segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Bolsonaro vai vetar acordo Boeing-Embraer?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Entre pessoas familiarizadas com as negociações para a fusão da Embraer com a Boeing, cresce a visão de que a ressalva de Jair Bolsonaro ao acordo entre as duas empresas constitui mais do que uma simples opinião pessoal - e expressa uma visão partilhada por outros setores do governo.

A objeção mencionada pelo presidente numa entrevista na sexta-feira, na Base Aérea de Brasília, envolve o capítulo final das tratativas conduzidas pela atual presidência da Embraer, estatal criada como parte dos projetos de industrialização do país que foi privatizada por moedas podres no governo Fernando Henrique Cardoso.

Não é populismo, é fascismo

Por Manuel Carvalho da Silva, no site Sul-21:

É surpreendente que sociedades carregadas de injustiças e desigualdades, polarizadas em guetos, se tornem perigosas? Sociedades onde uma ínfima minoria é muita rica e manipula todos os poderes, uma grande parte é extremamente pobre e não tem voz, e no meio fica um enorme massa de seres humanos a deslizar para o lado da privação e da desesperança são sociedades em perigo. Neste contexto, será surpresa surgirem messias providenciais que, prometendo autoridade e segurança, encontram um público disponível para os apoiar e até para lhes propiciar vitórias eleitorais? Não, não é. Está a acontecer hoje o que já aconteceu no passado.

'Marxismo cultural' e o neonazista da Noruega

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Há uma bandeira que une os mentores intelectuais (sic) do bolsonarismo: a luta contra o chamado “marxismo cultural”.

Essa batalha é travada com força e com vontade pelo chanceler Ernesto Araújo, seu colega ministro da Educação, o colombiano Ricardo Vélez Rodriguez, e demais olavistas do governo.

Num artigo lelé da cuca intitulado “Trump e o Ocidente”, publicado em seu blog, Araújo escreveu que o presidente dos EUA estava salvando a civilização do “marxismo cultural globalista” ao defender a “identidade nacional, os valores familiares e a fé cristã, enquanto a Europa não o faz”.

Um novo tempo. Mas… qual?

Por Reginaldo Moraes, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Durante o governo Temer, havia quem perguntasse por que não havia uma explosão das massas populares diante dos abusos e achincalhes que sofriam e os absurdos que se revelavam. O resultado das eleições de 2018 foi, quem sabe, uma dessas explosões – não do jeito como alguns esperavam ou desejavam. A seu modo, inesperado e estranho, foi, sim, uma explosão de rebeldia, um “basta!”. É preciso diagnosticar essa atitude, mais do que lamentá-la ou rejeitá-la. E, agora sabemos, ela está longe de “espontânea”. Tudo indica que ela é, em primeiro lugar, o resultado da lenta maturação de mudanças socioeconômicas e da lenta evolução de uma crise desagregadora. De outro lado, é também uma obra de arte do que se costuma chamar de mistificação de massas, com o uso de sofisticadas armas de indução de opinião e comportamento.

Apertem os cintos: 2019 deu a largada!

Por Rosane Borges, na revista CartaCapital:

A aurora de 2019 vem acompanhada de um novo (?) governo no Brasil que em sua tenra idade já exibe as rugas de um projeto arcaico que nos devolve para um passado que não passa. Carregando a faixa presidencial desde 28 de outubro, Jair Messias Bolsonaro sacramentou durante a posse o que vinha anunciando exaustivamente e cumprindo parcialmente.

A cerimônia deste 1º de janeiro não fugiu um milímetro do roteiro que embasou a campanha e, pelo que se viu, servirá de farol para o espetáculo de horrores que, a cada cena, antecipa os desdobramentos do próximo ato.

Cortina de fumaça e lacração

Por Renato Rovai, em seu blog:

Há uma nova polêmica em curso. Ela diz respeito a se todos os movimentos do governo Bolsonaro que não digam respeito à economia são ou não cortina de fumaça. Com todo o respeito, o debate vem se construindo de forma muito rasa.

