quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

O melancólico fim do PSDB

Por Joaquim Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

A jornalista Daniela Lima, editora do Painel, é autora do artigo publicado nesta quarta-feira na Folha de S. Paulo, em que analisa como inevitável o fim do PSDB tal qual foi conhecido um dia. Ou seja, nas mãos de Doria, será um partido que disputará com o PSL de Bolsonaro o eleitoral mais à direita. Ela não escreve, mas na legenda não haverá espaço de destaque para nomes como Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Alberto Goldman e até para Geraldo Alckmin.

Toffoli, o dócil, e "o perigoso Lula"

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Supremo Tribunal Federal vai confirmando a pequenez a que está disposto a se reduzir.

Toda a conversa fiada sobre o risco de “libertar milhares de presos”, de fato, reduz-se ao perigo de libertar um único preso, um homem de 72 anos: Lula.

Toda esta história de prisão com decisão de 2a. instância tem a marca do ódio ao ex-presidente.

Revogou, no finalzinho de 2016, já de olho no que fariam a Lula, a regra vigente de que prisão – salvo em caso de risco à ordem pública ou ao andamento do processo – só poderia ocorrer após o trânsito em julgado de sentença, porque, como estabelece a Constituição, só então alguém pode se considerado culpado.

O novo golpe da mídia

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

É preciso louvar quem tem competência. A mídia comercial familiar brasileira, que agora escolheu para si o sobrenome “profissional”, ajudou a conceber o golpe, foi protagonista destacada, atuou como instrumento de manipulação, resumiu o mundo à defesa de valores neoliberais e criminalizou os movimentos populares. Ajudou a fraturar a democracia e a eleger um fascista para a presidência da República, mesmo que para isso banisse de seu vocabulário político o fascismo ou mesmo a extrema direita. Fez o dever de casa.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Alexandre Frota vai picotar papéis?

Por Altamiro Borges

O pornô-ator Alexandre Frota, eleito deputado federal pelo “consciente” eleitor de São Paulo, acaba de sofrer mais uma derrota na Justiça Federal. Nesta terça-feira (18), a juíza Adriana Freisleben de Zanetti condenou o provocador a dois anos e 26 dias de prisão por injúria e difamação contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). A pena poderá ser substituída por prestação de serviços. O ator-pornô terá de picotar e destruir papéis, por cinco horas diárias, no fórum mais próximo à sua residência. Alexandre Frota também deverá comparecer aos sábados e domingos a uma Casa de Albergado (instituição prisional destinada aos presos que cumprem regime aberto). A pena prevê ainda o pagamento de 620 dias-multa de meio salário mínimo (cerca de R$ 300 mil).

Aeroportos mais vazios. Coxinhas felizes?

Por Altamiro Borges

Na semana passada, a companhia aérea Avianca entrou com um pedido de recuperação judicial, confirmando a grave crise vivida pelo setor. Segundo balanço publicado pela Folha no domingo (16), o volume de passageiros atendidos por todas as empresas brasileiras de aviação comercial desabou para níveis do início desta década. “O mercado doméstico cresceu até 2014, mas a recessão, iniciada no governo Dilma Rousseff (PT), chegou a causar queda de 17% em um ano no número de passageiros que pagam por seus bilhetes, entre 2015 e 2016”.

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

O voo sem volta da Embraer

Por Gilberto Maringoni

Os principais feitos do governo Temer em política externa não estão no esvaziamento da Unasul, na mitigação do Mercosul ou no papel acentuadamente irrelevante que o Brasil assume nos BRICS. Os pontos de destaque estão na desnacionalização da produção energética, através do desmonte da área de refino da Petrobrás e do fim do regime de partilha, e na desnacionalização da Embraer.

O impacto desses dois eventos se dará não apenas na indústria e na economia (a Petrobrás chegou a representar 14% do PIB e a Embraer é nossa principal exportadora de tecnologia). O baque maior está na sinalização de que desenvolvimento e projeto nacional saem de cena e que nosso destino é a periferia do mundo.

Direitos humanos: tudo falta

Por Guilherme Boulos, na revista CartaCapital:

Há sete décadas, em 10 de dezembro de 1948, quase 50 nações vinculadas à ONU assinavam a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O Brasil, então presidido pelo militar Eurico Gaspar Dutra, foi um dos signatários. Nenhum país ousou votar contra o texto.

A declaração tornou-se um marco, especialmente por ter sido pioneira em englobar ao mesmo tempo direitos civis e políticos e direitos sociais e econômicos. E porque foi firmada logo depois de o mundo viver fenômenos como o fascismo, o nazismo e duas guerras mundiais. Se havia a necessidade de nomear quais deveriam ser os direitos humanos era porque houvera e seguia a haver uma série de violações contra diferentes populações, parte delas praticadas pelo próprio Estado.

