sábado, 22 de setembro de 2018

Fernando Haddad: Nasce um presidente

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Embora haja muitas certezas, sustentadas não só pelas pesquisas eleitorais, mas também por razões políticas, Fernando Haddad tornou-se candidato do Partido dos Trabalhadores e ultrapassará, mais cedo do que se pensa, o porcentual de intenção de votos dado a Jair Bolsonaro, o mais direto dos adversários dele.

Há, de fato, possibilidade de riscos, não muito longe da premonição anunciada pelas cartas do baralho ou pela leitura de mãos. Estão excetuados, nestas afirmações, os casos de hecatombes. Ou mesmo de facadas cruéis, condenáveis e inesperadas.

Venezuela: a nova 'Regina Duarte' do PSDB

Por Jonatas Campos, no jornal Brasil de Fato:

Para um candidato que detém metade do tempo de propaganda eleitoral gratuita, mas que amarga índices de intenção de votos abaixo dos dois dígitos, o risco de apelar usando seu farto tempo de TV é grande. E é o que Geraldo Alckmin faz: usa o tema da “Venezuela” para assustar os eleitores.

Não é a primeira vez que o partido usa deste tipo de jogo baixo. Em 2002, a campanha de José Serra (PSDB) colocou na TV a atriz global Regina Duarte dizendo uma frase que se tornou célebre:

“Eu tenho medo”, disse a atriz global, sobre o temor de Lula realizar um governo radical.

FHC e a inveja por trás da tragédia

Do blog: A justiceira de esquerda
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há pessoas movidas pela ambição. Outras, pela luxúria, pela gula. Há os avaros e os irados, os preguiçosos e os soberbos. Mas nenhum pecado capital é mais inútil que a inveja, dizem os filósofos.

Desde os primórdios da civilização, filósofos, pensadores estudam o fenômeno da inveja e a pulsão do invejoso.

De Ovídio (43 da era cristã):

A inveja habita no fundo de um vale onde jamais se vê o sol. nenhum vento o atravessa; ali reinam a tristeza e o frio, jamais se acende o fogo, há sempre trevas espessas [...]. A palidez cobre seu rosto, seu corpo é descarnado, o olhar não se fixa em parte alguma. Tem os dentes manchados de tártaro, o seio esverdeado pela bile, a língua úmida de veneno. Ela ignora o sorriso, salvo aquele que é excitado pela visão da dor [...]. Assiste com despeito o sucesso dos homens e esse espetáculo a corrói; ao dilacerar os outros, ela se dilacera a si mesma, e este é seu suplício.

Por um pacto em defesa da democracia

Por Marcus Ianoni, no site Brasil Debate:

Os últimos posicionamentos de líderes ligados à candidatura do PSL e às Forças Armadas, a começar pelo vídeo gravado por Jair Bolsonaro no hospital em que está internado, reforçam o sinal amarelo para a debilitada democracia brasileira que, desde 2016, com a deposição presidencial altamente polêmica, ingressou em um processo de desdemocratização. É hora de atenção, de muito cuidado na travessia em curso.

A guerra subterrânea contra o Papa Francisco

Por Elena Llorente, no site Carta Maior:

Depois das denúncias do ex-núncio (embaixador vaticano) nos Estados Unidos, Carlo María Viganó, sobre o ex-arcebispo de Washington, pedindo a renúncia do papa Francisco, junto com as centenas de abusos contra menores e adultos por parte de membros da Igreja que foram conhecidos nos últimos anos, em países como Chile, Estados Unidos, Irlanda, Austrália, Holanda e Índia, entre outros, a credibilidade da Igreja Católica está atravessando um momento muito crítico. Aonde irá parar, se as coisas não mudarem? As denúncias de abusos sexuais já terminaram, ou ainda há muito o que se descobrir? O que se pode fazer para frear este fenômeno que poderia atingir todos os países católicos do mundo?

PSDB sempre cresce na reta final da eleição

Por Renato Rovai, em seu blog:

Eleição não é uma caixinha de surpresas, como pensam alguns, e nem algo absurdamente previsível. É um misto das duas coisas, mas é sempre necessário levar em conta que o voto tem história.

E a história do voto em eleições presidenciais mostra que o PSDB sempre cresce na reta final, mesmo quando passou por péssimos momentos na campanha.

