segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Slogan de Bolsonaro e o lema de Hitler

Por Raquel Wandelli, no site Jornalistas Livres:

Na manhã deste domingo (14/10) a Capela da Igreja Católica de São Pedro da Serra, em Friburgo (RJ), amanheceu pichada com símbolos da suástica, como provável resposta ao encontro mantido pelo candidato Fernando Haddad com a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil. O fato coroou de horror a onda de violência na semana em que bolsonaristas assassinaram o mestre baiano Moa do Katendê, agrediram e marcaram uma estudante gaúcha de 19 anos com a suástica na barriga porque vestia uma camiseta do Ele Não. 

Rede para combater fake news dos fascistas

Do blog Socialista Morena:

Uma iniciativa para romper o bloqueio da mídia e superar as estruturas de distribuição de conteúdo dos partidos, instituições e coletivos foi idealizada por engenheiros eletricistas, programadores, matemáticos e profissionais liberais do Rio de Janeiro para permitir que as fake news e mentiras dos apoiadores do candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro sejam rebatidas rapidamente e de forma descentralizada, garantindo que os participantes de cada grupo não sejam expostos fora de seus grupos.

Bolsonaristas são sujos; mídia é cúmplice

Por Bepe Damasco, em seu blog:

É certo que nada se pode esperar de grupos de mídia tão calhordas como os nossos. No entanto, não deixa de ser estarrecedor o tratamento dado pelo monopólio midiático à violência protagonizada por seguidores do capitão nazista, que cresceu de forma alarmante na primeira semana do segundo turno.

Para o portal UOL, da Folha de São Paulo, a violência não tem digitais nem rosto. Matéria publicada com destaque pelo veículo enfatiza que a violência verificada nesta campanha é algo inédito desde a redemocratização. Mas deve estar sendo praticada por ectoplasmas, porque o UOL se limita a fazer uma pobre análise sociológica do problema.

Resignação ou resistência

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O tempo está correndo e daqui a 14 dias será o segundo turno.

Bolsonaro manteve, segundo a primeira pesquisa Datafolha, a vantagem de 16 pontos percentuais sobre Fernando Haddad (58% a 42% dos votos válidos) obtidos no primeiro.

Os Pilatos da direita lavaram as mãos, alegando tratar-se de disputa entre dois extremos; Ciro Gomes e Marina Silva saíram de cena lambendo as mágoas com o PT.

Apontar Haddad como o outro extremo é desonesto e o dilema é falso.

A escolha a ser feita é entre a continuidade da experiência democrática, que já fez do Brasil um país bem melhor, e o início de uma nova aventura autoritária.

Velha mídia dança a beira do abismo

Campo de concentração Dachau/
Por Antonio Barbosa Filho

Quando você entra no campo de concentração de Dachau, próximo a Munique, na primeira sala encontra uma espécie de pequena mesa, quase uma cela de cavalo, onde cada preso era forçado a se inclinar para levar chibatadas, apenas para saber que dali para frente não seria mais tratado como ser humano. Um por um, uma por uma.

Na mesma sala, vitrines exibem documentos e fotos de vários presos, naquele que foi o campo pioneiro, modelo depois copiado em dezenas de prisões por toda a Europa ocupada pelos nazistas. Vê-se logo que, pelos documentos e fichas expostos, os prisioneiros não eram apenas judeus. Na verdade, começaram pelos ciganos, depois intelectuais, depois sindicalistas e operários, depois os judeus. 

domingo, 14 de outubro de 2018

Bolsonaro, o fujão, confessa a covardia

Por Altamiro Borges

O fascistoide Jair Bolsonaro, que adora posar de valentão, pode sair da campanha eleitoral com a fama de covarde, de fujão. Após o lamentável episódio da facada em Juiz de Fora (MG), ele foi orientado pela equipe médica a ficar em repouso. Mesmo assim, ele participou de várias reuniões, tirou centenas de fotos com fanáticos seguidores e até ganhou espaços privilegiados na TV Record e em outras emissoras mercenárias. Por outro lado, já há vários indícios de que o candidato do PSL está usando de forma acovardada a mesma prescrição médica para evitar se expor nos debates. Nesta semana, dois jornais questionaram a jogada pusilânime.

"Não é hora de ficar neutro"

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

“Eles vão fazer o que eles estão dizendo, se eleitos. E vai sobrar para todo mundo. Vai sobrar para o povo, vai sobrar para as classes médias e para as elites. Está na hora de escolher o lado. Não dá para ficar neutro entre o neofascista, a extrema direita, e a frente democrática.”