Ipea mostra tragédia para a juventude

Editorial do site Vermelho:

Os dados da Nota Técnica "A Evolução Da População Ocupada Com Nível Superior no Mercado de Trabalho", do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que acompanha a seção Mercado de Trabalho, revela informações que são a tradução da tragédia social brasileira. Os números indicam que em quatro anos o total de jovens com nível superior em funções incompatíveis com a sua escolaridade subiu 6,1 pontos percentuais, chegando a 44,2%. Considerando-se o total de trabalhadores com curso superior, este índice é de 38%.

O lawfare militar, comercial e geopolítico

Por Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Z. Martins, no site Consultor Jurídico:

Já faz algum tempo que as leis e os procedimentos jurídicos têm sido deturpados e mal utilizados em diversos lugares do mundo para promover verdadeiras perseguições contra indivíduos ou grupo de pessoas - organizados sob as mais diversas formas (grupos políticos, grupos empresariais, grupos temáticos e até mesmo países).

Charles Dunlap Jr., general aposentado da Força Aérea norte-americana, escreveu um importante artigo [1] em 2001 no qual usou pela primeira vez o termo lawfare [2] para designar esse fenômeno sob o enfoque militar. Segundo expôs à época, o lawfare seria “a estratégia de utilizar ou mal utilizar a lei em substituição aos meios militares tradicionais para se alcançar um objetivo operacional” [3]. O trabalho apresentava os Estados Unidos como vítima de lawfare [4], situação que, na forma atual do fenômeno e tal como o compreendemos, permite em algumas situações conclusão em sentido exatamente oposto.

O Fiat Elba de Jair Bolsonaro

Por Jeferson Miola, em seu blog:           

Quando o assunto é o escândalo de R$ 1,2 milhão, inclusive com repasse de R$ 24 mil para a esposa do presidente eleito, aquele pessoal da Lava Jato coordenado pelo pastor Deltan Dallagnol faz de conta que o assunto não existe e se esconde ao melhor “estilo Queiroz”.

Sérgio Moro, implacável e duro na perseguição aos inimigos políticos, absolveu sumariamente o chefe: para ele, Bolsonaro “já esclareceu” [sic] “isso daí”.

O R$ 1,2 milhão é apenas uma gota do esquema; diz respeito às 176 operações atípicas feitas somente em 1 ano por Fabrício Queiroz – amigo e parceiro de Bolsonaro há mais de 30 anos e funcionário há cerca de 20.

Bolsonaro mente na sua prestação de contas

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Ao fim do primeiro turno, Bolsonaro fez um pronunciamento ao vivo no seu Facebook - a chamada “live” - comentando o resultado. Ao lado de Paulo Guedes, o então candidato afirmou que já teria faturado a eleição se as urnas não tivessem sido fraudadas. Não houve nada que sustentasse essa suspeita, a não ser vídeos fakes compartilhados por seus filhos, que passaram a eleição espalhando notícias falsas sobre fraudes nas urnas. Bolsonaro mentiu deliberadamente. E como já ficou claro desde que foi eleito, a mentira não é utilizada apenas como arma eleitoral, mas como um método da extrema-direita que se prepara para assumir o poder.

"Mito" é esnobado por Trump

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Jair Bolsonaro, o “Mito”, como é chamado por seus seguidores, se agachou o quanto pode para bajular os Estados Unidos, mas tomou uma bela invertida do seu êmulo Donald Trump, que já mandou avisar: não vem para a posse do presidente eleito no dia 1º de janeiro.

Ao mesmo tempo em que era esnobado pelo homem mais poderoso do planeta, Bolsonaro resolveu se vingar da desfeita e mandou desconvidar os presidentes de Cuba e da Venezuela, um gesto que não tem antecedentes na história da diplomacia brasileira.

O racismo de sempre no carnaval do Rio

Por Jean Wyllys, no site Mídia Ninja:

Vamos falar objetivamente e sem meias-palavras. A dificuldade das escolas de samba do Rio para conseguir fazer seu carnaval, um dos eventos mais lucrativos do calendário turístico no mundo, não tem outra explicação a não ser um racismo fortemente arraigado na mentalidade do poder público e também da iniciativa privada.

Alguém consegue imaginar que o governo alemão iria deixar a míngua a sua Oktoberfest? Ou que a Espanha viraria as costas para sua tradicional festa do tomate?

