terça-feira, 3 de julho de 2018

Lula denuncia manobras do Judiciário

Do site de Dilma Rousseff:

Carta em defesa da democracia

Meus amigos e minhas amigas,

Chegou a hora de todos os democratas comprometidos com a defesa do Estado Democrático de Direito repudiarem as manobras de que estou sendo vítima, de modo que prevaleça a Constituição e não os artifícios daqueles que a desrespeitam por medo das notícias da Televisão.

A única coisa que quero é que a Força Tarefa da Lava Jato, integrada pela Polícia Federal, pelo Ministério Público, pelo Moro e pelo TRF-4, mostrem à sociedade uma única prova material de que cometi algum crime. Não basta palavra de delator nem convicção de power point. Se houvesse imparcialidade e seriedade no meu julgamento, o processo não precisaria ter milhares de páginas, pois era só mostrar um documento que provasse que sou o proprietário do tal imóvel no Guarujá.

Moro e sua “justiça eleitoral”

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Da “jurisdição suprema” que tem Sérgio Moro, hoje, não falta, é claro, o seu papel de “juiz supremo” das eleições.

E a nota da coluna de Monica Bergamo, na Folha, dizendo que Moro sentenciará o ex-presidente Lula dias antes das eleições de outubro, mostra que o julgamento é, essencialmente, voltado para produzir efeitos eleitorais no campo da propaganda.

Simples assim.

O roteiro será o mesmo do “triplex do Guarujá”.

Mais uma derrota de Sergio Moro

Do blog Nocaute:

No puxão de orelha que aplicou em Moro, o ministro Toffoli recorreu a advertência do falecido jurista José Frederico Marques: “O Supremo Tribunal Federal, sob pena de se comprometerem as elevadas funções que a Constituição lhe conferiu, não pode ter seus julgados desobedecidos (por meios diretos ou oblíquos), ou vulnerada sua competência.”

Em poucas semanas, Moro sofre a quarta derrota no STF. No dia 24 de abril, a 2º turma do STF tirou das mãos de Moro a delação da Odebrecht contra Lula, foi a primeira derrota importante do juiz de primeira instância no Supremo Tribunal Federal.

Aproxima-se a hora da verdade na Venezuela

Por Luis Beatón, no blog Resistência:

Segundo diversas análises, é hora de o Executivo responder ao mandato dado pelos venezuelanos ao presidente Nicolás Maduro nas eleições de 20 de maio. O povo pede ação contra os que alguns chamam de banquete dos especuladores (“bachaqueros” em linguagem local) e as máfias que engordam seus bolsos com as necessidades da população.

Depois de meses de uma guerra econômica imposta a partir do exterior por grupos de poder estadunidenses, agora com o presidente Donald Trump na Casa Branca, e a cumplicidade da direita local, ao que parece chegou o momento da ação esperada pela população.

As entranhas das pesquisas eleitorais

Por Rafael Moro Martins, no site The Intercept-Brasil:

Um debate entre figuras-chave de três dos principais institutos do Brasil expôs algumas das entranhas do universo das pesquisas eleitorais. Mauro Paulino, desde o final dos anos 1990 diretor do Datafolha, Márcia Cavallari, do Ibope, e Fernando Rodrigues, do Data Poder360, trocaram farpas – embaladas em generosas doses de ironia – para defender os próprios métodos de trabalho. Na plateia, jornalistas que foram a São Paulo participar do 13º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji. Inclusive do Intercept Brasil.

Herança de Temer é um desastre nacional

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Após dois anos de governo, Temer já antecipa a herança que ficará para a próxima administração federal a ser iniciada em janeiro de 2019: o empobrecimento do setor produtivo nacional. A situação não se encontra ainda mais grave devido à política econômica anteriormente conduzida pelos governos liderados pelo PT, como uma espécie de “colchão de proteção” protagonizado pelas reservas externas em mais de 370 bilhões de dólares.

Os tempos dramáticos com Trump

Por Leonardo Boff, em seu blog:

A humanidade está sob várias ameaças: a nuclear, a escassez de água potável em vastas regiões do mundo, o aquecimento global crescente, as consequências dramáticas da Sobrecarga dos bens e serviços naturais, indispensáveis à vida (the Earth Schoot Day).

A estas ameaças se acrescenta uma outra não menos perigosa, aventada já por vários analistas mundiais como os prêmios Nobéis Paul Krugman e Joseph Stiglizt. Recentemente um economista ítalo-argentino, Roberto Savio, co-fundador e director geral da Inter Press Service (IPS), agora emérito, escreveu um artigo que nos deve fazer pensar sob o título:”Trump veio para ficar e mudar o mundo” (ALAI-America Latina en Movimiento de 20 junio de 2018).

México reacende a chama da esperança

Editorial do site Vermelho:

A chama da esperança, da democracia e da soberania nacional voltou, neste domingo (1º) a brilhar no México.

