domingo, 13 de outubro de 2019

Bolsonarismo prova a inocência de Lula

Por Ivan Hegenberg, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O apoio consolidado a Moro e Dallagnol, mesmo após os vazamentos do The Intercept Brasil, mostra que uma grande parte da população não se deixa perturbar por um processo jurídico viciado. É cada vez mais difícil sustentar a versão que teria havido alteração nas mensagens expostas por Glenn Greenwald, considerando que até mesmo membros do MPF já passaram recibo sobre a veracidade do conteúdo. Contudo, se a própria realidade parece desfocada em tempos de bombardeios de fake news, não são poucos os que ainda se aferram ao lavajatismo.

A mortal 'fantasiepolitik' de Bolsonaro

Por Marcelo Zero

A política externa norte-americana é guiada (pasmem!) pelos interesses maiores dos EUA. O que vale, o único que vale, nessa política são as necessidades e os interesses econômicos, geopolíticos e geoestratégicos do Império.

Interesses de outros países são eventualmente atendidos apenas na medida em que isso convenha aos interesses nacionais.

De forma singular, a atual política externa do Brasil também é determinada exclusivamente pelos interesses dos EUA. Coisas do amor.

Sob Bolsonaro e seu chanceler pré-iluminista, o Itamaraty, outrora bastião sólido do interesse nacional, transformou-se em mero puxadinho do Departamento de Estado.

Privatização: desinvestimento ou desmonte?

O 'Dia da Criança Armada' de Bolsonaro

Por Fernando Brito, em seu blog:

Temos perto de 20 mil procuradores no Brasil, entre estaduais e federais, que têm a atribuição de fiscalizar o cumprimento da lei.

Há uma, em vigor, chamada “Estatuto do Desarmamento, a 10.826/03, que diz expressamente, no seu artigo 26, que é proibida “a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.”

Será que nenhum deles lê jornal ou acessa a internet?

A "banalização da exploração" do trabalho

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

Para a ministra Kátia Magalhães Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), o Brasil vive um período de “banalização da exploração do trabalhador”, marcado pela terceirização sem limites, pela possibilidade de dispensas coletivas, pela prevalência de negociações sobre a lei, trabalho infantil, escravo e informal, o enfraquecimento da Justiça especializada e a própria “reforma” trabalhista, implementada há dois anos. Isso em um país em que a maioria dos trabalhadores, conforme observou, tem baixa escolaridade, ganha pouco (mais de 90% da força de trabalho recebe até cinco salários mínimos, conforme dados do IBGE) e realiza jornadas extensas.

A tortura na era das escolas militarizadas

Por Ana Luiza Basílio, na revista CartaCapital:

“Mas o que é isso, Filipe? É a escola cívico-militar.” Em mais uma demonstração de seus dotes teatrais e publicitários, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, participou de um jogral com o deputado federal Filipe Barros, do PSL do Paraná. Pretendia promover o mais recente projeto do governo e uma das promessas de campanha de Jair Bolsonaro. “Filipe”, diz Weintraub no vídeo, “você acredita que teve estado que não quis?” Como uma espécie de Laurel da dupla O Gordo e o Magro, o parlamentar comenta: “O governador não pensa no seu povo”. Até agora, 16 unidades da federação, mais o Distrito Federal, “pensaram no seu povo” e demonstraram interesse no programa, que basicamente pagará o salário de militares para colocar “ordem” e eliminar a balbúrdia nas escolas. Em entrevista, o ministro discorreu sobre as maravilhas do modelo: “Eu digo que conheci como funciona e, toda vez que visito uma escola, fico encantado com o que vejo. A gente imagina que é uma coisa rígida, severa, dura. Pelo contrário, as crianças têm um sentimento de coleguismo, amizade. É muito fraternal”.

A namorada de Lula e as fake news da IstoÉ

Por Joaquim de Carvalho, no Diário do Centro do Mundo:

O jornalista que fez a reportagem de capa desta semana para a IstoÉ, Germano de Oliveira, fez de Lula a pauta da sua vida.

Desta vez, ele escreve que a namorada do ex-presidente, Rosângela Silva, a Janja, manda no PT.

Se a pauta que cumpre atendesse aos requisitos mínimos do jornalismo, como a verdade factual, até seria aceitável, ainda que o limitasse — o que, naturalmente, seria um problema dele.

Mas o que Germano publica relacionado a Lula, pelo menos desde 2014, é fake news.

