sábado, 26 de janeiro de 2019

Jean Wyllys e a selvageria bolsonariana

Por Marcelo Zero

O exílio forçado de Jean Wyllys, comemorado com deboche por Bolsonaro, demonstra não apenas a falência da democracia no Brasil.

Demonstra o desmoronamento da nossa civilização. E demonstra algo pior: a perda da nossa humanidade.

Não são somente as instituições democráticas que não estão mais funcionando.

Algo mais profundo se rompeu em nossa sociedade.

Estamos voltamos ao estágio de bellum omnia omnes, de luta de todos contra todos, do homo homini lupus, referido por Hobbes.

Ah, a Vale... antes de ser privatizada!

Por Gilberto Maringoni

A Companhia Vale do Rio Doce, estatal fundada por Getúlio Vargas, era, nos anos 1990, um conjunto de 27 empresas, cujas atividades iam da prospecção do subsolo, extração processamento de minérios, até sofisticadas atividades de química fina.

Além disso, a Companhia era caracterizada por inúmeros projetos culturais, sociais e comunitários em todo o Brasil.

Nunca houve desastre ambiental que chegasse perto dos de Mariana e Brumadinho.

Comunicadores repudiam golpismo dos EUA

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O Fórum de Comunicação para a Integração de Nossa América, que reúne diversas organizações sociais e meios de comunicação alternativos da América Latina e do Caribe, incluindo o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, publicou nota sobre a situação da Venezuela. No documento, as entidades que compõem o órgão rechaçam com veemência o claro plano de golpe de Estado colocado em marcha pelos Estados Unidos e seus governos satélites na região a partir da auto-proclamação do deputado Juan Guaidó como suposto presidente interino. Leia na íntegra a seguir ou a versão original, em espanhol no link: https://www.integracion-lac.info/en/node/42368

Com Bolsonaro, crime organizado chega ao poder

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Circula pelo submundo nazifascista pró Bolsonaro versão criminosa do caso envolvendo Jean Wyllys. Segundo os bandidos, Wyllys foi ameaçado por estar envolvido no “atentado” a Bolsonaro. Essa versão tenta justificar um presidente da República ter comemorado a vitória do crime organizado ao conseguir fazer um representante do povo se exilar do Brasil.

Quem está dizendo não é o Blog da Cidadania, mas um dos maiores jornais do mundo, o El País, da Espanha: existe um “elo”, uma ligação entre Flávio Bolsonaro e a milícia investigada pela morte de Marielle Franco, vereadora do PSOL do Rio de Janeiro que teve a cabeça estraçalhada por disparos de uma arma de fogo de alto calibre.



O exercício da maldade contra Lula

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Praticar a maldade é, sempre, algo covarde, porque depende da fraqueza alheia que faz o poder do malvado ampliar-se.

A sra. Carolina Lebbos Moura, que está exercendo a condição de carcereira de Lula, ao reduzir as visitas ao ex-presidente Lula pratica esta regra.

Lula está preso, silenciado (nem mesmo pode conceder uma entrevista), não oferece nenhum perigo de praticar os crimes que, embora falsamente, lhe são atribuídos.

A essência da lista de metas de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

Convencionou-se dizer que os primeiros cem dias de governo são determinantes para se ter uma base sobre como será a sua gestão. Esse período seria tempo suficiente para traçar as metas dos próximos anos e divulgar balanços das primeiras ações da administração. E assim fica-se sabendo se o que foi prometido na campanha e registrado no plano de governo faz parte das metas e quais são as ações de curto, médio e longo prazos. Nesse tempo também é possível conhecer a equipe do governo e quais são suas ações efetivas para dar cumprimento ao que foi anunciado.

Faltou assunto pra Bolsonaro em Davos

Por Ana Prestes, no site da Fundação Maurício Grabois:

O Fórum Econômico Mundial de Davos, em sua edição de 2019, não está muito concorrido por chefes de Estado e Governo. Faltaram Putin, Trump, Xi Jinping, Macron, Theresa May e outros. Bolsonaro poderia ter sido, portanto, uma grande estrela da festa. Ainda vão mais alguns dias de encontro até 25 de janeiro e ele pode surpreender (será?), mas o que tudo indica é que ficaremos mesmo na exposição de mostruário que ele adotou como tom de participação no encontro: “aqui está Sérgio Moro”, vejam que Ministro qualificado nós temos para por fim à corrupção, e “aqui está Paulo Guedes”, o homem que vai abrir o Brasil para ser um grande player do comércio internacional e destino de vultosos investimentos.

