terça-feira, 19 de junho de 2018

A questão agrária nas eleições de 2018

Por Gustavo Noronha, no site Brasil Debate:

Aproximam-se as eleições de 2018 e as pré-candidaturas vão apresentando suas discussões programáticas e um tema que, normalmente, é sempre colocado como secundário é a questão agrária. A força política da bancada ruralista mostra que este não deve ser considerado um debate acessório, particularmente para o campo progressista. O golpe de 2016 só foi possível porque o Brasil nunca ousou de fato romper com a República Velha: os coronéis descritos por Victor Nunes Leal na sua obra seminal, Coronelismo, Enxada e Voto, seguem junto com as elites paulistas sabotando qualquer tentativa de desenvolvimento brasileiro desde 1932.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Justiça enterra “trensalão”. Tucano é Santo!

Por Altamiro Borges

Na semana passada, a “Justiça” confirmou novamente que dá um tratamento especial aos caciques do PSDB de São Paulo – talvez para não atrapalhar a candidatura presidencial de Geraldo Alckmin, que segue empacado nas pesquisas. Segundo nota anódina da Folha, “a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) atendeu ao pedido das empresas acusadas de fraudar uma licitação do Metrô de São Paulo e declarou prescrito o crime de que os executivos eram acusados. O relator do processo no STJ, ministro Nefi Cordeiro, afirmou que os supostos crimes foram em 2005, e a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo só foi recebida em 2014”. A desculpa, mais do que esfarrapada, não mereceu qualquer comentário corrosivo do jornal tucano!

O que amedronta Bolsonaro, o “valentão”?

Por Altamiro Borges

Jair Bolsonaro, o ex-capitão do Exército que almeja ser presidente da República, gosta de fazer pose de valentão, de “machão” destemido. Com seus discursos inflamados e seus gestos agressivos, ele rosna contra tudo e contra todos. Tenta se apresentar como paladino da ética e distribui porradas para todos os cantos. Essa imagem viril, porém, parece ser fabricada por marqueteiros. Na prática, o protótipo de fascista esconde seus medos. Um deles, que ficará ainda mais evidente na campanha eleitoral deste ano, é do debate. Ele sabe da mediocridade das suas ideias e propostas e, por isso, foge dos adversários. Segundo um levantamento parcial publicado na Folha, Jair Bolsonaro é um típico covarde, um falastrão.

As mulheres na eleição

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Apesar de suas esquisitices, a eleição deste ano é particularmente importante para as mulheres brasileiras.

Como eleitoras, serão 52% do universo de votantes, maioria que valorizará o voto feminino.

Como candidatas, disporão pela primeira vez de instrumentos que podem atenuar a nossa vergonhosa sub-representação política: nas eleições legislativas, além da cota de 30% das candidaturas para mulheres, os partidos terão que destinar a elas o mesmo percentual de tempo de televisão e de recursos do fundo eleitoral que financiará as campanhas.

Vão privatizar o Brasil?

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

A sanha privatizante no Brasil, a de ontem, a de hoje ou a de amanhã, tem sido tão somente, muitas vezes, serviço patrocinado vindo d’além-mar. Lá de fora sempre se ganha mais do que se perde. Assim vão comendo o País em fatias.

Comeram a Companhia Siderúrgica Nacional. A Companhia Vale do Rio Doce, uma das maiores mineradoras do mundo, criada pelos ingleses, foi estatizada por Getúlio Vargas, em 1942, e tornou-se uma das maiores mineradoras do mundo. Foi privatizada em 1997, vendida a preço de banana.

Temer desmonta a indústria nacional

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

A construção de um dos parques industriais mais avançados e integrados do mundo permitiu ao Brasil abandonar, a partir de 1930, a condição de atraso imposta pela antiga e longeva sociedade agrária. Ainda que tardio, o avanço do capitalismo industrial transcorreu concomitante com o estabelecimento de uma nova e complexa sociedade urbana rica, porém permeada por significativa desigualdade econômica, social e de poder.

É hora de denunciar o capitalismo

Por Roberto Amaral, em seu blog:

É evidente que a esta altura da conjuntura e dos percalços de toda ordem, a prioridade das forças democráticas – pulverizadas em mil e uma tendências – deve ser as eleições de outubro, o caminho mais rápido, mais eficiente (e de opção) para a retomada do Estado de direito democrático com a preeminência dos interesses nacionais e populares, sotopostos desde o golpe de 2016, articulado para esse fim.

