quarta-feira, 19 de setembro de 2018

A inevitável polarização política

Foto: Ricardo Stuckert
Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Até o dia 7 de outubro sempre se poderá dizer que é muito cedo para fazer prognósticos, que fatos novos podem sobrevir e alterar o quadro apontado pelas pesquisas. Efetivamente, a incerteza seguirá e, caso haja segundo turno, também durante três longas semanas mais .

A situação politica é instável, a campanha eleitoral desenvolve-se no contexto de gravíssima crise política, anomia governamental, conflitos entre poderes constitucionais, falência econômica, degradação social e ameaças de golpe militar.

Bolsonaro faz jogo duplo

Haddad se qualifica para derrotar Bolsonaro

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Pouco a pouco, o debate real da campanha presidencial está ficando claro. Não se trata de petismo x anti-petismo, como insistem Bolsonaro e seus aliados, tentando reviver um clima de Guerra Fria de outras épocas. Em 2018, o conflito é anterior, básico. Envolve democracia x ditadura.

A primeira constatação veio da Economist, que definiu a candidatura de Bolsonaro como um "risco a democracia". A segunda está no editorial da Folha de hoje, observando "sinais alarmantes de desapreço pelas regras do jogo democrático" na campanha de Bolsonaro.

'Capitão Mito' enquadra general Mourão

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Como Jair Bolsonaro já caminha pelos corredores do Hospital Albert Einstein e chega a marcar cavalgadas com seu médico, é de supor que pode conversar e dar ordens ao seu grupo de filhos e “maçanetas”.

Assim, a reunião noticiada agora há pouco pela Folha, em um flat nos Jardins, em São Paulo. destinada a ” tutelar o polêmico vice do presidenciável, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB)”se deu com pleno conhecimento do “chefe”.

Bolsonaro e Mourão conspiram contra as urnas

Editorial do site Vermelho:

Na democracia, o povo é a fonte da soberania. Ele encarna o direito do voto como caminho mais legítimo para um sistema político verdadeiramente representativo e democrático. Afrontá-lo é uma atitude incivilizada, um desprezo ao pacto que gerou a Constituição da República. Mesmo golpeada nesse período em que forças retrógadas assaltaram o poder, ela é a batuta que rege as eleições deste ano. Foi o que fez Jair Bolsonaro, em mais um de seus arroubos autoritários.

Contra "extremos", querem salvar Alckmin

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Bateu o desespero. A disparada do petista Fernando Haddad nas pesquisas provocou uma revoada de tucanos, com penas para todo lado, em busca de culpados e de um ninho seguro.

Convocaram até uma pajelança de emergência no quartel general de Geraldo Alckmin para segurar os aliados do Centrão, que já estão debandando para Bolsonaro ou Haddad.

Em São Paulo, por exemplo, já apareceu a chapa “Bolsodoria” e, no Nordeste, Haddad avança como o apoio de velhos caciques que já foram aliados dos tucanos.

Extrema-direita cresce até na Suécia

Por Zaid Jilani, no site The Intercept-Brasil:

Os suecos foram às urnas no último domingo para eleger o novo governo nacional, e o centro das atenções foram os 18% de votos obtidos pelo Partido dos Democratas Suecos (SD), uma legenda de extrema-direita minoritária no país até recentemente. Depois de conseguir 12,9% em 2014, desta vez o SD ficou logo atrás dos Moderados – de centro-direita –, mas ainda muito longe das coalizões de centro-esquerda e centro-direita, que obtiveram cerca de 40% dos votos cada.

Mattias Karlsson, líder do partido no Parlamento, exultante com o resultado, teria dito que “2018 está para o conservadorismo como 1968 está para a esquerda”.

Bolsonaro, soberania e Alcântara

Por Marcelo Zero

Corria o já longínquo ano de 2001. Na época, eu trabalhava como assessor para política externa e defesa nacional na Liderança do PT na Câmara dos Deputados e acompanhava todas as sessões da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) naquela casa.

Foi exatamente nessa época que a CREDN recebeu a Mensagem nº 296, de 2001, do Poder Executivo, a qual encaminhava ao Congresso Nacional o texto do “Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo dos Estados Unidos da América sobre Salvaguardas Tecnológicas Relacionadas à Participação dos EUA nos lançamentos a partir do Centro Lançamento de Alcântara”, o famigerado Acordo de Alcântara.