Como se previa ao longo das últimas semanas, a eleição foi vencida pelo progressista Andrés Manuel López Obrador (também conhecido pelo acrônimo AMLO), encabeçando a aliança “Juntos Faremos História”, uma ampla frente contra o neoliberalismo, liderada pelo Morena (Movimento de Regeneração Nacional), aliado ao Partido Encontro Social (PES) – legenda evangélica de extrema-direita – e ao Partido do Trabalho (PT), reconhecida por ser uma organização maoísta. Frente ampla que, numa verdadeira lição de tática para derrotar a direita, une praticamente todas as chamadas “forças vivas” da democracia mexicana.

Fake news e o risco de censura na internet

Enviado por Sérgio Amadeu

A Associação Brasileira de Pesquisadores de Cibercultura (ABCiber), entidade científica e cultural fundada em 2003 e com domicílio na cidade de São Paulo, manifesta a sua preocupação com os rumos do chamado combate às fake news em nosso país.

Ao se instituir uma instância que se comporte como detentora absoluta da verdade, corremos o risco de implantar um autoritarismo fantasiado que esconde a escolha de discursos aceitos por grupos poderosos e instâncias que buscam suprimir a crítica e o protesto, recursos legítimos e garantidos pela Constituição Federal. Por isso, consideramos fundamental denunciar o mito da “objetividade” algorítmica. 

segunda-feira, 2 de julho de 2018

A turma do 1% não se enxerga

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

O Brasil de Michel Temer pediu no ano passado adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, um clube de 35 nações ricas ou simpatizantes, mas, por enquanto, passa vergonha, pois os Estados Unidos preferem a entrada da Argentina de Mauricio Macri, amigo de Donald Trump. Em 15 de junho, a OCDE foi motivo de outro embaraço nacional, por razões um pouco mais antigas do que o governo Temer.

Ao estudar como tem sido a mobilidade social desde a década de 1990, a entidade constatou que a coisa vai mal mundo afora e pior ainda por aqui. A distância entre ricos e pobres aumenta no planeta, especialmente desde a crise financeira global de 2008. É cada vez mais difícil que alguém nascido na pobreza melhore de vida e alcance o padrão médio dos conterrâneos.

Funcionários da Globo já estão calados

Por Leandro Fortes, no blog Diário do Centro do Mundo:

Essas novas regras do Grupo Globo não foram feitas para calar a boca de seus funcionários, nas redes sociais.

Eles já estão calados, há muito tempo. No máximo, postam fotos divertidas de plantões, de aniversários em família ou, no limite, posam de isentões em temas sobre os quais podem dar opiniões genéricas e, invariavelmente, inúteis.

Façam o teste: escolham um perfil qualquer de um funcionário ou funcionária da Globo e visitem o Facebook dele ou dela. É uma viagem ao vazio. Nenhuma opinião sobre nada, nenhuma posição sobre nada. Nada.

A anarquia judicial no Brasil

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

O golpe promoveu a mais profunda desorganização institucional que o país já experimentou nos breves períodos de sua frágil vida democrática. A corrosão da legitimidade institucional levou o Executivo e o Legislativo à irrelevância, à infuncionalidade e ao desgoverno. Esses poderes, simplesmente faliram, não funcionam, a não ser num único aspecto: o de fazer o mal ao povo e ao Brasil. Com a falência do governo e do Congresso, sobrou o poder Judiciário, que se tornou o centro das decisões políticas do país, usurpando competências e violando a Constituição. Se, por algum tempo após o golpe, o Judiciário, comandado pelo STF, dava a aparência de ser um poder unitário com as naturais divergências, aos poucos foi revelando ser um poder anárquico e promotor da anarquia judicial, da ilegalidade e da recorrente violação da Constituição.

Macri sucateia a comunicação pública

Por Martín Fernández Lorenzo, no blog Socialista Morena:

Depois da vitória sofrida contra a Nigéria, na última terça-feira, nem tudo foi festa para os argentinos. Na mesma tarde, 354 trabalhadores da histórica agência de notícias pública Télam, quase 40% de todo o pessoal da estatal, foram demitidos pelo ministro de Meios e Conteúdos Públicos, Hernán Lombardi. As redes explodiram em relatos de cortar o coração.

A pátria das togas triunfantes

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Saem Neymar e Tite, entram Gilmar Mendes e Cármen Lúcia.

A pátria de chuteiras batizada pelo Nelson Rodrigues virou a pátria das togas triunfantes que monopolizam o noticiário.

Em plena Copa do Mundo, os meritíssimos não saem das manchetes, dos editoriais, das colunas e dos cometários nas redes sociais. Só dá eles.

Os números não mentem: nos assuntos mais comentados da semana que a Folha publica aos domingos, o STF ocupa 13% do Painel do Leitor, empatado na liderança com a própria Copa do Mundo.

