quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Chapa completa e “cola” pronta

Por João Guilherme Vargas Netto

Estamos às vésperas do primeiro turno eleitoral, um exagero que pode ser desculpado pela urgência em definir desde já as candidaturas preferidas. Faltam apenas 45 dias para o primeiro turno, tempo que passa muito rápido.

Perante a urna eletrônica ao exercer o voto (munidos de “cola”) devemos digitar, pela ordem, o número do candidato a deputado federal (quatro dígitos, os dois primeiros do partido), o número do candidato a deputado estadual (cinco dígitos, os dois primeiros do partido); em ambos os casos se digitarmos apenas os dois primeiros dígitos partidários o voto será computado para legenda.

Ascensão de Lula desmoraliza a mídia

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

É razoável supor que há, dentre o portentoso – e crescente – número de eleitores que pretendem votar em Lula, dois grupos.

O primeiro percebe a sua condenação e prisão como injusta e como um instrumento para retirá-lo da disputa eleitoral. Para este grupo, é óbvio que a insana ofensiva do Judiciário e da grande mídia contra o ex-presidente não tem nada a ver com combate ao crime – e tudo a ver, para ficarmos no jargão global, com perseguição política.

A falta de transparência do Sistema S

Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

Pouco mais de um ano após a reforma trabalhista, o fim do imposto sindical obrigatório desestruturou as finanças dos sindicatos de trabalhadores; por outro lado, entidades patronais ganharam reforços de recursos por meio do chamado "Sistema S" – conjunto de organizações que inclui Senai, Sesc, Sesi e Sebrae mantidas com contribuições recolhidas da folha de pagamento de empresas.

Em fevereiro, por exemplo, um decreto assinado pelo presidente golpista Michel Temer (MDB) obrigou a reserva dos recursos da qualificação dos trabalhadores rurais pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para as entidades patronais do setor agrícola: 5% para o financiamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e outros 5% para as federações estaduais.

Retrato passageiro da disputa eleitoral

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

As três últimas pesquisas eleitorais coincidem no essencial, apesar de pequenas variações quantitativas: Datafolha, CNT/MDA e Ibope/Estadão informam que, se a eleição fosse hoje, e o ex-presidente Lula pudesse concorrer, ele poderia ser eleito até mesmo no primeiro turno.

Dizem ainda que, com Lula excluído, Jair Bolsonaro seria o mais votado e poderia ter Marina Silva como adversária no segundo turno, em caso de fracasso da estratégia petista, de transferir os votos de Lula para seu virtual substituto, Fernando Haddad.

Se ninguém, por ora, tira Bolsonaro do segundo turno, ele perde para todos no confronto final.

O Brasil para inglês ver e o Brasil real

Por Cesar Locatelli, no site Jornalistas Livres:

"Meu sucessor como presidente se coloca, falsamente, como vítima de uma conspiração da ‘‘elite’’.  (FHC) (1)

"Parece evidente que o Lula jamais será julgado de forma imparcial". (FKC) (2)


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), 87 anos, buscou um dos arautos do capitalismo financeiro global para fustigar Lula: publicou uma matéria no Financial Times, jornal inglês, em que nega que Lula esteja sofrendo perseguição política. Nega que a democracia brasileira esteja em ruínas. Nega a vigência de um Estado de Exceção no país. Nega inconformidades no impeachment de Dilma Rousseff e no processo que condenou Lula.

Lula e a estupefação da direita

Editorial do site Vermelho:

Quanto mais rezo, mais assombração me aparece – este dito popular se aplica como uma luva à ação política da direita e dos conservadores brasileiros, que têm feito de tudo, no judiciário e na mídia hegemônica, para enxovalhar, desclassificar e criminalizar o ex-presidente Lula - que é mantido, injustamente, como preso político em Curitiba – para negar a ele seus direitos políticos mais legítimos para afastá-lo da eleição de 2018 na qual, se ocorresse hoje, Lula seria um candidato fortemente competitivo.

Obrador no México. Lula no Brasil?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

É bom olhar o calendário político da América Latina para compreender a geopolítica em curso nesta região do mundo.

