domingo, 18 de novembro de 2018

As sete pragas para o Brasil

Por Lucas Figueiredo, no blog Nocaute:

Pela montagem do novo ministério, está cada vez mais claro que, no governo Bolsonaro, o poder de fato vai acabar caindo no colo das Forças Armadas. Repare:

1 – Onyx Lorenzoni (Casa Civil) ganhou alguma notoriedade na CPI dos Correios, mas sempre foi um deputado de 2ª linha. O homem que deverá ser a principal referência, perante o Congresso, nas muitas e complexas reformas pretendidas pelo novo governo não gosta e não domina da difícil arte da coordenação política. Antes mesmo de assumir, está sendo fritado por Bolsonaro;

Os desafios atuais do sindicalismo

Por Nivaldo Santana, no site da CTB:

O movimento sindical brasileiro vive um período de grandes dificuldades. Seguramente, é o pior momento desde o fim do regime militar. Recessão, desemprego, precarização do trabalho, arrocho salarial, enfraquecimento sindical e outras mazelas compõem a agenda regressiva contra o sindicalismo. Para usar um termo muito em voga, uma tempestade perfeita se abate sobre os trabalhadores e a organização sindical no país.

Bolsonaro acaba com o "Mais Médicos"

Foto; Araquém Alcântara
Por Kjeld Jakobsen, no site da Fundação Perseu Abramo:

Em mais uma demonstração de que não gosta de pobres e apesar da renovação do acordo Brasil-Cuba do Programa Mais Médicos em 2016, Bolsonaro condicionou a sua continuidade à uma série de exigências que se chocam com o conteúdo do acordo e que são inaceitáveis para o governo cubano, bem como para os próprios médicos.

Estas exigências são a aplicação de testes de capacidade para os profissionais cubanos, pagamento integral dos salários e a vinda de suas famílias para o Brasil. A única resposta possível do governo cubano a essas exigências absurdas seria sua retirada do acordo. Tirante a conotação eminentemente ideológica das condicionalidades impostas por Bolsonaro, o caráter econômico do acordo é de venda de prestação de serviços de saúde para o Brasil e que será interrompido.

O desastre que nos espera

Por Eugênio Aragão, no blog Diário do Centro do Mundo:

O governo do capitão da reserva Jair Bolsonaro parece ser, aos olhos de nós, pobres mortais, de uma improvisação catastrófica. Digo que “parece ser”, porque não é compreensível, dentro de minhas limitações, que um sujeito que conseguiu chegar lá por meio de sofisticadíssimo estratagema de impulsionamento global de mensagens mentirosas, com capacidade de iludir massas, esteja construindo um governo tão barbaramente desqualificado, sem que haja propósito nisso!

Sergio Moro, o rei nu

Por Joana Mortagua, no site Mídia Ninja:

“Não, jamais. Jamais. Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política”, disse Sérgio Moro em 2016 quando foi questionado sobre as suas motivações e ambições políticas.

Agora o super-juiz da Lava Jato aceitou o convite de Jair Bolsonaro para ser o próximo ministro da justiça do Brasil. Aliás, namorou o lugar durante a campanha, negociou-o assim que o ultra conservador foi eleito, e até este momento ainda não renunciou à magistratura, limitou-se a tirar férias.

Borges e os labirintos do fascismo

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Jorge Luis Borges (1889-1986) foi um grande escritor e um escritor original. Nem todo o grande escritor é original e grande, como foram Dostoiewski, Shakespeare e Machado. E um grande escritor nem sempre é original, como Philip Roth, Jorge Amado ou Sholokhow. Mas o que vejo de original e genial em Borges é que nem sempre – quando a gente o lê – sabe-se se estamos perante um conto escrito por ele, um ensaio literário, o prefácio de um livro imaginário ou um pequena lição de filosofia da estética. Borges parece que nos trata como dementes incompletos à espera de uma razão imaginária, mas, se entramos no seu jogo verbal saímos mais lúcidos, pois aprendemos a separar a demência da arte, o desequilíbrio das emoções que ele mesmo nos causa, da forte tensão cultural que revela nos seus textos.

Reforma da Previdência e a farsa do governo

Por Franci Brito, no site Jornalistas Livres:

Você provavelmente já ouviu falar se nada for feito a previdência irá quebrar e não terá como pagar aposentadorias daqui a algum tempo. Porém, distintos especialistas afirmam que o déficit da Previdência é uma farsa e que o Governo mente quando diz que a Previdência está quebrada.

