quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Indústria em queda inibe otimismo da mídia

Por Altamiro Borges

Parte da mídia monopolista – tendo à frente a Globo, a Folha e Veja – critica o laranjal de Jair Bolsonaro por seu conservadorismo nos costumes e seu autoritarismo na política. Outra parte – incluindo Record e SBT – apoia a brutal regressão nesses terrenos, sendo compensada pelo aumento das verbas da publicidade oficial. Já no terreno econômico, o conjunto da mídia hegemônica está totalmente coeso, em um pensamento único emburrecedor, na defesa da agenda ultraneoliberal do “parasita” Paulo Guedes. Tanto que difunde um falso otimismo na sociedade sobre os êxitos dessa agenda de desmonte do Estado, da nação e do trabalho.

Por que a mídia oculta a greve dos petroleiros

Paulo Guedes contra a chamada Classe C

Bolsonaro quer vender o Brasil

Por Vanessa Grazziotin, no jornal Brasil de Fato:

Eu queria aqui destacar o importante trabalho que desenvolveu o Brasil de Fato ao publicar uma edição especial do jornal em fevereiro deste ano, em que desmascara o que está por trás das privatizações e mostra como Bolsonaro pretende vender o Brasil, assim como o quanto essas ações serão prejudiciais ao Estado brasileiro.

Isso tudo sem falar que as privatizações não são apoiadas pela maioria da população mas que mesmo assim o governo segue firme querendo privatizar empresas importantes, como a Petrobrás - que já está sendo desmontada - os Correios, o setor elétrico e todos os demais setores.

Lula e a bravura de Francisco

Foto: Ricardo Stuckert
Por Moisés Mendes, no Diário do Centro do Mundo:

As alas mais radicais do reacionarismo da Igreja Católica estão odiando o papa Francisco. Mas o gesto que ele fez hoje, ao receber Lula, é mais do que um movimento de atrevimento político, é um reencontro do papa com Jorge Mario Bergoglio e seu passado em tempos de medo e horror.

Francisco consola o Bergoglio que, da segunda metade dos anos 70 e até bem pouco tempo, carregava o peso de uma suspeita desabonadora. Bergoglio teria sido não num colaboracionista, mas um chefe religioso vacilante diante da sangrenta ditadura argentina.

Bergoglio era líder dos jesuítas e teria afastado dois padres das suas atividades sociais com comunidades pobres – Orlando Yorio e Francisco Jalics –, diante da pressão dos militares. Livros e o filme Dois papas, de Fernando Meirelles, contam essa história.

Record, Globo e o "capitão Adriano"

Por Pedro Simon Camarão, no site da Fundação Perseu Abramo:

Domingo é o dia em que as principais emissoras de TV apresentam suas revistas eletrônicas. Na TV Globo, é o Fantástico. Na Record, o Domingo Espetacular. Ambos os programas exibiram reportagens sobre a morte do ex-policial militar carioca Adriano Magalhães da Nóbrega. Adriano é ex-capitão do Bope do Rio de Janeiro e foi expulso da corporação em 2014. Ele era procurado porque integrava um grupo de assassinos profissionais identificado como Escritório do Crime e ainda seria dirigente de um grupo de milicianos que explora a comunidade da Muzema, na zona Oeste do Rio de Janeiro.

Quem tem medo de Bernie Sanders

Por Glauco Faria, na Rede Brasil Atual:

Quando Bernie Sanders se lançou na corrida pela candidatura do Partido Democrata à presidência dos EUA, em 2016, poucos levaram a sério. No entanto, já na primeira das disputas daquele ano, em Iowa, o senador de Vermont se mostrou competitivo, ficando pouco atrás de Hillary Clinton.

Ali, a luz amarela acendeu para a cúpula da legenda. Se antes ele era visto apenas com menosprezo ou relativa antipatia pelos altos dirigentes, o quadro agora era outro. E o Comitê Nacional, que deveria ser neutro na competição, não hesitou em interferir no jogo.

Nas últimas semanas das prévias, o site WikiLeaks divulgou o que muitos já sabiam: Sanders era sabotado pela cúpula da legenda. A ex-comentarista da CNN, vice e posteriormente presidenta do Comitê, Donna Brazile, havia informado a campanha de Hillary a respeito de uma pergunta que seria feita a ela em um evento da emissora em março.

O "documentário" do MBL sobre o golpe

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

A mídia comercial, a direita e a extrema direita não cansam de repetir que há muitas “mentiras” no filme da Petra Costa sobre o golpe, Democracia em Vertigem, indicado ao Oscar de melhor documentário. Um dos grupos que acusa a cineasta de mentir é o MBL (Movimento Brasil Livre), que ajudou a consolidar a farsa do impeachment levando gente cúmplice ou desavisada às ruas a partir da reeleição de Dilma Rousseff, em 2014.

O desenvelhecimento do mundo

Moradores de Nuevo Amanecer, ex- acampamento Nueva Habana,
ícone de organização popular chilena nos anos 70, manifestam-se
nas ruas de Santiago (Gabriela Cruz)
Por Boaventura de Sousa Santos, no site Carta Maior:

Na vida pessoal, o envelhecimento depende menos da idade fisiológica do que da idade social. A idade social é inversamente proporcional à capacidade de pensar, sentir e viver o novo como futuro, como tarefa, como presente por experimentar. É-se tanto mais jovem quanto maior é a capacidade de viver a vida como se ela fosse uma experiência de constantes recomeços que apontassem, não para repetições do passado, mas antes para futuros – mapas por explorar e caminhos por trilhar com disponibilidade para enfrentar riscos, assumir ignorâncias e responder a desafios novos. É o futuro como antecipação, como "ainda não", como latência, como potência.

