terça-feira, 29 de maio de 2018

Blogueir@s aprovam Carta de São Paulo

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Cerca de 175 Comunicadores e ativistas digitais de 17 estados do Brasil se reuniram nos dias 25 e 26 de maio, em São Paulo, para o 6º Encontro Nacional de Blogueir@s e Ativistas Digitais. Como resultante dos debates e rodas de conversa sobre a luta pela democratização da comunicação e a resistência ao golpe em curso no país, os blogueir@s publicam, nesta segunda-feira (28), a Carta de São Paulo.

Preço do combustível e a alienação política

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O governo, velho de dois longos anos, teve seu réquiem celebrado com pompa e circunstância pela insurreição dos caminhoneiros, que ora se batiza de greve, ora de paralisação e, até, de locaute, pois sua operação e logística a muitos sugerem aliança entre empresários e autônomos, mal saídas, as duas categorias, de fracassadas negociações trabalhistas.

Uma quer mais lucro; outra pleiteia melhor remuneração e melhores condições de trabalho. De ambas depende o consumo de 207 milhões de brasileiros, o que parece ser ignorado pelo dr. Parente, feiticeiro do caos.

Parente Serpente, o responsável pelo caos

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

O atual presidente da Petrobras, o tucano Pedro Parente, também conhecido como o “ministro do apagão”, volta mais uma vez ao centro das atenções agora como o responsável pelo caos produzido pela impressionante escalada dos preços dos combustíveis observada nos últimos meses.

Mas isso já era esperado. Mais dia ou menos dia, as oscilações do preço internacional do petróleo e da nossa taxa de câmbio fariam sangrar o bolso dos brasileiros, mostrando o disparate de uma política que vincula o principal insumo da produção nacional a mercados que não controlamos e cujos preços nada tem a ver com as condições internas da nossa economia.

A justiça condenada

Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:

A Justiça brasileira vai sair bastante chamuscada das batalhas nas quais se enfiou de forma inadequada. Uma incursão autoritária. Não se sabe se este é, tão somente, o reflexo ou o desvio da chamada “politização da Justiça”. Não tem sido sempre assim? Livre-nos quem puder desse poder irrefreável da toga.

A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, rondou timidamente o problema. Ela fez recentemente uma autocrítica acanhada: “Nossa dificuldade é em cumprir as leis que nós temos (...) O nosso problema é cumprir leis”, disse.

Os ‘blackblocs’ do Bolsonaro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Não vê quem não quer que o que remanesce no bloqueio das estradas é a parte – e não necessariamente pequena – de caminhoneiros e – autônomos e empregados de transportadoras – ligados ou manipulados por gente de extrema direita ensandecida.

Impossível ignorar as dúzias de faixas, vídeos e reportagens de um sem-número de empresários, de todos os portes, dizendo que “não é só pelos 46 centavos” e exigindo a intervenção militar.

Vox Populi: Lula imbatível e golpe arrasado

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A pesquisa Vox Populi – a “voz do povo” – publicada hoje, 28/5, que aferiu a intenção de votos entre os dias 19 e 23 de maio, mostra o tamanho da encrenca vivida pelo establishment para assegurar a continuidade do golpe pela via institucional, ou seja, dentro do “funcionamento normal das instituições”, como eles costumam se referir, cinicamente, à ditadura Globo-Lava Jato instalada no país com o golpe de Estado de 2016.

Democracia corre risco real, diz Amorim

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no blog Tutaméia:

“Estamos às vésperas de uma situação muito difícil, e nós temos de pensar em salvaguardar a democracia. Acho que, neste momento, com essa situação crítica, até setores da direita, que tenham interesse e intenção de manter a democracia, devem ser ouvidos”.

É o que afirma o ministro Celso Amorim em entrevista ao Tutaméia. Ele segue: “Se for necessário ter uma conversa com o Alckmin, tem de ter. Como em 1967 ou 1968 se tentou ter a Frente Ampla, que ia do Jango ao Lacerda, era quem defendia a democracia. Com quem defender a democracia, ainda que com concepções um pouquinho diferentes do que significa democracia, é importante manter canais abertos”.

Brasileiros contra privatização de estatais

Por Marize Muniz, no site da CUT:

A absoluta maioria dos brasileiros é contra privatização de empresas e serviços públicos, segundo pesquisa CUT/Vox divulgada nesta segunda-feira (28).

E entre as razões para discordar do pacote de privatizações do golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), os entrevistados citaram preços mais caros, demissões de trabalhadores, redução de salários e mais: não é um bom negócio nem traz benefícios para o Brasil, só beneficia empresários, investidores e os ricos.

