sexta-feira, 1 de junho de 2018

Greves derrubam o vendilhão da Petrobras

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Parabéns, caminhoneiros e petroleiros!

A greve dos petroleiros, que despertou a fúria do judiciário mancomunado ao golpe, teve ao menos uma consequência muito positiva para a estatal e para o Brasil.

Pedro Parente, o presidente da estatal mais vendilhão e entreguista da história, acaba de pedir demissão.

A crise brasileira e a dimensão de sombra

Por Leonardo Boff, em seu blog:

A crise brasileira generalizada, afetando todos os setores, pode ser interpretada por diferentes chaves de leitura. Até agora prevaleceram as interpretações sociológicas, políticas e históricas. Pretendo apresentar uma derivada das categorias de C.G.Jung com sua psicologia analítica pois é esclarecedora.

Avanço já a hipótese de que o atual cenário não representa uma tragédia, por mais perversas que continuam sendo as consequências para as maiorias pobres e para o futuro do país com o estabelecimento do teto de gastos (PEC 55). É mais que o congelamento de gastos, significa a impossibilidade de se criar um Estado Social e com isso jogar no lixo o bem comum que inclui a todos.

Queda de Parente abre brecha para mudanças

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A demissão de Pedro Parente é uma boa notícia em si. Representa a derrota de um executivo que havia se tornado um dos pilares da política econômica desastrosa instaurada no país após o golpe contra Dilma Rousseff.

Outro pilar, Henrique Meirelles, já caiu fora, com a desculpa de que pretende candidatar-se (sic) a presidente da Republica.

Parente saiu para preservar uma carreira como executivo de confiança do mercado financeiro. Essa foi sua opção.

Até na saída Parente beneficia especuladores

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Em empresas de capital aberto, executivos responsáveis só comunicam fatos relevantes após o fechamento do pregão. É norma fiscalizada tanto pela Comissão de Valores Mobiliários como pela SEC, a CVM norte-americana.

Pedro Parente pediu demissão em pleno funcionamento do pregão, provocando um terremoto. Há ganhadores e perdedores. Qualquer investidor, de posse dessa informação, poderia ter vendido seus papéis antes do anúncio, para recomprá-los em plena catarse. Mais que isso, todos os investidores que apostaram na valorização do papel, em função da política suicida de aumento de dividendos, com venda de subsidiárias, tiveram tempo para pular fora.

As conjunturas, possibilidades e limites

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Não se tem registro na história do Brasil de momentos equiparáveis ao ambiente condensado de instabilidade econômica, política e social gerado pelo locaute dos empresários de transporte de cargas e pela greve dos caminhoneiros autônomos.

O movimento aumentou a imprevisibilidade da conjuntura, colocando em risco a sobrevivência da camarilha do Michel Temer. O caos aprofundou a instabilidade do governo ilegítimo e adicionou mais dificuldades econômicas à já destroçada e recessiva economia nacional – que passará a conviver, no próximo período, com a ameaça potencial de estagflação.

Parente pede pra sair. Temer perto da cadeia

Por Altamiro Borges

Em carta divulgada nesta sexta-feira (1), o exterminador Pedro Parente pediu demissão da presidência da Petrobras em caráter “irrevogável e irretratável”. Vaidoso e prepotente, ele afirma que “faço um julgamento sereno de meu desempenho, e me sinto autorizado a dizer que o que prometi foi entregue”. De fato, ele “entregou” a estatal aos interesses de rapina das multinacionais do petróleo, satisfez o “deus-mercado” com uma política criminosa de liberação dos preços dos combustíveis e foi responsável por um novo apagão no país. No triste reinado de FHC, o “gerente” tucano causou o colapso da energia. Agora, ele foi o maior culpado pelo caos nos transportes, que gerou desabastecimento no país e causou enormes prejuízos à combalida economia nacional.

CPI vai investigar gestão da Petrobras

Da Rede Brasil Atual:

Mais um desgaste para o governo, na sua enfraquecida relação com a base aliada. Requerimento apresentado ontem (30), pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), para criação de Comissão Parlamentar de Inquérito com o objetivo de investigar a política de preços da Petrobras, alcançou em menos de oito horas 29 assinaturas, duas a mais do que o exigido.

