quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Bolsonaro: inimigo da democracia e do Brasil

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Basta ter um mínimo de memória política, para reconhecer que o universo de preconceito e violência que alimenta a campanha de Jair Bolsonaro pertence a uma árvore genealógica conhecida, que produziu os piores ditadores que a humanidade conheceu em tempos recentes.

Ian Kershaw, o respeitado biógrafo do cabo austríaco Adolf Hitler, deixou uma observação definitiva sobre o personagem responsável pela Segunda Guerra Mundial, que matou 50 milhões de homens e mulheres no século XX. Ao contrário de lideres políticos tradicionais, explicou, Hitler não possuía um projeto de país nem um programa claro de governo. Toda sua ação era motivada por uma causa única - o preconceito - e o impulso mórbido para confirmar suas convicções de qualquer maneira, tentando castigar e eliminar povos inteiros, como judeus, eslavos e ciganos.

Lula e a fragorosa derrota da mídia

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

É longa a lista de notícias falsas e interpretações equivocadas que a “grande” imprensa brasileira ofereceu aos leitores no acompanhamento da eleição presidencial. Inventaram candidaturas, imaginaram cenários e fizeram suposições irreais a respeito daquilo que a população queria. Não conseguiram antecipar o quadro que temos hoje.

Apostaram que os eleitores buscariam a “novidade”, nutriram a ridícula expectativa de que o governo Temer “chegaria forte” à eleição. Mais recentemente, difundiram a convicção de que o embate mais importante voltaria a ser travado entre PSDB e PT.

Lições de como enfrentar Bolsonaro

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

No último debate presidencial, o jornalista Reinaldo Azevedo fez uma pergunta bastante simples sobre dívida interna para Bolsonaro, mas que o fez perder o chão. Durante o minuto de resposta, o candidato ficou tenso como se estivesse acabado de ficar nu diante de todo o país. O mito da força e da ordem derreteu ao vivo e se transformou em um garotinho assustado, com olhar vazio. Ficou perdido como o meme do John Travolta. Foi possível enxergar em seu semblante “sofrimento interior”, ‘desequilíbrio emocional” e “angústia”— os mesmos sentimentos que o acometeram quando o deputado do PSB carioca Carlos Minc o chamou de machista, homofóbico e racista, como consta no processo que abriu contra o ex-ministro.

Um "desfecho rápido" para Lula

Por Juliana Gagliardi e Eduardo Barbabela, no site Manchetômetro:

O dia 15 de agosto de 2018 foi a data limite para o registro das candidaturas à Presidência da República. No dia seguinte, a manchete do jornal O Globo, contudo, destacava outro tema: o pedido de rejeição da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva que a PGR realizou junto ao TSE.

Em um de seus editoriais [1] do dia 16 de agosto, o jornal foi claro: Lula se utilizava de todos os subterfúgios legais, carismáticos e discursivos para fortalecer a candidatura petista – ali chamada de “manobra” -, seja com ele, seja com Fernando Haddad como candidato a presidente. A partir de uma noção republicana de que a lei vale para todos, o jornal destacava que a rejeição da candidatura de Lula pela Ficha Limpa era certa.

Eleição e o debate sobre as privatizações

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

No início, tudo não parecia mais do que apenas um certo desconforto, uma sensação de desalento de parte significativa das lideranças empresariais e políticas vinculadas ao financismo. Afinal, não era bem aquilo que tais setores aguardavam como rumo do governo depois de perpetrado o golpeachment contra a Presidenta Dilma. Pouco a pouco o governo de Michel Temer confirma sua incapacidade de cumprir com o que havia prometido aos representantes dos interesses do topo da pirâmide e nada mais tem a lhes oferecer senão a inevitabilidade de sua própria falência.

Deposição de Vargas e as lições da história

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O varguismo não se altera no período democrático: persiste no projeto de organização do Estado, na intervenção em áreas fundamentais para o desenvolvimento e a segurança nacional

No agosto findo completaram-se 64 anos da deposição e suicídio de Getúlio Vargas. Mal havíamos transitado da ditadura do Estado Novo para a democracia prometida pela Constituição liberal de 1946. Era ainda uma democracia tímida, que não comportava partidos de esquerda ou voto do analfabeto.