A faca, a eleição e a mídia

Por Lidiane Vieira, Eduardo Barbabela e João Feres Jr., no site Manchetômetro:

Iniciado o período eleitoral há pouco mais de quinze dias, até mesmo aqueles cidadãos com baixo interesse no pleito tiveram sua atenção direcionada para os acontecimentos do dia 6 de setembro. O clima de imprevisibilidade que já permeava o ambiente foi amplificado após o atentado ao presidenciável Jair Bolsonaro em Juiz de Fora – MG, durante ato de campanha. Atingido por uma faca na altura do abdômen, que lesionou os dois intestinos e uma artéria, Bolsonaro foi atendido na Santa Casa da mesma cidade onde passou por procedimento cirúrgico. Na manhã do dia seguinte o candidato foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde segue em recuperação até o momento. Preso em seguida ao atentado, Adélio Bispo (40) confessou o crime e disse ter agido sozinho e a mando de Deus.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Bolsonaro e a infecção golpista

Por Tereza Cruvinel, no Jornal Brasil:

As declarações feitas pelo candidato Jair Bolsonaro numa transmissão ao vivo em rede social são graves, são preocupantes e deviam ter sido rebatidas pelos demais candidatos.

Resumidamente, ele prevê que vai perder no segundo turno por conta de uma fraude da urna eletrônica que o PT já teria armado. E com isso, revela sua disposição para contestar o resultado e a legitimidade do pleito, deixando no ar a possibilidade de um golpe contra a suposta fraude, que poderia ter a participação militar.

Globonews e o pensamento monofásico

Do blog: http://pataxocartoons.blogspot.com/
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Confesso que sempre fiquei agoniado com o pensamento monofásico, aquele em que a pessoa desenvolve UM raciocínio, com UM ângulo apenas de análise e entra em tilt se o interlocutor ousa colocar uma azeitona que seja no seu prato.

Com Zélia Cardoso de Mello era assim. Quando Zélia pensava parecia que sua cabeça doía. Era incapaz de juntar dois ângulos em cima do mesmo tema.

Ao longo da minha longa carreira jornalística, conheci outros tipos assim. Cristovam Buarque era um deles, desde os tempos de militância de esquerda.

Transferência de votos faz Haddad disparar

Por Matheus Tancredo Toledo, no site da Fundação Perseu Abramo:

A pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira confirmou a tendência já apontada pelo Datafolha na semana passada: o candidato do Partido dos Trabalhadores está disparando nas intenções de voto para presidência da República. Após ser anunciado na terça-feira como escolhido de Lula para concorrer em seu lugar, Haddad viu um crescimento de 4% em quatro dias, o que significa uma média diária de quase um milhão e meio de pessoas aderindo ao nome do ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo. Segundo o Datafolha, de 9 para 13%. Na pesquisa do MDA, Haddad já chegou aos 17,6%, ocupando de forma isolada a segunda posição.

Temer, Cunha e o dano no Porto de Santos

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Raquel Dodge tem até o fim de setembro para decidir se acusa o padrinho de sua indicação à chefia da PGR, Michel Temer, por algum crime no recebimento, em março de 2014, de 1,4 milhão de reais da Odebrecht por um amigo do presidente, João Baptista Lima Filho, coronel aposentado da PM. Ordem do juiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, após a Polícia Federal ter encerrado um inquérito e concluído que Temer, seus ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco e o coronel se corromperam e lavaram dinheiro.

Mídia golpista não seria tolerada nos EUA

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

"Mesmo em países que estavam sob direto ataque militar, como a Nicarágua nos anos 80, o governo [sandinista] nunca fechou o principal jornal, que estava abertamente apoiando a guerra [dos Estados Unidos] contra a Nicarágua. A mesma coisa aconteceu na Venezuela depois do golpe militar [contra Hugo Chávez, em 2002]. O que acontece aqui é normal, os governos esquerdistas foram surpreendentemente abertos ao deixar a mídia funcionar. E eles foram amargamente atacados no Ocidente [EUA e Europa] em casos de leve assédio, mas no Ocidente [a mídia] seria suprimida instantaneamente e os donos e gerentes teriam sorte se fossem para a cadeia. É um fato dramático e o Brasil é mais um caso". Chomsky sobre Lula e a Rede Globo.

Dentre os vários títulos informais concedidos ao linguista Noam Chomksy está o de Sócrates dos Estados Unidos, uma tarefa que desempenhou “nas sombras” por mais de meio século - ou seja, fora das páginas do New York Times e longe das lentes das redes ABC, NBC ou CBS.

Bolsonaro e o fascismo do século 21

Por Fábio Palácio, no site da Fundação Maurício Grabois:

O ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, morto em 2013, costumava evocar a ideia loquaz de um “socialismo do século 21”. Embora mobilizador, o termo teve sempre algo vago. No que consistiria, afinal, um modelo de socialismo para o novo século? Que aproximações e distanciamentos guardaria em relação às disposições clássicas do mesmo projeto político?

Governos progressistas e a mídia golpista

Foto: Júlia Dolce
Por Júlia Dolce, no jornal Brasil de Fato:

Noam Chomsky, linguista, filósofo e um dos mais importantes pensadores e ativistas anticapitalistas da atualidade, compareceu a um encontro com jornalistas da mídia alternativa, na noite desta segunda-feira (17), na sede do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo.

Em uma fala de trinta minutos, Chomsky comentou o poder de manipulação da opinião pública dos meios de comunicação hegemônicos e opinou que a grande mídia latino-americana tem um conhecido histórico golpista. O filósofo deu inicio à sua fala apresentando a introdução do livro “Revolução dos Bichos”, do escritor George Orwell, originalmente censurada. O texto afirma que na Inglaterra não era preciso violência para haver opressão e totalitarismo e destaca o papel da grande mídia nesse processo.

Reitoria da UFRJ rechaça jornal O Globo

Do site da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ):

Em editorial publicado nesta segunda-feira (17/9/18), o jornal O Globo ofende a comunidade científica mundial e, em particular, a brasileira, ao chamar a UFRJ e a Uerj de instituições falidas. A vulgaridade e a violência contra as instituições demonstram o tempo de irracionalismo e violência vivido no Brasil de hoje. Desconsiderando a ética e a verdade, O Globo tem contribuído com a propagação de fake news em prol de seus interesses particularistas.

As eleições e a tutela militar

Por Aloysio Castelo de Carvalho, no site Carta Maior:

A última manifestação militar de cunho político no governo Dilma, com grande repercussão na opinião pública, ocorreu em agosto de 2015, no Dia do Soldado, em torno da declaração do general de Exército Mourão, então comandante do Comando Militar do Sul, hoje candidato à vice-presidente na chapa do capitão Bolsonaro pelo Partido Social Liberal. O general Mourão afirmou diante da tropa, em Porto Alegre, que ainda tínhamos inimigos internos, mas que eles se enganavam achando que os militares estavam desprevenidos. Ao analisar o discurso do general, o historiador José Murilo de Carvalho publicou em O Globo um artigo no qual exaltava o silêncio das Forças Armadas como a característica positiva da crise política. Disse ainda que a ausência de manifestações de chefes militares da ativa era a garantia de que não haveria abalos constitucionais. E concluiu, de forma equivocada, que poderia haver até impeachment da presidente, mas não golpe.

Noam Chomsky e o papel da mídia no golpe

Foto: Felipe Bianchi
Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

De passagem pelo Brasil, o linguista, filósofo e ativista estadunidense Noam Chomsky concedeu coletiva a blogueiros e meios alternativos nesta segunda-feira (17), em São Paulo. Para o premiado intelectual, é preciso falar sobre os meios de comunicação e os perigos da falta de diversidade e pluralidade de opiniões e ideias na mídia, acentuados em sistemas de comunicação concentrados como os da América Latina.

Bolsonaro e a ditadura neoliberal

Por Eduardo Maretti e Paulo Donizetti de Souza, na Rede Brasil Atual:

O predomínio das teorias neoliberais sobre as economias globais e a condução insustentável do capitalismo levam o planeta a sua inviabilização. A avaliação é do linguista e ativista norte-americano Noam Chomsky, durante entrevista coletiva no Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé na noite de ontem (17). Para ele, os capitalistas não estão se importando com consequências como o aquecimento global ou com o nível de exclusão que assola a raça humana.