quinta-feira, 23 de maio de 2019

Austeridade e o grande salto para a recessão

Por Pedro Paulo Zahluth Bastos, na revista CartaCapital:

“Loucura é continuar fazendo a mesma coisa e esperar resultados diferentes.” A definição de Albert Einstein parece apropriada para descrever gestores da política econômica e a imensa maioria dos economistas do mercado financeiro no Brasil.

No final de 2018, a previsão do mercado para o crescimento do PIB em 2019 era de 3%. A bolsa bombou depois que Jair Bolsonaro chegou perto de levar a eleição no primeiro turno. Enquanto isto, a confiança do empresário industrial subiu 20% entre outubro e novembro de 2018.

O que prometia Bolsonaro? Respeitar a Lei do Teto do Gasto e até mesmo cortar o gasto público ainda mais do que a lei exige para diminuir a tributação um dia. Reduzir ainda mais direitos trabalhistas e salários com a chamada Carteira Verde-Amarela. Mudar a Previdência para, de novo, cortar o gasto público com aposentados e (pasmem!) aumentar impostos (ou melhor, a “contribuição previdenciária” dos cidadãos).

Seita do capitão deixa o Brasil ingovernável

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

As imagens dos deputados do PSL alucinados com seus celulares, fazendo lives no celular enquanto a Câmara votava medida provisória de interesse do governo, mostra a irresponsabilidade não só dos parlamentares da “nova política”, mas também de quem votou neles, sem saber quem eram, na onda conservadora bolsonarista.

São eles, figuras folclóricas ou ilustres desconhecidos, pastores, policiais e militares em profusão, que alimentam as redes sociais dos fanáticos seguidores da seita bolsonarista, sob a alta direção dos filhos do capitão e dos “olavetes” espalhados pelo governo.

Economia não para de mandar sinais negativos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Ontem, foi a queda nos níveis de utilização da capacidade instalada da indústria para abaixo de 75%. Hoje, é a queda das expectativas do consumidor, apontada pela Fundação Getúlio Vargas:

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas recuou 2,9 pontos em maio para 86,6 pontos. Após a quarta queda consecutiva, o índice acumula perda de 10 pontos e chega ao menor nível desde outubro de 2018 (85,4 pontos).

Os pseudos bacharéis do bolsonarismo

Por Leandro Fortes, no blog Viomundo:

A fixação das extrema direita brasileira pelos Estados Unidos e pelo american way of life criou uma onda de estelionatos acadêmicos desnudados, agora, pelo bolsonarismo.

A Universidade de Harvard, que habita o inconsciente coletivo dessa tigrada semi analfabeta, transformou-se em um delírio acadêmico orientador dos currículos de autoridades públicas ávidas por se autoafirmar como gente letrada.

Esse estelionato, além de, obviamente, criminoso, é também simbólico sobre a mentalidade colonizada dessa turba - ministros, procuradores, gestores públicos - em relação ao conhecimento.

"Nova direita" se afasta do bolsonarismo

Por Glauco Faria, na Rede Brasil Atual:

Com as manifestações em prol da Educação e os inúmeros desencontros entre o Planalto e parlamentares no Congresso Nacional, a popularidade do governo Bolsonaro começa a dar sinais mais evidentes de erosão. Diante do cenário, apoiadores do presidente decidiram convocar, por meio das redes sociais, uma manifestação para o dia 26 de maio, iniciativa que rachou ainda mais sua base.

A deputada estadual do PSL de São Paulo Janaina Paschoal classificou o movimento como mostra de “irresponsabilidade”. O líder do Movimento Brasil Livre (MBL) e deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) passou a ser alvo de bolsonaristas por se opor aos movimentos, chegando a reclamar de ser chamado de “comunista” por sua postura. O movimento de empresários intitulado Brasil 200, também manifestou seu desagrado e afirmou que não vai apoiar os protestos em defesa do governo.

Ruína econômica e a arrogância do governo

Editorial do site Vermelho:

Que o governo do presidente Jair Bolsonaro está fazendo água por todos os lados, parece ser incontestável. Além dos perrengues políticos, ele insiste numa agenda econômica sem nenhuma chance de fazer o país retomar patamares de crescimento compatíveis com o seu potencial — uma premissa que seria fundamental para, antes de tudo, estancar o processo de degradação social que avança em marcha acelerada sobretudo entre o povo trabalhador.

Soberania e bloco nacional-popular

Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:

A visita recente de Celso Amorim e Bresser Pereira ao ex-presidente Lula alimentou a discussão sobre a soberania nacional. Andava amortecida a palavra de ordem. A esquerda guardava alguma reticência em relação a ela, assentada em questões de fundo da maior importância. O mundo faz tempo enfrenta a voracidade do capital, borra os territórios nacionais pela ação das multinacionais. Marx, no século 19, já registrava a presença criadora e destrutiva do capital. Tudo que é sólido desmancha no ar.

O capital internacionalizou-se, com todos os direitos, diferentemente dos trabalhadores, confinados em suas nações, muitas vezes esmagados pelas guerras desenvolvidas pelo Império. Enfrentam todas as dificuldades para circular mundo afora.