“Precisamos abrir a caixa preta e a política de formação de preços”, disse a autora do pedido de CPI. Empresas como Shell e Ipiranga, segundo ela, vão ganhar muito dinheiro com essa política de subsídio ao diesel também, pois 25% do óleo diesel vendido no Brasil é importado. "Ou seja, os empresários vão ganhar enquanto o povo terá que pagar com cortes no Orçamento ou outras receitas do Governo Federal e vão ressarcir as petroleiras estrangeiras."

Quem são os "intervencionistas"?

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O país tem o direito de saber quem são estes “intervencionistas” que, segundo o governo e líderes de caminhoneiros, estão usando de violência para impedir o fim da greve, pregando a derrubada de Temer e uma intervenção militar. Ontem eles mataram a pedrada um caminhoneiro em Vilhena (RO). Altas patentes da ativa, vale dizer, repudiaram as vivandeiras das rodovias. Se elas fossem inofensivas ou insignificantes, a presidente do STF, Cármen Lúcia, não teria feito solene defesa da democracia como “único caminho legítimo”.

A raiz da greve dos caminhoneiros

Por Vitor Filgueiras e José Dari Krein, no site Brasil Debate:

Os preços dos combustíveis têm sido o foco dos debates relacionados ao movimento que praticamente paralisou o transporte de mercadorias no Brasil desde a semana passada. Isso não surpreende, pois, de fato, esses preços (particularmente do diesel) foram o estopim da disputa que estamos assistindo.

Desde então, muito tem se falado na Petrobras e na gestão da empresa, o que é certamente algo bastante relevante, não apenas pela sua influência nos preços dos combustíveis, bem como por conta do papel que a maior empresa do país tem em seu desenvolvimento.Também têm aparecido muitas referências à dependência da economia brasileira em relação ao transporte rodoviário como a variável chave para explicar o imenso impacto das paralisações nas rodovias.

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Rádio Timbira na mira do clã Sarney

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Patrimônio do povo maranhense e símbolo dos esforços por uma comunicação mais democrática no estado, a Rádio Timbira recebeu a solidariedade de comunicadores e ativistas digitais de 17 estados do país, reunidos no 6º Encontro de Blogueir@s e Ativistas Digitais. Durante o evento, que ocorreu nos dias 25 e 26 de maio, em São Paulo, foi aprovada uma moção de repúdio aos ataques que a emissora vem recebendo por parte da oligarquia Sarney.

Nós (...) repudiamos as recentes ameaças contra a liberdade de expressão e pluralidade de vozes que representaram os recentes anúncios de ações judiciais contra a emissora pública do Maranhão, a Rádio Timbira, e contra blogues independentes no estado.

Câmara aprova projeto de dados pessoais

Por Jonas Valente, no site do FNDC:

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto que prevê a criação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (PL 4.060, de 2012). O projeto disciplina a forma como informações são coletadas e tratadas, especialmente em meios digitais, como dados pessoais de cadastro ou até mesmo textos e fotos publicadas em redes sociais.

A matéria foi aprovada por unanimidade na noite de terça-feira (29) e foi encaminhada ao Senado.

Tá lá o PIB estendido no chão

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Os números das Contas Nacionais divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (30) confirmam o que os brasileiros já vinham sentindo na pele: a economia continua estagnada, sem forças suficientes para engatar um ciclo de recuperação que consiga reverter as perdas da forte recessão do biênio 2015-2016.

Observando-se a evolução dos componentes do PIB pela ótica da demanda (veja no gráfico), percebe-se que, apesar do PIB ter crescido 1,2% no primeiro trimestre de 2018, quando comparado ao mesmo período do ano anterior a intensidade do crescimento foi menor do que vinha sendo registrada nos dois últimos trimestres de 2017 (1,4% e 2,1%).

Temer reduz grana dos programas sociais

Por Miguel Martins, na revista CartaCapital:

Para compensar a queda de 46 centavos no preço do diesel e o congelamento do valor do combustível pelos próximos 60 dias, Michel Temer reduziu benefícios fiscais a setores da economia, mas também cortou recursos em programas de saúde, educação, reforma agrária, ciência, além de cancelar iniciativas para mulheres, jovens e indígenas. Mais de 200 milhões de reais foram retirados apenas das três primeiras áreas.

O governo estima em 9,5 bilhões de reais o custo do programa para subsidiar a redução no preço do diesel e em 4 bilhões de reais a queda na arrecadação. Dos 46 centavos de desconto, 16 são referentes à redução de impostos que incidem sobre combustíveis e outros 30 à subvenção direta para a Petrobras e para os importadores.