A conspiração da extrema-direita na Europa

Por Manuel Castells, no site Sul-21:

As eleições para o Parlamento Europeu, no dia 26 de maio, são decisivas para o projeto da integração europeia. Os ultranacionalistas em ascensão definiram como objetivo a constituição de um bloco para bloquear as políticas europeias comuns (um terço das cadeiras) que, junto com sua presença em diversos governos, possa reverter a Europa a um sistema de nações limitadas em sua colaboração a acordos específicos, sempre priorizando os interesses nacionais. Também defendem a redução drástica da imigração, o enfrentamento com o Islã em defesa da Cristandade e a restauração do patriarcado tradicional, eliminando a proteção aos direitos de homossexuais e mulheres. O que era uma tendência em toda a Europa, exemplificada na Espanha pelo Vox e por um setor do PP, está convertendo-se em um projeto coordenado. Prepara-se para esses dias, em Bruxelas, o lançamento de uma fundação denominada “O Movimento”, impulsionada por Steve Bannon, que foi estrategista de Trump, eficiente diretor de sua campanha presidencial e assessor especial na Casa Branca.

Mourão já manda muito no governo Bolsonaro

Por Renato Rovai, em seu blog:

O general Mourão já mostrou que não é um vice decorativo no governo Bolsonaro. Desde quando disse que o senador Magno Malta não seria ministro (e não foi) já deu para perceber que sua voz não era só dele.

Mourão representa a elite do Exército no arranjo da intervenção militar pelo voto.

Ontem, em mais uma declaração, Mourão desautorizou Bolsonaro em uma “canelada” bem das grossas. Disse que o Brasil não participará de intervenção na Venezuela.

Brasil fica mais triste sem Jean Wyllys

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Filho de lavadeira e pintor de carros, Jean Wyllys nasceu há 44 anos na pequena Alagoinhas, no leste da Bahia. Formou-se em Jornalismo na UFBA, exerceu a profissão na imprensa baiana, se tornou professor universitário e ganhou um reality show. Foi eleito deputado federal por três mandatos consecutivos, sempre escolhido anualmente entre os melhores parlamentares brasileiros. Sob qualquer ponto de vista que se olhe, é um vencedor. Pois este homem brilhante está sendo impedido de viver em sua própria terra porque ameaçam matá-lo apenas por defender os direitos dos cidadãos LGBTs.

O futuro a nós pertence

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

Carta Maior comemora 18 anos no próximo dia 28.

Concebida como um portal de esquerda, na atmosfera de esperança e paixão, durante a inauguração do I Fórum Social Mundial de Porto Alegre, Carta Maior sempre tratou a informação como um bem público e chegamos a ter uma redação com 22 jornalistas e dezenas de correspondentes em várias partes do mundo.

Bolsonaro liberou novos agrotóxicos

Por Alexandre Guerra, no site da Fundação Perseu Abramo:

O Ministério da Agricultura liberou o registro de quarenta produtos comerciais com agrotóxicos, fato que afetará a saúde dos brasileiros e a produção de alimentos saudáveis. A permissão do registro de novos produtos com agrotóxicos para fins comerciais foi publicada no Diário Oficial da União de 10 de janeiro de 2019. A permissão envolve a liberação da comercialização de substâncias como o Metomil e o Imazetapir, ambas utilizados na produção agroindustrial.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Jean Wyllys e o Brasil das trevas

Por Altamiro Borges

Em maio passado, durante o 6º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que coordenava a Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e pelo Direito à Comunicação (Frentecom) da Câmara Federal, denunciou o “jornalismo de guerra” praticado pela mídia monopolista e golpista. Compartilhando a mesa com a presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga, e com a coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli, ele argumentou que a escandalização da política, sempre feita de forma seletiva e manipuladora, estava ajudando a criar um clima de intolerância e de ódio na sociedade. Ele estava bastante preocupado com a onda de fascistização da sociedade e já temia pelo pior nas eleições presidenciais de outubro.

Brumadinho e o “sinistro” do Meio Ambiente

Por Altamiro Borges

As primeiras imagens, tristes e revoltantes, indicam que o rompimento da barragem da Vale na ‘Mina Feijão’, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, pode ser consequências ainda mais graves do que o crime ambiental de Mariana, em 2015. Até o início da noite desta sexta-feira (25), o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais havia confirmado quatro feridos e mais de 200 desaparecidos. A onda de lama deve atingir até 19 municípios mineiros. Reportagem de Leonardo Fernandes, no jornal Brasil de Fato, mostra a gravidade da tragédia. Reproduzo alguns trechos:

Moro investigará ameaças a Jean Wyllys?

