segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Oposição democrática começa agora

Editorial do site Vermelho:

É certo que o governo Bolsonaro enfrentará uma firme e decidida oposição, alicerçada nos mais de 47 milhões de votos da chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila e na ampla mobilização democrática da reta final da campanha eleitoral. Afinal, a eleição do candidato da extrema direita representa o maior retrocesso desde o fim do regime militar instaurado com o golpe de 1964. Foi a vitória de um projeto contrário à democracia, que traz como consequência a ameaça ao patrimônio nacional e aos direitos do povo. Agora, concretamente, o Brasil está diante de um poder declaradamente inimigo da sua soberania e das conquistas históricas dos trabalhadores.

A ameaça da ditadura desavergonhada

Por Marcelo Zero

Caso o presidente eleito cumpra as suas promessas antidemocráticas, o jornalista Elio Gaspari já pode preparar o quinto volume da sua série sobre a ditadura brasileira: A Ditadura Desavergonhada.

Com efeito, o que mais surpreende em Bolsonaro e no neofascismo que tomou conta do Brasil e derrotou a democracia é a sua total falta de vergonha.

Ele e seus seguidores falam as maiores barbaridades de forma aberta, sem pejo e sem hesitações.

Pior: falam com empáfia e estridência.

Se orgulham de sua própria bestialidade, da sua truculência tosca, da sua estupidez patente.

Todos juntos, atentos e fortes

Por Luiz Carlos Bresser-Pereira

Se eu fosse mulher, negro ou gay, eu estaria com medo. Eu não sou nem mulher, nem negro, nem gay, mas estou com medo. Com medo, mas com coragem – com a coragem que afasta o medo e nos leva a resistir.

Eu estou com vergonha da classe média e das elites brasileiras, às quais eu pertenço.

Elas foram responsáveis pelo golpe parlamentar que foi o impeachment, e agora apoiaram um candidato neofascista que age abertamente contra os direitos humanos e a democracia.

Carta aberta ao presidente Lula

Por José Sergio Gabrielli de Azevedo

Escrevo cedo na manhã do dia após as eleições. Bolsonaro ganhou e seu primeiro discurso, retomando uma velha retórica da Guerra Fria promete o combate ao socialismo e comunismo como princípios fundantes de seu ideário. Cito, literalmente: o Brasil não poderia continuar flertando "com o socialismo, o comunismo, o populismo e o extremismo da esquerda".

Com a Constituição na mão, Bolsonaro promete cumpri-la. Como lembrou o presidente do STF, ministro Toffoli, ela diz no seu terceiro artigo e eu cito literalmente:


domingo, 28 de outubro de 2018

Resistência e defesa da democracia começam já

Do Blog do Renato:

Confirmada a eleição do candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, o PCdoB emitiu nota em que conclama uma ampla unidade em defesa da democracia, do Brasil e dos direitos do povo. O partido considera que a eleição de Bolsonaro é um retrocesso que ameaça conquistas históricas do Brasil e dos brasileiros. Os comunistas transmitem ao povo brasileiro a certeza de que “uma maioria se levantará para defender a democracia”.

Leia abaixo a íntegra da nota:

Não há barbárie que dure para sempre

Por Valter Pomar, em seu blog:

O TSE acaba de informar que o candidato da extrema direita ganhou as eleições presidenciais de 2018, com 11 milhões de votos de vantagem. O candidato neofascista teve 57,5 milhões de votos e Haddad 46,5 milhões de votos.

Nossa resposta é: resistiremos.

O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes e mais de 140 milhões de eleitores.

O neofascista e ultraliberal não tem o apoio da maioria do povo brasileiro.

Firmeza e serenidade para resistir

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

As urnas falaram e por mais que doam a angústia e o receio com o que está por vir, não é hora de lamúrias e recriminações.

É hora de firmeza e serenidade, porque são elas que nos podem manter lúcidos e fortes para enfrentar o que virá e não se iludam com as declarações moderadas de Jair Bolsonaro nesta noite, na entrevista às televisões, entremeadas de clamores a Deus.

É mais próximo da realidade o Bolsonaro da live do Facebook: raivoso, ressentido, ameaçador.

