terça-feira, 21 de agosto de 2018

O Brasil entre democracia e golpismo

Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

Ao mesmo tempo em que a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, contesta a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a vez de, nada mais, nada menos, que o candidato de extrema direita Jair Bolsonaro fazer o mesmo.

Isso confirma simplesmente o temor de segmentos políticos ao líder de todas as pesquisas eleitorais e o fato de não quererem correr o risco de enfrentar Lula nas urnas.

Cai rejeição a Lula, explode a de Bolsonaro

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

O Ibope liberou o relatório completo da pesquisa nacional divulgada ontem, o que nos permite fazer algumas comparações com o relatório de junho.

Em comentários anteriores, eu havia alertado para a rejeição gigante de Lula entre alguns segmentos influentes do eleitorado, como aqueles com ensino superior e com renda familiar acima de 5 salários.

Em junho, o percentual de entrevistados que responderiam que não votariam “de jeito nenhum” em Lula entre eleitores com ensino superior era de 45%, e o de Bolsonaro, de 38%.

Golpe é "ficha suja" mundial

Por Marcelo Zero

O golpe não cansa de encher de vergonha o Brasil. Desde a sessão de Câmara que autorizou o impeachment, descrita como uma “assembleia de bandidos, presidida por um bandido”, que o golpe distribui generosas doses de espetáculos lamentáveis de autoritarismo e violações de direitos ao planeta.

A comunidade mundial desconfiava, há bastante tempo, que o golpe foi dado por uma turma de bandidos, que apeou a presidenta honesta para se apossar e pilhar o país. No mundo todo, se sabia que havia algo de profundamente errado na atual “democracia” brasileira e que estava se instituindo um Estado de exceção que atropelava direitos e garantias individuais. Também era voz corrente, na esfera internacional, que Lula vinha sofrendo uma perseguição judicial, uma verdadeira lawfare destinada a afastá-lo das próximas eleições. Por isso, ninguém, no cenário mundial, queria ou quer muita conversa com Temer. Somos párias internacionais há tempos.

A violência xenófoba contra os venezuelanos

Do blog Resistência:

Entidade que defende a paz, solidária com os povos e anti-imperialista, o Cebrapaz se pronuncia sobre a violência xenófoba contra os venezuelanos no Brasil, praticada por grupos extremados insuflados pela direita. Leia a íntegra da nota assinada por seu presidente, Antônio Barreto:

O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) repudia a violência contra imigrantes venezuelanos em Roraima, no norte do Brasil, que já teria levado mais de mil pessoas a deixar o país. Trata-se de uma manifestação xenófoba que não cabe numa nação tão rica por sua diversidade como é o Brasil.

Em atenção à ONU, debates devem ter Lula

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A memória dos lances truculentos da campanha de 2018 já está marcada por uma cena lamentável, no debate da Rede TV. Foi aquele instante no qual, referindo-se a Lula como "bandido", Jair Bolsonaro exigiu que a tribuna que fora reservada ao candidato do PT fosse retirada dos estúdios. Bolsonaro não só obteve a concordância interesseira dos demais concorrentes - apenas Guilherme Boulos discordou - mas garantiu uma segunda punição ao candidato que lidera as pesquisas presidenciais. Se Lula já fora impedido de comparecer ao debate, o público ficou privado de um símbolo - a tribuna vazia - que serviria para recordar, a todo momento, que o mais popular presidente do Brasil encontra-se na prisão.

Como o ódio viralizou no Brasil

Por Fernanda Pugliero, na revista CartaCapital:

Nos últimos 11 anos, quase 4 milhões de denúncias relacionadas a crimes de ódio na internet foram recebidas pela Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos. Isso significa que, por dia, pelo menos 2,5 mil páginas contendo evidências de crimes como racismo, neonazismo, intolerância religiosa, homofobia, incitação de crimes contra a vida, maus tratos a animais e pedofilia foram denunciadas no Brasil.

A presença militar dos EUA na América Latina

Por Mariana Serafini, no site Vermelho:

Recentemente o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que 2018 é o “ano das Américas” e deixou claro seu interesse em ampliar a influência norte-americana nos países latinos. Só este ano já passaram pelo continente sul-americano o vice-presidente Mike Pence, os secretários de Estado, e de Defesa, Rex Tillerson e James Mattis, respectivamente, e o representante do Departamento de Estado, Thomas Shannon.

FHC: despeito, vilania e carapuça

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A vaidade e a vilania fazem com que Fernando Henrique Cardoso perca, além do pudor, também as qualidades que deveria conservar como sociólogo.

No fundo, o que motivou a escrever o artigo que publica hoje no “Financial Times” foi o fato de que, em texto publicado por Lula no The New York Times o petista ter afirmado que, ao final do Governo FHC “o Brasil estava em crise” e parecia que a esperança de que poderíamos “desfrutar dos padrões de vida confortáveis ​​de nossos colegas na Europa ou em outras democracias ocidentais parecia estar desaparecendo”.

Desrespeitar a ONU é chancelar o golpe

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

Foi “criminosa” a cobertura da imprensa sobre a decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU que, na última sexta-feira (17 de agosto), determinou ao Brasil “tomar todas as medidas necessárias para assegurar que Lula possa exercer, mesmo enquanto estiver preso, seus direitos políticos como candidato, na eleição presidencial de 2018”.

Desde 1985, o Brasil é signatário do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (PIDCP), um dos documentos fundamentais da Organização das Nações Unidas. Daí não se tratar de uma simples “recomendação” da ONU, mas de uma determinação que deve ser obedecida por todos os Estados que ratificaram esse acordo, como fez o Brasil em 1992, quando o Pacto foi aprovado pelo Congresso Nacional.

