quarta-feira, 3 de abril de 2019

Bolsonaro confessa que seu governo acabou

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Quem viu a guerra suja que Bolsonaro travou para se eleger presidente, sendo seu apoiador ou crítico certamente ficou estarrecido com o que ele acaba de dizer sobre governar o Brasil ser um “abacaxi” e sobre estar apenas empurrando o governo com a barriga. Que tal, então, o Congresso Nacional providenciar a aposentadoria precoce dele para aliviá-lo desse fardo?

Matéria do jornal espanhol El País veiculada durante a eleição presidencial do ano passado revela que a campanha de Bolsonaro apelou a “difusão de mentiras camufladas como notícias, vídeos que tentavam desmentir publicações negativas da imprensa, desconfiança das pesquisas e falsos apoios de celebridades à candidatura Jair Bolsonaro”.


Napoleões de hospício e o nazismo de esquerda

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Bolsonaro deve achar que todo mundo é idiota, não só os que votaram nele.

Quando ignorância, cinismo e má-fé se juntam, é um perigo.

Dá nisso que estamos vendo.

Em Israel, perguntado sobre a nova teoria de Ernesto Araújo, o chanceler aloprado, para quem o nazismo foi um movimento de esquerda, o capitão respondeu de bate pronto:

“Não há dúvida. Partido Socialista… Como é que é? Da Alemanha (alguém lhe assoprou no ouvido). Isso: Partido Nacional Socialista (com ênfase no socialista)”.

A aliança de Moro com a indústria do tabaco

Qual crise fiscal atinge o Brasil?

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

O governo do capitão continua insistindo na tecla da chamada crise fiscal. Para além de todas as translouquices e das trapalhadas dos integrantes de seu primeiro escalão, existe um time sério e perigoso no comando do Ministério da Economia. Não devemos nos deixar enganar pelas inimagináveis propostas e ações que terminam por depor contra a própria imagem do nosso País no exterior. O governo Bolsonaro não se resume a Ernesto Araújo nas Relações Exteriores, a Damares na Família, a Velez na Educação, aos filhos irresponsáveis ou a Olavo Carvalho infernizando a vida de todos por aqui a partir de torpedos disparados lá dos Estados Unidos.

Ele foi fazer boca de urna para o Netanyahu

Fome dispara na Argentina de Macri

Foto do site: El Ciudadano
Por Martín Fernández Lorenzo, no blog Socialista Morena:

Na semana passada, o INDEC (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina) publicou índices de pobreza e indigência em nossos vizinhos: 32,2% e 6,7%, respectivamente. O presidente de direita Mauricio Macri, que usou durante toda sua campanha o slogan “Pobreza Zero”, desde que assumiu o cargo teve o cuidado de fazer exatamente o oposto com suas políticas econômicas.

O dado mais preocupante sobre o aumento da pobreza em geral na Argentina da era Macri é o seguinte: 46,8% das crianças menores de 14 anos são pobres e representam 10,9% dos indigentes. Em comparação com 2017, a pobreza entre as crianças cresceu 18% e a indigência, 43%.

Bolsonaro insiste em nazismo de esquerda

terça-feira, 2 de abril de 2019

Modelo de negócios da Globo está falido?

Por Altamiro Borges

Duas matérias publicadas na semana passada confirmam que a poderosa TV Globo passa por um período de muitas dificuldades – o que reforça a tese de que seu modelo de negócios está em crise. A primeira nota foi postada no site R-7, da rival Record:

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Corte de gastos? Globo perde doze jornalistas famosos em um ano

Por Keila Jimenez

A dança de cadeiras do jornalismo da Globo parece não ter fim. Agora foi a vez da jornalista esportiva Cristiane Dias deixar o canal. Em um ano, a Globo perdeu mais de doze de seus maiores nomes do jornalismo, que não tiveram contratos renovados. Trata-se quase sempre de funcionários renomados, experientes, com muitos anos de casa e muitas vezes com salários mais altos.