Maria Cecília Trópia, advogada e pós-graduada em Direito Previdenciário, explica que todos trabalhadores contribuem por meio de folhas de pagamento ou individuais, mas, desse montante, o governo retira 30 por cento para outros fins e não repassa para a Previdência. 

Governo à imagem e semelhança de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

As indicações do presidente eleito Jair Bolsonaro para compor o seu governo conferem um nítido perfil de uma equipe à imagem e semelhança do seu discurso e do seu pensamento, sobretudo no período da campanha eleitoral. Começa pela presença de três generais do Exército (Hamilton Mourão, Augusto Heleno e Fernando Azevedo e Silva) e do tenente-coronel e astronauta Marcos Pontes, indicado ministro da Ciência e Tecnologia.

Mais Médicos e a popularidade de Bolsonaro

Foto: Araquém Alcântara
Por Renato Rovai, em seu blog:

Nos setores populares discurso não enche barriga. E muito menos resolve o problema do atendimento no Pronto Socorro. Por este motivo, o fim do acordo de cooperação com Cuba no Mais Médicos pode levar o governo Bolsonaro a perder boa parte da sua base popular.

As pessoas que conhecem a área de saúde brasileira já previam grandes problemas com a limitação imposta pela lei do teto de gastos. Já que na saúde, com o aumento da expectativa de vida e dos custos de tratamentos, é praticamente impossível gerenciar o sistema com a mesma quantidade de recursos.

Uma tragédia para 30 milhões de brasileiros

Foto: Araquém Alcântara
Por Arthur Chioro, no Blog do Renato:

Um caos para a organização do SUS, que depende da atenção básica para coordenar o acesso às redes regionais e garantir a universalidade e a integralidade da saúde.

Colapso no sistema de saúde nas 2.885 prefeituras que participam do programa e contam com médicos cubanos, em particular em 1.575 municípios, a maioria com menos de 20 mil habitantes, distribuídos em todas as regiões do país e que dependem exclusivamente dos médicos do Programa Mais Médicos (PMM).

Um vexame internacional que abala a relação do país com a Organização Pan-Americana de Saúde (OMS) e que desencadeará um cenário de desconfiança generalizada nas relações com outros países, parceiros do Brasil em inúmeros projetos na área da saúde.

sábado, 17 de novembro de 2018

Frente democrática e os 'sapos do pântano'

Por Liszt Vieira, no site Carta Maior:

Sapo não pula por boniteza, mas porém por precisão. (Guimarães Rosa)

Entre as várias causas em geral mencionadas para explicar a vitória do candidato de extrema direita encontram-se a violência urbana, a corrupção, o esgotamento do sistema político representativo e o anti petismo disseminado pela grande mídia nas últimas décadas. O candidato vencedor fugiu dos debates, não apresentou programa de governo e deixou para cada um imaginar o que seria mudar "tudo isso que está aí". Mas conseguiu canalizar o sentimento popular de rejeição aos políticos com ideias simplistas, medíocres e equivocadas para resolver problemas complexos como, por exemplo, o porte de armas para acabar com a violência.

A era da mediocridade está em marcha

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Escrever sobre o Brasil neste momento não é só doloroso, é inútil.

Para dizer bem a verdade, não tenho mais nada de novo a escrever para vocês hoje.

Estamos sendo governados pelo piloto automático desgovernado deste trem fantasma chamado Brasil, rodando sem destino pelo sanatório.

Será que nada mais é capaz de nos causar espanto?

Já nem sei mais o que comentar sobre o presidente eleito.

O impacto da saída dos médicos cubanos

Por Aristóteles Cardona Júnior, no jornal Brasil de Fato:

De tudo que vem sendo dito sobre o fim do Programa Mais Médicos como o conhecemos, decidi trazer alguns números para explicitar o desastre que a saída dos cubanos representará para o povo sertanejo, no geral, mas particularmente onde acompanho, que é o sertão pernambucano. 

Me envolvi com o Mais Médicos desde quando ele era ainda uma ideia e desde então componho a tutoria pedagógica dos profissionais que estão em grande parte do sertão de Pernambuco, por meio da instituição na qual sou professor, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

Quem é a turma da ministra da Agricultura?