A primeira eleição do partido foi em 1989, depois de ter sido criado para a eleição municipal de 88, quando o PMDB rachou.

Deputado, Bolsonaro votou por 'privilégios'

Da Rede Brasil Atual:

O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) se diz contra "privilégios" do funcionalismo e defensor de medidas de controle dos gastos públicos, além de afirmar ser um liberal e anunciar que seu governo vai privatizar empresas estatais. Totalmente oposto ao que ele defendeu, na prática, em seus 27 anos como deputado federal representando o estado do Rio de Janeiro.

Um levantamento nos arquivos da Câmara Federal mostra que o deputado votou, por exemplo, contra a extinção da aposentadoria integral para servidores públicos, foi a favor da criação de novos municípios, foi contra a privatização das telecomunicações e da Petrobras e apoiou a concessão de isenções fiscais para setores específicos da economia. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Temer cede à pressão de farmacêutica dos EUA

Do blog Socialista Morena:

Os Médicos Sem Fronteira soltaram um comunicado lamentando a decisão do governo brasileiro, através do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), de conceder a patente do medicamento sofosbuvir, contra a hepatite C, à farmacêutica norte-americana Gilead, e impedindo que nosso país produza um genérico quatro vezes mais barato na Fiocruz, já aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Haddad e a estrada aberta nas pesquisas

Recife, 22/9/18
Fotos: Ricardo Stuckert
Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

A pesquisa Datafolha revela dados muito mais positivos para Haddad do que os 16% dos eleitores que declararam que votarão nele para presidente - um índice que o coloca em segundo lugar na disputa por duas vagas no segundo turno.

De acordo o Datafolha, 33% dos eleitores dizem que votarão, com certeza, no candidato que Lula indicar e 16% talvez façam isso. Haddad poderia ter, portanto, 49% dos votos no primeiro no primeiro turno.

E por que está muito longe disso?

FHC procura o anti-Haddad. Resto é conversa

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Quando faltam duas semanas para o primeiro turno da eleição presidencial, Fernando Henrique Cardoso entra em cena para tentar embaralhar a sucessão brasileira.

Agora que a repulsa a candidatura de Jair Bolsonaro se torna um dado essencial do momento político, e permite antecipar uma vitória de Fernando Haddad na sucessão presidencial, FHC escreve uma Carta a Eleitoras e Eleitores onde fala na necessidade de encontrar um "candidato que não aposte em soluções extremas". É preciso ter cautela nesta argumentação.

A morte do PSDB e sua herança maldita

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A historiadora Céli Pinto, em artigo no Sul 21, escreve uma afirmação terrível.

Quando pesquisas apontam que o eleitor preferencial de Bolsonaro é homem com mais de 40 anos e nível superior, estamos frente a ex-eleitores de FHC, Serra, Alckmin e Aécio. Bolsonaro é o presente do PSDB para o Brasil.

Infelizmente, é a verdade.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

O plano econômico de Jair Bolsonaro

Por Alexandre Andrada, no site The Intercept-Brasil:

Ler o programa de governo de Jair Bolsonaro, intitulado O Caminho da Prosperidade, é aventurar-se pela cabeça do candidato e de sua equipe. E esse é o lado ruim.

Assusta que um candidato apresente um projeto tão pífio para uma campanha presidencial. Assusta que esse candidato seja o atual líder nas pesquisas de opinião. Bolsonaro é uma ameaça não só para nossa democracia, mas também para nosso desenvolvimento econômico e para os nossos frágeis avanços sociais.

Até FHC reaparece na campanha retrô 2018

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Na campanha de volta ao passado, que marca estas eleições de 2018, só faltava ele.

Não falta mais, ele voltou.

Fernando Henrique Cardoso, não satisfeito com as “entrevistas exclusivas” diárias que concede aos amigos da grande imprensa, resolveu escrever uma carta aos seus eleitores para dizer como eles devem votar.

Em seu habitual estilo melífluo e gordurento, sem dar nomes aos bois, alerta seus seguidores - quantos ainda serão? - que eles devem se unir em torno de um candidato de “centro” para evitar a vitória dos “extremistas” que lideram as pesquisas.

