quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Ex-governador da Paraíba é vítima de lawfare

Por Altamiro Borges

Nesta terça-feira (17), a Polícia Federal comandada pelo “laranja” Sergio Moro desencadeou mais uma ação midiática e arbitrária – um típico caso de “lawfare”, de violenta guerra jurídica. Desta vez, um dos alvos foi Ricardo Coutinho, ex-governador da Paraíba e atual presidente da Fundação João Mangabeira, vinculada ao PSB. Sem qualquer aparo legal, a PF decretou sua prisão preventiva no bojo da chamada Operação Calvário II. A TV Globo, como de costume, fez o maior escarcéu com a decisão da PF. A iniciativa gerou imediata reação de juristas e de lideranças do campo democrático.

Lava-Jato e a destruição da economia

O machismo faz a cama para o fascismo

A judicialização da política (e vice versa)

Jair Messias e a quebra do decoro

Por Eric Nepomuceno, no site Brasil-247:

Dia desses li o título de uma notícia aqui no 247 dizendo ‘Bolsonaro quebra o decoro, chama Lula de ‘nove dedos’ e espalha fake news’. E fiquei pensando no que tinha lido.

A primeira dúvida: para que algo quebre ou seja quebrado, é preciso que esse algo exista.

A menos, claro, quando se dá um uso metafórico à expressão: ‘rompeu um sonho’, ‘destroçou a esperança’.

‘Quebra de decoro?’. Não era o caso.

O decoro presidencial pode ser definido de forma sintética: ter atitudes e um comportamento compatíveis com a importância do cargo. Mentir compulsivamente, por exemplo, ou se expressar de maneira grosseira, dando mostras de descontrole emocional – no mínimo, emocional – é romper, quebrar, o decoro presidencial.

Nossa torneira controlada por corporações?

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

Tem gente que chama esse tipo de situação de coincidência. Outras pessoas, mais sofisticadas, apelam para Carl Jung e falam em sincronicidade. Enfim, o fato que nos interessa reter no momento é que quase nada acontece por acaso. Ainda mais nesses tempos difíceis do bolsonarismo e da noite de trevas do neoliberalismo em que as forças do conservadorismo pretendem nos enfiar.

Pois então, parte da agenda política da semana passada pode ser lida por essa ótica. Enquanto o Itamaraty de Ernesto Araújo comandava uma triste operação de descrédito e inviabilização de avanços necessários na reunião da COP 25, os tucanos e seus aliados articulavam no Congresso Nacional um movimento que pode provocar um retrocesso secular em termos de um bem essencial também para o futuro do planeta.

A conspiração do ministro Moro contra o STF

Por Alberto Zacharias Toron, Antônio Carlos de Almeida Castro, Lenio Luiz Streck e Marco Aurélio de Carvalho, no site Carta Maior:

Dia a dia, o ministro da Justiça, Sergio Moro, se mostra menos ministro e mais militante político. Os elementos objetivos para isso não são recentes, eis que, na condição de juiz, mostrava exuberante parcialidade, a ponto de manter encontros com integrantes do então futuro e provável governo ainda quando estava no exercício da judicatura.

Seu conúbio com o Ministério Público Federal (MPF) ficou escancarado pelos diálogos do site The Intercept. Entre outros lamentáveis fatos, foi revelada uma nefasta conjuminação acusação-julgador. Com o mesmo MPF que, confessadamente, segundo o procurador Carlos Lima, “assumiu lado” nas últimas eleições presidenciais, escolhendo entre o “diabo e o coisa-ruim”.

Lula abraça a cultura no Rio de Janeiro

Crivella suspende pagamento de servidores

Neoliberalismo e a consciência de classe

Lava-Jato, a torre da OI e o caso do sítio

A suástica no boteco e a tortura no Brasil

Corbyn tem de persistir

Por Marcelo Zero

O que levou o Partido Trabalhista Britânico à recente derrota não foi a suposta “radicalização” das propostas de Corbyn, mas a ambivalência em relação ao Brexit, o principal tema da eleição e que se tornou o principal divisor de águas político do Reino Unido

O Green New Deal de Corbyn (aumento de impostos para os ricos, aumento do salário mínimo, reestruturação dos serviços públicos, programas de combate à pobreza e à desigualdade, metas ambientais ambiciosas, nova industrialização verde, etc.) era popular, especialmente nas grandes áreas urbanas do Reino Unido.

