domingo, 14 de outubro de 2018

Os debates e a estratégia de Bolsonaro

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

A recusa do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) em participar de debates é uma estratégia clara, pela qual ele silencia sobre questões delicadas de seu histórico político, desconhecido em grande parte pelo eleitor. Entre os inúmeros temas constrangedores que ele teria que explicar estão o fato de ser réu em duas ações penais no STF, acusado de incitação ao estupro; ter votado contra a PEC dos trabalhadores domésticos, contra os trabalhadores na reforma trabalhista e contra o cidadão, na PEC do teto de gastos; nunca ter aprovado pauta relevante em quase três décadas no Congresso Nacional; e o preconceito contra LGBTs, negros e por estimular a violência.

O que o povo espera dessas eleições?

Por Tita Carneiro, no jornal Brasil de Fato:

Desde 2013 vem-se criando um clima de instabilidade no país, o que podemos chamar de crise institucional. Em 2016, quando foi dado o golpe na democracia e nos nossos direitos, ficou muito evidente a existência de dois projetos em disputa na nossa sociedade.

O projeto da morte, que hoje se expressa na candidatura de Bolsonaro tendo como única munição as mentiras inventadas sobre os governos de Lula e Dilma, mentiras estas que associam estes governos à corrupção, sexualidade ou extremismo. Se mantém preso a estes temas para não ter que explicar qual seu projeto para as camadas mais pobres da população brasileira, pois seu principal objetivo é fazer com que os ricos sejam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Milícias e milicianos bolsonaristas

Por Jeferson Miola, em seu blog:             

As portas do fascismo foram abertas; por elas passaram as milícias e os milicianos bolsonaristas que ameaçam de morte a já bastante debilitada democracia brasileira.

O terrorismo bolsonarista cresceu espantosamente mal terminado o primeiro turno eleitoral. São alarmantes os relatos das vítimas de agressões, ameaças, espancamentos, ofensas e intimidações de bolsonaristas.

Em menos de 1 semana, quase 1 centena de casos de agressões foi registrado, o que é inédito na cultura política brasileira – incluindo assassinato por motivação política, espancamentos, remoção de placa indicativa de rua com o nome da Marielle e a gravação, com canivete, da suástica nazista no corpo de uma jovem!

Congresso Nacional, a renovação do atraso

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

Ferrenho opositor da ditadura, líder das Diretas Já e presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães deixou um inegável legado de luta pela democracia, mas uma de suas máximas parece assombrar os brasileiros como uma maldição: “Se está ruim esta legislatura, espere a próxima”.

Nunca fez tanto sentido. A partir de 2019, o Brasil terá um Congresso ainda mais fisiológico, reacionário e intelectualmente indigente. Em meio à onda bolsonarista que se alastrou pelo Centro-Sul do País na reta final da campanha, o até então inexpressivo PSL tornou-se a segunda maior bancada da Câmara, com 52 deputados, atrás apenas do PT.

O "patriotismo" charlatão de Jair Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

Charlatanismo. Eis o melhor nome para o visto temporário para o mundo do patriotismo que o candidato presidencial Jair Bolsonaro se autoconcedeu. Sem a menor cerimônia, ele adota um tom cínico na campanha ao fazer acenos eleitoreiros que confrontam descaradamente seu programa de governo. Enquanto o candidato da direita fala em preservar o "miolo da Petrobrás" e frear a privatização da Eletrobras, prometendo inclusive uma inacreditável intervenção na margem de lucro na venda de combustíveis, o "Projeto Fênix", como é chamado o seu programa de governo, diz que a política de preços para derivados de petróleo deve ser mantida e seguir o mercado internacional e que a empresa deve vender parcela substancial da sua capacidade de refino, varejo, transporte e outras atividades, além de criar um "mercado livre de gás natural".

As 5 razões pelas quais Haddad será eleito

Por Luís Fernando Vitagliano, no site Brasil Debate:

Não, senhoras e senhores, nem tudo está decidido e a virada pode ser histórica. O fato de nunca ter acontecido um revés tão grande como o que se desenhará não torna o fato improvável. A distância pequena de Bolsonaro em relação à vitória em primeiro turno não garante acúmulo preestabelecido para vencer em segundo turno. Mesmo aqueles que apostam na estratégia de Bolsonaro nas redes, que imita a vitoriosa campanha de Trump (e sua eleição nos EUA de uma figura desacreditada e rejeitada para o presidente eleito) estão enganados quando pensam que isso vai se repetir no Brasil – em primeiro lugar porque lá não tem segundo turno, em segundo lugar, porque mesmo nos EUA, Trump perdeu na votação popular (aqui teria perdido as eleições); só venceu no colégio eleitoral.

