quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Chilenos querem renúncia de Piñera

Na guerra do PSL, Bolsonaro é "vagabundo"

Mais um capítulo da crise que divide o PSL

Por Vilma Bokany, no site da Fundação Perseu Abramo:

Apesar do acordo entre a ala bolsonarista e o núcleo ligado à presidência do partido, a semana começou com desentendimentos no PSL. Desde a última semana, foram apresentadas seis listas para definir a liderança do partido na Câmara, duas delas não validadas, e a semana fechou sob liderança do deputado delegado Waldir (PSL-GO).

Na manhã desta segunda-feira (21/10), a ala bivarista teria firmado acordo “de trégua” com a ala bolsonarista para que nenhuma outra lista fosse apresentada para mudar a liderança do partido que previa a manutenção de Waldir até janeiro. Em troca, seria revogada a suspensão dos cinco deputados do grupo ligado a Bolsonaro que atacaram o PSL e correligionários em redes sociais e discursos, conforme foi imposto pelo presidente do partido, na última semana. Bivar chegou a anunciar a suspensão das penalidades dos cinco deputados que tiveram as atividades parlamentares restabelecidas.

A escola sob o dogma do mercado

Por Jorge Barcelos, na jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Carlos Roberto Jamil Cury afirma que o princípio da gestão democrática é mais do que a eleição de diretores ou diretoras em escolas públicas. A gestão implica que os interlocutores dialoguem, tenham paciência na busca de respostas, que saibam construir uma boa educação com base na justiça. A gestão é democrática quando é encontro de pessoas para a solução de conflitos. “Gestão provém do verbo latino gero, gessi, gestum, gerere e significa levar sobre si, carregar, chamar a si, executar, exercer, gerar. Trata-se de algo que implica o sujeito. Isto pode ser visto em um dos substantivos derivado deste verbo. Trata-se de gestatio, ou seja, gestação, isto é, o ato pelo qual se traz em si e dentro de si algo novo, diferente, um novo ente. Ora, o termo gestão tem sua raiz etimológica em ger que significa fazer brotar, germinar, fazer nascer. Da mesma raiz provêm os termos genitora, genitor, gérmen”, finaliza Cury.

O tsunami chileno

Valparaíso, 21/10/19. Foto: Rodrigo Garrido/Reuters
Por Atilio Boron, no site A terra é redonda:

O regime de Piñera – e insisto no termo “regime” porque um governo que reprime com a brutalidade que todo mundo viu não se pode considerar democrático – se defronta com a mais séria ameaça popular jamais enfrentada por governo algum no Chile desde o derrocamento da Unidade Popular em 11 de setembro de 1973. As ridículas explicações oficiais não convencem nem aos que as divulgam; ouvem-se denúncias sobre o vandalismo dos manifestantes, ou seu desprezo criminoso pela propriedade privada, ou pela paz e tranquilidade, sem falar das oblíquas alusões à letal influência do “castro-madurismo” no desencadeamento dos protestos que culminaram na declaração do “estado de emergência” por parte de La Moneda [sede da presidência chilena], argumento absurdo e falacioso anteriormente manejado pelo corrupto que hoje governa o Equador e assombrosamente desmentido pelos fatos.

Da frente de esquerda à frente ampla

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O que se pode chamar de “Frente de esquerda” já existe e funciona, na medida de suas limitações, no Congresso Nacional, reunindo, essencialmente, as bancadas do PT, do PCdoB e do PSOL, em alguns momentos ampliando com siglas de centro-esquerda. É um ponto de partida, até animador, mas que se revela, como força política, ainda muito distante das necessidades de resistência e enfrentamento ao projeto de desconstrução nacional em que se empenha o governo do capitão anunciando danos irreversíveis ao futuro do país, como o perseguido atraso em educação, ciência e tecnologia.

Novo Velho Continente e suas contradições

Charge: Adán Iglesias/Rebelión
Por Celso Japiassu, no site Carta Maior:

Do Brexit às agitações e conflitos na Catalunha; dos ataques terroristas na Alemanha à crise dos refugiados e os riscos do baixo crescimento com ameaça de deflação: estes são apenas alguns dos sinais de um novo fantasma que ronda a Europa. Não se trata, hoje, do fantasma do comunismo, como ironizou Marx no seu Manifesto, assinado conjuntamente com Friedrich Engels em 1848. Porém é mais uma vez o fantasma do medo que anda a rondar praticamente todos os países da União Europeia.