Nota de desagravo a Paulo Freire

Do site da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE):

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, entidade representativa de mais de 4,5 milhões de educadores das escolas públicas brasileiras, entre professores, especialistas e funcionários, ativos e aposentados, contratados a qualquer título, vem a público repudiar com veemência as ofensas do presidente da República Federativa do Brasil e de seus subordinados que têm a petulância de tentar depreciar a imagem de um dos maiores e mais respeitáveis educadores de nossa pátria, Paulo Freire.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

A guerra no laranjal da extrema-direita

Os passos de Moro rumo à Presidência

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Em 2016, quando perguntado se entraria para a política, o então juiz Sergio Moro disse: “Não, jamais. Jamais. Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política”. (…) não existe jamais esse risco”. Foi taxativo ao usar três vezes a palavra “jamais”. Naquela época, o seu trabalho como juiz já influenciava decisivamente o jogo político-partidário, com grampos e vazamentos ilegais que contribuíram para a derrubada do governo petista. Dois anos depois, o que “jamais” aconteceria aconteceu. O então juiz topou entrar para a política logo depois de ter vazado, às vésperas do primeiro turno, uma delação de Palocci que favoreceu a campanha de Jair Bolsonaro.

O nazista de Unaí e a encruzilhada do país

Homem vestindo braçadeira nazista sentado em bar na cidade de Unaí, em MG

Por Jotabê Medeiros, na revista CartaCapital:

Não havia nem uma cerveja nem um rabo-de-galo na mesa vermelha de plástico do nazista de Unaí.

A foto também não mostrava alguém mais na mesa além dele mesmo, o nazista de Unaí.

Muita gente escavou na internet um velho ditado alemão: “Se tem dez pessoas numa mesa, senta um nazista e ninguém se levanta, é porque tem onze nazistas na mesa”. É preciso que se diga: ao menos na foto que registrou o fato, todo mundo se manteve longe.

No filme Bastardos Inglórios, Tarantino é ainda mais radical em seu aconselhamento: se não restar alternativa a não ser sentar numa mesa com um nazista, é melhor você apontar sua pistola Walther para os bagos dele antes que ele aponte a Walther dele para os seus bagos.

As verdades ditas por Dias Toffoli

Editorial do site Vermelho:

Não se pode ignorar, honestamente, a precisão do diagnóstico do ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, sobre alguns aspectos relevantes da vida nacional.

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, ele disse que “o Ministério Público deveria ser uma instituição mais transparente” e que “a Lava Jato destruiu empresas”. Afirmou, também, que o presidente Jair Bolsonaro mantém “um discurso permanente para a base que o elegeu”.

No primeiro caso, é incontestável que o setor do Ministério Público Federal que se ligou à Lava Jato não prima pela transparência. Com a responsabilidade do cargo, Toffoli usou essa palavra e a generalização da instituição para não demarcar com ênfase a divergência, mas, sem a sua diplomacia, o que se vê nesse setor lavajatista é um misto de prepotência e ilegalidades. A troca de mensagens entre seus integrantes revelada pelo site The Intercept Brasil demonstra o quanto os procuradores da força-tarefa da Lava Jato ignoram regras elementares do processo penal e atuam com objetivos claramente políticos.

COP-25: Bolsonaro expõe o Brasil ao escárnio

Por Agnes Franco, no site da Fundação Perseu Abramo:

A COP-25 foi muito aquém do esperado. E, diferentemente de um passado pouco distante, em que o Brasil impulsionava as metas mais ambiciosas em favor da redução da emissão de Gases do Efeito Estufa (GEEs), desta vez o protagonismo foi às avessas: tratado como “párea” ou “uma ameaça à vida”, o Brasil foi o maior destaque negativo desta Conferência das Partes (COP), a órgão máximo e decisório da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC).


Adeus à água como bem comum?

Por José Álvaro de Lima Cardoso, no site Outras Palavras:

O problema da falta de água, que é diagnosticado em várias partes do mundo, afeta sempre a sociedade de forma diferenciada. Como todo direito básico existente, quem enfrenta dificuldades no acesso a água são sempre os mais pobres, o que ocorre tanto nos países imperialistas centrais, quanto nos subdesenvolvidos. Os EUA e a Europa também enfrentam grandes problemas de falta de água, a maioria dos rios dos EUA e do Velho Continente estão contaminados. No caso dos EUA, o próprio desenvolvimento recente da indústria extrativa de gás de xisto contribui para a contaminação dos lençóis de água.