sábado, 18 de maio de 2019

Gritar com raiva e ouvir com calma

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

De volta às ruas, de onde nunca deveria ter saído. Essa é a sensação que fica do estrondoso grito de indignação da sociedade em relação aos drásticos cortes na educação. O choque de realidade, literalmente com o pé no chão, tem tudo para esfumaçar a covardia do radicalismo das nuvens que segregam ódio. Mas se as ruas deram de novo o tom da política, é preciso saber escutá-las com sabedoria e, sobretudo, ter capacidade de levar a voz adiante.

O pensamento único da mídia monopolista

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Rede Brasil Atual:

Nem nos golpes contra Getúlio Vargas, em 1954, e Jango, em 1964, vimos a mídia tão unida como agora. E desta vez não é para depor um presidente, mas para arruinar um país. Trato da destruição da previdência social, assumida como projeto prioritário do atual governo e encampada sem restrições pelos meios de comunicação.

Chegam a ser constrangedores os raros momentos em que um convidado de um programa de TV foge da linha oficial da emissora. As expressões dos apresentadores beiram o pânico, a contenção imposta ao entrevistado é evidente e seu nome, com toda certeza, retirado da lista da produção. No entanto esses momentos são raros.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

O Irã e os idiotas úteis do Brasil

Por Marcelo Zero

Mais uma vez, o governo Bolsonaro demonstra que está disposto a atirar contra os interesses do Brasil para satisfazer os delírios psicopatas de assessores de Trump e os interesses do governo Netanyahu.

A notícia de que o Brasil e Israel promoveram reunião sigilosa no Itamaraty, para que nosso país se some aos esforços para desestabilizar o Irã, inteiramente crível, face às fantasias ideológicas do presidente e do seu folclórico chanceler, indica que está em andamento outro gigantesco tiro no pé do Brasil. Não bastassem as agressões à China, à Rússia, aos países árabes, a membros do Mercosul, etc., chegou agora a vez do Irã. Essa gente vive, definitivamente, fora da realidade, num mundo irracional e pré-iluminista.

Lula e Dilma não fizeram corte na Educação

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Bolsonaro tenta enganar o povo dizendo que Lula e Dilma também fizeram cortes na Educação. Sim, também fizeram cortes, mas elevaram os gastos de R$ 18 bilhões em 2002 para R$ 127,9 bilhões em 2015 e de 2,46% do PIB em 1980 para 5,95% em 2015. Deram muito mais do que tiraram. Ou seja: não tiraram nada. O que Bolsonaro deu à Educação? Ameaças.

Os fascistas exumaram vídeo de um telejornal de 2010 em que a apresentadora disse que Lula cortara “mais de dois bilhões de reais” da Educação. Vejamos o tal vídeo [aqui].

Religião, violência e loucura

Por José Luiz Fiori, no site da Fundação Maurício Grabois:

O meu anjo irá adiante de ti e te levará aos amoreus, aos heteus, aos ferezeus, aos cananeus, aos heveus e aos jebuseus, e eu os exterminarei. Não adorarás os seus deuses, nem os servirás; não farás o que eles fazem, mas destruirás os seus deuses e quebrarás as suas colunas. (Êxodo, 23, Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas, São Paulo, p.140)

Na segunda década do século XVI, o humanista cristão Erasmo de Roterdã sustentou um famoso debate teológico com Martim Lutero sobre a “regra da fé”, ou seja, sobre o critério de verdade no conhecimento religioso. Essa batalha não teve um vencedor, mas ajudou a clarificar a posição revolucionária de Lutero, que rejeitou a autoridade do Papa e dos Concílios e defendeu a tese de que todo cristão deveria julgar por si mesmo, o que fosse certo e o fosse errado no campo da fé.

A intervenção dos EUA no Brasil

Por Marco Aurélio Cabral Pinto, no site Brasil Debate:

Daqui a apenas três anos sobrevirá na mídia corporativa o centenário da independência brasileira. Independência política de Portugal, sucedida por subordinação econômica à Inglaterra. Uma independência sem soberania, sem graus rasteiros de autodeterminação.

