quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Lula polariza e propõe a frente progressista

Ato em defesa da Cultura no Circo Voador (RJ). Foto: Ricardo Stuckert
Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência

Num dos seus pronunciamentos mais lúcidos desde que deixou a prisão política a que foi condenado pelos torquemadas da Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu um passo importante para a constituição de uma frente progressista no país.

Lula escolheu um palco privilegiado para executar um acorde mais afinado na sinfonia que vem tentando compor para enfrentar com êxito o desafio de barrar a ofensiva de Bolsonaro e toda a extrema-direita para impor um regime neofascista no Brasil. Perante os artistas, intelectuais e trabalhadores da cultura, a quem agradeceu o apoio na luta democrática por sua libertação, o líder popular proclamou a necessidade de construir uma frente progressista entre o PT, o PCdoB, o PSOL e parte do PDT.

Pequenos passos firmes no sindicalismo

Por João Guilherme Vargas Netto

Tenho recomendado que cada destacamento sindical, cada entidade, cada direção façam uma criteriosa análise da correlação de forças e da disposição de luta dos representados para enfrentar com êxito a difícil situação porque passam os trabalhadores e os sindicatos.

Ao fazê-las sugiro que se organize uma escala decrescente de possibilidades estratégicas (excluídas a capitulação e a adesão) – confronto, contestação, resistência, contenção de danos, resistência passiva – capazes de orientar a ação.

Determinar com precisão o verdadeiro e possível empenho na luta para alcançar vitória deve ser mais que inteligência, é obrigação.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Ex-governador da Paraíba é vítima de lawfare

Por Altamiro Borges

Nesta terça-feira (17), a Polícia Federal comandada pelo “laranja” Sergio Moro desencadeou mais uma ação midiática e arbitrária – um típico caso de “lawfare”, de violenta guerra jurídica. Desta vez, um dos alvos foi Ricardo Coutinho, ex-governador da Paraíba e atual presidente da Fundação João Mangabeira, vinculada ao PSB. Sem qualquer aparo legal, a PF decretou sua prisão preventiva no bojo da chamada Operação Calvário II. A TV Globo, como de costume, fez o maior escarcéu com a decisão da PF. A iniciativa gerou imediata reação de juristas e de lideranças do campo democrático.

Lava-Jato e a destruição da economia

O machismo faz a cama para o fascismo

A judicialização da política (e vice versa)

Jair Messias e a quebra do decoro

Por Eric Nepomuceno, no site Brasil-247:

Dia desses li o título de uma notícia aqui no 247 dizendo ‘Bolsonaro quebra o decoro, chama Lula de ‘nove dedos’ e espalha fake news’. E fiquei pensando no que tinha lido.

A primeira dúvida: para que algo quebre ou seja quebrado, é preciso que esse algo exista.

A menos, claro, quando se dá um uso metafórico à expressão: ‘rompeu um sonho’, ‘destroçou a esperança’.

‘Quebra de decoro?’. Não era o caso.

O decoro presidencial pode ser definido de forma sintética: ter atitudes e um comportamento compatíveis com a importância do cargo. Mentir compulsivamente, por exemplo, ou se expressar de maneira grosseira, dando mostras de descontrole emocional – no mínimo, emocional – é romper, quebrar, o decoro presidencial.

Nossa torneira controlada por corporações?

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

Tem gente que chama esse tipo de situação de coincidência. Outras pessoas, mais sofisticadas, apelam para Carl Jung e falam em sincronicidade. Enfim, o fato que nos interessa reter no momento é que quase nada acontece por acaso. Ainda mais nesses tempos difíceis do bolsonarismo e da noite de trevas do neoliberalismo em que as forças do conservadorismo pretendem nos enfiar.

Pois então, parte da agenda política da semana passada pode ser lida por essa ótica. Enquanto o Itamaraty de Ernesto Araújo comandava uma triste operação de descrédito e inviabilização de avanços necessários na reunião da COP 25, os tucanos e seus aliados articulavam no Congresso Nacional um movimento que pode provocar um retrocesso secular em termos de um bem essencial também para o futuro do planeta.

A conspiração do ministro Moro contra o STF

Por Alberto Zacharias Toron, Antônio Carlos de Almeida Castro, Lenio Luiz Streck e Marco Aurélio de Carvalho, no site Carta Maior:

Dia a dia, o ministro da Justiça, Sergio Moro, se mostra menos ministro e mais militante político. Os elementos objetivos para isso não são recentes, eis que, na condição de juiz, mostrava exuberante parcialidade, a ponto de manter encontros com integrantes do então futuro e provável governo ainda quando estava no exercício da judicatura.