"Centrão" que apoia Alckmin é "direitão"

Por Marina Lacerda, no blog Socialista Morena:

Em todas as quatro acepções históricas –Centrão na Constituinte, Blocão de oposição a Dilma, Centrão de apoio a Temer ou o Centrão de apoio a Alckmin–, o “centrão”, como a mídia insiste em chamar o grupo político em torno do tucano, com o objetivo de torná-lo palatável aos eleitores “nem de esquerda nem de direita”, na verdade nunca foi de centro: trata-se de um grupo suprapartidário de direita, que atuou em momentos de instabilidade institucional.

Mídia segue ocultando Lula, mas sem sucesso

Debates na TV sem Lula são inúteis

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

As pesquisas CNT/MDA mostram fundamentalmente que os os dois debates realizados até agora, um na Band e outra na RedeTV, não serviram para mudar o quadro eleitoral. Pelo contrário, acentuaram a diferença entre Lula e os demais.

Isso significa que a memória que os eleitores têm do governo Lula é muito mais forte do que qualquer coisa que os candidatos possam dizer na televisão.

Some-se a isso a percepção de que o ex-presidente tem sido alvo de uma perseguição judicial, apoiada em um noticiário desonesto da velha imprensa, que inclui as principais emissora de TV e, principalmente, a Globo.

Globo sabota agenda do PT nas eleições

Da Rede Brasil Atual:

Ao dar início à cobertura das atividades eleitorais dos candidatos a presidência da República, o apresentador do Jornal Nacional, Willian Bonner, anunciou nesta segunda-feira (20) que "obviamente, não vai haver cobertura de campanha" do candidato do PT. A justificativa é que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso em Curitiba. Segundo Bonner, o jornal eletrônico vai se dedicar a cobrir os eventos de campanha "dos candidatos a presidente registrados no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e mais bem posicionados na pesquisa do Ibope e do Datafolha".

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Quem manda mais: a ONU ou a Globo?

México: o enigmático caminho de Obrador

Por Immanuel Wallerstein, no site Outras Palavras:

Em 1º de julho de 2018, Andrés Manuel López Obrador, conhecido como AMLO por causa de suas iniciais, foi eleito presidente do México por uma margem expressiva. Recebeu 53% dos votos. Seus oponentes mais próximos foram Ricardo Anaya (do PAN), com 22%, e José Antonio Meade (do PRI), com 16%. Além do mais, sua aliança partidária, Morena, conquistou a maioria das cadeiras do legislativo.

Sua vitória foi comparada à de Lula no Brasil e à de Jeremy Corbyn, como líder trabalhista na Grã Bretanha. Mas Lula não chegou nem perto de ter a maioria dos votos, e sua ampla aliança partidária incluía grupos reacionários. Corbyn ainda está lutando para manter o controle do Partido Trabalhista britânico e, mesmo que tenha sucesso, enfrenta uma eleição difícil.

Uma nova religião: o antipetismo

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Vocês já repararam como ultimamente estão pipocando milhões de “cidadãos de bem”, assim autointitulados, em todas as redes sociais?

Se realmente eles fossem tantos e tão do bem assim, certamente não teríamos tantos cidadãos sonegadores, intolerantes, seguidores de bolsonaros, idiotas que perderam a modéstia, pequenos e grandes canalhas que vivem de esculhambar os outros, colocando-se acima do bem e do mal.

Por uma estranha (ou nem tão estranha assim) coincidência, são em sua grande maioria antipetistas furiosos, que fizeram de Lula o alvo da sua ira impotente, o inimigo a ser atacado, permanentemente, por todas as formas e meios.

Lula, Haddad e os votos do Nordeste

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Com 39% do eleitorado nacional, ou 26% do total, a Região Nordeste pode ser decisiva na eleição deste ano, como o foi na de 2014. Isso será possível se um candidato conseguir receber uma fração altamente majoritária dos votos nordestinos, compensando perdas no resto do pais, onde haverá grande dispersão de votos.

Como Lula e Dilma obtiveram tal vantagem nas eleições que disputaram, ela graças à transferência de votos dele, um dos maiores desafios de Fernando Haddad, como substituto do ex-presidente, será a conquista deste espólio lulista.

Haddad se sai muito bem no Canal Livre

Por Renato Rovai, em seu blog:

Ontem, de madrugada, umas poucas pessoas fora da bolha do núcleo duro da política devem ter assistido ao Canal Livre, da Band. Até porque eram 00h05 quando o programa começou tendo ao centro da mesa o candidato a vice presidente na chapa de Lula, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Os entrevistadores eram Fernando Mitre, Ricardo Boechat, Mônica Bergamo e Eduardo Oinegue.

Editora Abril dá golpe nos demitidos

Do Blog da Cidadania:

A carta abaixo denuncia o que não é novidade: os herdeiros dos Civita – Giancarlo e Victor Neto – são pessoas sem caráter. Ao lado do pai Roberto Civita, ajudaram a destruir o país, usando suas publicações para envenenar e desinformar a população; destruíram o império midiático construído pelo avô, Victor; e, agora, no ato derradeiro, largam funcionários na mão, enquanto nadam no dinheiro acumulado pelo trabalho de milhares de pessoas.

A invisibilidade do trabalho doméstico

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

O papel das mulheres na economia ainda é invisível nas estatísticas e na discussão pública no Brasil. É o que mostra o estudo de Nalu Faria e Marilane Teixeira, publicado pela Oxfam e disponível aqui. Em medidas como o Produto Interno Bruto (PIB) e diversas estatísticas relativas à ocupação e atividade econômica, o trabalho doméstico não remunerado não é considerado, o que contribui para sua desvalorização social, apesar de ter um papel fundamental na reprodução da sociedade.