Da mesma maneira, a República pode ser celebrada como segundo momento histórico de transição entre dominadores externos sobre o Brasil – a aristocracia Inglesa cedeu espaço para a burguesia inovadora-gestora norte-americana.

Governo contra o progresso da ciência

Por Luiza Dulci, na revista Teoria e Debate:

Em todas as áreas, o presidente Jair Bolsonaro estimula o combate ao que ele associa à ideologia comunista, de esquerda, petista e autoriza a desconstrução de políticas públicas que estariam sob essa égide. O presidente que se coloca contra o exercício da política indicou para o Ministério do Meio Ambiente alguém contra a preservação ambiental; para o Incra alguém contra a reforma agrária, para os direitos humanos alguém contra a diversidade; para as relações exteriores alguém contra a cooperação, o diálogo e a soberania nacional. Para o MEC, a diretriz é desinvestir em educação e combater a “balbúrdia” do ensino público, mesmo que isso custe o fechamento de universidades e institutos federais. O primeiro indicado para o ministério, um olavista de carteirinha, mais trabalhou para desconstruir a pasta do que implementar uma política educacional.

Bolsonaro se aproxima da hora da verdade

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Não há que se surpreender com Paulo Guedes, assim como não havia razões para esperar algo diferente de Jair Bolsonaro.

Desde o começo se sabia que Guedes era um gestor atrapalhado. É muito mais fácil comandar uma equipe de analistas, do que uma equipe multidisciplinar como o super-ministério que ele assumiu. No caso do banco de investimento, o objeto é um só, assim como o nível de conhecimento e de analise. Mesmo assim, Guedes foi um desastre, criando conflitos desnecessários com seus sócios e suas equipes, não demonstrando capacidade de convivência e de liderança. Sempre foi um grande desorganizado – e nem se tome como ofensa, porque é a característica dos intelectuais.

Como e quando Bolsonaro vai cair?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Renúncia? Internação? Impeachment? Golpe dos generais?

Como diria o êmulo Trump, todas as opções estão sobre a mesa, mas uma coisa é certa: Jair Bolsonaro não tem mais condições políticas, mentais e morais para governar o país.

Já não tinha quando tomou posse. Mas, de lá para cá, tudo só piorou - para ele e para nós.

O país esta perto de um colapso político e econômico sem precedentes na nossa história.

Antes de completar cinco meses no poder e de começar a governar, o tempo do capitão já acabou.

Desigualdade no Brasil é medida pelos dentes

Transplante de dentes/Thomas Rowlandson, 1787
Por Rosana Pinheiro-Machado, no site The Intercept-Brasil:

Maria da Luz teve sua primeira escova de dentes aos 15 anos. Antes disso, usava folhas para limpar os dentes, como era de praxe em Mulungu do Morro, interior da Bahia, onde nasceu. Aos 14, sentiu uma dor forte no dente da frente e seu avô a levou ao farmacêutico, ordenando que extraísse todos os dentes da frente de uma vez só - sem anestesia - para que não voltasse a incomodar. Aos 17 anos, depois de muito trabalhar na roça, ela conseguiu juntar dinheiro para comprar uma dentadura, com a qual nunca se adaptou.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Brasil afora multidões contra Bolsonaro

O machismo e a masculinidade tóxica

Diga não ao golpe da Previdência

A Educação e o ministro sem educação

Editorial do site Vermelho:

O conhecimento destrói mitos. Essa assertiva presente em cartazes das manifestações contra o corte de verbas da Educação em todo o país é a melhor imagem desse trágico cenário criado pelo governo Bolsonaro. A ação perspicaz do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) que requereu a presença do ministro Abraham Weintraub na Câmara dos Deputados no dia dos grandes atos de protesto contribuiu muito para que mais mitos fossem lançados por terra, como a falácia de que a prioridade é a educação básica, posta a pique por uma contundente intervenção da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Defesa da educação catalisa insatisfação

Recife/PE, 15/5/19. Foto: Rodolfo Loepert/Mídia Ninja
Por Jeferson Miola, em seu blog:                                 

Os protestos multitudinários em defesa da educação que ocorreram em todo o Brasil neste 15 de maio catalisaram a ampla insatisfação da sociedade brasileira com Bolsonaro.