Perguntados se concordavam com a privatização da Petrobras, 60% foram contra e 59% disseram que a venda da companhia só beneficiaria os empresários, os investidores e os mais ricos.

O dedo do STF no caos institucional

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Carmen Lúcia não cumpriu sua missão constitucional, fosse ela qual fosse, nem tampouco trouxe a prometida “pacificação” das instituições, como admitiu candidamente.

Sem o protagonismo exacerbado do Judiciário, o show diário de ministros boquirrotos do STF, o vôo solo de Sergio Moro, o presente pandemônio que vivemos não seria possível.

A greve dos caminhoneiros tem o dedo do Supremo. No entanto, seus membros agem como se não tivessem nada com isso.

Parente já pode pedir música no Fantástico

Do site da FUP:

Mesmo tendo sido responsável por dois apagões no Brasil – o da energia elétrica, em 2001, e o do desabastecimento gerado pela alta desenfreada dos preços dos combustíveis – o presidente da Petrobrás ainda pensa que pode convencer os trabalhadores e a sociedade de suas “boas intenções”.

Por mais que ele o governo a que serve queiram concretizar o projeto de privatização da petrolífera brasileira, a Petrobrás ainda é uma empresa pública. Ficou claro para a população que a escalada dos preços dos combustíveis a níveis jamais vistos no país é consequência de uma política de gestão voltada unicamente para o mercado.

Brasil entra na lista suja da OIT

Do site da CTB:

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) decidiu nesta terça-feira (29), incluir o Brasil na lista dos 24 países violadores das suas convenções e normas internacionais do trabalho.

A inclusão do Brasil na lista se deu em decorrência da aprovação da reforma trabalhista (Lei 13.467/17) que retirou dezenas de direitos das trabalhadoras e trabalhadores brasileiros, violando normas fundamentais da OIT, especialmente a Convenção 98, ratificada pelo Brasil, que trata do Direito de Sindicalização e de Negociação Coletiva. A OIT avalia que a possibilidade do negociado prevalecer sobre o legislado para retirar ou reduzir direitos e de ocorrer negociação direta entre trabalhador e empregador, sem a presença do Sindicato, são dispositivos que contariam a referida convenção.

Vox mostra que prisão de Lula é crime

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao revelar que a soma das intenções de voto de Lula supera, por 39% a 30%, o total atingido pelos principais concorrentes à eleição presidencial de outubro, o instituto Vox Populi mostra um povo que resiste com bravura aos ataques contra o candidato que representa seus direitos e conquistas.

Não se assiste, em lugar nenhum do mundo, nem mesmo sob a ditadura mais feroz, na latitude mais atrasada, a um espetáculo equivalente àquele que os brasileiros e brasileiras tem sido condenados a acompanhar todos os dias neste maio-junho de 2018.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Faustão, a greve e a “merda na cabeça”

Por Altamiro Borges

Fausto Silva, o milionário apresentador da TV Globo, anda muito revoltado. Precisa tomar cuidado para não sofrer um infarto. Na cavalgada golpista pelo impeachment de Dilma Rousseff, ele apoiou festivamente as “marchas contra a corrupção” organizadas por seitas fascistas e entidades patronais, como a ética Fiesp. Ele vibrou com os patinhos amarelos e as camisetas da CBF. Agora, porém, ele parece estar preocupado com o destino do covil golpista de Michel Temer. No último “Domingão do Faustão”, o serviçal da famiglia Marinho se mostrou irritado com a greve dos caminhoneiros, como registrou o jornalista Maurício Stycer em postagem no site UOL:

Alexandre Garcia, o golpista atropelado

Por Altamiro Borges

O jornalista Alexandre Garcia, que foi a cavalgadura-oficial do general João Batista Figueiredo – aquele que aprovou “execuções sumárias” de democratas durante a ditadura militar, segundo recente relatório da CIA –, tem uma doença incurável. Sua obsessão contra as forças de esquerda chega a ser patética. Nesta segunda-feira (28), no telejornal Bom Dia Brasil da Globo, ele culpou os presidentes Lula e Dilma pela greve dos caminhoneiros. Para ele, o apagão nos transportes só ocorreu porque os governos petistas deram incentivo à compra de caminhões. A idiotice foi tamanha que de imediato o "calunista" global ocupou o segundo lugar no ranking do Twitter, virando motivo de galhofa nacional.