Seu conúbio com o Ministério Público Federal (MPF) ficou escancarado pelos diálogos do site The Intercept. Entre outros lamentáveis fatos, foi revelada uma nefasta conjuminação acusação-julgador. Com o mesmo MPF que, confessadamente, segundo o procurador Carlos Lima, “assumiu lado” nas últimas eleições presidenciais, escolhendo entre o “diabo e o coisa-ruim”.

Lula abraça a cultura no Rio de Janeiro

Crivella suspende pagamento de servidores

Neoliberalismo e a consciência de classe

Lava-Jato, a torre da OI e o caso do sítio

A suástica no boteco e a tortura no Brasil

Corbyn tem de persistir

Por Marcelo Zero

O que levou o Partido Trabalhista Britânico à recente derrota não foi a suposta “radicalização” das propostas de Corbyn, mas a ambivalência em relação ao Brexit, o principal tema da eleição e que se tornou o principal divisor de águas político do Reino Unido

O Green New Deal de Corbyn (aumento de impostos para os ricos, aumento do salário mínimo, reestruturação dos serviços públicos, programas de combate à pobreza e à desigualdade, metas ambientais ambiciosas, nova industrialização verde, etc.) era popular, especialmente nas grandes áreas urbanas do Reino Unido.

Nota de desagravo a Paulo Freire

Do site da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE):

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, entidade representativa de mais de 4,5 milhões de educadores das escolas públicas brasileiras, entre professores, especialistas e funcionários, ativos e aposentados, contratados a qualquer título, vem a público repudiar com veemência as ofensas do presidente da República Federativa do Brasil e de seus subordinados que têm a petulância de tentar depreciar a imagem de um dos maiores e mais respeitáveis educadores de nossa pátria, Paulo Freire.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

A guerra no laranjal da extrema-direita

Os passos de Moro rumo à Presidência

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Em 2016, quando perguntado se entraria para a política, o então juiz Sergio Moro disse: “Não, jamais. Jamais. Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política”. (…) não existe jamais esse risco”. Foi taxativo ao usar três vezes a palavra “jamais”. Naquela época, o seu trabalho como juiz já influenciava decisivamente o jogo político-partidário, com grampos e vazamentos ilegais que contribuíram para a derrubada do governo petista. Dois anos depois, o que “jamais” aconteceria aconteceu. O então juiz topou entrar para a política logo depois de ter vazado, às vésperas do primeiro turno, uma delação de Palocci que favoreceu a campanha de Jair Bolsonaro.

O nazista de Unaí e a encruzilhada do país

Homem vestindo braçadeira nazista sentado em bar na cidade de Unaí, em MG

Por Jotabê Medeiros, na revista CartaCapital:

Não havia nem uma cerveja nem um rabo-de-galo na mesa vermelha de plástico do nazista de Unaí.

A foto também não mostrava alguém mais na mesa além dele mesmo, o nazista de Unaí.

Muita gente escavou na internet um velho ditado alemão: “Se tem dez pessoas numa mesa, senta um nazista e ninguém se levanta, é porque tem onze nazistas na mesa”. É preciso que se diga: ao menos na foto que registrou o fato, todo mundo se manteve longe.

No filme Bastardos Inglórios, Tarantino é ainda mais radical em seu aconselhamento: se não restar alternativa a não ser sentar numa mesa com um nazista, é melhor você apontar sua pistola Walther para os bagos dele antes que ele aponte a Walther dele para os seus bagos.

As verdades ditas por Dias Toffoli

Editorial do site Vermelho:

Não se pode ignorar, honestamente, a precisão do diagnóstico do ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, sobre alguns aspectos relevantes da vida nacional.

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, ele disse que “o Ministério Público deveria ser uma instituição mais transparente” e que “a Lava Jato destruiu empresas”. Afirmou, também, que o presidente Jair Bolsonaro mantém “um discurso permanente para a base que o elegeu”.

No primeiro caso, é incontestável que o setor do Ministério Público Federal que se ligou à Lava Jato não prima pela transparência. Com a responsabilidade do cargo, Toffoli usou essa palavra e a generalização da instituição para não demarcar com ênfase a divergência, mas, sem a sua diplomacia, o que se vê nesse setor lavajatista é um misto de prepotência e ilegalidades. A troca de mensagens entre seus integrantes revelada pelo site The Intercept Brasil demonstra o quanto os procuradores da força-tarefa da Lava Jato ignoram regras elementares do processo penal e atuam com objetivos claramente políticos.