A resistência ao projeto de destruição da educação e da Universidade pública se transformou na plataforma de enfrentamento global ao governo Bolsonaro e suas políticas ultraliberais, eugenistas e racistas. A resistência à contrarreforma previdenciária ganhou ainda mais centralidade.

Em algumas capitais brasileiras, como Porto Alegre e Rio de Janeiro, as manifestações foram de magnitude equivalente aos comícios das Diretas Já de 1983/1984 – até então o principal marco de mobilizações populares do país.

Bolsonaro, Guedes e o pato manco

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Velho em seu quinto mês, o governo, desarticulado na política, incompetente na gestão econômica, navega como nau sem rumo, frustrando não apenas as esperanças do eleitorado que mobilizou, mas, até, muitas das expectativas da Avenida Paulista.

Para além da ‘reforma’ da Previdência e seu furor austericídico, o “Posto Ipiranga” não conseguiu sinalizar para a sociedade com algum projeto, seja de desenvolvimento, seja de recuperação da economia. Esta caminha da estagnação para a recessão, e dela não sairemos enquanto o “mercado” não entender que a única alternativa para a crise fiscal (que, ademais, não é nosso desafio crucial) é o desenvolvimento do país, a saber, a promoção da riqueza. Mas tal objetivo é uma incongruência, tratando-se, como é o caso, de um governo retracionista.

Povo foi às ruas e ajudou a mudar a História

Ponta Grossa/PR, 15/5/19. Foto: Angelo Rocha/Mídia Ninja
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num dia que será lembrado por muitos anos, o 15 de maio de 2019 marca uma mobilização que modificou o curso político do país, estabelecendo novas bases para a luta dos estudantes, trabalhadores e da maioria da população. 

Três anos depois do golpe parlamentar que arrancou Dilma do Planalto, treze meses depois da prisão que retirou Lula de uma campanha presidencial na qual era um candidato imbatível, o dia 15 começou a modificar a relação de forças estabelecida desde então.

As estimativas sobre o total de pessoas que foram às ruas para defender o ensino público e o direito da juventude a um futuro podem variar, mas o significado político é imenso, cristalino.

Na rota das grandes lutas

Chapecó/SC, 15/5/19. Foto: Ana Laura Baldo/Estudantes NINJA
Por Haroldo Lima

Foi um espetáculo portentoso o que ontem se viu pelas praças e ruas do Brasil. Centenas de milhares de estudantes, professores, trabalhadores em educação e povo em geral desfilaram sua indignação, suas denúncias e sua criatividade em todos os 26 estados da Federação e no Distrito Federal.

Cortejos enormes e numerosos, de norte a sul do país, puseram-se em marcha na defesa da educação ameaçada. Não se viu a “bagunça” que o ministro da educação Abraham Weintraub enxergou nas universidades efervescentes brasileiras. Via-se protesto contra o descalabro e repulsa ao obscurantismo que reduz o governo federal a um organismo necrosado que se orienta por um farsante boquirroto acoitado nos Estados Unidos.

Evangélicos e a ascensão da extrema-direita

Por Ana Keila Mosca Pinezi, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

A Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) é um complexo que envolve um império midiático não voltado apenas à propagação de seus preceitos religiosos e morais e ao proselitismo, mas também como a expressão do crescimento extraordinário evangélico no Brasil, em especial o do neopentecostalismo, cujo cerne está na Teologia da Prosperidade e da Saúde. Dessa maneira, os evangélicos neopentecostais são uma clara ameaça ao catolicismo tradicional e também popular. 

Cerco se fecha ao redor de Flávio Bolsonaro

Por Giovanna Galvani, na revista CartaCapital:

Após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ter autorizado a quebra do sigilo bancário do senador Flavio Bolsonaro (PSL) e de mais 95 pessoas, incluindo Fabricio Queiroz, o vespeiro pareceu se agitar. Na quinta-feira, 15, o filho 01 do presidente foi apontado em reportagem da revista Veja como articulador de lavagem de dinheiro – feita por meio de compra de 19 imóveis por 9 milhões de reais no Rio de Janeiro.