A rendição de Temer não soluciona a greve

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O tique de fechar a boca, como quem está engolindo a saliva que escorre do beiço; as mãos magras, desossadas, melífluas, espelhos da alma; a dissimulação de disfarçar a leitura do teleprompter com observações vazias, e, principalmente, o tom impositivo, ridículo para cenas de rendição, como que estivesse batendo em retirada de costas, para não levar projéteis no traseiro. Todo esse conjunto ajuda a compor a mais execrável personalidade política da história da República.

As lições da "greve dos caminhoneiros"

Por Haroldo Lima, no site Vermelho:

As cinco medidas anunciadas ontem pelo governo ilegítimo de Michel Temer, em resposta às reivindicações da greve, podem levar à sua suspensão, mas não resolvem o problema existente, protelam-no.

A desastrada política de preços atuais de combustíveis da Petrobras não foi revogada, será mitigada. A Petrobras continuará sendo vista como uma empresa que tem compromissos impreteríveis com seus acionistas privados, estrangeiros em sua maioria, a quem tem de pagar dividendos, não com o Brasil, a quem teria que garantir abastecimento. Os preços dos combustíveis, que estavam sendo reajustados diariamente, passarão a sê-los a cada 30 dias, depois do congelamento inicial de 60 dias. Ademais, Pedro Parente, cuja política de preços que impôs à Petrobras provocou um caos no país e fez a estatal perder R$74,3 bilhões de valor de mercado, não foi afastado, como seria natural, mas continua dirigindo a Petrobras segundo a sua concepção do que deve ser essa empresa. E é essa sua concepção, que não é só dele, e que predomina no momento, que está na raiz dos problemas aflorados. Senão vejamos. 

Parente tem de ser demitido imediatamente

Da Rede Brasil Atual:

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) defendeu a demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras, em entrevista à TV 247, neste domingo (27). Ela também pediu que a política de preços da estatal seja alterada como solução para a crise desencadeada pela greve dos caminhoneiros, que protestam contra o preço do diesel.

"Esse Pedro Parente tem que ser demitido imediatamente. Se esse governo tivesse um mínimo de dignidade, mas não tem... E a gente precisa mudar a política de preços, demitir esse cara. Para que tenhamos um mínimo de altivez", afirmou Jandira.

Professor de SP cata lixo para sobreviver

Ronaldo Pereira (na foto com mulher, Regina Pereira,
em frente a sua casa) é professor temporário do estado de São Paulo
Por Ricardo Chapola e Gabi Di Bella, no site The Intercept-Brasil:

Uma lata de óleo, um pacote de arroz e um gomo de linguiça. Foi isso que Ronaldo Pereira, de 44 anos, conseguiu comprar com os 10 reais que ganhou depois de passar um dia inteiro catando papelão na rua e revendendo para reciclagem.

“Teve uma vez que conseguimos comprar uns bolinhos de carne. Minha mulher juntou tudo, enrolou e fomos picando de pouquinho em pouquinho para render mais”, contou.

Você se preocupa com os caminhoneiros?

Do blog: Rico Studio
Por Jorge Luiz Souto Maior, no Blog da Boitempo:

Perguntaram-me se a mobilização dos caminhoneiros seria greve ou locaute.

Do ponto de vista jurídico, não se trata de locaute, pois este, nos termos da lei é “a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados”, sendo proibido (art. 17 da Lei n. 7.783/89).

No caso concreto, ainda que se tenha elementos para afirmar que muitas empresas de transporte apoiaram e até impulsionaram a paralisação dos caminhoneiros, não se pode dizer que o fizeram para frustrar uma negociação com os respectivos empregados ou dificultar-lhes o atendimento de suas reivindicações. Muito pelo contrário, embora rara, haveria uma comunhão de interesses com relação ao objeto da paralisação, a redução dos custos de produção, razão pela qual, visto como ação de natureza política, parece-me legítimo o movimento, pois a política não está interditada para nenhum segmento social.

Caos de Temer e o futuro dos patos amarelos

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Muita gente se pergunta: onde foram parar os patos amarelos do golpe de 2016? Outros tendem a ver os caminhoneiros que param o Brasil como parte do movimento patolino. Estariam arrependidos do que ajudaram a fazer com o país?

Sobre o tema, tenho dito o seguinte (com base em pesquisas, dados, e também com base em o que ouço nas ruas):

– engana-se quem acha que os patos estão “envergonhados”, ou que farão um movimento de sensatez, de volta ao “centro”, ajudando a reconstruir o que Temer/PSDB transformaram em terra arrasada;