Haddad: 'Estamos juntos, tenham coragem'

Arcos da Lapa, Rio de Janeiro. Foto Ricardo Stuckert
Da Rede Brasil Atual:

Em pronunciado após a confirmação do resultado, o candidato derrotado no segundo turno das eleições 2018, Fernando Haddad (PT), buscou acalmar os que temem a violência do discurso do vencedor Jair Bolsonaro (PSL), que representa a extrema-direita. "Abraçaremos a causa de vocês. Contem conosco. A vida é feita de coragem", disse.

"Para aqueles que vi com angústia e medo, que soluçaram de chorar. Não tenham medo. Estaremos aqui. Estamos juntos", completou Haddad, ao lado de sua mulher, Ana Estela Haddad, e da candidata a vice, Manuela D'Ávila (PCdoB) e lideranças de partidos aliados como Pros, PSB e Psol. O líder do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, que concorreu no primeiro turno pelo Psol, teve saudação especial de Haddad.

Resistir é imprescindível

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Resistir é preciso. Resistir ao fascismo é imprescindível.

E resistir é, acima de tudo, o único caminho que a história reserva aos democratas, aos libertários e aos humanistas do Brasil e do mundo.

Uma eleição não é garantia automática de democracia. Hitler ascendeu ao poder na Alemanha em 1933 depois de ter sido eleito. Em questão de meses, o hitlerismo foi convertido em filosofia oficial e em política de Estado do nazismo.

Não temos o direito de ser ingênuos. O mesmo pode acontecer no Brasil, se nada for feito para deter o itinerário que leva ao precipício nazi-fascista. A justiça eleitoral, entendo eu, dá evidentes sinais de ter se convertido em quartel-general do bolsonarismo.

A eleição terminou; a luta está começando

Da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo

Vivemos um processo eleitoral totalmente atípico. Desde o encerramento do período militar não tínhamos a prisão política de um líder, como a de Luiz Inácio Lula da Silva, injustamente condenado, e que teve sua candidatura impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Um processo em que forças que atuavam, até então, nos porões do país, emergiram a disputa presidencial provocando uma grande onda de ódio e violência contra o povo brasileiro.

Fátima Bezerra derrota a oligarquia no RN

Por Rafael Duarte, no site Saiba Mais:

A senadora da República Fátima Bezerra (PT) será a próxima governadora do Rio Grande do Norte, a partir de 1º de janeiro de 2019. Ela obteve mais de 1 milhão de votos e venceu o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) no 2º turno com 57,5% dos votos válidos enquanto Alves obteve o apoio de 42,4% dos eleitores. A diferença em favor de Fátima foi de mais de 200 mil votos até a publicação desta matéria. Nenhum governador eleito pelo Estado havia ultrapassado a marca de 1 milhão de votos.

Carta para minha mãe, Zuzu Angel

Por Hildegard Angel, em seu blog:

Minha mãe amada. Sua coragem e seu espírito de luta nos fazem muita falta nesta hora, neste dia. Imagino como a senhora estaria empenhada, batendo de porta em porta, distribuindo santinhos e mensagens, abordando as pessoas nas ruas ou onde quer que estivessem, para repedir a ladainha de seu sofrimento e de nossa tragédia, nos anos da ditadura no Brasil.

Sei o quanto a senhora prezava a democracia, a liberdade de se expressar, de ir, vir e se reunir. De pensar e de estudar. De criar. Tudo que nos foi negado por aqueles anos de escuridão, que também nos negaram as vidas de Stuart, seu filho, meu irmão, de Sônia, sua nora, minha cunhada, e sua própria vida.

sábado, 27 de outubro de 2018

Bolsonaro, Temer e o fim da aposentadoria

Por Altamiro Borges

O trabalhador que votar em Jair Bolsonaro estará cavando a sua própria sepultura – e sem direito à aposentadoria. Até para justificar o apoio da cloaca empresarial, o fascista pretende seguir e radicalizar a política do covil golpista contra os direitos dos assalariados. Nesta sexta-feira (26), o jornal Estadão – que não esconde sua simpatia pelo capacho patronal – informou que o candidato do PSL deseja aprovar uma “contrarreforma” da Previdência já no início de 2019. Sua dúvida é se manterá a essência do projeto de Michel Temer, com o aumento da idade e do tempo de contribuição, ou se apresentará uma proposta ainda mais radical para extinguir o direito de aposentadoria de milhões de brasileiros e instituir um sistema de capitalização individual da Previdência.

