante o governo de José Serra (PSDB), as contas receberam “numerosas entradas de fundos”.

O 1º mês da prisão de Lula e as más notícias

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O balanço do primeiro mês da prisão de Lula é repleto de más notícias - para a direita e seus carcereiros.

Curitiba tornou-se capital da resistência lulista, com três acampamentos montados nas imediações da sede da Polícia Federal.

Na esquina Olga Benário, em frente ao prédio, atos acontecem frequentemente. A saudação “Bom dia, presidente Lula” enlouquece fascistoides. Um deles teve um piti e quebrou o aparelho de som.

O VI Encontro de Ativistas Digitais

Quatro projetos da esquerda em 2018

Por Theófilo Rodrigues, no blog Cafezinho:

Mantidas as atuais condições de temperatura e pressão, a eleição presidencial de 2018 contará com ao menos quatro candidaturas da esquerda ou, como preferem alguns, do campo progressista ou popular democrático. Ciro Gomes (PDT), Manuela D ´Ávila (PCdoB), Guilherme Boulos (PSOL) e Lula (ou outro candidato do PT) são as possibilidades dispostas na mesa até agora.

Apesar da crise, ricos ficam mais ricos

Por Juliana Gonçalves, no jornal Brasil de Fato:

A parcela 1% mais rica da população mundial concentra hoje 50,1% da riqueza das famílias de todo o mundo, de acordo com relatório do Credit Suisse de 2017. A tendência é que o percentual continue a aumentar, segundo o estudo a Biblioteca da Câmara dos Comuns britânica, encomendado pelo deputado trabalhista Liam Byrne.

Se as tendências observadas desde a crise financeira de 2008 continuarem, observa o relatório, o chamado 1% terá em suas mãos 64% da riqueza global daqui a apenas 12 anos.

De resistentes a golpistas

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Cada um veste a camisa que lhe convém e troca a roupa quando lhe é conveniente. Tem sido assim a trajetória adotada por parte da dita esquerda brasileira após a ditadura.

Uma massa enorme desses ex-militantes migrou para o lado oposto, a ultradireita golpista. Parece que arrependidos com o que eram. Subiram a escada pela esquerda e desceram pela direita até o inferno.

A migração da esquerda para a direita não é novidade no mundo todo, mas por aqui o fenômeno passa a ser mais curioso e assustador. Há muitos exemplos. É o caso de Fernando Gabeira, ex-integrante da luta armada que, sob a ditadura, participou do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, no Rio de Janeiro, em 1969.

A ausência de negros na novela da Globo

Do blog Socialista Morena:

Criticada nas redes sociais por não escalar negros para uma novela ambientada na Bahia, estado onde, segundo o IBGE, há uma população de quase 80% de pretos e pardos, a Globo resolveu jogar a “culpa” sobre as atrizes negras Taís Araújo e Camila Pitanga. Em nota oficial divulgada pelo jornalista Maurício Stycer, do UOL, a emissora diz: “na época da escalação de Segundo Sol discutiram-se nomes como o de Taís Araújo, que não poderia pois está em Mister Brau, e de Camila Pitanga, que não se sente pronta para voltar às novelas, depois do acidente que causou a morte de Domingos Montagner no final de Velho Chico”. Ou seja, a culpa é do negro por não ter negro na novela.

Feira do MST teve samba e rumo político

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país em esforço permanente para encontrar um destino civilizado, a III Feira Nacional da Reforma Agrária produziu um marco histórico e um exemplo.

Encerrada na noite de domingo, ao longo de quatro dias a Feira levou 260.000 pessoas ao Parque Água Branca, uma das mais antigas áreas públicas de São Paulo. Neste período, a praça de alimentação ofereceu 75 iguarias diferentes. As barracas de agricultores e feirantes comercializaram 420 toneladas de 1530 produtos. Na feira de livros, eram vendidas obras primas da ficção mundial e brasileira, além de raridades da literatura revolucionária do início do século XX, as vendas são estimadas, também, em várias toneladas.

Temer trouxe a nova segregação social

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Com o governo Temer, a volta do receituário neoliberal – somente possível sem o respeito à vontade popular – trouxe consigo uma nova forma de manifestação da segregação social no Brasil. Isso porque no ano de 2017, por exemplo, a pobreza enquanto medida de distanciamento de um padrão digno de vida, terminou por crescer mais acentuadamente nos segmentos que até pouco tempo pareciam estar protegidos, como brancos, homens, mais escolarizados e adultos.

domingo, 6 de maio de 2018

Bolsonaro: o candidato da (in)segurança

Por Leandro Gavião e Alexandre Valadares, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

De todos os presidenciáveis para as eleições de 2018, Jair Bolsonaro é aquele que busca de maneira mais enfática se apresentar como o candidato capacitado a solucionar o problema da violência que assola o país.

Na ausência de um programa, é possível recorrer ao farto material disponível na internet, de modo a antecipar aquilo que provavelmente será sua proposta para a segurança pública. As declarações presentes em vídeos, reportagens e entrevistas ajudam a fazer uma leitura interessante desse personagem que, mesmo sem nunca ter concorrido à Presidência, consegue ter mais seguidores no Facebook do que qualquer outro político brasileiro [1].

