quarta-feira, 13 de junho de 2018

O Processo, a mídia e as reações estrangeiras

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Repleto de episódios absurdos e surreais, o episódio que culminou no impeachment da presidenta democraticamente eleita Dilma Rousseff virou obra de cinema e está em cartaz, no país, desde o dia 17 de maio. Trata-se do documentário O Processo, dirigido por Maria Augusta Ramos. A cineasta esteve no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé nesta terça-feira (12) e teve a oportunidade de dialogar sobre o filme com o público presente.

Indígenas e quilombolas na mira de Temer

Por Emílio Rodriguez, no site Jornalistas Livres:

O governo Temer já fez diversas crueldades, entre elas o aumento abusivo para o gás de cozinha e combustíveis que condenou mais de 1 milhão de brasileiros a voltarem a usar lenha. Agora, mais um passo para expulsar os pobres das universidades públicas.

Temer cortou o pagamento e as inscrições para o Programa Bolsa Permanência, que pagava R$ 900 para custear a sobrevivência de estudantes de origem indígena e quilombola em universidades públicas.

Este programa foi criado em 2013, ainda no governo Dilma, e já beneficiou 18 mil pessoas.

Fernando Morais enfrenta o "juiz" Moro

Do blog Nocaute:

Na manhã desta segunda-feira, 11, o jornalista e escritor Fernando Morais, editor do Nocaute, prestou depoimento ao juiz Sergio Moro, na condição de testemunha de defesa do ex-presidente Lula. Minutos antes, na mesma condição, depusera o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ambos os depoimentos foram realizados sob a forma de videoconferência entre São Paulo e Curitiba.

Em pelo menos dois momentos o juiz obstruiu o direito à palavra do jornalista. No primeiro ao declarar que a testemunha estava fazendo “propaganda” de Lula. Morais foi impedido de retrucar, e mal pôde responder: “Não faço propaganda, faço jornalismo…”

O Ipea e a segurança pública

Por Paulo Kliass, no site Vermelho:

O atual quadro dramático da segurança pública em nosso País não é coisa recente. As estatísticas e os estudos a esse respeito são de conhecimento público há muito tempo. Afinal, não se atingem marcas trágicas e vergonhosas como 60 mil assassinatos anuais ou 720 mil indivíduos encarcerados no sistema prisional da noite para o dia.

Para além do retrato fiel da desigualdade social e econômica, esses números falam de uma Nação cujo poder público está sendo capaz de oferecer segurança e cidadania para boa parte de sua população. As informações oficiais confirmam a tendência ao quase extermínio de jovens negros e pobres, em sua grande maioria residindo nas franjas periféricas das grandes metrópoles.

A tragédia capitalista no espaço da cidade

Por Margarida Salomão, na revista Teoria e Debate:

Um intervalo de menos de trinta dias separa dois episódios que simbolizam a dureza do tempo em que vivemos, a tragédia da conjuntura política atual. Em pleno 1º de Maio, ruía o edifício Wilton Paes de Almeida, no coração da maior metrópole brasileira. A tragédia fez ao menos nove vítimas fatais e desalojou centenas de famílias que viviam na ocupação urbana. No dia 21 de maio, teve início a maior greve de caminhoneiros já vista no Brasil, proporcionando o colapso do sistema nacional de transportes e de abastecimento – colapso esse motivado em particular pela não distribuição de combustíveis. Mesmo a aviação civil sentiu os impactos do movimento grevista.

Três meses sem Marielle Franco

Por Eliana Alves Cruz, no site The Intercept-Brasil:

Exercer um mandato no Brasil pode ser, literalmente, fatal. O dia 14 de junho marca os 90 dias do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes sem que nenhuma conclusão tenha vindo a público sobre o caso. Seus assassinos continuam ignorados embora o assombro com a forma brutal do crime tenha comovido o mundo. Segundo dados da União de Vereadores do Brasil (UVB), pelo menos 23 prefeitos e vereadores foram assassinados no país entre 2017 e março deste ano, mês da morte de Marielle.