O "mercado" da Míriam já tem candidato

Os verdadeiros delitos de Lula

Por Rafael Hidalgo Fernández, no site da Fundação Maurício Grabois:

Luiz Inácio Lula da Silva é um transgressor, porém não das leis de seu país, nem dos valores éticos mais admirados pelas pessoas de bem no mundo.

Por sua conduta pública e pessoal, parte importante de seu povo deseja conduzi-lo pela terceira vez à presidência do Brasil, uma das nações com maiores potencialidades de desenvolvimento material e humano.

A transgressão de Lula foi a um dos mais sagrados dogmas do capital transnacional que hoje defende as ideias do neoliberalismo: o Estado não pode promover programas assistenciais de grande alento para os pobres.

STF libera terceirização irrestrita

Da Rede Brasil Atual:

Na quinta e última sessão para discutir o tema, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu liberar a terceirização, independentemente de setor ou atividade, como pediam representantes patronais. Por 7 votos a 4, a Corte acolheu a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 324, ajuizada pela Associação Brasileira do Agronegócio, e o Recurso Extraordinário (RE) 958.252, da empresa Cenibra, de Minas Gerais.

Os salários distorcidos do Poder Judiciário

Por Isaías Dalle, no site da Fundação Perseu Abramo:

Entre os servidores públicos, o setor que mais gasta com salários é o Poder Judiciário. Nas esferas federal e estaduais, o Judiciário gasta o correspondente a 96% da folha de pagamentos do Poder Executivo Federal, embora tenha apenas um pouco mais da metade do número de funcionários.

A folha de salários judicial supera a soma de todo o Poder Legislativo brasileiro, incluindo senadores, deputados, vereadores e os quadros profissionais que os acompanham.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Parlamento e Judiciário são reféns da mídia

O povo, o papa, a ONU e a mídia

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Em poucas semanas a candidatura de Lula ganhou uma impensável força, mesmo com os ataques desferidos sem trégua. Além do incansável esforço para impedir o debate sobre a injustiça de seu julgamento, conforme avaliação de especialistas em todo o mundo. A primeira constatação foi a ampliação da margem de preferência popular em todas as pesquisas, mesmo com o candidato preso e sem autorização para falar à nação. Não há dúvida de que o eleitor brasileiro, em sua maioria, quer Lula na eleição.

As eleições e o debate sobre os bancos

Editorial do site Vermelho:

O ponto divisor dos dois campos em disputa na sucessão presidencial é o papel do Estado. À direita, as propostas são de um conservadorismo duro, ultraliberal e neocolonial, que exacerba a lógica do sistema financeiro regendo a sociedade e exclui a imensa maioria dos brasileiros. À esquerda, o projeto de governo preconiza o desenvolvimento socialmente inclusivo, soberano e democrático. Trocando em miúdos: a direita preconiza um Estado eletrizado para tratar dos interesses do mundo das finanças e fragilizado para planejar e induzir o desenvolvimento e o progresso social, enquanto a esquerda defende um projeto de desenvolvimento que valorize o setor público.

Eleições 2018: A nuvem, o jabuti

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O STF não concluiu ontem o julgamento que ainda pode transformar o candidato Jair Bolsonaro em réu mais uma vez.

Já o candidato a vice na chapa de Lula, e seu provável substituto, o ex-prefeito Fernando Haddad, foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo, que o acusa de enriquecimento ilícito e prática de caixa dois em 2012.

Réus não são impedidos de disputar eleições mas há um jabuti por aí, rondando a árvore, desde que dois ministros do STF colocaram em dúvida se réu eleito pode assumir a Presidência da República.