Pesquisas não podem substituir as ruas

Editorial do site Vermelho:

As pesquisas se incorporaram ao instrumental das campanhas eleitorais. Estão presentes inclusive no âmbito interno das candidaturas como espécie de bússola. Ignorá-las é atuar às cegas, sem bases para promover ajustes. Mas são também poderosas armas para manipulações. Pode-se observar isso na diferença entre as recentes aferições dos institutos MDA, Ibope e Datafolha. Ao passo que os dois primeiros revelam forte crescimento do candidato Fernando Haddad, com 17,6% no MDA (Jair Bolsonaro tem 28,2% e Ciro Gomes 10,8%) e 19% no Ibope (Bolsonaro tem 28% e Ciro Gomes 11%), o Datafolha mostra uma ascendência moderada, com 16% (Bolsonaro tem 28% e Ciro Gomes 13%).

O descaramento do FHC

Por Jeferson Miola, em seu blog:

FHC foi um dos principais artífices intelectuais do golpe que impregnou a sociedade com ódio, incendiou o Brasil e devastou a economia e a soberania nacional.

A publicação da carta aos eleitores e eleitoras mostra que FHC escolheu o descaramento como traço definidor do seu caráter.

É de uma torpeza sem nome a afirmação, na carta, de que Haddad é uma das duas “soluções extremas” do espectro político – só há um extremismo a ser combatido e derrotado implacavelmente, que é o bolsonarismo em todas suas variantes. Atribuir igualmente ao PT a condição de pária da democracia é mais que oportunismo descabido, é desonestidade teórica.

Fórum 21 divulga ''Manifesto aos Democratas'

Enviado por Joaquim Palhares

Frente à polarização nestas eleições, entre os que estão do lado do golpe e os que estão do lado da resistência, o Fórum 21, rede de acadêmicos e intelectuais, criada desde as primeiras manifestações do golpismo em 2014, divulga seu Manifesto aos Democratas: Haddad é Lula e Lula é Haddad, pela vitória da resistência.

Os riscos para a democracia

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

A disputa presidencial finalmente decantou, passando a refletir claramente a divisão política estrutural do país.

A pesquisa Ibope revelou a colossal e veloz transferência de votos do ex-presidente Lula para seu candidato, indicando a grande possibilidade de que o petista Fernando Haddad venha a disputar o segundo turno com o líder Jair Bolsonaro.

Será, como já escrevi aqui, uma disputa plebiscitária entre os que tentarão reconduzir o PT ao governo e o antipetismo, agora representado por Bolsonaro, o que traz riscos evidentes para democracia.

Eleições-2018: Civilização ou barbárie?

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O quadro de outubro próximo, visto pura e simplesmente do ponto de vista eleitoral, ou seja, na sua aparência, ensejará, a escolha entre o capitão e a alterativa representada por Fernando Haddad ou Ciro Gomes.

Na primeira hipótese, teremos a transição, pela via eleitoral (anunciada para o segundo turno), do Estado autoritário para a ditadura fascista, aqui (como em toda parte) apoiada, em suas origens, por grandes contingentes populares (açulados pela grande imprensa e pelo neopentecostalismo primitivo) e por poderosos setores econômicos e militares, espalhados nas tropas e nos comandos entre oficiais superiores da reserva (os mais falantes) e da ativa.

O ovo de uma serpente já conhecida

Por Kai Michael Kenkel, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Cada um é formado pela sua história pessoal. Eu sou alemão, crescido nos Estados Unidos, acadêmico de relações internacionais (política) no Brasil. A guerra e a intolerância política afetaram profundamente a minha família. Isso me norteia politicamente. Como alemão de minha geração, o ponto fixo inescapável que orienta toda a consciência na minha formação cidadã é o legado do fascismo: o Holocausto e a Segunda Guerra, e a firme missão de nunca deixar isso acontecer de novo, em lugar nenhum. Não existe nenhum princípio político mais sagrado que esse.

O efeito da mídia nas eleições

Por João Feres Júnior, na revista CartaCapital:

O efeito dos meios de comunicação é o Santo Graal de todos os pesquisadores da área de mídia e política. É claro que sabemos que ela tem efeito sobre a formação de opinião, pois a quase totalidade das informações sobre política que os eleitores recebem em sociedades complexas como a nossa advém da mídia.

Ao mesmo tempo, é muito difícil estimar com precisão a intensidade desse efeito. A edição do debate entre Lula e Fernando Collor no Jornal Nacional às vésperas do segundo turno da eleição de 1989 foi decisiva para o resultado final da disputa? Provavelmente sim, mas nunca saberemos se foi fator decisivo.