Dallagnol e o sumiço do mestrado em Harvard

Por Jeferson Miola, em seu blog:

O mestrado do Deltan Dallagnol em Harvard sumiu?

A resposta a essa pergunta vale mais que os R$ 2,5 bilhões que o Partido da Lava Jato do Deltan acertou com o Departamento de Justiça dos EUA para seu Estado paralelo.

O mérito do perfil @bobjackk [foto] no twitter é, justamente, trazer a público a dúvida acerca do paradeiro do mestrado do Deltan Dallagnol em Harvard.

Bom termo da caminhada para greve geral

Por João Guilherme Vargas Netto

Três semanas nos separam do dia 14 de junho data prevista para a greve geral contra a deforma da Previdência e o fim das aposentadorias.

Neste intervalo de tempo estão programadas em todo o Brasil duas manifestações de rua: as do dia 26 de maio dos extremados bolsonaristas contra o STF, o Congresso Nacional e o “sistema” (talvez insuflados pelo próprio presidente que, no entanto, não participará delas) e as do dia 30 de maio dos estudantes, professores e diretores contra os cortes nas universidades e nos institutos técnicos federais e contra as agressões do ministro Cacho de Uva à Educação e a seus representantes (apesar do recuo ministerial nos cortes).

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Bolsonaro está pendurado na brocha

Os desafios para democratizar a comunicação

Lava-Jato produziu o governo Bolsonaro

Por Guilherme Scalzilli, em seu blog:

Os antigos defensores da Lava Jato, que festejaram quando a prisão de Lula impediu sua vitória eleitoral, reagem com perplexidade às estultices do governo Jair Bolsonaro. Ignorando a óbvia relação causal dos fenômenos, fingem que o jabuti subiu na árvore sozinho, como se a tragédia anunciada fosse um mero acidente de percurso na Cruzada Anticorrupção.

É fácil notar que a Lava jato enriquece delatores, advogados e multinacionais estrangeiras. Já considerá-la benéfica para o povo que a financia depende do repertório de valores de cada um. Se derrotar o lulismo compensa quaisquer sacrifícios, colapsos e prejuízos, maravilha, deu certo. Se nada justifica eleger milicianos e dementes obscurantistas, a conta não fecha.

Paulo Guedes e o verdadeiro fundo do poço

Por Ivo Lesbaupin, no site Outras Palavras:

Há três dias o ministro Paulo Guedes falou que a economia brasileira está no “fundo do poço”. Parecia um estudioso de fora do governo, que não tinha responsabilidade para com esta situação.

Mas ele dizia isso para convencer os parlamentares de que é preciso aprovar a Reforma da Previdência proposta por ele. Se não, afundaremos mais ainda. E ele nada poderá fazer.

Anos atrás li um trabalho de Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de economia, onde ele dizia que emprego e desemprego não são resultados fortuitos, imprevisíveis: o país gerará emprego (ou desemprego) dependendo da política econômica que adotar. Claro, tem de se levar em conta o contexto internacional, não há dúvida. Mas o que Stiglitz estava querendo dizer é que políticas de austeridade (ou de ajuste fiscal) produzem desemprego. E políticas anticíclicas, de investimento público, geram emprego.

Jornalismo e desconstrução do senso comum

Brasil está diante da marcha da insensatez

Por Bruno Lima Rocha, no jornal Brasil de Fato:

Estou convencido. O presidente caminha na marcha da insensatez, é um personagem que trocou de identidade. Como o ator que se confunde com o papel que lhe deram, no caso, meio que atribuído. Há uma mescla terrível de sistema de crenças alucinado - típico do pior do pós-modernismo em tempos de redes sociais - e uma excessiva exposição da era da imagem. Por exemplo: é certo que House of Cards é a arte que imita a vida e não o oposto. O conjunto das alusões e analogias da série, ao menos até o ator Kevin Spacey ser responsável pelo fim do personagem, Francis Underwood, é perfeitamente plausível, aplicado no mundo real, do concreto e da experiência. Já um sistema "mágico", de um "passado longínquo" e fundamentado na "filosofia do astrólogo" soa mais como discurso de propaganda, de pura legitimação fantasiosa. A mística somada ao extremismo conservador sempre dão uma soma terrível.

Bolsonaro chega ao abismo da História

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

No quinto mês do governo Bolsonaro, é fácil reconhecer que a democracia está sendo empurrada a um dos mais profundos abismos de nossa História.

Na sequência de um tenebroso documento distribuído pelo presidente da República, no qual se define a "ruptura institucional" como uma "hipótese nuclear", "irreversível, com desfecho imprevisível", o próximo domingo, 26 de maio, é um dos pontos de passagem do período.

Tudo indica que a mobilização irá confirmar a fragilidade desorientada dos movimentos interessados em estimular uma saída de inspiração fascista - a palavra é essa - diante do desmoronamento de um governo em minoria em seu próprio país, como apontam a mais recente pesquisa de opinião, Atlas Politico, publicada pelo El País: 28,6% dos brasileiros aprovam seu governo, enquanto 36,2% desaprovam.

Glenn Greenwald entrevista Lula

Bolsonaro sem apoio para o seu ato

Ameaçado, Bolsonaro ameaça!

Lava-Jato é parte da guerra híbrida