Rosário do Papa, Agência Lupa e a censura 2.0

Por Renato Rovai, em seu blog:

No fim da tarde de ontem a página do Facebook da Fórum foi notificada que estava sendo punida e poderia ser suspensa por ter espalhado maliciosamente fake news. A história tinha relação com um texto publicado a partir de uma nota do ex-presidente Lula onde informava-se que o advogado Juan Grabois, assessor do Papa, teria tentado visitá-lo em Curitiba sem sucesso. O assessor, porém, havia deixado um rosário enviado por Francisco e que teria sido entregue a Lula por seus advogados.

Fórum reproduziu a reportagem e se cometeu um equívoco foi o de não atribuir com mais clareza que a informação baseava-se em nota do Instituto Lula.

Dilma: O fracasso político do golpe

Por Nina Fidelis e Leonardo Fernandes, no jornal Brasil de Fato:

Os desafios da eleição presidencial brasileira de 2018 foi um dos temas abordados na conversa que o Brasil de Fato teve com a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), na Escola Nacional Florestan Fernandes, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), nesta segunda-feira (11).

Na visita ao espaço de formação, Dilma tomou um café da manhã com os militantes, conheceu os espaços, a horta, e falou aos mais de 200 estudantes presentes.

Na entrevista, ela defendeu a eleição de Lula como o único caminho para barrar o golpe e como uma forma de radicalizar a democracia."Recuar disso é aceitar que ele seja culpado, e isso não aceitaremos. Ele não é culpado nem jurídica, nem politicamente", ressalta.

Jobim é a nova cartada do establishment?

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Nelson Jobim foi colocado no jogo eleitoral – isso caso o establishment decida manter a eleição de outubro próximo.

Atualmente banqueiro – ele é sócio e membro do Conselho de Administração do BTG Pontual –, Jobim é um “ex-tudo” com trânsito livre nas altas esferas políticas, jurídicas, financeiras e midiáticas: foi deputado Constituinte, deputado federal, Ministro da Justiça, juiz do STF, presidente do STF e Ministro da Defesa.

Lupa usa notícia falsa para denunciar fakes

Por Lourdes Nassif, no Jornal GGN:

O caso começou com a visita do assessor do Papa Francisco, Juan Grabois. Em vídeo, em frente à Polícia Federal, em Curitiba, Grabois declarou que estava em visita por sua conta, mas como assessor do Papa jamais havia sido negada sua entrada em cárceres. Isso tem um motivo: ele é consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz. Ele tem uma missão que é única, e é ligada ao Papa de várias formas.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Os impasses de nossas elites

Por Silvio Caccia Bava, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

A democracia é o sistema político que tem nas eleições a forma de legitimar os governantes. Hoje, depois de muitas lutas, da conquista do direito de voto para as mulheres (1932), da conquista do voto para os analfabetos (1985), da extensão do voto facultativo para maiores de 16 anos (1988), o voto é universal. Todos os cidadãos e cidadãs brasileiras têm o direito a votar e escolher seus representantes e o programa de governo que defendem.

Eleições e a disputa da classe média

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Uma das maiores derrotas políticas do PT nos últimos anos foi a alienação da classe média, causada por inúmeros fatores que não nos cabe analisar aqui.

Nem sempre foi assim: o PT nasceu e ganhou o poder político com forte apoio da classe média. A falta de comunicação e a despolitização do país fizeram PT e classe média se afastarem um do outro.

Afastaram-se tanto que tornaram-se inimigos. A classe média liderou as “jornadas de junho” de 2013 e, mais tarde, as marchas do impeachment.

A classe média brasileira caminhou tanto para a direita que hoje uma parcela importante dela se identifica com Bolsonaro.

Os dois gols contra da Argentina

Por Martín Granovsky, no site Carta Maior:

É irremediável. Na política, quando se está em baixa tudo dá errado. Mauricio Macri sabe disso. No último mês teve que enfrentar o fracasso inflacionário e a fuga de dólares, usando o pretexto de que se tratava de um desastre econômico mundial. Apelou ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Então seus funcionários apresentaram o acordo como se já estivesse fechado, coisa que ainda não está confirmado. Quis transformar a derrota legislativa do aumento nas tarifas num suposto triunfo do veto, como se vetar fosse uma vitória. E também se viu forçado a fingir que ninguém viu outro de seus escorregões: a partida da Seleção Argentina em Jerusalém, que deveria ter acontecido no sábado (9/6), também era uma aposta política do seu governo. Uma aposta que ele perdeu.