Em outubro, os brasileiros vão às urnas para escolher o novo presidente. Em 1 de dezembro, na Cidade do México, Andres Manoel Lopez Obrador, AMLO, toma posse como presidente do país, o primeiro de esquerda em mais de meio século. Em janeiro de 2019, em Brasília, o novo presidente do Brasil toma posse. Caso as urnas confirmem aquilo que está escrito em todas as pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva retorna a presidência para cumprir o quinto mandato do Partido dos Trabalhadores - o terceiro em sua vida política.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Dólar supera R$ 4. Disney dançou, coxinha!

Por Altamiro Borges

Nas marchas golpistas pelo impeachment uma foto viralizou nas redes sociais. Um típico “coxinha”, vestindo a camiseta amarela da “ética” CBF, carregava um menino que exibia o cartaz: “Quero ir para Disney. Fora Dilma”. A criança está perdoada pela ingenuidade. Já o pretenso pai ou era um otário, manipulado pela mídia, ou era um rentista metido a esperto. Passados dois anos do golpe, neste fatídico final de agosto, o dólar fechou nesta terça-feira (21) acima dos quatro reais – a maior cotação do período recente. Ou seja, a viagem à Disney, Miami ou Paris dançou. A promessa de que o Brasil viraria um paraíso com a deposição autoritária da presidenta eleita – alardeada pela imprensa venal – só serviu para enganar os babacas – ou os "patetas" da Disney.

A visita de Mattis e a subserviência de Temer

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, realizou na semana passada um giro latino-americano, visitando Brasil, Argentina, Chile e Colômbia.

Os objetivos foram muito além do balanço e elaboração de planos de incremento das relações bilaterais entre a nação imperialista do Norte e os países visitados. Não por casualidade, todos quatro, além de terem governos de turno neoliberais, conservadores, entreguistas e, no caso brasileiro, golpista, fazem parte do chamado Grupo de Lima, um arranjo diplomático artificial, criado especialmente para fazer provocações e produzir fatos que justifiquem uma ação intervencionista contra o governo venezuelano.

A tripla polarização nas eleições

Por Valter Pomar, em seu blog:

Todo mundo reconhece que as eleições deste ano já são as mais polarizadas desde 1989.

Mas nem todo mundo percebe que há três polarizações: uma em torno do golpe, outra em torno do programa e outra acerca do sistema político.

De um lado os golpistas, de outro quem luta contra o golpe.

De um lado os neoliberais, de outro os que defendem os interesses populares.

De um lado os candidatos do “sistema”, de outro os que são ou parecem ser anti-sistêmicos.

As apostas de Skaf, o chefão da Fiesp

Por Laura Castanho, na revista CartaCapital:

“Nunca tive padrinhos na política. Estou aqui como presidente do Sesi, do Senai, fazendo uma revolução na cultura e nos esportes. Serei governador por isso.” A declaração de Paulo Skaf (MDB) no debate dos candidatos a governador de São Paulo, na Bandeirantes, sinaliza que ele deverá manter o discurso das duas tentativas anteriores de comandar o estado mais rico do país.

Tanto em 2014, pelo PMDB, e em 2010, pelo PSB, Skaf usou como vitrine a Fiesp, o Sesi e o Senai, órgãos que preside desde 2004. Apesar de representar entidades patronais da indústria há mais de uma década, ele não ganha a vida como industrial desde 2001, quando foi demitida a última funcionária da Skaf Indústria Têxtil Ltda.

Inimigos de Lula surtam com pesquisas e ONU

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O Blog da Cidadania avisou que a ONU apoiaria Lula e que, próximo à eleição, o ex-presidente desfrutaria de um apoio popular caminhando para a unanimidade. E isso está acontecendo: Lula disparou nas últimas pesquisas Ibope e CNT e a ONU cobrou do Brasil os direitos políticos do ex-presidente. Com isso, seus adversários e carrascos dão sinais de PÂNICO.