Por Jeferson Miola, em seu blog:         

Renunciar a mandato conferido pelo voto popular não é um ato trivial. Tem-se registro de renúncias de mandatos parlamentares por condenações, enfermidade, eleição para cargo Executivo, ou outros.

Não existia precedente, entretanto, na história do Brasil, de deputado federal que tenha renunciado por correr risco de morte por desempenhar atividade parlamentar comprometida com os direitos humanos, a pluralidade, a liberdade, a democracia.

A renúncia do Jean Wyllys/PSOL, neste sentido, é uma pesada denúncia de que a pistolagem adentrou o território da política e, se não for detida, poderá colonizar a política da mesma maneira que já domina comunidades no Rio e no país afora.

O inesgotável febeapá do governo Bolsonaro

Por André Rosa, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Na década de 60, quando ainda vivíamos sob o jugo de uma feroz ditadura, parte de nossa intelectualidade combatia o regime com as armas do humor e do deboche. O teatro, a música e o cinema floresciam como nunca. Nos palcos, peças como “Liberdade, liberdade” (Millôr Fernandes, dir. Flávio Rangel) e “O rei da vela” (Oswald Andrade, dir. José Celso Martinez Corrêa) tiravam o sono dos militares. No jornalismo, o semanário O Pasquim fez história. Matéria-prima não faltava. Os brucutus que apreendiam livros sobre “cubismo” (coisa de cubano) e que queriam enjaular o perigoso comunista Sófocles, autor da subversiva “Electra”, não davam descanso à pena de nossos jornalistas. Assim nasceu o Febeapá.

A nação rumo ao terror

Por Luís Fernando Vitagliano, no site Brasil Debate:

A proposta de mudança da embaixada de Israel de Tel Aviv para Jerusalém coloca o Brasil desnecessariamente como parte do conflito secular entre árabes e judeus – tema sobre o qual o Brasil tradicionalmente se posiciona defendendo a isenção e uma solução mediada e pacífica. Com a suposta decisão do novo governo, o Brasil entraria na rota de países sujeitos a atentados internacionais de grupos fundamentalistas. Isso deve ser considerado uma catástrofe. Mas, relação com Israel é a catástrofe positiva que Bolsonaro precisa para sua sustentação política interna e externa.

Bolsonaro controlará informações públicas?

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há duas maneiras de avaliar as informações públicas. Uma delas, é como instrumento de controle dos abusos de governo. A outra, é como instrumento de desestabilização de governos.

O republicanismo ingênuo do PT optou pelo primeiro caminho. A Lei de Acesso às Informações foi um marco na transparência pública. E, ao mesmo tempo, as informações se transformaram no aríete utilizado por Sérgio Moro, juiz, para derrubar o governo.

O governo Bolsonaro enxerga as informações da ótica da segurança.

Os fantasmas empregados pelo clã Bolsonaro

Por Vinicius Segalla, na revista CartaCapital:

É uma tradição familiar. Contratar funcionários – fazendo uso de verbas públicas – que não aparecem no gabinete parlamentar para cumprir suas funções. Trata-se de uma prática que a família Bolsonaro cultiva há muitos anos. A cada dia que passa, mais um profissional contratado por um Bolsonaro surge nos noticiários, em fantasmagóricas aparições, a assombrar o atual presidente da República.

Chegou-se ao ponto de ser difícil manter a conta de quantos funcionários fantasmas já foram revelados até agora, e em qual dos gabinetes da família cada um foi instalado. Segue, abaixo, uma lista do que se conhece até hoje, dia 25 de janeiro de 2019, data de publicação desta reportagem, sem detrimento dos que eventualmente venham a surgir nos próximos dias, semanas, meses e anos.


O fantasma do Vietnã na Venezuela

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Para quem imaginou que seria possível derrubar o chavismo através de um golpe parlamentar iniciado por Donald Trump e liderado por Juan Guaydó, um deputado de extrema-direita com 35 anos de idade e nada de notável na biografia até o início da semana, está claro que a América Latina foi envolvida numa situação grave e dramática, que está longe de ser um passeio.

Neste domingo, cinco dias depois de Caracas amanhecer com protestos de grande porte, será possível assistir ao desfecho do primeiro lance de um confronto que o mundo acompanha numa tensão cada vez maior, desde que exóticas imagens do Mike Pence, vice-presidente dos EUA, surgiram na TV, para apoiar as mobilizações contra Maduro.