A falsa solução para o preço do combustível

Por Emilio Chernavsky, no site Brasil Debate:

A política de preços de derivados de petróleo adotada pela Petrobras desde outubro de 2016 atrelou esses preços às cotações em dólar nos mercados internacionais. Ao fazer isso, a empresa abdicou de sua posição dominante e passou a se comportar como se fosse apenas mais um agente em um mercado competitivo. Os resultados dessa decisão que não tem nada de natural e faz parte de um projeto deliberado de transformação do setor no país foram brutalmente questionados pela recente greve dos caminhoneiros que mostrou, não como pretende o presidente da Câmara de Deputados Rodrigo Maia, que o ‘monopólio da Petrobras não serviu de nada’ [1], mas, ao contrário, que é o funcionamento desregulado de um mercado de derivados competitivo que a empresa tentou replicar que aparentemente não serviu.

Futebol: o Brasil ainda é bom nisso?

Por Mouzar Benedito, no Blog da Boitempo:

O interesse pela Copa do Mundo e pelo próprio futebol está baixando no Brasil. Segundo uma pesquisa publicada na Folha de São Paulo, 36% dos brasileiros não estão nem aí pra Copa, não têm nenhum interesse por ela. Só 23% têm grande interesse.

Um motivo, eu acredito, é que a seleção brasileira, há anos, não representa bem o Brasil. Quantos dos selecionados jogam em times brasileiros? Só três, e pelo que noticiam vão como reservas. Dos titulares, alguém já viu esses jogadores atuando?

Os “mercados” e a política

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:

Em 1936 Franklin D. Roosevelt discursou sobre as ameaças da oligarquia financeira para a sociedade: “Era natural e talvez humano que os príncipes privilegiados dessa nova dinastia econômica, sedentos por poder, tentem alcançar o controle do próprio governo. Eles criaram um novo despotismo e o embrulharam nos vestidos de sanções legais. Em seu serviço, novos mercenários procuraram arregimentar o povo, seu trabalho e sua propriedade”.

Brasil que vai às urnas é um país dividido

Por Marcio Pochmann, na Revista do Brasil:

Neste ano, o Brasil realizará a oitava eleição presidencial que tende a ser a mais importante para o futuro do país de todas as realizadas desde a retomada do regime democrático na segunda metade da década de 1980. Tal como na eleição presidencial de 1930, quando a nação se dividiu em dois polos distintos, a de 2018 também aponta para a necessidade de profundas mudanças de rota política, econômica e social.

Desastre Temer tem pai e mãe: PSDB e Globo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Ontem, reproduzi aqui uma nota de Lauro Jardim, em O Globo, sobre os altíssimos índices de apoio dado a Michel Temer pelos partidos de Geraldo Alckmin e de Jair Bolsonaro – se é que merecem este nome os arranjos montados para servir de formalidade legal ao ex-capitão – chamando a atenção para as “saias-justas” que lhes virão com o início dos debates e propagandas eleitorais.

Libertem Lula e deixem o país em paz!

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Libertem Lula e deixem o país em paz! A miséria política, jurídica e moral – para não falar na miséria econômica – na qual o bloco liberal-rentista jogou o nosso país, terá consequências dramáticas, para as novas gerações de brasileiros. Ao embarcar na canoa furada do neoliberalismo, pela qual bastaria reduzir o “tamanho” do estado, cortar os subsídios para o desenvolvimento, ajustar o orçamento sonegando recursos para saúde-educação-segurança, privatizar bens públicos e falsificar o combate à corrupção -ao embarcar nesta canoa – os setores (majoritários) das classes dominantes brasileiras lideraram um vasto movimento político baseado em ilusões. E na natureza, onde os mais fortes no mercado sobreviveriam como “espécies” naturais superiores.

Moro vai investigar imóvel ligado a FHC?

Captura de vídeo
Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

As manifestações de Sergio Moro no depoimento de Fernando Morais deram a medida da regressão cultural do Brasil depois que o juiz de primeira instância foi alçado à condição de estrela do noticiário brasileiro.

“O processo não deve ser utilizado para esse tipo de propaganda”, disse Moro, depois que Fernando Morais, relatando sua experiência de biógrafo de Lula, disse o que ouviu do roqueiro Bono Vox, que comparou o ex-presidente a Nelson Mandela.