sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Segurança deve preocupar a esquerda

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                                                               
As ameaças de perseguição, exílio e cadeia às lideranças dos movimentos sociais e de partidos de esquerda não foram retiradas pelo capitão nazista que venceu as eleições presidenciais.

Ao contrário, na entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, quando perguntado sobre seu discurso para manifestantes da Avenida Paulista, no domingo anterior à eleição, Bolsonaro disse sem rodeios que se referia às cúpulas do PT e do PSOL.

Ou seja, reafirmou que faz parte de seus planos macabros rasgar a Constituição, fazendo letra morta das garantias fundamentais asseguradas pelo texto constitucional. E esse ataque aos direitos civis è as liberdades públicas pode se dar em várias frentes.

A "pacificação" nos termos de Bolsonaro

Por Mário Magalhães, no site The Intercept-Brasil:

No pronunciamento lido na noite do domingo, o presidente eleito Jair Bolsonaro mencionou uma vez o substantivo “democracia” e cinco vezes variações do adjetivo “democrático”. Citou 11 vezes a palavra “liberdade” e seis vezes “Deus”.

O marechal Castello Branco falou duas vezes “liberdade” e três vezes “livres” no discurso de posse como presidente, em abril de 1964. Evocou a democracia em cinco passagens. Limitou-se a uma referência a Deus. O orador tornava-se então o primeiro dos cinco ditadores do regime recém-parido. Foi escolhido por um Congresso manietado, e não por sufrágio universal.

Sergio Moro e o grande xerife

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

A presença do juiz Sergio Moro no superministério da Justiça do governo Bolsonaro é reveladora do tamanho das ambições políticas do presidente eleito e da existência de um projeto articulado de permanência do novo bloco no poder.

Se não com o próprio Bolsonaro (que já disse não desejar a reeleição, mas pode recuar, como tem recuado de outras decisões), com quem represente a extrema direita vitoriosa.

No núcleo duro do novo poder já se dizia, ontem, que Moro pode ser candidato a presidente em 2022.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Moro: de cabo eleitoral a superministro

Por Altamiro Borges

Herói da mídia monopolista, o juiz Sergio Moro acaba de ganhar de presente o posto de superministro do fascista Jair Bolsonaro. Ele cuidará da pasta da Justiça – tendo como chefe um presidente que defende a tortura e que é assumidamente machista, racista e homofóbico, e como futuros colegas inúmeros ministros que são acusados por corrupção e uso do Caixa-2, como Ônyx Lorenzoni e Alberto Fraga. Ao anunciar que aceita o cargo, o vaidoso magistrado apareceu ao lado do rentista Paulo Guedes, um abutre financeiro metido em vários escândalos de agiotagem.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Saga bolsonarista e os desafios da oposição

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O resultado do pleito do dia 28 último não deve ser estudado como um episódio em si, autônomo, fato isolado.

Estamos diante de fenômeno mais extenso e mais profundo do que sugerem as aparências, e suas raízes, sabidamente, nos remetem às jornadas de 2013, esfinge ainda não decifrada por analistas e políticos e que, por isso mesmo, vem devorando governos, partidos e lideranças. Entre muitas de suas artes está a de promover erupções que seguidamente surpreendem os cientistas, seja pela sua extensão, seja pela sua profundidade, semelhando a movimentação de placas tectônicas imprevistas pelos melhores sismógrafos.

Paulo Guedes e a social-democracia

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Tocqueville (1805-1859) seguidas vezes expressou aversão ao socialismo, arguindo que “a democracia quer a igualdade na liberdade e o socialismo quer a igualdade na extorsão e na servidão”. Morto aos 54 anos, o autor de “A democracia na América” – escrito no Século 19 – não chegou a acompanhar nenhuma experiência socialista “real”, com as suas perversões burocráticas e totalitárias, nem os monstros gerados no ventre dos capitalismos em crise, como o nazi-fascismo. Nem tomou contato sequer longínquo com as experiências social-democratas que fluíram no Século 20. Socialismo e democracia, segundo Tocqueville não eram compatíveis.

O futuro depende de que?