Petróleo nas praias: governo culpa os outros

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

As manchas de óleo nas praias nordestinas são a prova cabal da incompetência de Bolsonaro e sua equipe para administrar o país. Não conseguiram prevenir o desastre, até porque o governo extinguiu os dois comitês do plano de ação de incidentes com óleo; estão sendo incapazes de remediar ou minimizar o problema; e nem sequer descobriram até agora quem são os responsáveis pelo derramamento de óleo no mar. O que o governo está fazendo em relação ao petróleo, na verdade, é seguir ao pé da letra as três regras de ouro de Homer Simpson para “lidar” com problemas que ele mesmo causou.


'Judiciário virou partido', diz Milagro Sala

Por Felipe Bianchi, do ComunicaSul, de Buenos Aires/Argentina, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Primeira presa política de uma lista que já soma sessenta líderes populares perseguidos sob o governo de Mauricio Macri, na Argentina, Milagro Sala alerta que o judiciário não tem sido usado para fins políticos apenas em seu caso. Trata-se de um fenômeno continental, que aposta na toga como principal arma para deter quem “se mete com os poderosos” e se dedica à luta “em defesa do povo”.

De sua casa, em Jujuy, no Norte argentino, onde cumpre prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica, a líder comunitária avalia que a semelhança entre casos como o dela não é mera casualidade. Rafael Correa, no Equador; Cristina Kirchner, na Argentina; Lula, no Brasil; mais dezenas de lideranças e ativistas têm sido vítima de processos judiciais que, insuflados pela pressão dos grandes meios de comunicação, já começam com suas sentenças decididas.

O novo marco regulatório do saneamento

Do site da Associação Brasileira de Municípios (ABM):

A ABM assina, ao lado de outras dez entidades, uma nota conjunta que manifesta apoio ao voto em separado do deputado federal Fernando Monteiro quanto ao novo marco legal do Saneamento Básico.

Segundo o texto do deputado, “um novo Marco Legal do Saneamento é necessário e urgente, mas não podemos concordar com alguns termos do relatório apresentado na Comissão, a começar pela ausência de referência e priorização do saneamento rural, que representa 15% da população brasileira”.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Derrotada, direita aposta no caos na Bolívia

Por Altamiro Borges

Direto de La Paz, o repórter Leonardo Severo postou no site do ComunicaSul – um coletivo de jornalistas que faz coberturas alternativas dos principais acontecimentos na América Latina – uma nota tranquilizadora na noite de segunda-feira (21): “Após garantir maioria na Câmara e no Senado, o presidente da Bolívia, Evo Morales, do Movimento Ao Socialismo (MAS), com 95,63% dos votos apurados, desponta como provável reeleito com 2.757.634 votos (46,85%) contra 2.162.237 (36,74%) do seu principal opositor, Carlos Mesa, do Comunidade Cidadã. A tendência do líder indígena continuar à frente do Estado para o período 2020-2025 era considerada irreversível por estarem chegando as ‘urnas do campo’, amplamente majoritárias pró-Evo”.

Juventude bancária se reúne na Bahia

Do site da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe:

A Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe está finalizando os preparativos para o 7º Encontro da Juventude Bancária, que acontece no próximo sábado e domingo, 26 e 27 de outubro, no Águas Claras Beach Resort, na cidade de Saubara, no Recôncavo Baiano.

Voltado para bancários e bancárias de até 35 anos, o Encontro tem o objetivo de aproximar os sindicatos do trabalhador mais jovem, mostrando a importância da atuação do movimento sindical para garantir os direitos da categoria.

Aconteceu em Santiago

Santiago, 20/10/19. Foto: AP
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

E o Chile – quem diria? – pegou fogo por menos de vinte centavos. No início de outubro, o governo de Sebastián Piñera, composto por neoliberais e direita, autorizou a empresa privada que gere o metrô de Santiago a elevar a tarifa máxima, de 800 para 830 pesos (de R$ 4,63 a R$ 4,80). A Assembleia Coordenadora dos Estudantes Secundários (ACES) sugeriu resistência e evasiones, grandes atos coletivos de pula-catraca. O chamado caiu como fagulha em mato seco e incendiou um país castigado pela desigualdade, redução da vida a mercadoria barata e sensação de que o sistema político é insensível à dor e à falta de horizontes das maiorias.