Bolsonaro, poder militar e o pacto nacional

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Têm-se uma certeza: o pacto político pós-Constituinte acabou. O bipartidarismo esfacelou-se com o fim virtual do PSDB. O PT mantém-se como o maior partido do país, mas ilhado por uma enorme corrente de antipetismo que ameaça a eleição de Fernando Haddad e, muito mais ainda, um eventual governo, em caso de vitória.

No plano racional, em um ponto qualquer do futuro, o PT ampliaria seu escopo, de representante de movimentos sociais e sindicatos, para um autêntico partido social-democrata, atraindo setores democráticos e progressistas órfãos do modelo atual – e até do PT atual. Na outra ponta, haveria um movimento em relação ao centro-direita, liderado por algum político mais capacitado que Bolsonaro.

sábado, 13 de outubro de 2018

Regina Duarte, a namoradinha dos fascistas

Por Altamiro Borges

Atriz da TV Globo desde 1969, Regina Duarte já protagonizou várias novelas e ganhou o apelido de “namoradinha do Brasil” em 1971, em plena ditadura do general Emílio Garrastazu Médici. Nesta sexta-feira (12), ela talvez tenha relembrado aquele triste e sanguinário período no seu encontro com Jair Bolsonaro, o candidato que faz apologia da tortura e do regime militar. Após a visita, o fascista publicou uma foto com a celebridade global em suas redes sociais. O apoio não causa surpresa. Faz tempo que Regina Duarte se transformou na “namoradinha” do que há de mais reacionário e atrasado no Brasil.

Mídia abafa violência dos bolsonaristas

Brasil decide entre civilização e barbárie

Quem vai criar empregos?

Por Cesar Locatelli, no site Jornalistas Livres:

Se a questão do emprego não é a mais, certamente é uma das mais importantes para todos nós, trabalhadores. É essencial sabermos os planos que os candidatos têm, como pretendem agir e como entendem o papel do governo na criação de empregos e no combate ao desemprego. Esse foi o objetivo da análise a seguir, em que buscamos todas as menções às palavras “emprego” e “desemprego” nos planos de governo de Haddad e de Bolsonaro.

Jornalistas em luta contra o fascismo

Do site da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj):

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), representante máxima da categoria no Brasil, novamente se dirige aos/às jornalistas e à sociedade para defender a democracia e opor-se ao fascismo emergente. Em breve, o povo brasileiro vai voltar às urnas para eleger o novo presidente do país e não restam dúvidas de que a disputa não se dá entre dois projetos democráticos, mas entre uma candidatura que respeita a institucionalidade e o jogo democrático e outra que representa uma regressão política e até mesmo civilizatória.

O reacionarismo e o time dos Pilatos

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Ciro Gomes declarou apoio crítico, lavou as mãos e foi para a Europa.

Marina Silva declarou neutralidade, criticou Bolsonaro e também lavou as mãos, não pregando o voto em Haddad.

Os partidos de centro-direita fizeram fila no lavabo para lavar mãos.

O último a sair foi o MDB, que ontem declarou sua neutralidade.

Fernando Henrique renegou a promessa anterior de apoiar o PT contra a extrema-direita.

Vagabundagem do mercado aplaude nazista

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                                                             
É de dar engulhos estomacais o noticiário sobre a euforia que tomou do chamado mercado diante da votação obtida pelo capitão nazista no primeiro turno das eleições presidenciais.

Como boa parte da mídia monopolista reflete os interesses do tal mercado, um grande contingente de brasileiros e brasileiras não se dá conta do que ele realmente significa. Na certa, imagina que tem a ver com a economia real, com produção, com salário, com emprego.Ledo engano.

Na realidade, o mercado se limita a um conglomerado formado por um pequeno número de bancos - que se dedicam à agiotagem oficializada -, corretoras de valores, casas de câmbio, fundos de investimentos, etc.

STF e a “maldição autoritária” em andamento

Por Rodrigo Lentz, no site da Fundação Maurício Grabois:

A declaração pública do novo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, de que “a intervenção militar” de 1964 não foi “nem golpe, nem revolução”, mas um “movimento”, é um espirro de gasolina na fogueira política que nos encontramos desde junho de 2013.

