domingo, 23 de junho de 2019

A manipulação da Cármen Lúcia

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Um dos primeiros atos – senão o primeiro ato – de Cármen Lúcia ao assumir a presidência da 2ª Turma do STF, na próxima 3ª feira, 25/6, será manipular a ordem de votação dos processos para adiar a decisão sobre a suspeição de Sérgio Moro na farsa judicial que condenou Lula.

Reportagem do Valor Econômico de 21/6 noticiou que “Agora, sob o comando de Cármen, o processo continua previsto para análise na 3ª feira, mas passou do 3º item da pauta para o último, numa lista de 12 ações”.

O jornal admite que “A inclusão de novas matérias por parte da ministra tem sido apontada como uma maneira de adiar a análise, já que pode não haver tempo na 3ª feira para analisar o HC de Lula”.

Moro é o "hacker"

Por Fernando Rosa, no blog Senhor X:

Apesar de esfarrapadas, as explicações do ex-juiz Sérgio Moro para as conversas com os “agentes” operacionais da Lava Jato, divulgadas pelo site The Intercept, são elucidativas. Elas não só evidenciam quem comanda a operação Lava Jato, mas definitivamente deixam claro seu papel e das ações patrocinadas nos últimos três anos.

O ex-juiz Sérgio Moro diz insistentemente que as conversas, mesmo que havidas na forma como foram divulgadas, são resultado da ação de um “hacker” que teria não apenas capturado o conteúdo, mas também adulterado os textos, introduzindo palavras, diálogos e situações indevidas.

O avanço da direita e a causa oculta

Por Boaventura de Sousa Santos, no site Outras Palavras:

A verdade de um sistema errado é o erro. Para ser politicamente eficaz, este erro tem de ser incessantemente repetido, amplamente difundido e aceito pela população como a única verdade possível e credível. Não se trata de uma qualquer repetição. É necessário que cada vez que o erro é posto em prática, o seja como um ato inaugural – a verdade finalmente encontrada para resolver os problemas da sociedade. Não se trata de uma qualquer difusão. É necessário que o que se difunde seja percebido como algo com que naturalmente temos de estar de acordo. Não se trata, enfim, de uma qualquer aceitação. É necessário que o que se aceita seja aceito para o bem de todos e que, se envolver algum sacrifício, ele seja o preço a pagar por um bem maior no futuro.

'Democracia em vertigem': as feridas do golpe

Por Gabriel Valery, na Rede Brasil Atual:

Vasta documentação histórica aliada às portas abertas do Palácio da Alvorada compõem o documentário Democracia em Vertigem, da cineasta Petra Costa. O longa chegou nesta semana ao catálogo da Netflix para deixar mais um registro definitivo sobre o atual contexto político brasileiro. Petra conta com sensibilidade pontos essenciais da história recente que levaram o país a um processo de golpe (contra Dilma Rousseff, em 2016) que levou à ascensão da extrema-direita – com a ajuda da classe média alta do país, na qual a diretora se inclui em sua narrativa.


A revolta popular em Honduras

Protesto dia 19/6/19 em Tegucigalpa, Honduras
Foto: Jorge Cabrera/Reuters
Por Joaquín Piñero, no jornal Brasil de Fato:

As mobilizações populares em Honduras, (ver link) inicialmente convocadas pela plataforma composta majoritariamente por professores e médicos, ganharam força nos últimos dias e já se encaminham para se transformar em um levante popular de grandes proporções.

A repressão ao movimento e a recusa do governo em sentar-se com os setores em luta, tem aumentado a indignação da maioria da população e essas vozes se somam a outras fortalecendo o coro que pede a renúncia do presidente Juan Orlando Hernández.

Bolsonarismo: volta o espectro fascista?

Por Gustavo Codas, no site da Fundação Perseu Abramo:

Uma das discussões pendentes em relação à conjuntura brasileira é a caracterização política do bolsonarismo. Seria uma corrente política fascista (como os partidos do Mussolini e Hitler), neofascista (como tem surgido na Europa nos últimos anos) ou qual seria sua natureza?

Entre historiadores há pelo menos duas características que distanciariam o bolsonarismo do fascismo dos anos 1920-1930: a adoção do liberalismo econômico, já que aquelas experiências foram de capitalismo corporativista-estatista, e a falta de organização de seus aderentes em estruturas paramilitares violentas. O debate está longe de se finalizar, inclusive porque o bolsonarismo ainda está em processo de formação, de corrente política marginal com vínculos com as milícias cariocas para constituir um bloco governante em nível nacional.

Bolsonaro arma trincheira contra o Brasil

Editorial do site Vermelho:

Um governo à imagem e semelhança de Jair Bolsonaro. É o que vem acontecendo com as atabalhoadas trocas pelo presidente dos seus auxiliares direitos. Ao configurar o ministério com um perfil mais identificado com seus métodos de governar, Bolsonaro vai se entrincheirando cada vez mais no repertório da sua ideologia. Não há como deixar de constatar que essa configuração resulta num governo subqualificado, mas não é o caso de subestimar o seu potencial para promover retrocessos e estragos na institucionalidade e na economia do país.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

"Democracia em vertigem", um filmaço!

Por Gilberto Maringoni

Acabo de assistir 'Democracia em vertigem', de Petra Costa, no Netflix. Quando a tela escurece e começam os créditos finais, me pego em estado catatônico na poltrona. A cabeça lateja, enquanto, por alguns minutos, encaro o nada diante do nariz.