MEC à deriva e o caos na educação

Por Flávia Calé

O Ministério da Educação é das instituições brasileiras de maior relevância para a construção da nação. Tem o segundo maior orçamento da Esplanada, com previsão de cerca de 122 bilhões para 2019, e é um dos mais capilarizados nos estados, através de universidades e institutos federais que têm enorme papel não apenas na formação de jovens, mas também na pesquisa de ponta que ajuda a transformar as potencialidades locais em dinamismo econômico.

Sindicalismo: A saída é a entrada

Por João Guilherme Vargas Netto

É claro que o movimento sindical precisa continuar resistindo para garantir sua sobrevivência enfrentando as adversidades. As entidades sindicais (principalmente os sindicatos) devem realizar fortes campanhas de ressindicalização e oferecerem aos associados e às categorias neosserviços úteis, modernos, atraentes e remunerados.

É óbvio também que devem atuar de modo incisivo e judicialmente para garantir os acordos e convenções em vigência que determinam descontos em folha aprovados por assembleias (que não podem ser retroativamente impugnados por nenhuma medida provisória).

Israel e os líderes da Terra Plana

Por Marcelo Zero

Lula foi o único presidente do Brasil que teve efetiva projeção internacional, tornando-se liderança mundial muito respeitada no planeta. No planeta esférico e concreto, acrescente-se.

Tentando emular Lula, Bolsonaro e o chanceler mitômano de delírios pré-iluministas também pretendem ser lideranças mundiais.

Porém, ao que tudo indica, renunciaram a um lugar de destaque no planeta esférico e concreto e almejam ser líderes da Terra Plana, esse curioso mundo medieval ptolomaico recentemente ressuscitado pela imaginação fértil de astrólogos políticos.

O governo brasileiro vive hoje numa Terra Plana, geopoliticamente unidimensional e unipolar, na qual só cabem os interesses de coisas como o trumpismo e o Ocidente medieval vislumbrado por mentes gestadas por uma mistura implausível da Suma Teológica com generosas doses de LSD.

Os interesses dos EUA na América Latina

Por Joaquín Piñero, no jornal Brasil de Fato:

A partir dessa semana vamos dar uma breve pincelada no quadro geopolítico do nosso continente e principalmente na região mais conhecida como América Latina e Caribe. Para início de conversa, vamos entender quais são os principais interesses dos Estados Unidos (EUA) nessa parte do continente. Vamos lá:

Doutrina Monroe

Milícias, poder e a insegurança dos cidadãos

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Ao despedir-se da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, o general Richard Nunes apresentou como saldo da segunda intervenção federal o aparelhamento ou reaparelhamento técnico e operacional (armas e viaturas e similares) das polícias civil e militar do Estado: “Fizemos a intervenção com o propósito muito mais de reestruturar os órgãos do que de tratarmos do dia a dia da criminalidade” (O Estado de SP, 14/12/2018). Louvável fruto essa reestruturação, mas que, evidentemente, poderia ser alcançado, talvez com menos custos, mediante a simples transferência direta de recursos pela União. Ademais, pouparia as forças armadas de verem posto em xeque seu papel constitucional e arranhado o necessário respeito que por elas deve nutrir a sociedade.

Crimes da ditadura e o silêncio da Justiça

Por Caio Paes, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Às voltas com os 55 anos do golpe civil-militar, completos neste dia 1º de abril, juízes, procuradores e ministros do STF se viram no centro das atenções. Tudo por conta das provocações do governo de Jair Bolsonaro, que reviveu a questão da ditadura mais uma vez ao determinar que quartéis celebrassem a data. Entre falas pomposas e decisões a favor e contra a recomendação do governo, a Justiça brasileira parece ter conseguido esconder seu papel principal nessa história: manter a impunidade dos crimes da ditadura.

Bolsonaro destrói a comunicação pública

Da Rede Brasil Atual:

Os casos de censura aos profissionais da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) revelam, na análise do integrante da coordenação geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) Géssio Passos, que a "intenção do governo Bolsonaro é acabar com o caráter público" do veículo, segundo afirma à repórter Ana Rosa Carrara, da Rádio Brasil Atual. Na semana passada, profissionais da EBC apontaram censura em matérias que tratavam dos 55 anos do golpe, sendo impedidos de utilizar palavras como golpe e ditadura para mencionar o fato histórico. "Esse é um projeto que vem em curso para liquidar o que está previsto na lei e na Constituição, que é a comunicação pública separada da comunicação governamental", ressalta Passos.