Posse de Bolsonaro: medo venceu a esperança

Por Martha Raquel, no site Jornalistas Livres:

Medo, medo e mais medo. Esse é o clima da posse de Jair Bolsonaro (PSL) no próximo dia 1 de janeiro. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República divulgou na manhã de hoje, 18, as medidas de segurança da cerimônia de posse.

Carrinhos de bebê, guardas-chuva, animais de estimação, bolsas, mochilas e até garrafinhas de água estão proibidos – além, é claro, de armas de fogo e produtos inflamáveis. Segundo o GSI, também haverá um bloqueio de sinal dos aparelhos de celular, ou seja, não haverá a possibilidade de fazer ligações e ou usar a internet.

Caçada a Batistti marca retrocesso histórico

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Como se fosse preciso reavivar a memória do período em que os heróis de Jair Bolsonaro mandavam no país com força de tanques e baionetas,as imagens distribuídas pela Polícia Federal para estimular os brasileiros a denunciar o paradeiro de Cesare Battisti lembram os velhos cartazes com retratos de acusados de terrorismo nos piores momentos da ditadura militar.

Não se trata, aqui, de comparar momentos históricos diferentes, mas de reconhecer um fato de extrema relevância – para nosso presente e nosso futuro.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

O ex-motorista do demo Agripino Maia

Por Rafael Duarte, no site Saiba Mais:

O assessor particular de José Agripino Maia (DEM) que recebia dinheiro do Senado mesmo sem nunca ter sido nomeado na Casa, segundo nova denúncia apresentada pela procuradoria geral da República, é primo e ex-motorista do senador, além de sócio do deputado federal Felipe Maia numa empresa que comercializa combustível de aviação.

Raimundo Alves Maia Júnior acompanha José Agripino desde que o senador foi indicado prefeito biônico pela ditadura militar em 1979 e, a partir de então, vem sendo nomeado para sucessivos cargos comissionados nas esferas municipal e estadual do Rio Grande do Norte.

O Médium, a Pastora e o Capitão Messias

Por Céli Pinto, no site Sul-21:

Os três personagens do título podem ser analisados partir de várias entradas: caráter; saúde mental; charlatanismo político. Mas vou deixar a tentação de falar deles de lado, porque estou convencida de que o mais importante é entender as razões do sucesso e da popularidade desses personagens no Brasil do século XXI.

Por que grande quantidade de pessoas, de diferentes origens sociais, culturais ou ideológicas, iam até Abadiânia em busca de solução para seus problemas? Por que imensos templos estão lotados, ouvindo pessoas descontroladas que ameaçam as congregações com o demônio, se dizendo ungidas por Deus para com ele ter interlocução direta? Por que 56 milhões de brasileiros e brasileiras votaram um em candidato para a presidência da República que nunca disse a que veio e, nas raras vezes em que se manifestou, falou de violência e de cortes de direitos que atingem os mais pobres, os menos protegidos, as mulheres, os negros, os sem terra, os indígenas, a população LGBT, todos e todas que dependem de políticas sociais para sobreviver?

Esperando Queiroz

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Há dez dias está em cartaz o escândalo da movimentação financeira suspeita de R$ 1,2 milhão pelo ex-motorista do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro, Fabrício de Queiroz, que sumiu no mundo sem apresentar, de público, a “explicação plausível” que teria dado ao antigo chefe.

Enquanto isso, vão surgindo mais e mais revelações sobre as estranhas relações da família Bolsonaro com os funcionários de seus gabinetes parlamentares.

O sumiço e o silêncio de Queiroz atravancam as investigações, mas também apontam para a gravidade do que poderia revelar.

Ministério de Bolsonaro e o Mundo Bizarro

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

O principal critério de Jair Bolsonaro para a composição de seu ministério tem sido escolher a dedo cidadãos que simbolizem o exato contrário de seus homólogos petistas. É absurdamente meticulosa até aqui a busca por perfis que sejam a imagem invertida dos nomes mais vistosos do PT nos governos Lula e Dilma. Uma espécie de Mundo Bizarro onde os petistas foram substituídos por personagens que são o seu oposto em tudo.

Mentira e manipulação sem intermediários

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Rede Brasil Atual:

Nos anos 1930, um cabo austríaco falava às massas sem intermediários. Usava o rádio e a praça pública. Hoje um capitão reformado brasileiro faz o mesmo usando as redes sociais. Mudam os meios, mas os fins são semelhantes.

O afastamento das chamadas associações intermediárias do jogo democrático, como partidos e sindicatos, é típica de governos autoritários. Projetos e propostas políticas deixam de ser debatidos e refinados através da sociedade organizada para serem impostos à vontade popular através da voz solitária do líder, tendo como sustentação apelos emocionais e demagógicos.