Lula e o Papa: sinal aos fariseus

Foto: Ricardo Stuckert
Por Fernando Brito, em seu blog:

Aos incomodados minions e adjacentes, que estão vociferando nas redes pelo Papa ter recebido Lula no Vaticano, para uma conversa sobre justiça social, urrando pelo fato de que Francisco dê a mão a quem chamam de ‘condenado”, vale lembrar.

Em setembro do ano passado, Jair Bolsonaro ajoelhou-se e recebeu a imposição das mãos de Edir Macedo, participou de lives com Silas Malafaia, viajou no avião presidencial com Marco Feliciano, para ficar apenas nos mais notórios nomes de outras religiões.

Não sei se é possível perceber a diferença de significado dos personagens…

Os enigmas da morte do miliciano

Por Jeferson Miola, em seu blog:                               

A morte do miliciano Adriano da Nóbrega está cercada de enigmas. Os muitos pontos obscuros, as contradições e dúvidas sobre o episódio animam as suspeitas de execução.

As suspeitas sobre a queima de arquivo ganham veracidade porque Adriano não era um bandido trivial. Ele chefiava o Escritório do Crime, milícia especializada em assassinatos por encomenda com matadores de aluguel, e privava da intimidade nos negócios do clã Bolsonaro na política.

Por intermédio do sumido Fabrício Queiroz, a mãe e a esposa de Adriano ficaram contratadas pelo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembléia Legislativa do RJ até dezembro de 2018. Elas só foram demitidas depois que começaram as investigações sobre as “rachadinhas” e os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa contra Flávio Bolsonaro.

O Oscar e a democracia ameaçada

Editorial do site Vermelho:

Indústria Americana e Parasita, vencedores do Oscar em 2020, chamam a atenção para a natureza da crise que se alastra pelo mundo desde o colapso de 2007-2008. A quebra do banco Lemon Brothers, em 15 de setembro de 2008, foi o pico de um processo que vinha do final dos anos 1970, com solavancos bruscos nos anos 1990, e se acelerou a partir de 2007.

Os efeitos são os que os filmes vencedores do Oscar mostram. No caso de Industria Americana, fica demonstrado que a crise trouxe sérias complicações para o chamado mundo do trabalho. Além do desemprego em massa, que cresce sem perspectiva de reversão, há o rompimento com os paradigmas que regulam as relações de trabalho, conhecido como precarização.

A milícia virtual fascista e os jornalistas

Foto: Site da FUP
Por Conceição Oliveira, no Blog da Maria Frô:

Há 13 dias os petroleiros estão em greve nacional, 108 unidades paralisadas em 13 estados. A greve iniciou em solidariedade aos petroleiros da FAFEN-PR ameaçados de demissão em massa, com o fechamento da única fábrica do país que produz ureia sem formol como suplemento alimentar do gado bovino. O blog Sindicato Popular, ao contrário de grande parte da imprensa corporativa brasileira, vem cobrindo o dia a dia da greve.

Na última terça (12/02) os petroleiros fizeram um protesto na frente da Globo contra a falta de cobertura da imprensa ao movimento. Há nas emissoras de radiodifusão um verdadeiros silenciamento sobre a Greve Nacional dos petroleiros.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Mídia privatista sabota greve dos petroleiros

Por Altamiro Borges

Iniciada em 1º de fevereiro, a greve nacional dos petroleiros segue crescendo, conquistando novas adesões, e já é a mais importante da história da categoria desde a paralisação de 1995, durante o triste reinado de FHC, que durou 32 dias. Segundo balanço da Federação Única dos Petroleiros (FUP), “nesta quarta-feira, 12, já somamos 108 unidades na greve, em 13 estados, com mais de 20 mil petroleiros mobilizados”.

Apesar da importância da paralisação e da sua força crescente, a mídia privatista evita tratar do assunto. A greve quase inexiste no Jornal Nacional da TV Globo ou nos telejornais das outras emissoras – que exploram concessões públicas de tevê. Ela também não é motivo de comentários nas rádios e não ocupa as manchetes dos jornalões e revistonas. O esforço deliberado da mídia patronal é para invisibilizar a luta dos petroleiros.

Bolsonaro comandava grupos de WhatsApp

Clã Bolsonaro é exposto na TV aberta

Wall Street contra Bernie Sanders

Dar um basta a esse projeto autoritário

Te cuida, Queiroz! O Adriano já foi

Adriano era arquivo pronto para ser queimado

Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:

Está difícil sustentar a versão de que o ex-PM Adriano da Nóbrega perdeu a vida num duelo a bala, no estilo matar ou morrer, numa pequena fazenda no interior da Bahia.

A imagem de faroeste não combina com a cena do crime, onde havia um único sinal de bala, escreve o repórter João Petro Pitombo, da Folha: "Moradores disseram que a ação foi rápida, com barulho de tiros por pouco tempo. A reportagem identificou apenas uma marca de bala dentro da casa, em uma janela de madeira seguindo a trajetória de dentro para fora."

Dias antes de ser morto, Adriano disse ao advogado que temia ser assassinado - e não há nenhum motivo para imaginar que não falasse a verdade.