Em 14 de maio, três semanas após o ex-presidente Lula ter sido preso, pesquisa CNT/MDA lhe dava 32,4% das intenções de voto em confronto com Jair Bolsonaro, Marina Silva, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Álvaro Dias; em 20 de agosto, após 120 dias preso, Lula cresceu quase cinco pontos percentuais em confronto com os mesmos adversários – hoje, tem 37% das intenções de voto.

O governo esnoba e a mídia silencia

"Cenários sem Lula" são fake news

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Nos jornais e sites da grande imprensa, as pesquisas eleitorais vinham sendo chamadas nos “cenários sem Lula”.

Já ficou difícil fazer isso, porque é uma bobagem tão evidente que só a má-fé produz manchetes completamente canalhas e desinformadoras como esta da edição de hoje, aí em cima.

Por acaso, o dólar foi a quase R$ 4,04 porque “Bolsonaro se isola na liderança; Marina e Ciro disputam 2º lugar”?

As esquerdas e as eleições do desconhecido

Por Boaventura de Sousa Santos, no site Carta Maior:

Estão a acelerar-se as urgências típicas de um ciclo eleitoral que se vai prolongar entre o fim de agosto e o fim de outubro. Estas urgências são particularmente desafiadoras para as esquerdas brasileiras porque o seu principal candidato e, de todos o mais bem posicionado nas sondagens, está preso e pode vir a ser considerado inelegível.

As irregularidades óbvias do processo Lula da Silva têm tido alguns efeitos surpreendentes. A obsessão punitiva foi neste caso tão excessiva que o sistema judiciário degradou a sua imagem e a sua legitimidade, tanto nacional como internacionalmente, a um nível e com consequências que, por agora, são difíceis de avaliar. Por sua vez, a imagem política e humana de Lula saiu desta húbris político-judicial fortemente fortalecida e melhorada. Vítima de uma flagrante injustiça e, para muitos, um preso político – talvez o mais famoso preso político do mundo – Lula da Silva viu aumentar exponencialmente o seu crédito político e a sua popularidade junto das classes populares.

"Datafalha" enterra o Alckmin. E agora?

A transferência de votos de Lula para Haddad

Aracaju, 22/8/18. Foto: Ricardo Stuckert
Por Geraldo Seabra, no blog Diário do Centro do Mundo:

Ao contrário do que tentam transmitir em seus comentários analistas políticos da Rede Globo e da mídia impressa golpista, a mega-pesquisa Datafolha divulgada na madrugada desta quarta-feira (22) evidencia a consolidação da possibilidade de transferência de votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o ex-prefeito Fernando Haddad, caso Lula seja impedido e o candidato a vice venha ocupar o seu lugar na chapa do PT, junto com Manuela D’Ávila, do PCdoB.

Alckmin procura eleitorado de Bolsonaro

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

O início do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão, a partir de 31 de agosto, será decisivo para o mercado financeiro avaliar a situação do seu candidato do momento, o tucano Geraldo Alckmin, na opinião da cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). Por sua vez, analistas do setor financeiro reconhecem que, estando no cenário, com 37% das intenções de voto, Lula é imbatível e o atual vice na chapa petista, Fernando Haddad, tem potencial de crescimento importante.

STF vai esperar um grevista de fome morrer?

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

Em 7 de agosto, os sete militantes de movimentos populares em greve de fome protocolaram no Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de agendamento de audiência com cada um dos 11 ministros da Corte, como este abaixo dirigido à presidente Cármen Lúcia.

O assunto é a votação das ações declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) 43 e 44.



O poder econômico flerta com o fascismo

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Acabou a brincadeira: a campanha eleitoral começou para valer. Ontem à noite, o Jornal Nacional divulgou uma nova pesquisa do Ibope, de intenções de voto, mas os mercados financeiros sentiram o golpe hora antes. O dólar subiu mais 1,07% e atingiu R$ 3,96 – o valor mais alto em dois anos. Os investidores reagem aos sinais de que Lula mantém enorme popularidade e de que Geraldo Alckmin estacionou num patamar muito baixo – próximo aos 5%. Temem, em especial, uma outra pesquisa, da Confederação Nacional dos Transportes e do instituto MDA, segundo a qual Fernando Haddad já chega a 15%, quando se aponta aos eleitores que é o candidato de Lula.