Papel e desafios da imprensa sindical

Por Joanne Mota, no site da CTB:

Já estão abertas as inscrições para o VI Seminário Unificado de Imprensa Sindical e o 4°Encontro Nacional de Jornalistas Sindicais. Os eventos são organizados por entidades que compõem o Fórum de Comunicação da Classe Trabalhadora. Em 2018, o seminário terá como tema “Fortalecer a comunicação sindical para enfrentar os ataques do capital” e será realizado em Salvador/BA, entre 31 de maio e 02 de junho, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia e com o apoio de profissionais que atuam na comunicação sindical baiana.

A atualidade de Karl Marx

Editorial do site Vermelho:

Karl Marx nasceu há duzentos anos, em 5 de maio de 1818. O mundo mudou muito desde então – o antigo sistema colonial estava em seus estertores, a Europa se recuperava das guerras napoleônicas e a paz da reacionária Santa Aliança (Áustria, Prússia e Rússia), dominava o velho mundo.

O modo de produção também mudava radicalmente, e o capitalismo, com suas fábricas, a exploração dos trabalhadores e a disseminação do domínio do dinheiro sobre todas as relações sociais, se consolidava aceleradamente.

Jornalistas farão ato em defesa da democracia

Por Flaviana Serafim, no site do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo:

Jornalistas, blogueiros, midiativistas, representantes de organizações da sociedade civil, dos movimentos populares e do movimento sindical participam do “Ato em Defesa da Democracia e do Sindicato”, que ocorre no próximo 8 de maio (terça-feira), a partir das 19 horas, no auditório Vladimir Herzog, sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), na Rua Rego Freitas nº 530, sobreloja, Vila Buarque, centro paulistano.

Temer cria o “desemprego psicológico”

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Brasil tornou-se um país insólito.

O homem que mais fez pelo país está preso, não importa muito a razão, porque a razão da prisão de Lula é, essencialmente, retirá-lo da política, o resto é apenas o que se puder arranjar como convicção.

Em lugar dele, temos um presidente que ultrapassa todos os limites da desfaçatez com a sua “retomada do crescimento” que nos encolhe e a “ponte para o futuro” que vai nos levando para o passado do qual pensávamos ter saído.

Um longo velório para Michel Temer

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Maio começou mal para o presidente Michel Temer. No ano passado, neste mesmo mês, estourou o caso JBS, mas ele ainda tinha capital político. Torrou-o aliciando votos para enterrar as duas denúncias de Rodrigo Janot. Agora, seu governo enfrenta uma espécie de velório antecipado, que se prolongará por oito meses, se não acontecer antes a morte súbita, por conta de uma terceira denúncia. Ele encerrou uma semana espinhosa discutindo com seu advogado o rumo do inquérito em que é investigado no STF e admitindo desistir de sua inconvincente candidatura à reeleição.

O fim do foro, Barroso e a antipolítica

Por Gilberto Maringoni, na revista Fórum:

O fim do foro especial – equivocadamente chamado foro privilegiado -, ao contrário de ser uma medida moralizante é uma vitória da demonização da política.

A iniciativa do ministro Luís Roberto Barroso – indicado pelo PT por seu vezo ongueiro – é fruto de um golpe, no qual o STF substitui o quórum qualificado do Congresso na aprovação de emendas à Constituição. Além disso, mostra como é o maravilhoso mundo judicializado: está mantida a prerrogativa para juízes e desembargadores e incide apenas sobre deputados e senadores. A medida é atabalhoada e gerará inúmeras confusões e incertezas legais.

A esquerda que quer voltar ao gueto

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há dois momentos que ameaçam um grupo político: o do sucesso e o da derrota.

O sucesso tende a minimizar os riscos e os inimigos. Melhor exemplo foi o incomparável sucesso de Lula no período 2008-2010 e o de Dilma Rousseff nos dois primeiros anos, que os fez cegos aos movimentos de desestabilização que já estavam em andamento.

A derrota tende a promover a desesperança, como reação, despertar a busca de saídas mágicas. É um momento em que proliferam oportunistas, vendedores de poções mágicas do velho oeste, anunciando balas de prata aqui e acolá, que resolverão todos os problemas instantaneamente. Usam despudoradamente o recurso aos fake news para oferecer informações ou análises falsas, explorando a boa fé dos que precisam se iludir para superar a decepção com os rumos do país.

Armação Veja-PF: quem mente mais?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

O que se pode esperar de uma história sobre a prisão de Lula contada pela Veja e desmentida pela Polícia Federal?

Jogando juntos desde o início da Lava Jato, a revista e a PF pensam que todo mundo é idiota.

Com a chamada “Veja teve acesso à ala restrita onde está o ex-presidente e revela os bastidores dos seus primeiros trinta dias de cárcere”, a Veja circulou na sexta-feira com uma fakenews na capa, segundo nota divulgada pela Polícia Federal do Estado do Paraná: