quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Bolsonaro declara guerra à Venezuela

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Não foi a primeira vez que o presidente do regime de extrema-direita vigente no Brasil declarou guerra à Venezuela. Com tal ímpeto e tanto destempero, que chegou a ser desautorizado pelo general Mourão, vice-presidente da República. Voltou a fazê-lo em Davos, com péssima dicção e nenhuma sintaxe. Caiu no vazio, no contexto em que os anfitriões pragmaticamente visavam a outros fins.

Os militares brasileiros sabem que combater na Venezuela como carne de canhão do imperialismo estadunidense poderia transformar o gigante do Cruzeiro do Sul num Iêmen de imensas dimensões geopolíticas.

O elo que liga Flávio Bolsonaro a Marielle

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – o suspeito-chave

No “Xadrez do fim do governo Bolsonaro” montei um mapa mostrando uma série de correlações entre Flávio Bolsonaro, as milícias e a morte de Marielle Franco.

Agora de manhã foi deflagrada a Operação Intocáveis do Rio das Pedras, que visa uma das maiores milícias do Estado, entocada no Rio das Pedras. Segundo as primeiras informações, se teria chegado ao Escritório do Crime, braço armado da organização especializado em assassinatos sob encomenda.

A 'doutrina Doria' para a segurança pública

Por Thais Reis Oliveira, na revista CartaCapital:

O governador de São Paulo, João Doria, faz companhia para Jair Bolsonaro e seus ministros no Fórum Econômico Mundial na Suíça. A viagem é a primeira desde a posse, e contrasta com a agenda linha-dura posta em prática no estado.

Doria mostra um São Paulo de cinema aos investidores e líderes estrangeiros. Em um vídeo com ares de superprodução, ele apresentou oportunidades de negócios em aeroportos regionais, estradas, exploração de energia e transporte fluvial.

Bolsonaro não é um presidente legítimo

Por Bepe Damasco, em seu blog:

O compromisso com a democracia, que tem nas eleições o momento de ouro da afirmação da soberania popular, torna difícil simplesmente virar a página da eleição de 2018 e seguir em frente como se nada tivesse acontecido. Agir assim, na minha visão, é prestar um desserviço à causa democrática e, tal qual um inocente útil, facilitar a vida dos que querem, e são muitos, varrer a sujeira do pleito para debaixo do tapete, como faz o Tribunal Superior Eleitoral.

Clã Bolsonaro e o assassinato de Marielle

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Para quem se assustou com o título, estas são as manchetes do portal O Globo na manhã desta terça-feira, quando o presidente Jair Bolsonaro fará seu discurso sobre o “novo Brasil” em Davos, na Suíça, daqui a pouco:

“Flávio Bolsonaro emprega mãe e mulher de chefe do Escritório do Crime em seu gabinete”.

“Ação contra milícia prende suspeitos de ligação com assassinato de Marielle Franco”.

Record e Globo se engalfinham em público

Do blog Nocaute:

A entrevista de Flávio Bolsonaro ao Domingo Espetacular, da Record, foi duramente atacada pela rede Globo. A emissora usou o Fantástico para acusar a Record de ter feito “perguntas óbvias a Flávio Bolsonaro e promover espetáculo constrangedor”. Na TV, ontem, e na Folha de hoje, o jornalista Bóris Casoy responde à Globo.

No último domingo (20) a rede Record transmitiu entrevista do senador eleito Flávio Bolsonaro ao Domingo Espetacular, para responder a revelações do Jornal Nacional nos dois dias anteriores.

Bolsonaro, Macri e o efeito Orloff

Por Mauro Santayana, em seu blog:

A imposição de barreiras e taxas, pela União Europeia, à importação de sete tipos de aço brasileiro, atitude que, de tanto se repetir, já se transformou, do ponto de vista histórico, em um fator recorrente na desigual relação comercial entre o Brasil e a UE, chega em um momento particularmente interessante das relações internacionais brasileiras.

Ela coincide com a visita de Mauricio Macri - a primeira de um dignatário estrangeiro a Brasília - e com a defesa, pelos presidentes argentino e brasileiro, da “flexibilização” do Mercosul e da diminuição da tarifa externa comum do bloco, cedendo unilateralmente aos gringos, sem exigir contrapartida nenhuma dos países ocidentais, justamente quando as grandes potências mundiais, como os EUA, a China e a União Européia, reforçam intransigentemente a defesa de seus interesses estratégicos e comerciais nos mercados internacionais.

Bolsonaro exalta as milícias desde 2003

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A ligação de Flávio Bolsonaro com as milícias é algo que passou de pai para filho.

Jair é um herói para esses bandos e os exaltou ao longo da carreira.

Em 2003, fez na Câmara a elegia de um grupo de exterminadores que atuava na Bahia, com um convite.

“Enquanto o Estado não tiver coragem de adotar a pena de morte, o crime de extermínio, no meu entender, será muito bem-vindo”, falou.

Fiasco em Davos e o imobilismo interno

Por Paulo Kliass, no site Vermelho:

O governo do capitão ainda não completou um mês desde a sua posse. Mas já coleciona um número impressionante de escândalos políticos, contradições de propostas, denúncias de corrupção e bate-boca entre os principais integrantes de seu primeiro escalão. A cada dia a imprensa e as redes sociais divulgam um novo caso vergonhoso, sempre envolvendo algum filho ou familiar do presidente recém-eleito. A cada dia vem à tona alguma declaração de integrante de sua própria base criticando uma ou outra política ou decisão de ministros.

Justiça do Trabalho: vítima do mercado

Por Paula Freitas de Almeida, no Carta Maior:

Em entrevista o Presidente Jair Bolsonaro disse que o aprofundamento da reforma trabalhista tem o objetivo de facilitar para quem quer produzir no país, afirmando “tá difícil ser patrão no Brasil”. Para ele, o Brasil é um país de “direito em excesso” que faz a pessoa desistir de empreender (referência aos poucos direitos trabalhistas existentes nos EUA). O seu desejo é aprofundar a reforma trabalhista “sem tirar o direito de ninguém”.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Fake news de Bolsonaro aos italianos

Por Dilma Rousseff, em seu site:

O presidente Jair Bolsonaro divulgou uma fake news que seus apoiadores vêm disseminando há bastante tempo. Tornou-se transparente, assim, a origem dessas acusações, uma vez que agora foram feitas diretamente pelo próprio presidente para um público internacional.

Em entrevista concedida a um programa de auditório da RAI, emissora italiana de TV, o presidente proferiu acusação falsa e ignomiosa, atribuindo a mim participação na VPR, organização de oposição à ditadura militar. Construiu a sua fala, de modo a passar a ideia de que eu teria participado de ações violentas, em especial de uma que causou a morte de um soldado.

Globo já está no projeto Mourão 2019

Por Renato Rovai, em seu blog:

A Globo não disfarça mais sobre qual é o seu projeto a curto prazo, derrubar Bolsonaro. Ou no limite torná-lo um pato manco ou um jacaré banguela.

No JN de ontem a vênus platinada deu generosos minutos para o general que assumia a presidência em substituição ao capitão que foi passar vergonha em Davos. E ao mesmo tempo detonou Flávio Bolsonaro, demonstrando por a + b que o álibi do dinheiro do apartamento depositado em 48 vezes de 2 mil reais não se sustentava.

Um estudo sólido para um país em desmanche

Por Felipe Maruf Quintas, no site Brasil Debate:

Nos últimos anos, os brasileiros presenciaram uma movimentação política de magnitude ainda não mensurada, tanto menos porque seus desdobramentos ainda estão em processo e são absolutamente imprevisíveis. A velocidade e a intensidade das transformações assumem feições revolucionárias, em mais uma etapa da revolução burguesa brasileira na qual a estrutura do capitalismo nacional é alterada pelos impulsos cêntricos do capitalismo mundial, aqui irradiados pelos grupos dominantes, “modernizando” e aprofundando o subdesenvolvimento e a dependência, chagas de origem do Brasil. Tempos interessantes para a ciência política, assim como angustiantes para o cientista e demais observadores. Em meio à tempestade, não basta saber onde se está, mas como se chegou até aí e para onde vai. Deixemos essa segunda tarefa para outras ocasiões, uma preocupação de cada vez.

O 'Mito' acabou, seu governo ainda não

Por Marcelo Zero

As últimas notícias sobre a corrupção na família Bolsonaro, evidenciada em provas materiais, mostraram à opinião pública o que qualquer pessoa bem informada sobre política já sabia há muito tempo: o "Mito" nada mais é que um político do mais baixo clero, incompetente, mentalmente fronteiriço, sem ideias e projetos racionais para o país e que entrou na política para enriquecer e defender interesses paroquiais.

O rei está nu e o "Mito" acabou.

As ligações de Bolsonaro com as milícias

Por Cecília Olliveira, no site The Intercept-Brasil:

"Hoje é no amor!". A cena do miliciano Major Rocha felizão em um churrasco, em que ele comemora com tiros para o alto os quatro anos do centro comunitário em “Rio das Rochas”, no filme Tropa de Elite 2, é um bom retrato da realidade das milícias no Rio de Janeiro. “É tudo nosso!”, ele grita. Mas um dia a casa cai. E foi o que aconteceu hoje, quando o Ministério Público e a Polícia Civil anunciaram a prisão de cinco milicianos acusados de grilagem de terras na zona oeste do Rio de Janeiro. Não era a intenção – mas, por tabela, a operação, batizada de Intocáveis, também esbarrou em dois suspeitos da execução de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Ministério do Trabalho e a pauta Bolsonaro

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

A extinção do Ministério do Trabalho e a distribuição de suas competências e atribuições para outros quatro ministérios (Economia, Justiça e Segurança, Cidadania, e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) são simbólicas da visão social do governo Bolsonaro. Com esse gesto, o governo sinaliza o desmonte dos direitos trabalhistas, sindicais e previdenciários, entregando a gestão desses temas a instituições e a agentes políticos com mais capacidade de colocar em prática a visão governamental.

A hipótese do “pitbull encoleirado”

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Entusiasmado - com justíssimas razões… - pela rápida erosão do governo Bolsonaro, o jornalista Luís Nassif formulou, domingo (20/1), uma hipótese audaz. “A certeza, no quadro político atual é que o governo Bolsonaro acabou”, escreveu ele. A dúvida seria sobre o que virá depois. Os escândalos envolvendo o filho Flávio respingariam inevitavelmente sobre o Palácio do Planalto, a ponto de inviabilizar a continuidade do governo. O comentário pareceu ecoar a agora célebre capa de Veja, em que Bolsonaro aparece, em montagem, com os pés trocados, à la Jânio Quadros – o presidente que renunciou menos de sete meses após tomar posse, em 1961.

A imprensa e o pavor dos Bolsonaro

Por Jeferson Miola, em seu blog:               

A estratégia do clã Bolsonaro no escândalo Queiroz é de um primitivismo rudimentar e até pueril. Eles se iludem que, fugindo e se escondendo da justiça, o escândalo pode desaparecer, cair no esquecimento ou deixar de existir. Pensamento mágico.

Considerando os detalhes escabrosos descobertos até aqui, é compreensível a dificuldade da família conseguir apresentar uma versão coerente e consistente, que consiga ficar em pé. Por isso eles precisam fugir.

O caso Queiroz é como a metáfora citada pelo falecido juiz do STF Teori Zavascki: “a gente puxa uma pena e vem uma galinha”. Ou seja, o “rolo” do Queiroz é apenas uma pequena ponta de um iceberg muito mais profundo, abrangente e antigo.

Armas de fogo, mulheres e barbárie

Por Patrícia Valim, no jornal Brasil de Fato:

Quinze de janeiro de 2019 é uma data que certamente entrará para a história do Brasil como uma grande derrota da civilização para a barbárie. O presidente Jair Messias Bolsonaro assinou o Decreto, sem o aval do Congresso, que libera a posse de até quatro armas por cidadão sem precisar explicar as razões pelas quais uma arma de fogo é necessária. Reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para compra de armas, estende o porte de armas para autoridades políticas e pessoas que respondam a processo criminal e/ou que sejam condenadas por crime culposo.

De verde e amarelo, 'coxinhas' voltam às ruas

Por Altamiro Borges

Os “coxinhas” não se emendam. Trajando as camisetas da “ética” CBF e carregando os patinhos amarelos da Fiesp, eles foram às ruas para golpear a democracia e derrubar Dilma Rousseff. Na prática, serviram de massa de manobra da elite – ou melhor, da cloaca burguesa – e ajudaram a alçar ao poder a quadrilha de Michel Temer. Aos poucos, com a contrarreforma trabalhista e outros golpes, muitos se arrependeram da besteira que fizeram. Mesmo assim, não se emendaram. Nas eleições de 2018, manipulados pelo discurso da negação da política, a egoísta classe “mérdia” ajudou a eleger o “mito”, um deputado com 28 anos de mandato que se dizia novo na política e vestal da ética. Não durou muito e já surgem várias denúncias de corrupção contra a famiglia Bolsonaro. E o que fazem os desnorteados “coxinhas”, que não tomam vergonha na cara?