Por Bruno Stankevicius Bassi, no site The Intercept-Brasil:

Desde o impeachment de Dilma Rousseff, tornou-se recorrente a menção à Bancada BBB, acrônimo para Bíblia, Boi e Bala, as grandes frentes de interesse no Congresso Nacional. Mas o apelido, surgido em 2015, não expressa fielmente o balanço de poder. Quem manda mesmo no Brasil é a bancada do boi – a bancada ruralista.

Hora de ser vidraça

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O presidente eleito Jair Bolsonaro não se deu conta de que já passou do papel de atirador ao de vidraça.

Acontece com todo governante, mas no seu caso começou antes da hora porque continuou atirando pedras depois de eleito. Seus seguidores podem fazer isso nas redes sociais, pois são mesmo franco atiradores que não respondem pelas consequências do que dizem.

Os ministros já indicados, da mesma forma, agora se tornaram alvos, a começar de Sérgio Moro, que não se vexou em pedir exoneração do cargo ontem, horas depois do depoimento do ex-presidente Lula à juíza que o substitui na vara de Curitiba.

A República Fundamentalista do Brasil

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – o fundamentalismo de Bolsonaro

Algumas decisões dos últimos dias mostram que o governo Bolsonaro caminha para a implantação de um fundamentalismo religioso no país, uma Teocracia, atropelando qualquer veleidade de racionalidade e de pragmatismo. A pequena esperança de que houvesse um grupo interno com alguma racionalidade – os chamados generais da infraestrutura – se dilue.

Ernesto Araújo, indicado por Olavo de Carvalho para o Ministério das Relações Exteriores, é membro da ultradireita mais pirada, para quem a salvação do mundo está no presidente norte-americano Donald Trump.

O projeto é não ter projeto

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Vai ficando cada vez mais preocupante o que nos espera com o governo Jair Bolsonaro.

Os “planos” do presidente eleito são, até agora, de demolição, não de construção.

Vimos um exemplo terrível e desumano com o caso dos médicos cubanos que, em apenas um mês, deixarão sem assistência mais de 25 milhões de brasileiros, no que, num expressão definitiva, Bernardo Mello Franco chamou, em O Globo, de “Programa Menos Médicos”.

Mas não é o único desmonte à frente.

O Brasil no mundo e na era Bolsonaro

Ilustração: Muzaffar Yulchiboev/Uzbequistão
Por Flavio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

A se acreditar nos relatos disponíveis, a coisa foi assim: Olavo de Carvalho, este luminar do obscurantismo, indicou o diplomata obscurantista Ernesto Araújo (basta acessar seu blog para comprovar o adjetivo) ao filho do presidente eleito, que por sua vez indicou-o a este, que o três-indicou para o posto de chanceler brasileiro, um espaço geopolítico que já foi ocupado por Rio Branco, João Neves da Fontoura, San Thiago Dantas, Azeredo da Silveira, Celso Lafer, Celso Amorim, para citar alguns poucos nomes de uma tradição diplomática da melhor qualidade, e de diferentes correntes de pensamento.

Silvio Santos, o office-boy de luxo

Por Pedro Alexandre Sanches, na revista CartaCapital:

Aos 87 anos, Silvio Santos está a todo vapor. Em uma mesma semana, ressuscitou o slogan ditatorial “Brasil, ame-o ou deixe-o”, bajulou o presidente eleito em telefonema transmitido ao vivo, declarou torcida pelo juiz Sérgio Moro na Presidência da República a partir de 2026, utilizou programa assistencialista para assediar no ar as cantoras Claudia Leitte e Anitta, crianças e mulheres negras.

Fanático de Trump envergonha o Itamaraty

Por Altamiro Borges

Motivo de desconfiança na imprensa internacional, Jair Bolsonaro deu mais um tiro no pé nesta semana ao indicar Ernesto Araújo, um sujeito obscuro e com jeitão de aloprado, para o estratégico cargo de ministro das Relações Exteriores. Entre as “contribuições intelectuais” do novo chanceler já se descobriu que ele é um admirador fanático de Donald Trump, tratado como a nova “salvação do Ocidente”, e um inimigo hidrófobo das esquerdas e do PT, rotulado de “Partido Terrorista”. Em tom de chacota, o jornal britânico The Guardian estampou no título: “Novo chanceler brasileiro acredita que as mudanças climáticas são um plano marxista”. Há dúvida apenas se Ernesto Araújo é um completo idiota ou um mero oportunista – ele pode ser também um oportunista idiota!