Não se espere, porém, ‘céu de brigadeiro’ nessa trajetória que nos cobrará, mais que nunca, ‘engenho e arte’ e grandeza de espírito, que reúne firmeza de propósitos com a coragem de transigir.

Intervenção militar no RJ é um fracasso

Argentina escancara a tragédia neoliberal

Por Mauro Santayana, em seu blog:

O pedido de penico da Argentina ao FMI, de 50 bilhões de dólares, uma situação impensável no governo Kirchner, que zerou o passivo do país com a instituição e diminuiu a dívida pública em dois terços, mostra o perigo de se entregar o país aos “analistas” do mercado, que só pensam em manipular investidores e promover a especulação, e em mentir descaradamente a serviço de uma mídia mendaz e hipócrita, na televisão e em outros meios de comunicação.

Quando Nestor Kirchner subiu ao poder, depois do desastroso governo austericida e conservador - na economia - de Fernando De La Rúa, as reservas internacionais argentinas eram de 14 bilhões de dólares e a relação dívida pública-PIB de 135% - uma das mais altas do mundo.

Papa faz homília sobre comunicação caluniosa

Da revista Fórum:

O Papa Francisco fez homilia, nesta segunda-feira (18), sobre comunicação caluniosa. A fala do Papa acontece, coincidentemente, uma semana após a polêmica da tentativa da visita de Juan Grabois a Lula e a entrega do terço abençoado, que levou a Agência Lupaa acusar injustamente de fake news sites progressistas como a Fórum e o Brasil 247, e ser desmentida pelo próprio Vatican News.

Em sua homilia, na Missa da Casa de Santa Maria, ao citar a história de Nabot narrada na Primeira Leitura, no Livro dos Reis (veja abaixo), o Papa falou sobre “Como as ditaduras adulteram a comunicação”.

Contas na Suíça: do nazismo ao futebol

Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:

O país representado pela primeira seleção a ser enfrentada pelo Brasil na Copa é conhecida por diversos produtos: chocolates, queijos, canivetes e relógios. A importância econômica de nenhum desses, entretanto, se equipara ao peso de seu sistema financeiro.

Os bancos representavam 10,5% do Produto Interno suíço em 2014, segundo dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Para comparação, o percentual da vizinha alemã era 3,6%. As mais de 200 instituições financeiras que operam na Suíça concentram um quarto de todos os depósitos de estrangeiros no mundo.

Futebol e política: lições de otimismo

Editorial do site Vermelho:

O confronto entre Brasil e Itália, no distante 21 de junho de 1970, uniu os brasileiros – todos torciam pelo tricampeonato mundial de futebol. Era um domingo e mesmo em hospitais os internados se acotovelavam onde quer que houvesse um aparelho de TV, para torcer pela seleção canarinho.

Era com certeza um período político pior do que o atual. A ditadura militar triunfante estava no auge, sob o tacão do general Médici. O ambiente era tão opressivo que as principais correntes políticas democráticas pregavam o voto nulo na eleição de cartas marcadas que ocorreria naquele ano.

A farsa jurídica contra Gleisi Hoffmann

Do site de Dilma Rousseff:

Presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, a senadora Gleisi Hoffmann passou a ser o principal alvo da perseguição jurídica e política que levou o ex-presidente Lula à prisão. O processo contra Gleisi, o ex-ministro e ex-deputado federal Paulo Bernardo e o empresário Ernesto Kugler tem todas as características de uma farsa – repleta de mentiras evidentes e depoimentos contraditórios.

Os acusadores tornaram-se delatores premiados para obter vantagens jurídicas, como a própria liberdade, e o acesso aos recursos financeiros ilegalmente obtidos. Estão, portanto, dispensados de restituir o que roubaram. Esta situação absurda – criminosos confessos forjando acusações contra inocentes em troca da impunidade - é parte ponderável das investigações baseadas em delações premiadas sem quaisquer provas .

Brasil do golpe: 'mercado' não sonha mais

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Já há algum tempo crescem as críticas ao conservadorismo do Banco Central do Brasil comandado pelo ex-Itaú, Ilan Goldfajn. A sua vagarosa política de redução da taxa Selic frente a um quadro de grave desemprego e inflação abaixo do piso mostrou-se equivocada e minou a já escassa energia que seria necessária para impulsionar uma recuperação da nossa economia.

domingo, 17 de junho de 2018

Datena no DEM: candidatura ou negociata?