Bajulação e subserviência da atual diplomacia

Calado é um poeta... Charge: Paulo Baraky
Por Celso Amorim, na revista CartaCapital:

É tentador não ver nas manifestações de certos atores políticos nada mais que um exotismo sem sentido, um conjunto de bizarrices de alguém que digeriu mal teorias sobre ascensão e queda das civilizações e que alia a essa característica uma obstinada tendência à bajulação e à subserviência.

Não se trata só de ignorância histórica, bizarrice, exotismo ou pendor à subserviência

E é verdade que esses elementos estão presentes na diplomacia do atual governo brasileiro e nas declarações desencontradas e incoerentes de ministros, gurus e familiares. Muitas delas vêm logo seguidas de desmentidos ou reinterpretações que amenizariam um pouco seu sentido mais pernicioso. Tem sido o caso em relação ao uso da força para a mudança de regime na Venezuela.

Os militares, a política e a geopolítica

Por Renato Rabelo, em seu blog:

A formação do governo de Jair Bolsonaro, que tomou posse em 1º de Janeiro, tem uma marca acentuada da participação de oficiais militares. Além da vice-presidência da República, foram indicados oito deles, de alta patente, que gozam de grande autoridade no âmbito militar. Ocupam cargos de comando de Ministérios centrais e estratégicos. A presença de integrantes das Forças Armadas se expande para o segundo e terceiro escalões, em postos destacados, já atingindo a casa da centena. É um contingente maior em postos de primeiro escalão e em número de militares, se comparado com os governos do período do regime militar, implantado em 1964. Esse acontecimento é inédito na história da República.

Toffoli envergonha até o Merval Pereira

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A vergonha do judiciário chegou a tal ponto que até o reacionaríssimo Merval Pereira, que defende a reforma da Previdência com mais furor que o Paulo Guedes, ficou acanhado com o “oferecido” presidente do Supremo, Dias Toffoli, que andou falando num “pacto” com Jair Bolsonaro para garantir o massacre dos direitos sociais, como escrevi aqui, há três dias.

Em sua coluna de hoje em O Globo, o autoproclamado ministro honorário do Supremo diz:


A "descomemoração" da ditadura de 1964

Editorial do site Vermelho:

Nunca houve, no Brasil, comemorações cívicas verdadeiras pelo 31 de março, o dia em que - por conveniência - a direita decidiu registrar como aquele em que ocorreu o golpe militar de 1964 - que, de fato, ocorreu em 1º de abril, mas este é o dia da mentira...

Datas cívicas são, quase sempre, temas de comemorações. As maiores, no Brasil, são 7 de setembro (Independência), 15 de novembro (República) e 21 de abril (Tiradentes e Inconfidência Mineira) além de datas atinentes à Abolição da Escravatura. São acontecimentos que marcam a formação do Brasil e que estão no coração do povo, que as festeja e comemora. Mas não o 31 de março que, nestes 55 anos, é a data que lembra o golpe militar que infelicitou a nação e nunca foi comemorado pelo povo.

Golpe da previdência vai aprofundar a crise

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, Bárbara Vallejos Vazquez e Euzébio de Sousa, no site Brasil Debate:

Desapareceu no Brasil a discussão sobre geração de emprego. Mesmo registrando 12,5 milhões de desocupados e 27,3 milhões de subutilizados (desocupados, subocupados por insuficiência de horas e na força de trabalho potencial) – um quarto da força de trabalho brasileira – o único problema do Brasil parece ser a previdência. Após a retração de 6,9% do PIB em 2015 e 2016 e um crescimento econômico muito baixo, de 1% em 2017 e 1,1% em 2018, com expectativas de crescimento para 2019 revisadas para baixo 6 vezes consecutivas [1], o país está longe da recuperação do nível do PIB per capita de 2014 (Gráfico 1). Assim, para as famílias de trabalhadores, a crise continua.