Fux: “o charlatão togado”

Por Cesar Locatelli, no site Jornalistas Livres:

Charlatão, nos ensina Houaiss, é “que ou aquele que se apresenta nas praças ou nas feiras para vender drogas e elixires reputados milagrosos, seduzindo o público e iludindo-o com discursos e trejeitos espalhafatosos (diz-se de mercador ambulante)”. Ou, por extensão, no sentido pejorativo: “diz-se de ou pessoa muito esperta que, ostentando qualidades que realmente não possui, procura auferir prestígio e lucros pela exploração da credulidade alheia; mistificador, trapaceiro, impostor”.

Por que Zé Dirceu assim qualifica Luiz Fux, em Zé Dirceu: Memórias?

Lula e a prudência na análise

Por Geraldo Galindo

A grande maioria dos articulistas a serviço da mídia empresarial escreve seus textos tendo como referência o objetivo político dos patrões (e deles próprios), não levando em consideração a realidade objetiva. Quantas vezes eles decretaram o fim de Luiz Inácio? Quantas vezes previram o sucesso do governo Temer, com a derrubada da Dilma? Quantas vezes anunciaram a retomada do crescimento econômico? Nestes três casos citados, os escribas conservadores produziram milhares de artigos, reportagens, vídeos, para fazer crer que suas previsões eram corretas, quando na verdade eram apenas o desejo das classes dominantes. Neste momento, estão todos a exaltar a suposta dificuldade de Lula para transferir votos a Haddad/Manuela, quando, na verdade, é a própria vontade de que não haja a transferência que os move.

Lula venceu os indignos

Por Jeferson Miola, em seu blog:             

A estas alturas do calendário eleitoral, um prognóstico parece inapelável: Lula, mesmo isolado e incomunicável no cárcere político, venceu a Globo e a Lava Jato, e criou um impasse monumental para a ditadura jurídico-midiática.

Roubar a eleição do Lula, tida como certa de ocorrer já no primeiro turno, agrava a ilegitimidade do regime de exceção e aumenta sobremaneira o custo político e social de manutenção da ditadura.

Vivemos na ditadura dos bancos, diz Harvey

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

“O papel dos bancos mudou. Adam Smith pensava que os bancos existiam para servir as pessoas, mas agora é o oposto. Hoje em dia, as pessoas trabalham para servir aos bancos. Por causa de suas dívidas. Isso vai produzir raiva e as pessoas vão se dar conta de que vivem na ditadura dos bancos centrais do mundo. Talvez seja melhor viver sob a ditadura do proletariado.”.

Palavras de David Harvey ao Tutaméia na noite de quinta-feira, 23.08. Em nosso estúdio caseiro, o geógrafo britânico marxista falou das crises do capitalismo, da ascensão conservadora na América Latina, do avanço do autoritarismo após o crash de 2008, de seu apoio à campanha pela libertação de Lula:

Chegou a hora da polarização real

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Foi um circo de horrores a entrevista do Jornal Nacional desta terça-feira (28), um enfrentamento entre a direita e a extrema direita. Nada teve de original. Apenas sinalizou uma das táticas em cogitação pelo núcleo duro das classes dominantes.

A Rede Globo, de ligações notórias com todo tipo de golpismo, mola propulsora do impeachment que afastou do governo uma presidenta legítima e democraticamente eleita, cérebro, alma e voz da prisão do presidente Lula e do empenho por sua interdição na campanha eleitoral, afetou ares de democratismo e porta-voz de críticas ao reacionarismo jurássico do entrevistado. Ninguém se engane.

Os dois candidatos aloprados

Por Reginaldo Moraes, no site Brasil Debate:

O desfile dos candidatos pela TV, nos debates, é algo fantasmagórico. Tudo ali parece fake, conversa fiada, porque o que realmente conta fica de fora. Nos temas e nas pessoas. Não se fala de nada que faça diferença. Nem está ali o candidato que faz a diferença. Um pouco do fora do tom de vez em quando sobrevoa a fala do Boulos, com a imagem que carrega, ou a de Ciro, quando apela ao endividamento das famílias. Mas é pouco, bem pouco.