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

“Sopram ventos malignos no planeta azul”. Manuel Castells, in “Ruptura”

O que se conhece como emprego, ocupação, direitos sociais e trabalhistas e Estado está mudando e se transformará radicalmente nos próximos anos. O que virá é completamente desconhecido. Organizada a partir do mundo do trabalho, a luta por direitos, pela liberdade, democracia, igualdade e justiça terá que ser reinventada.

Autoritarismo de Bolsonaro é repelido

Editorial do site Vermelho:

Mal a Justiça Eleitoral encerrou os procedimentos de apuração do resultado final da eleições, vozes destacadas, que vão além do espectro de apoio à chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila, se pronunciaram em defesa da democracia. Falaram representantes do Supremo Tribunal Federal (STF), da Procuradoria-Geral da República e da Justiça Eleitoral. O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, pediu “respeito incondicional às instituições e aos direitos fundamentais, em especial às minorias e grupos mais vulneráveis”. Luciano Mariz Maia, vice-procurador-geral, da República, avaliou que nem tudo o que Bolsonaro falou “pode se converter em atos concretos”.

Ignorância ameaça futuro da Amazônia

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

“Tirar a floresta para colocar uma ou duas cabeças de gado por hectare é coisa de uma estupidez e de uma ignorância tão grandes que justifica quando se diz que a barbárie vem aí. É um domínio da ignorância em função de um lucro rápido: desmatar, colocar o boi e tirar aqueles 200 reais 300 reais um boi. É espantoso! Se esse é o futuro que nos reservam, vão se dar mal. Serão corridos pela própria história, que é às vezes lenta, mas implacável”.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Folha e Globo foram covardes com Bolsonaro

Por Renato Rovai, em seu blog:

Bolsonaro está conseguindo vencer o braço de ferro com a imprensa tradicional nesses primeiros dias após a sua vitória. A capa de hoje da Folha de S.Paulo é o recibo mais claro e evidente dessa postura covarde. Mas há outros indícios.

Ontem Bolsonaro foi ao Jornal Nacional para dizer não só à Folha como também para a Globo que os veículos que viessem a fazer jornalismo crítico ao seu governo não irão ter verba publicitária e ainda sentirão o peso da lei.

Novo Congresso veio pior que a encomenda

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

A eleição do último dia 7 de outubro renovou em 52% a Câmara e em 85% o Senado. O novo Congresso Nacional será mais liberal na economia, mais conservador nos costumes e mais atrasado em relação aos direitos humanos e ao meio ambiente do que o atual. Organizado em torno de bancadas informais – como as evangélicas, a da segurança/bala e a ruralista –, será o mais conservador desde a redemocratização.

Geopolítica em tempos de incerteza

Por Immanuel Wallerstein, no site Outras Palavras:

A arena mais fluida do sistema-mundo moderno, que se encontra em crise estrutural, é possivelmente a arena geopolítica. Nenhum país chega perto sequer de dominar essa arena. O último poder hegemônico, os Estados Unidos, vem há muito agindo como um gigante desamparado. É capaz de destruir, mas não de controlar a situação. Ele ainda proclama as regras que outros devem supostamente seguir. Mas pode ser - e é - ignorado. Há uma longa lista de países que agem como consideram conveniente, a despeito das pressões de outros países para agir de modo específico. Uma olhada ao redor do globo irá rapidamente confirmar a falta de habilidade dos Estados Unidos em conseguir o que desejam.

A construção da Frente Ampla Democrática

Por Luiz Alberto Gomez de Souza, no site Carta Maior:

Nas últimas semanas, vivemos um certo movimento de tomada de consciência cidadã. Houve como que um despertar de alguns setores da população, que se deram conta de um perigo iminente. É o que se chamou uma possível virada eleitoral. Expressiva nas grandes cidades, com pessoas de todas as idades, mas particularmente entre jovens e mulheres. Tempo curto, que não impediu a derrota de nosso candidato Haddad, mas que mostrou um movimento saudável na sociedade e que poderá servir para desenhar um caminho futuro. Pela rua, no momento da votação, aqui no Rio, havia um grande número de botons 13, de pessoas de uma alegria contagiante.