Os gols do agronegócio contra o Brasil

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

Estamos chegando ao final de junho e seguimos com essa aparente falta de entusiasmo da população para com a Copa do Mundo e com a seleção brasileira. É bem verdade que tudo isso pode mudar caso a equipe comandada por Tite melhore seu desempenho e avance para as novas etapas da competição. No entanto, o clima geral sugerido pelos grandes meios de comunicação é de antecipação das férias do meio do ano.

Argentina e os cavaleiros do apocalipse

Por Horacio Rovelli, no site Carta Maior:

O Novo Testamento nos fala dos quatro cavaleiros do apocalipse, que são a peste, a guerra, a fome e a morte, esta última monta um cavalo de pelagem marrom.

Podemos comparar a fuga de capitais, para salvar os lucros das empresas estrangeiras que operam na Argentina, ou o déficit da balança comercial e a dolarização do déficit fiscal – que, por imperícia e maldade manifesta do governo de Macri, foram exacerbados, sem limites ou restrições de nenhum tipo. E quando os bancos, que são os mesmos que propiciaram a eliminação de restrições para entrar e tirar dinheiro da Argentina, e lideraram a colocação de títulos de dívida no exterior (falamos do JP Morgan, Merril Lynch, Deustche Bank, HSBC, Stanley Morgan, entre outros), decidiram que era momento de sair, foram os principais compradores de dólares do Banco Central, que vendeu segundo a cotação oficial. Um grande negócio para eles, por transformar ao dólar os seus já grandes lucros em pesos, através de títulos e ações, fazendo estourar a bolha criada pelo governo, que aceitou e aceita todas as suas imposições, já que se trata de um grande negócio para o capital financeiro.

O tamanho do SUS no Brasil

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Artigo de Alexandre Marinho, publicado na revista Planejamento e Políticas Públicas – PPP (disponível em pdf), fornece um quadro do tamanho do SUS, um dos maiores e mais abrangentes sistemas de saúde pública do mundo segundo o autor. Destacamos alguns dados deste estudo:

1. No ano de 2016, de acordo com a Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (SAS/MS), dos 7.522 hospitais brasileiros, 5.536 (73,60%) atendiam ao SUS, e, do total de 488.179 leitos, 333.988 (68,41%) atendiam ao SUS.

Obrador é luz em continente devastado

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A história de povos e países é feita de momentos de orgulho e também de decepções, mas a vitória de Lopez Obrador nas eleições mexicanas tem um significado para a América Latina que não pode ser ignorado.

Desde 2009, quando Manuel Zelaya foi sequestrado no palácio presidencial de Honduras, o universo politico abaixo do Rio Grande, que separa os EUA do México, enfrenta uma maré de retrocessos e derrotas. No Paraguai, em 2014, Fernando Lugo foi deposto por um golpe de Estado, que seria aplicado com Dilma Rousseff, no Brasil, em 2016. Na Argentina e no Chile, governos de inegável traço progressista foram substituídos, nas urnas, pelo conservadorismo aberto. Na Venezuela de Hugo Chávez e Nicolas Maduro, um governo comprometido com a defesa das riquezas nacionais e com melhoria da condições de vida dos mais pobres resiste como pode contra uma guerra econômica que pretende abrir caminho para uma intervenção militar orquestrada por Washington.

A batata de Temer

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Em outras circunstâncias, o presidente Michel Temer já teria sido alvo da terceira denúncia por corrupção passiva ou já teria sofrido impeachment.

O inquérito sobre o decreto dos portos reúne uma fartura de indícios de que o coronel João Batista Lima recebeu propinas que, de alguma forma, foram usadas para atender a necessidades da vida “pública e privada” de Temer.

Foi o que disse o delegado responsável, Cleyber Malta Lopes, no relatório em que pediu ontem a prorrogação do inquérito por mais 60 dias. O ministro do STF Roberto Barroso o autorizou a continuar investigando até agosto, quando receberá o parecer da Procuradoria Geral da República sobre o pedido.

Globo oficializa censura a seus jornalistas

Da revista Fórum:

Neste domingo (1), o Grupo Globo oficializou a censura aos seus jornalistas nas redes sociais. João Roberto Marinho, diretor editorial da empresa, divulgou um comunicado interno com novas diretrizes sobre o uso de redes sociais para jornalistas em que proíbe os profissionais de se expressarem politicamente na internet.

Trata-se da concretização das normas que foram apelidadas de “Lei Chico Pinheiro” pelos próprios funcionários. O jornalista Chico Pinheiro, no mês passado, explicitou sua indignação com relação à prisão do ex-presidente Lula no Whatsapp e se áudio acabou sendo vazado. Logo após o vazamento, a Globo anunciou que implantaria as normas que foram oficializadas hoje.