Crise econômica é o desafio da Argentina

Charge publicada no jornal Página 12
Por Caio Teixeira, de Buenos Aires, no site ComunicaSul:

A Argentina enfrenta mais uma crise econômica de grandes proporções e consequências desastrosas para os trabalhadores. Neste cenário ocorrem as eleições gerais no próximo domingo com a polarização entre o atual presidente de direita, Maurício Macri, e o candidato peronista, Alberto Fernandez, cuja candidatura se poderia qualificar como de centro-esquerda. Para entender os imensos problemas econômicos que esperam o próximo presidente, o ComunicaSul entrevistou em Buenos Aires o economista Julio Gambina, doutor em ciências sociais e professor nas Universidades Nacionais de Rosário e San Luis.


FMI joga gasolina na fogueira mundial

Editorial do site Vermelho:

O presidente do Banco Popular da China, o Banco Central do país, Yi Gang, fez duras críticas ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo a agência de notícias Reuters, ele disse que uma possível escalada nas tensões comerciais e incertezas políticas são os fatores de maior risco à economia mundial, tema que deveria ser tratado como prioridade em âmbito internacional. Yi Gang se disse “profundamente decepcionado” com o fracasso do FMI de realinhar sua estrutura para reconhecer a crescente influência da China e outras economias de rápido crescimento.

Bolsonaro, o imperador do caos

Por Fernando Brito, em seu blog:

Do Japão, Jair Bolsonaro anuncia que Eduardo Bolsonaro “desistiu” de ser embaixador no Estados Unidos para se tornar o seu delfim no Congresso Nacional.

Sim, porque ter o filho como líder na Câmara o torna, objetivamente, embaixador do Planalto no Poder Legislativo, aquele que fala pelo Governo de fato, deixando que a quinquilharia emedebista que formalmente ocupa as lideranças do Governo no Senado, no Congresso e a nulidade do líder na Câmara, o anspeçada Vitor Hugo (que dor ver este nome num sujeito tão medíocre) como donos de gabinetes e minutos no microfone, apenas.

Angela Davis e o movimento social no Brasil

O cristianismo e o comunismo primitivo

Por Augusto C. Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

“Hoje sois vós, com as vossas mentiras e ensinamentos, que sois pagãos, e somos nós quem traz aos pobres, aos explorados, as novas da fraternidade e da igualdade. Somos nós quem está a marchar para a conquista do mundo como fez aquele que outrora proclamou que é mais fácil a um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que a um rico entrar no reino do céu”. Rosa de Luxemburgo, revolucionária comunista alemã.

“Se quiserem fazer uma ideia das primeiras comunidades cristãs, observem uma seção local da Associação Internacional de Trabalhadores”. Ernest Renan, historiador alemão do século XIX autor de A vida de Jesus e um dos principais estudiosos do cristianismo.

“E perguntou-lhe (a Jesus) um aristocrata. Bom, mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna? (...) Ainda te falta uma coisa. Vende o que tens, dá aos pobres e terás tesouros no céu; então, vem e segue-me. Então, ao ouvi-lo, ficou muito triste porque era muito rico”. Novo Testamento.


O mundo está mergulhado na barbárie

Sindicalismo procura sarna para coçar

Por João Guilherme Vargas Netto

Sou um dos que consideram inoportuna, ingênua ou mal intencionada a apresentação agora de qualquer proposta de modificação constitucional sobre o sindicalismo. Também considero um erro a tentativa de regulamentar o artigo 8º da Constituição por meio de projeto de lei abrangente.

A hora é de resistência e não de mudanças que, se forem feitas, serão contra nós.

Considero correta a posição do novo presidente da CUT, Sergio Nobre, que em entrevista à jornalista Thais Carrança foi mancheteado pelo Valor (utilizando-se das aspas da entrevista) afirmando que “reforma sindical é debate fora de hora”. Esta posição foi confirmada pela nota da CUT, assinada por ele, com o mesmo teor e divulgada nas redes sociais.