Por Altamiro Borges

De dois em dois anos, a cada eleição, o apresentador José Luiz Datena ameaça ser candidato a algum posto. Em 2016, já era dada como certa sua candidatura a prefeito da capital paulista. Na reta final, ele sumiu do noticiário e ninguém falou mais no assunto. Ficou aquela sensação de que alguma coisa sinistra rolou nos bastidores da política. Agora, ele garante que disputará uma vaga ao Senado por São Paulo. De diferente, o fato de que finalmente ele tirou a máscara das suas posições direitistas e filiou-se ao DEM. O novo demo tem forte exposição na mídia, com longas horas de retórica inflamada na Band, sempre se travestindo de paladino da ética. Será que agora a candidatura é para valer ou é mais uma negociata de bastidores?

Meirelles já virou bagaço no PMDB

Por Altamiro Borges

Logo após o golpe que derrubou Dilma Rousseff e alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer, o rentista Henrique Meirelles foi tratado como o candidato ideal da direita nativa para dar continuidade ao projeto de desmonte do Estado, da nação e do trabalho nas eleições de 2018. A sua equipe econômica, formada por abutres financeiros, foi batizada de “drean team” e a mídia privatista era só elogios ao “ministro” da Fazenda e à sua política de austericídio fiscal. Henrique Meirelles virou o queridinho de Míriam Leitão, Carlos Alberto Sardenberg e de outros porta-vozes dos banqueiros. Mas apesar de toda a bajulação e blindagem midiáticas, a sua candidatura presidencial nunca decolou e hoje o oportunista mais se parece com um bagaço, prestes a ser descartado.

As eleições e a trágica normalidade

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

O Brasil é um país inabilitado à grandeza e os seus líderes, com raríssimas exceções, são inabilitados à conquista da glória - aquela condição de uma fervorosa admiração pelas gerações do presente e do futuro. Como regra geral, os nossos líderes querem apenas viver a fama nas benesses do presente, e não pensam em alcançar a glória imorredoura dos tempos vindouros. Em sendo assim, o Brasil vai se configurando cada vez mais como um país com uma história irrelevante para os destinos do mundo e da humanidade e sem um futuro promissor, por não ser capaz de se dar um destino brotado da ação interna e vulcânica de seu próprio povo.

A nova onda da "censura" no Brasil

Por Hildegard Angel, no Jornal do Brasil:

São tão edificantes os comentários dos âncoras dos telejornais, quando repercutem as falas de ministros do Supremo por uma imprensa livre, ou dos editorialistas importantes, quando condenam qualquer tipo de censura à imprensa.

No entanto, a verdade que reside por trás do “affair terço do Papa” é justamente a prática da Censura à imprensa, rotulando-se como falsa uma notícia, tendo como referência uma fonte única, o site Vatican News.

O capitalismo contra o capitalismo

Por Carlos Pompe, no site da CTB:

A paralisação de maio dos caminhoneiros durou 11 dias. Realizada por empresários e trabalhadores do setor, ganhou amplo apoio do movimento sindical e social. À revelia de seus organizadores, realizadores e grande parte de apoiadores, tinha um forte componente anticapitalista: submeter a objetiva lei econômica capitalista de mercado aos objetivos e interesses sociais do conjunto da comunidade (também conhecida como contradição entre relações de produção e forças produtivas).

'Fake news': A gente vê na Globo!

Por Caetano Manenti, no site Jornalistas Livres:

O jornalismo que usa como fonte única e exclusivamente as forças policiais do Rio de Janeiro cometeu mais um erro (?) gravíssimo nesta quarta-feira.

No RJTV2, às 19h22, a reportagem da jornalista Mônica Teixeira que abordava o assassinato do inspetor da Polícia Civil, Ellery Ramos de Lemos, na favela de Acari, trouxe a foto de um homem negro acompanhada da seguinte locução: “A Divisão de Homicídios da Polícia Civil identificou um suspeito, o criminoso que tem o apelido XXXX e seria cunhado de YYYY, chefe do tráfico do Amarelinho, que foi preso ontem”.