O “pibinho” de 2018, "se tudo der certo"

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Valor dá manchete dizendo que os bancos reduziram suas estimativas para o PIB de 2018.

O índice de 2,37% do Boletim Focus ontem não se sustenta, porque na hora de fornecer previsões, os bancos seguram o pessimismo, porque sabem que fazer alarde dele é prejudicial aos seus interesses.

A sempre otimista com as políticas neoliberais Miriam Leitão, na mesma linha, já dá voz a consultorias que estimam um crescimento de 1,9% este ano, mas “se tudo der certo”.

Francamente, quem espera que “tudo dê certo” até o fim do ano ficou com a sua remessa de remédios retida nas estradas.

Petroleiros garantem: "Não nos calarão"

Do site da Federação Única dos Petroleiros (FUP):

Os petroleiros novamente deixam sua marca na defesa da soberania. A luta contra a privatização da Petrobrás ganhou a sociedade. A categoria colocou em debate os interesses que pautam a política de preços dos combustíveis, deixando claro o projeto da gestão Pedro Parente de sacrificar o povo brasileiro e a soberania do país para cumprir os ditames do mercado financeiro e das grandes corporações internacionais.

Uma questão de soberania nacional

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

Na semana passada, explodiu no país algo inusitado que uns chamam de locaute outros de greve. A Globo está completamente perdida, não sabe se critica ou apoia. Realiza uma crítica constrangida ao governo golpista de Temer e tenta, de todas as formas, proteger o mercado não menos golpista. Leia-se: salvar a cabeça de Pedro Parente.

O PT e as esquerdas se encontram em difícil posição politica, mas sustentam junto com os trabalhadores da Petrobras forte pressão contra a atuação do presidente da Petrobras que vem picotando a estatal, transformando-a em balcão de negócios escusos e alvo fácil para a privatização, sonho de Fernando Henrique Cardoso e cia.

Adeptos da intervenção apanham do Exército

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O general João Batista Figueiredo, de saudosa memória para fetichistas com fixação em cavalos e homens de uniforme, ficou famoso por declarar, entre outras frases sábias, o seguinte: “Vou fazer deste país uma democracia, e, se alguém for contra, eu prendo e arrebento”.

No fim da tarde de terça, dia 29, patriotas que pediam a intervenção militar tiveram um gostinho do que seria ter seu desejo atendido.

Eles protestavam em apoio à greve dos caminhoneiros em Cuiabá quando foram pegos de surpresa por seus herois.

Democracia de tanque vazio

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

A greve dos caminhoneiros tem apenas uma definição segura: é mais complicada do que supõe as vãs filosofias de todos os quadrantes. É possível enfileirar uma série de explicações, que vão da política de preços ao esgotamento da paciência do brasileiro. Da economia à psicologia social. Da matriz de transporte ao enfraquecimento da representação sindical. Há análises à esquerda e à direita, apontando dedos para o lado contrário. A culpa é do mercado, do neoliberalismo; do excesso de Estado, da falta de Estado.

Os caminhoneiros e o mercado

Por Rodrigo Perez Oliveira, no site Jornalistas Livres:

Na última semana, todos assistimos o desenrolar de um novo capítulo da crise brasileira, talvez aquele que até aqui mais tenha feito a sociedade civil sangrar. Cada vez mais fica claro que golpe é aquele tipo de coisa que custa caro para todos, para golpistas e legalistas.

Os golpistas sofrem por serem golpistas e os legalistas por serem covardes. O golpe não é um evento. É um processo que ainda não terminou.

É óbvio que estou falando da “greve dos caminhoneiros”, que no país inteiro bloqueou as principais estradas e rodovias, causando um gravíssimo problema de abastecimento.

Jesus é a favor do militarismo?

Por Juliana Gonçalves e Emílio Moreno, no site The Intercept-Brasil:

Jesus falou “dai a César o que é de César” e, se César era militar, logo Jesus é a favor do militarismo. Essa é a lógica dos mais de 200 membros do grupo “Intervenção Já!”, que acompanhamos no WhatsApp desde o último domingo. O espaço, que apoia a greve dos caminhoneiros, é usado como um depósito de correntes e memes que vão desde uma lista de falsas reivindicações dos caminhoneiros até a um vídeo “comprovando” uma suposta traição de Marcela Temer. Além disso, revela uma espécie de mundo paralelo.