Tudo sobre Jair Bolsonaro

Os preconceituosos saem do armário

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

As pedras portuguesas da calçada do Largo do Arouche, no Centro de São Paulo, amanheceram tingidas de sangue na terça-feira, 16. Identificada apenas como “Priscila”, a travesti havia sido esfaqueada durante a madrugada. Após ser atacada em um bar, ela cambaleou até a porta de um hotel, onde implorou por socorro.

Levada para a Santa Casa, não resistiu à hemorragia e morreu a caminho do hospital. Um crime lamentavelmente comum nessa região da cidade, não fosse pelas circunstâncias políticas. Moradores relatam ter ouvido a gritaria que precedeu o crime.


Joice Hasselmann é a líder das fake news

Por João Filho e Nayara Felizardo, no site The Intercept-Brasil:

“Quero ser o Bolsonaro de saias". É assim que Joice Hasselmann projeta o seu mandato na Câmara. Eleita com mais de 1 milhão de votos pelo partido de Jair Bolsonaro, o PSL, a ex-jornalista paranaense ganhou fama nacional após virar uma expoente do reacionarismo brasileiro nas redes sociais. Seu alcance na internet é enorme. Só no Facebook ela conta com quase 2 milhões de seguidores. No YouTube, onde publica vídeos diariamente, já tem mais de 1 milhão.

Atos anticonstitucionais nas universidades

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Os ataques antirrepublicanos e antidemocráticos às universidades brasileiras nos últimos dias estão dentro do contexto de proliferação de decisões e atitudes anticonstitucionais do sistema jurídico do país que, historicamente, age de forma oligárquica.

Essa é a visão do jurista Fábio Konder Comparato, 82, em entrevista ao Tutaméia por correio eletrônico. Professor emérito da USP, ele desejou coragem à resistência nas universidades. A seguir, a íntegra:

A eleição e a esquina da História

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O clima está mudando. Faltando três dias para a volta às urnas, surgem sinais claros de que o sentimento do eleitorado foi tocado pelas proclamações precoces do que será o governo Bolsonaro, feitas pelo próprio, no embalo do já-ganhou.

O Ibope de anteontem captou a redução nacional da diferença entre os dois candidatos, a inversão nas curvas de rejeição de ambos, mudanças no voto evangélico e a surpreendente virada de Fernando Haddad na capital paulista, entre outros indícios. Estamos na esquina da História, prestes a fazer uma grave escolha, e algum vento sopra.

Haddad cresce, Bolsonaro em decomposição

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O último Datafolha indica que a vantagem de Jair Bolsonaro sobre Fernando Haddad diminuiu mais um pouco e agora é de 12% dos votos válidos (56% a 44%). No levantamento anterior, há duas semanas, a diferença era de 59% a 41%.

Considerando que Haddad precisa crescer 6% dos votos para vencer o pleito, estamos falando de 8,4 milhões + 1 voto para uma vitória, que, se for consumada, representará uma virada espetacular.

Um caso recente de mudança no segundo turno ocorreu na campanha de 2014. Embora Dilma tenha terminado o primeiro turno em vantagem, Aécio Neves começou a segunda fase à frente, e assim passou duas rodadas nas pesquisas, pela margem de 51% a 49%. Acabou vencido por Dilma na semana final, quando a presidente deu um salto estimado em 3 milhões de eleitores e cravou a diferença de 51,6% a 48,3%. Quem acompanhou o processo recorda que a mobilização aguerrida se manteve até o fechamento das urnas.

Militarismo com neoliberalismo dá tragédia

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Por Pedro Rossi, no site Brasil Debate:

A leitura do programa econômico do Bolsonaro aponta para dois eixos centrais e contraditórios. De um lado uma proposta de redução substancial do Estado, de outro, o militarismo. Essa combinação não deve atender às expectativas de ajuste fiscal, tampouco gerar emprego e crescimento econômico. Trata-se de um projeto de Estado máximo para a segurança e mínimo para os direitos sociais. Tudo para dar errado.