Petra mistura crônica pessoal e familiar com as monumentais turbulências nacionais dos últimos anos. É o traço maior de sua narrativa: combinar intimismo - em sua voz quase infantil - com imagens absolutamente bestiais de esperança e tragédia, numa costura que recua e avança, ao longo de quatro décadas. Ela vai das greves de São Bernardo à posse de Bolsonaro, numa toada magnética que nos suga por pouco mais de duas horas.

Fim da linha para Moro

Por Leandro Fortes

O melhor que Sérgio Moro deveria fazer, agora, era ir para casa e aproveitar a popularidade (e dinheiro) que ainda tem para contratar bons advogados e montar uma estratégia de defesa, porque o media training deu ruim.

Moro está naquele momento onde a aparência física começa a se assemelhar com o monstro apavorado que não para de crescer dentro dele. Basta ver as imagens do depoimento no Senado: o que se vê, ali, é um homem aflito, afogado em mentiras, perdendo, uma a uma, as saídas que costumava ter.

Desespero do ‘morismo’ não esconde a queda

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O ridículo “Pavão Misterioso”, perfil falso no Twitter que, há dias, tentou envolver o vazamentos das mensagens trocadas entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol (e entre estes e outros integrantes da tal Força Tarefa da Lava Jato), ganhou agora uma versão impressa, na IstoÉ, o único veículo que topou se agarrar sem reservas às incríveis teorias de uma conspiração internacional contra o atual ministro da Justiça.

Dispensa, como o tal Pavão, que se a depene, tão frágil é. O próprio Glenn Greenwald resume no Twitter: “A conspiração insana se contradiz. O desespero é feio.”

Moro deixa um fio desencapado no Senado

Por Renato Rovai, em seu blog:

O ministro Sérgio Moro ficou à disposição dos senadores da Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) praticamente por nove horas seguidas. Bem ao seu estilo, falou como se fosse um monge tibetano sem alterar a voz. E para não se perder, repetiu bordões ensaiados. Não dando espaço para se passar como alguém em desespero. Esse era o seu grande risco.

Num ambiente menos difícil do que o normal nessas ocasiões, Moro usou a velha tática dos políticos tradicionais, fugir das perguntas incômodas.

E quando acossado, fazia-se de vítima, não respondendo.

O que significa o colapso da "Vaja-Jato"?

Por Jessé Souza, em seu blog:

Glenn Greenwald, com sua coragem, mudou a vida da sociedade brasileira contemporânea. Aquilo que só iríamos descobrir quando nada mais importasse, como na ação americana no golpe de 1964, sabemos agora, quando os patifes e eles são muitos ainda estão em plena ação. Muito ainda está por vir, mas todos já sabemos o principal: a Lava Jato, a joia da coroa do moralismo postiço brasileiro, foi para o brejo. Houve “armação política” de servidores públicos, procuradores e juízes, que, por dever de função, deveriam manter-se imparciais. Em resumo: traíram seu país e sua função enquanto servidores públicos para enganar a justiça e a sociedade. São, portanto, objetivamente, criminosos e corruptos. A verdadeira “organização criminosa” estava no Ministério Público (MP) e no âmago do Poder Judiciário. Simples assim. FHC e outros cretinos da mesma laia vão tentar tapar o sol com a peneira. Mas não vai colar. Perdeu, playboy!

Marcelo D2, para o desespero dos fascistas

Um balanço das 'realizações' de Bolsonaro

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Quando um presidente assume, os meios de comunicação tradicionais sempre fazem um balanço dos 100 dias de governo. Mas nós, como somos diferentões, decidimos fazer um balanço dos 171 dias de Bolsonaro no poder, completados em 20 de junho. O número é simbólico da fraude que a extrema direita está promovendo no comando do país, se resumindo à mentira, às fake news, à vingança contra adversários e à mera propaganda ideológica; além disso, durante a campanha, o número do então candidato era 17. Tudo a ver.

Um time ameaçado pelo VAR da democracia

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Quem dera os crimes contra a democracia, a soberania popular e a pátria fossem obra e graça apenas do juiz Moro e seus subordinados da força-tarefa de Curitiba, cujos meandros de sua atuação fraudulenta à frente da Lava Jato vêm sendo revelados ao país pelo site The Intercept.

Quem dera fosse possível fulanizar os responsáveis pela manobra de submundo que culminou com a fraude nas eleições de 2018 e a condenação de um inocente.

Quem dera essas ações em série de sabotagem à democracia, que teve início com o golpe de 2016, pudessem ser creditadas a alguns altos servidores do Estado que traíram suas funções públicas e seus compromissos republicanos.

A defesa de Moro: elogio da mediocridade

Por Flávio Aguiar, no site Carta Maior:

O ex-juiz e atual ministro Sérgio Moro escolheu o pior caminho para se defender na audiência de ontem na Comissão do Senado que o recebeu: o de se dirigir à idiotice de quem o ouvia, fosse na plateia imediata, presente, fosse na virtual, televisiva ou internauta.

O argumento de Moro, cansativamente repetido ao longo das nove horas de seu depoimento, pode ser resumido assim:

1 - Eu nego a autenticidade das conversas apresentadas.

2 - Elas “podem” ter sido adulteradas.

3 - Não me lembro delas.

4 - Não existem mais os originais.

5 - Eu as deletei de meu celular.

Bolsonaro aniquila a diversidade cultural

Moro tem que mentir!