Uma ameaça real à liberdade de expressão

Da Rede Brasil Atual:

A eleição de Jair Bolsonaro (PSL) inaugura no Brasil não apenas uma virada à extrema-direita, mas também um agravamento dos ataques aos veículos de comunicação e jornalistas. Só no período eleitoral, foram registrados 141 casos de agressões contra comunicadores, de acordo com a análise da coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e secretária geral do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Renata Mielli.

Bolsonaro comprou Moro com carguinho

Por Jeferson Miola, em seu blog:               

O casamento do Bolsonaro com Sérgio Moro foi sacramentado.

Ele, Bolsonaro, “O eleito”, convidou Ele, Moro – “O sem-voto” mais atuante na arena política – para integrar seu governo.

Bolsonaro, o déspota, esbanjou: Moro poderá ser tanto ministro da justiça como juiz do STF. Para o nazi é ele, Moro, quem escolhe [sic] o cargo.

E então Ele, o déspota, apenas confirmará a escolha que o Soberano Moro fizer [simples assim].

Era de sombras se abate sobre o Brasil

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O segundo turno das eleições presidenciais de 2018 foi dramático para a democracia brasileira. O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, valeu-se de rede de notícias falsas, impulsionada por caixa 2, para auferir vantagem injusta e até criminosa.

A chapa Fernando Haddad e Manuela D’Ávila largou em ampla desvantagem cronológica - a poucas semanas da eleição em primeiro turno - e sem recursos financeiros sequer parecidos com os do candidato da extrema-direita - só a rede bolsonarista no Whats App custou 1,8 bilhão de reais via caixa 2, segundo denúncia da Folha de São Paulo.

SOS ao Brasil e à educação

Charge: Vasco Gargalo/Portugal
Por Madalena Guasco Peixoto, no site da Fundação Maurício Grabois:

A mensagem circulou pelo WhatsApp, encaminhada, sobretudo, por eleitores de Jair Bolsonaro (PSL), mas também pelos simpatizantes de outras candidaturas que tentaram passar a ideia de uma pretensa novidade, como a de João Amoêdo (Novo): “Você que no próximo domingo vai votar em escola pública estadual, aproveita e beba água no bebedouro, passe pelo banheiro abandonado, depois entre na sala calorenta pra votar, com paredes deterioradas, verifique a estrutura das cadeiras e das mesas e lembre quais os governantes já tiveram a chance de fazer algo que foi dito nas campanhas e não fez… olhe também qual partido eles faziam parte (sic)”.

Os primeiros alvos das milícias de Bolsonaro

Charge: Vasco Gargalo/Portugal
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Antes mesmo que fossem anunciados os resultados oficiais da eleição na noite de domingo, milícias bolsonaristas, já empoderadas, saíram a campo para colocar em prática a nova ordem contra quem consideram seus inimigos.

As primeiras vítimas foram os índios da aldeia Bororó, em Dourados; uma jovem estudante, em Salvador; um acampamento de sem-terra, em Dois Irmãos do Buriti, e os professores da Universidade Federal de Santa Catarina, entre dezenas de outros casos de violência e perseguição.

O Brasil figadal

Charge: Michael Kountouris, Grécia
Por Cesar Locatelli, no site Jornalistas Livres:

Desfez-se, de uma vez por todas, o mito de um Brasil cordial. Nossa sociedade não é afável, sincera, calorosa ou franca, no sentido que dá Houaiss ao adjetivo cordial. O Brasil votou com o fígado, com o sentimento visceral de rancor. E elegeu Jair Messias Bolsonaro presidente do Brasil para os próximos quatro anos. A marca histórica de um país que impõe pesado sofrimento aos pobres evidenciou-se novamente.

A resistência e a Frente pela Democracia

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Jair Bolsonaro não obteve os votos senão de um terço do eleitorado brasileiro. Seu triunfo eleitoral foi alcançado no quadro de eleições politicamente fraudadas, nos marcos de um regime golpista, à custa de mentiras, manipulações e de uma inaudita guerra midiática e política, conjugada com uma cruel perseguição judicial inédita no Brasil – e quiçá também alhures – contra um partido político, como a que foi feita contra o Partido dos Trabalhadores e seu líder máximo, o presidente Lula.