Quando trabalhava em O Globo, Germano escreveu que Lula e Marisa passariam o Reveillon no triplex do Guarujá.

Cartas marcadas prejudicaram Lula no Nobel

Foto: Ricardo Stuckert
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Quaisquer que sejam os méritos apontados no desempenho de Abiy Ahmed Ali, primeiro-ministro da Etiópia e Premio Nobel da Paz 2019, a verdade é que sua escolha está sendo comparada a vitória de Barack Obama - premiado quando era um presidente calouro, menos de um ano à frente da Casa Branca, e sua mais notável obra política consistia no slogan "Yes, we Can".

(Muitas pessoas acreditam que o slogan foi, de fato, a melhor herança de Obama, e que o presidente americano no máximo poderia ter sido um mau candidato ao Nobel de Literatura, mas isso é outra conversa).

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

A guerra no bolsonarismo e a oposição

Brasil, EUA e o gosto amargo da humilhação

Por Haroldo Lima, no site Vermelho:

O governo de Trump acaba de mostrar que governante que não se dá ao respeito não é respeitado. Tratou Bolsonaro com o maior desprezo, desconsiderando olimpicamente as promessas que publicamente lhe fizera há poucos meses, e que provocara saltinhos de contentamento do presidente brasileiro.

O Brasil, sob Bolsonaro, inaugurou a diplomacia da subalternidade explícita, da bajulação escancarada e das continências ridículas dos lambe-botas. Frente aos Estados Unidos, não faz qualquer esforço para demonstrar sentimento nacional, aspirações próprias, postura independente. Ao contrário, esforça-se por não deixar qualquer dúvida que é um capacho assumido.

Resistir à censura é preciso

Por Pedro Gorki, no site Carta Maior:

A censura às artes, à literatura e à cultura em geral, é uma das características mais marcantes dos regimes autoritários e fascistas. Não são poucos os momentos na história em que peças de teatro foram proibidas, livros foram queimados, ou “recolhidos”, filmes deixaram de ser exibidos. No Brasil, vivemos um desses momentos de obscurantismo. Precisamos ter consciência dele para que possamos somar forças e dizer não à censura. É preciso resistir às trevas neomedievais.

Equador: componentes da rebeldia andina

Foto: Henry Romero/Reuters
Por Almir Felitte, no site Outras Palavras:

O Equador entrou em chamas nas últimas semanas. Revoltado com as políticas liberais e imperialistas impostas ao país pelo FMI, o povo equatoriano saiu às ruas em uma movimentação massiva que pode culminar com a queda de seu Presidente, Lenin Moreno. Mas a agitação política do país não vem de hoje.

Lenin fora eleito como sucessor de Rafael Correa para continuar a chamada “Revolução Cidadã”, como é conhecido o momento político iniciado pelo ex-Presidente, mais um ligado à corrente bolivariana que ditou os ritmos de boa parte da política sul-americana desde os anos 2000. Porém, desde o início de seu mandato, Lenin Moreno mostrou sua verdadeira face, traindo Correa, seu partido e todos aqueles que acreditaram estar votando na continuidade da “Revolução”.

Bolsonaro é cabo eleitoral na Argentina

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Alvo de desprezo e repulsa no mundo inteiro, Bolsonaro é do tipo que permite que o fracasso lhe suba à cabeça. Com zero de noção do ridículo, protagoniza palhaçadas em série.

A última - pelo menos até o momento em que escrevia este texto – foi ter dito que não permitirá que a Argentina eleja o candidato kirchnerista Alberto Fernández para a presidência. Bolsonaro fez essa promessa durante palestra a pretensos investidores internacionais.

Antes de entrar no mérito do assunto, uma pergunta: merece ser levado a sério como investidor estrangeiro no Brasil alguém que comparece a uma palestra do capitão imbecil?

Bolsonaro está cada vez mais perdido

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

De nada adiantou rastejar diante de Donald Trump como um gandula diante do ídolo.

Até agora, Bolsonaro, ou melhor, o Brasil só perdeu com essa paixão pelos Estados Unidos.

Escanteado na prometida entrada do país na OCDE, o capitão-presidente só tem colecionado derrotas em seus nove meses de desgoverno alucinado.

Ao rifar seu próprio partido alugado para fazer a campanha, Bolsonaro corre o risco de ficar isolado no Congresso nas mãos do Centrão de Rodrigo Maia.

Na política exterior, o governo é um completo desastre, errou todas as fichas.