O que está em jogo no Brasil são as suas riquezas, o patrimônio nacional, os direitos trabalhistas, mas também as terras indígenas, os direitos das mulheres e LGBTs e a formação escolar de milhões de jovens e adolescentes. Entre outras muitas coisas, como o que nos restou de democracia.

Alexandre Garcia, velho assessor da ditadura

Por Urariano Mota, no site Vermelho:

Entre as notícias leves da semana, esteve a de Alexandre Garcia, ou Alexandre Eggers Garcia, virar porta-voz de Bolsonaro. Depois, Garcia procurou esclarecer a informação, com a eterna modéstia que não lhe falta.

Alexandre, o grande jornalista, preferia continuar o seu trabalho para 15 jornais e 280 emissoras de rádio. Apenas. Melhor que Hércules, parecia, por executar mais de doze trabalhos. Mas para quem não sabe, ele escondeu o óbvio, porque é um mestre em omitir. A sua fala, falha ou coluna apenas era, é reproduzida em rede.

Rancor de gênero e raça seguirá a florescer

Por Benjamin H. Bradlow, no blog Socialista Morena:

O novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que tomou posse em 1º de janeiro, é com frequência chamado de o “Trump dos Trópicos” pela retórica de lei e ordem, comentários racistas e sexistas, postura a favor dos negócios e as promessas de costume feitas por quem está de fora de endireitar a política.

O Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, estava entre os líderes mundiais de direita que estiveram em sua posse em Brasília, ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban.

"Arquivo X" dos delírios fundamentalistas

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Vinícius Torres Freire, na Folha de hoje, escreve um ótimo texto, com informações objetivas - e sem citações em grego ou tupi-guarani -, sobre os efeitos potenciais do surto “olavista” da chefia de nossa diplomacia, onde arranja um nome sensacional para a turma que vê nas relações internacionais um “plano globalista” semelhante à crença em discos voadores: o pessoal do “Arquivo X”.

Evangélicos e seu “caso de amor” com Israel

Por José Barbosa Junior, no site Jornalistas Livres:

Tornou-se comum, no atual cenário político nacional, ao ver-se uma manifestação da bancada evangélica ou de seus representantes, ter alguém ao lado com a bandeira de Israel. Fato que tem chamado a atenção de muita gente, afinal, em última instância o cristianismo seria a negação do judaísmo (ou seu fim = finalidade) para aqueles que se dizem seguidores do Rabi de Nazaré, Jesus, o Cristo.

Mas nem toda equação é tão lógica quanto parece ser…

domingo, 6 de janeiro de 2019

Augusto Nardes e as pedaladas da RBS/Globo

Por Altamiro Borges

A coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo deste domingo (6) informa que a delação de Orlando Diniz, ex-presidente da Federação do Comércio do Rio Janeiro, já está no Supremo Tribunal Federal (STF) e deve trazer detalhes sobre as “propinas e agrados” para Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Este falso moralista ficou famoso ao inventar as chamadas “pedaladas fiscais” da presidenta Dilma Rousseff, que serviram de base para o golpe do impeachment que levou ao poder a quadrilha de Michel Temer e criou o clima para a ascensão do fascismo e para a eleição de Jair Bolsonaro.

Base militar dos EUA: servilismo ou bravata?

Por Altamiro Borges

Em entrevista ao SBT (Sistema Bolsonazista de Televisão) na quinta-feira, o capitão-presidente – que bate continência para a bandeira dos EUA – sinalizou que seu governo aceita discutir a instalação de uma base militar ianque em território nacional. O vassalo repetiu que a aproximação com os EUA é uma questão estratégica, que não é “apenas econômica, mas pode ser bélica também”, e insinuou que a base militar seria “até simbólica” desta dependência. O servilismo foi tanto que muita gente achou que seria mais um factoide do bravateiro que adora espalhar fake news para desviar a atenção sobre os temas mais delicados. Neste domingo (6), porém, em entrevista à insuspeita Eliane Cantanhêde, no Estadão, a oferta vexaminosa foi confirmada.

Por que não se deve acreditar em Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Uma das primeiras lições, nessa estreia inicial do novo governo, é que a palavra de Jair Bolsonaro não deve ser levada a sério.

