quinta-feira, 18 de julho de 2019

Blogueiros entrevistam Wellington Dias

Um projeto de destruição do país

A justa ansiedade e o tempo real da política

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Nada acontece por acaso. Quando o ex-diretor da Odebrecht, Carlos Armando Paschoal, diz à justiça, referindo-se ao processo do sítio de Atibaia, que foi “quase que coagido a fazer um relato sobre o que tinha ocorrido” e que teve que “construir um relato” é porque as placas tectônicas da conjuntura começam a se mover.

Duvido que há 40 dias, ou seja, antes das revelações do site The Intercept sobre os crimes cometidos pelos principais próceres da Lava Jato, esse depoente tivesse a coragem de botar o dedo na ferida em juízo. O súbito desassombro do executivo deve-se ao início da mudança de direção dos ventos políticos.

Qual reforma tributária?

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Existem alguns temas que praticamente não saem do foco da agenda política nacional. A grande maioria das pessoas se dizem plenamente favoráveis a eles e consideram essencial a sua aprovação pelo Congresso Nacional. Dentre esses assuntos, estão sempre presentes a Reforma Política, a Reforma Tributária e a redefinição dos termos do pacto federativo.

Desastre da política ambiental de Bolsonaro

Por Alexandre Guerra, no site da Fundação Perseu Abramo:

A situação das políticas voltadas ao meio ambiente, aos povos da floresta e à agricultura familiar de base ecológica nos primeiros seis meses do governo Bolsonaro não podem ser contextualizadas sem antes mencionar a ascensão dos ruralistas do agronegócio ao poder. Os ruralistas se consolidaram como grupo de interesse no governo, que precisam de insumos, da terra e aumento da produção agrícola a qualquer custo. Ao favorecê-los, a atual gestão compromete a preservação do meio ambiente, a demarcação de terras indígenas, a titulação de quilombolas e a agricultura familiar de produtos orgânicos saudáveis como alternativa para a produção de alimentos transgênicos ou com uso excessivo de agrotóxicos.

Incitatus vai a Washington

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Marx talvez não tenha sido tão preciso assim quando escreveu que a História acontece como tragédia e depois se repete como farsa. Pode ser que, surgindo como farsa, repita-se também como farsa. Mil novecentos e setenta e oito anos passados, o que aconteceu em Roma está, de algum modo, repetindo-se aqui. É o que leva a pensar a ameaça de Jair Bolsonaro de presentear seu filho Eduardo, o Zero3, com a embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Para tanto, o próprio Eduardo, deslumbrado com o mimo, brande suas credenciais para Washington: fez intercâmbio e fritou hambúrgueres no estado do Maine, fustigado pelos ventos do Atlântico Norte. Portanto, chapeiro testado e aprovado. Sim, é isto.

Descolonizar o saber e o poder

Mural: Oswaldo Guayasamin
Por Boaventura de Sousa Santos, no site Outras Palavras:

“Outras Palavras” tem orgulho de publicar, com frequência, os textos de intervenção política de Boaventura de Sousa Santos. O que vem a seguir refere-se, em sua parte final, às eleições parlamentares portuguesas: marcadas para outubro, elas já incendeiam o país, inclusive pelo inconformismo da direita diante da “gerigonça” – um raro governo de esquerda. Talvez falte, ao leitor não-português, contexto para compreender parte dos argumentos lançados neste trecho.

Universidade não é banca de camelô

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O projeto de financiamento privado das universidades federais, anunciado com pompa hoje pelo cidadão que responde pelo Ministério da Educação, é uma deformação completa do que são os mecanismos que fazem a supostamente ideal fórmula norte-americana para ampliar a pesquisa e desenvolvimento.

Primeiro, é uma mentira grosseira que sejam as empresas quem financiem a maior parte das pesquisas por lá. Longe disso.

Confirmado o 'cachezinho' de Deltan. E agora?

Por Altamiro Borges

Quando a jornalista Mônica Bergamo postou a bombástica nota sobre o cachê pago pela Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) ao pastor do powerpoint Deltan Dallagnol – R$ 30 mil, mais direito à diversão de toda família no luxuoso Beach Park –, os bolsonaristas mais tapados ficaram irritados, histéricos. Espalharam novamente pelas redes sociais que a colunista da Folha é comunista, inimiga da midiática Lava-Jato e do “mito” Jair Bolsonaro – que deve muito da sua eleição às pirotecnias e abusos de autoridade de Sergio Moro e do seu procurador-capacho. Agora, porém, a própria entidade patronal confirma o pagamento do “cachezinho” e a gentil doação do passeio no parque.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Miriam Leitão e o ovo da serpente

Por Altamiro Borges

As milícias bolsonaristas, que têm muitas semelhanças com as hordas fascistas, seguem com a sua cavalgada aterrorizante pelo Brasil. Na semana passada, elas atacaram na Feira Literária Internacional de Paraty (Flip), no Rio de Janeiro, tentando inviabilizar uma palestra do premiado jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept. Agora, elas conseguiram suspender um convite à colunista Miriam Leitão, uma das principais celebridades do Grupo Globo, para participar da 13ª Feira do Livro de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina.