É a conclamação que faz o professor Paulo Sérgio Pinheiro, que foi secretário dos Direitos Humanos no governo de Fernando Henrique Cardoso e um dos coordenadores da Comissão Nacional da Verdade.

Evangélicos garantiram a vitória de Hitler

Por Hermes Fernandes, pastor, no blog Diário do Centro do Mundo:

Não é a primeira vez que líderes evangélicos apoiam o fascismo. Dentre os 17 mil pastores evangélicos que haviam na Alemanha, nem 1% se negaram a apoiar o regime nazista. Protestantes ouviram seus líderes insistindo que cooperassem com Hitler. A primeira maioria absoluta conseguida pelo Partido Nazista nas eleições estaduais aconteceu em 1932 em Oldemburgo, um distrito em que 75% da população eram protestantes. Nacionalismo, anti-comunismo e ressentimentos contra a comunidade internacional devido a tratados punitivos durante a Primeira Guerra Mundial também influenciaram as decisões dos protestantes e católicos.

Um furacão chamado Bolsonaro

Por Raúl Zibechi, no site Carta Maior:

A ascensão vertiginosa da ultradireita tem raízes históricas, sociais e culturais que é necessário analisar para não ficar apenas nos adjetivos. As elites dominantes abandonaram a democracia como instância de negociação de interesses opostos e parecem se encaminhar a um enfrentamento radical com os setores populares. No Brasil, isso significa uma guerra de classes, de cores de pele e de gêneros, onde as mulheres, os negros e os pobres são o objetivo a eliminar.

A 'Folha' e a serpente fascista

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A coluna da ombudsman da Folha de hoje, depois de meses de campanha eleitoral, discute se a candidatura de Jair Bolsonaro merece ser chamada de “extrema-direita” ou não.

Seria cômico, se não fosse trágico, como no velho adágio popular.

Dizem os dirigentes do jornal que só a chamariam de “extremista” se fosse uma das “facções que praticam ou pregam a violência como método político”.

Bolsonaro e o repúdio à reforma trabalhista

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Enquanto a campanha de Jair Bolsonaro tem feito o possível para mobilizar a fé religiosa como argumento fundamental para a escolha de candidato a presidente no segundo turno, é conveniente debater questões de natureza política e econômica que alimentam a vida cotidiana dos 215 milhões de brasileiros, sejam evangélicos, católicos, muçulmanos, judeus ou praticantes do candomblé.

Estamos falando de decisões que envolvem a criação de empregos e condições de trabalho, crescimento econômico e combate a pobreza, sempre essenciais num país que possui as desigualdades que todos conhecemos e agora enfrenta uma das piores crises de sua história. Um bom exemplo encontra-se na reforma trabalhista.

Haddad vai desmontar o "mito"?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Semanas atrás, circulou na internet vídeo mostrando um batalhão de milicianos sem camisa e com calças camufladas, marchando na orla de Copacabana, aos gritos de “Mito!Mito!Mito!” como se fosse a coisa mais normal do mundo.

No começo dos anos 30 na Alemanha, de onde vieram meus pais, também não prestaram muita atenção em cenas assustadoras como essas, que não vi registradas na imprensa.

De onde, afinal, vem esse “Mito”, carregado nos ombros dos seus seguidores?

Reagan, Bolsonaro e a “missão divina”

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Um colega evangélico justificou o voto em Bolsonaro: “Ele tem uma missão”.

Quis entender melhor. “Os sinais do Apocalipse estão todos aí. Famílias desfeitas, crime, crise econômica”, argumentou.

Ele balançou quando falei sobre a reforma trabalhista, pela qual o colega foi prejudicado e Bolsonaro apoiou.

“Se sobreviveu ao atentado, é que tem uma missão. O que passou, passou”, respondeu.

A conversa me remeteu aos anos 80, quando eu era correspondente da TV Manchete em Nova York e cobri a tentativa bem sucedida de Ronald Reagan de eleger seu candidato à Casa Branca, George Bush pai.

Os debates e a estratégia de Bolsonaro

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

A recusa do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) em participar de debates é uma estratégia clara, pela qual ele silencia sobre questões delicadas de seu histórico político, desconhecido em grande parte pelo eleitor. Entre os inúmeros temas constrangedores que ele teria que explicar estão o fato de ser réu em duas ações penais no STF, acusado de incitação ao estupro; ter votado contra a PEC dos trabalhadores domésticos, contra os trabalhadores na reforma trabalhista e contra o cidadão, na PEC do teto de gastos; nunca ter aprovado pauta relevante em quase três décadas no Congresso Nacional; e o preconceito contra LGBTs, negros e por estimular a violência.

O que o povo espera dessas eleições?