Bolsonaro não tem noção sobre tema algum, a não ser sobre o exercício do preconceito. Quando dispara declarações sobre cada tema, as bolsas ainda reagem, como reagiriam às declarações de qualquer presidente normal, de um governo normal.

Em breve irão aprender que nem como insider (dono de informações privilegiadas) Bolsonaro serve. Se, algum dia, alguma declaração sua bater com as decisões que estão sendo tomadas por seu governo, será por absoluta coincidência.

'Inteligência' na qual não se deve acreditar

Por Dilma Rousseff, em seu site:

A “senhora Rousseff não acreditava na inteligência”. A declaração é do “senhor Heleno” ao assumir o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Tal afirmação vem sendo feita pelo “senhor Heleno” em todas entrevistas dadas à imprensa. Em vista disso, é inevitável tratar do assunto.

De fato, durante meu mandato, tive várias situações de manifesta ineficácia do GSI e do sistema de inteligência a ele articulado.

Governo 'bate cabeça' ou é 'balão de ensaio'?

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

As mudanças tributárias anunciadas nesta sexta-feira (4) pelo presidente Jair Bolsonaro – de aumento da alíquota de IOF e a redução da faixa mais alta da tabela de Imposto de Renda – não estão claras. Mas, se efetivamente adotadas, vão penalizar quem ganha menos e beneficiar as classes mais altas. Como outras medidas anunciadas, porém, o caso dos impostos mostra contradições dentro do governo.

Não foi delírio, foi ensaio

Tereza Cruvinel
Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O que assistimos bestificados, nessa primeira semana de janeiro, como se a virada do ano tivesse nos levado a outro país, não foi ao início de um novo governo, mas à implantação de um novo regime político, de traço teocrático-militar-fundamentalista e nitidamente ultraliberal na economia.

É preciso entender sua natureza e não apostar que terá vida curta.

É ilusão também acreditar que os absurdos da semana inaugural foram apenas expressões de regozijo e júbilo, temperados pelo revanchismo, na chegada ao poder.

E se Pondé fosse filósofo?

Por Fran Alavina, no site Outras Palavras:

Ao fim de 2017, o nosso mais singular caso de intelectual homologado – Luís Felipe Pondé – nos presenteou com um texto que com certeza se tornará um dos clássicos de sua douta produção: tanto mais verborrágica, quanto rasa. Em sua coluna na Folha de S.Paulo, mais precisamente no artigo “E se o PT voltar ao poder em 2018?”, revelou-se a faceta mais determinante, porém não suficientemente discutida de sua produção.

Temer golpeia rádios comunitárias

Por Katarine Flor, no jornal Brasil de Fato:

No último dia de mandato, governo Temer extinguiu a licença de cerca de 130 Rádios comunitárias em diversas regiões do país. Entidades representativas das emissoras criticam a medida e destacam a falta de debate público sobre o assunto. A decisão do Ministério da Ciência, Tecnologia, inovações e Comunicações (MCTIC), à época sob o comando de Gilberto Kassab, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 31 de dezembro de 2018.

Bolsonaro e o Brasil no Mapa da Fome

Por Patrus Ananias, no blog Viomundo:

O presidente Jair Bolsonaro começa seu governo cumprindo o que prometeu: levar o Brasil novamente para o Mapa da Fome.

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) tinha como função propor ao governo federal as “diretrizes e prioridades” nesta área tão essencial.

A eliminação do Consea federal por medida provisória, assinada por Jair Bolsonaro em seu primeiro dia de governo, abre espaço para toda a desconstrução desse sistema, que abrange também conselhos estaduais e municipais.

Pesquisa mostra Bolsonaro fraco e Lula forte

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Escolhido em segundo turno por 39,6% dos eleitores, confirma-se agora que a sustentação popular dos planos de governo de Jair Bolsonaro tem consistência de uma gelatina. Diz o Datafolha:

- a reforma da Previdência é rejeitada por 71% dos brasileiros;

- o programa de privatização é rejeitado por 57%;

- a ideia de enfraquecer leis trabalhistas é rejeitada por 60%;

- o alinhamento preferencial com a diploma dos EUA é condenado por 66%;