'Future-se' do MEC é retrocesso na educação

Guedes acelera plano de desmonte do país

Oposição tenta reduzir golpes da Previdência

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

O Congresso Nacional entra em recesso nesta quarta-feira (18). Deputados e senadores voltam em agosto. A oposição ao governo Bolsonaro conta com esse período, em que parlamentares ficarão expostos a suas bases, para que pelo menos alguns pontos do texto da “reforma” da Previdência, aprovado em primeiro turno, sejam modificados na segunda votação da Câmara. O abono salarial e a pensão por morte são duas questões do relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) que oposicionistas acreditam ser possível mudar.

A aposta no dissenso

Por Roberto Amaral, em seu blog:

No Brasil, o pluripartidarismo – visto pela media dos comentaristas como fonte de todas as crises - o que é um erro – ensejou o chamado ‘presidencialismo de coalizão”, aquele no qual o Chefe do Executivo, entre nós uma figura ainda quase imperial, é obrigado a negociar com as forças representadas no Congresso para poder governar. A negociação, uma prática essencial nos regimes democráticos, relembre-se, é aí indicada como estorvo, por reduzir a liberdade de ação do presidente da República. Mas o que se conhece como obstáculo à governabilidade – principalmente em regime no qual frequentam o Congresso mais de 30 siglas e um sem número de bancadas super-partidárias (boi, bala, bíblia… ) – também deve ser visto como antígeno à tendência imperial-autoritária do presidencialismo, qual o conhecemos e praticamos, ao impedir que a mesma força partidária controle, a um só tempo, Poder Executivo e Poder Legislativo, o que, na história republicana posterior à democratização de 1946, só se observou na ditadura, a cujo mando também não escapou o Judiciário.

Deltan Dallagnol vai ao Beach Park

As novas ilegalidades da Lava-Jato

Currículo do "embaixador" Eduardo Bolsonaro

Ilustração: Gladson Targa
Por Giovanna Galvani, na revista CartaCapital:

A indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao cargo da embaixada do Brasil em Washington tem gerado um efeito de pente fino nas qualificações do ‘recruta zero três’. Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, já anunciou que não existe uma segunda alternativa até agora para o cargo, que está vago há três meses. Em defesa do filho, o presidente Jair Bolsonaro alegou que Eduardo possui inglês fluente, bom relacionamento com o presidente norte-americano Donald Trump e até já fritou hambúrguer nos EUA. Agora, é o currículo acadêmico do deputado que está sob questão.

A Justiça que retalha a si própria

Por Grazielle Albuquerque, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Há pouco mais de um mês o cenário político brasileiro foi dominado pelo vazamento das conversas entre o atual ministro da Justiça e ex-juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, e Deltan Dallagnol, procurador da República e coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato. Assim, desde o dia 9 de junho, quando o site The Intercept divulgou a primeira troca de mensagens, boa parte da discussão sobre a conjuntura política brasileira passou pelos diálogos privados que se davam nos subterrâneos da chamada República de Curitiba. Para usar um termo técnico, no inventário de temas, a #VazaJato tem levantado questões sobre a imparcialidade do juiz, a agenda do Judiciário e uma série de pontos sobre o funcionamento da própria Justiça. Essas questões já são por si muito perigosas. Contudo, se tivermos em mente como, há pouco mais de uma década, o Judiciário era um ilustre desconhecido e agora tem que lidar com questionamentos em praça pública, as consequências se exacerbam. 

A Polícia Federal sob comando de Moro

A força do Congresso da UNE

Editorial do site Vermelho:

O sucesso do 57º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) foi um acontecimento marcante nesses tempos de regressão civilizatória. O evento, realizado nas instalações da Universidade Nacional de Brasília, reuniu uma multidão de jovens, representando a diversidade cultural e geográfica brasileira, uma multiplicidade de cores e sotaques que retratou com fidelidade a cara e a coragem do povo brasileiro. Uma massa juvenil que desfilou pelo Congresso buscando a retomada da esperança de um país com justiça social e liberdades democráticas.