Visto de forma isolada, do ponto de vista acadêmico, nomear de “movimento de 1964” é uma distorção imprudente sobre a participação civil no golpe de 1964. Em verdade, boa parte de empresários, ruralistas, políticos, jornalistas, juízes, advogados, religiosos e organizações sociais conspiraram para impedir a posse de João Goulart e dar o chamado “golpe branco” do parlamentarismo em 1961. Depois seguiram com os militares para desestabilizar e derrubar o governo eleito pela soberania popular. Por isso, historiadores, como o evocado por Toffoli, Daniel Araão Filho, argumentam, com razão, que existiu um “movimento civil militar” no golpe 1964, evento esse reconhecido como autoritário por ampla historiografia, nacional e internacional. E militares, com razão, reclamam que assumiram sozinhos o ônus de quebrar as regras do jogo democrático e colocar em prática uma ditadura. A Globo, por exemplo, só foi admitir “seu erro” em 2013, quase cinquenta anos depois e, mesmo assim, sem assumir suas responsabilidades, especialmente por acobertar a tortura, o desaparecimento e a execução sumária de opositores [1].

Fake news impulsionaram fascismo na eleição

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

As mentiras nas redes sociais, as chamadas fake news, foram o fator mais importante na ascensão do candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro e seus aliados nas eleições de domingo. Foram as notícias falsas, espalhadas sobretudo pelo whatsapp, que impulsionaram a “onda” bolsonarista às vésperas da eleição, e não o “antipetismo” da sociedade. E a maior evidência disso são as derrotas inesperadas de Dilma Rousseff e Eduardo Suplicy na disputa para o Senado em Minas e São Paulo.

Austeridade faz aumentar a miséria no Brasil

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

A austeridade fiscal provocou um crescimento da pobreza extrema (miséria). É o que mostra um estudo da Consultoria Tendências: a partir de 2015, com a mudança da política econômica, que implementou a austeridade fiscal com cortes de gastos e investimentos, contribuindo para a crise econômica, ampliou o número de famílias na miséria. São consideradas pelo estudo em situação de extrema pobreza famílias com renda domiciliar per capita abaixo de R$ 85 (valores de 2017).

“Democratas brasileiros, uni-vos!”

Por Boaventura de Sousa Santos, no site Outras Palavras:

A democracia brasileira está à beira do abismo. O golpe institucional que se iniciou com o impeachment da presidente Dilma e prosseguiu com a injusta prisão do ex-presidente Lula da Silva está quase consumado. A consumação do golpe significa hoje algo muito diferente do que foi inicialmente pensado por muitas das forças políticas e sociais que o protagonizaram ou dele não discordaram. Algumas dessas forças agiram ou reagiram no convencimento genuíno de que o golpe visava regenerar a democracia brasileira por via da luta contra a corrupção; outros entendiam que era o modo de neutralizar a ascensão das classes populares a um nível de vida que mais tarde ou mais cedo ameaçaria não apenas as elites mas também as classes médias (muitas delas produto das políticas redistributivas contra as quais agora se viravam). Obviamente, nenhum destes grupos falava de golpe e ambos acreditavam que a democracia era estável. Não se deram conta de que havia três bombas-relógio construídas em tempos muito diversos mas podendo explodir simultaneamente. Se tal ocorresse, a democracia revelaria toda a sua fragilidade e possivelmente não sobreviveria.

Não há ilusão, há cumplicidade

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

De uma coisa não se pode acusar Jair Bolsonaro, de esconder a sua natureza monstruosa.

Há 30 anos ele a expõe.

Não há enganados, há cúmplices e há tolos.

Os generais sabem que ele queria explodir bombas em quartéis.

Os que pensam respeitar a dignidade humana sabem que ele faz a apologia da tortura e da morte.

Bastidores do apoio da Record a Bolsonaro

Por Leandro Demori, no site The Intercept-Brasil:

Rede Record, Rede Bandeirantes, Portal R7 e Jovem Pan estão balançando o berço de Bolsonaro. É nelas que Jair vai se fiar a partir do ano que vem – seus donos esperam, claro, que ele seja o novo presidente. Pretendo voltar às TVs e também à decisão da Folha de não chamar Bolsonaro de “extrema-direita” em um post no site na semana que vem, se conseguir levantar mais detalhes. Hoje vou falar só do R7, o portal de notícias do Edir Macedo.