Por Tita Carneiro, no jornal Brasil de Fato:

Desde 2013 vem-se criando um clima de instabilidade no país, o que podemos chamar de crise institucional. Em 2016, quando foi dado o golpe na democracia e nos nossos direitos, ficou muito evidente a existência de dois projetos em disputa na nossa sociedade.

O projeto da morte, que hoje se expressa na candidatura de Bolsonaro tendo como única munição as mentiras inventadas sobre os governos de Lula e Dilma, mentiras estas que associam estes governos à corrupção, sexualidade ou extremismo. Se mantém preso a estes temas para não ter que explicar qual seu projeto para as camadas mais pobres da população brasileira, pois seu principal objetivo é fazer com que os ricos sejam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Milícias e milicianos bolsonaristas

Por Jeferson Miola, em seu blog:             

As portas do fascismo foram abertas; por elas passaram as milícias e os milicianos bolsonaristas que ameaçam de morte a já bastante debilitada democracia brasileira.

O terrorismo bolsonarista cresceu espantosamente mal terminado o primeiro turno eleitoral. São alarmantes os relatos das vítimas de agressões, ameaças, espancamentos, ofensas e intimidações de bolsonaristas.

Em menos de 1 semana, quase 1 centena de casos de agressões foi registrado, o que é inédito na cultura política brasileira – incluindo assassinato por motivação política, espancamentos, remoção de placa indicativa de rua com o nome da Marielle e a gravação, com canivete, da suástica nazista no corpo de uma jovem!

Congresso Nacional, a renovação do atraso

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

Ferrenho opositor da ditadura, líder das Diretas Já e presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães deixou um inegável legado de luta pela democracia, mas uma de suas máximas parece assombrar os brasileiros como uma maldição: “Se está ruim esta legislatura, espere a próxima”.

Nunca fez tanto sentido. A partir de 2019, o Brasil terá um Congresso ainda mais fisiológico, reacionário e intelectualmente indigente. Em meio à onda bolsonarista que se alastrou pelo Centro-Sul do País na reta final da campanha, o até então inexpressivo PSL tornou-se a segunda maior bancada da Câmara, com 52 deputados, atrás apenas do PT.

O "patriotismo" charlatão de Jair Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

Charlatanismo. Eis o melhor nome para o visto temporário para o mundo do patriotismo que o candidato presidencial Jair Bolsonaro se autoconcedeu. Sem a menor cerimônia, ele adota um tom cínico na campanha ao fazer acenos eleitoreiros que confrontam descaradamente seu programa de governo. Enquanto o candidato da direita fala em preservar o "miolo da Petrobrás" e frear a privatização da Eletrobras, prometendo inclusive uma inacreditável intervenção na margem de lucro na venda de combustíveis, o "Projeto Fênix", como é chamado o seu programa de governo, diz que a política de preços para derivados de petróleo deve ser mantida e seguir o mercado internacional e que a empresa deve vender parcela substancial da sua capacidade de refino, varejo, transporte e outras atividades, além de criar um "mercado livre de gás natural".

As 5 razões pelas quais Haddad será eleito

Por Luís Fernando Vitagliano, no site Brasil Debate:

Não, senhoras e senhores, nem tudo está decidido e a virada pode ser histórica. O fato de nunca ter acontecido um revés tão grande como o que se desenhará não torna o fato improvável. A distância pequena de Bolsonaro em relação à vitória em primeiro turno não garante acúmulo preestabelecido para vencer em segundo turno. Mesmo aqueles que apostam na estratégia de Bolsonaro nas redes, que imita a vitoriosa campanha de Trump (e sua eleição nos EUA de uma figura desacreditada e rejeitada para o presidente eleito) estão enganados quando pensam que isso vai se repetir no Brasil – em primeiro lugar porque lá não tem segundo turno, em segundo lugar, porque mesmo nos EUA, Trump perdeu na votação popular (aqui teria perdido as eleições); só venceu no colégio eleitoral.

Bolsonaro, poder militar e o pacto nacional

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Têm-se uma certeza: o pacto político pós-Constituinte acabou. O bipartidarismo esfacelou-se com o fim virtual do PSDB. O PT mantém-se como o maior partido do país, mas ilhado por uma enorme corrente de antipetismo que ameaça a eleição de Fernando Haddad e, muito mais ainda, um eventual governo, em caso de vitória.

No plano racional, em um ponto qualquer do futuro, o PT ampliaria seu escopo, de representante de movimentos sociais e sindicatos, para um autêntico partido social-democrata, atraindo setores democráticos e progressistas órfãos do modelo atual – e até do PT atual. Na outra ponta, haveria um movimento em relação ao centro-direita, liderado por algum político mais capacitado que Bolsonaro.