quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Folha ajudou a naturalizar o fascismo no país

Por Luis Felipe Miguel

Folha faz hoje um editorial "forte" contra o presidente cuja eleição ela tanto apoiou.

Fiel à mitografia que criou para si mesma, coloca-se como pura representante da intrépida imprensa que desafia todos os poderes.

A frase que abre o texto é: "Ao completar 99 anos de fundação, esta Folha está mais uma vez sob ataque de um presidente da República".

Há apenas um trecho que, com enorme esforço e boa vontade, pode ser lido como esboço de início de tentativa de sugestão de envergonhada autocrítica: "Frustraram-se, faz tempo, as expectativas de que a elevação do deputado à suprema magistratura pudesse emprestar-lhe os hábitos para o bom exercício do cargo".

O discurso racional e as opções da esquerda

Por Celso Amorim

Por ocasião de um ato em defesa da democracia, realizado no auditório da Faculdade de Direito da USP, que coincidiu com os cinquenta anos do AI-5, fiz uma breve intervenção, na qual chamei a atenção para a necessidade de recuperar-se o “discurso racional” na política. Estava - e continuo a estar - assustado com a crescente dominação da política pela manipulação de medos, ódios e ressentimentos e com a propagação, por meios eletrônicos, de mensagens curtas, geralmente falsas e com grande capacidade de penetração em mentes menos acostumadas ao pensamento crítico. Tais mensagens contam com o apoio de novas formas de associação, que exploram afinidades afetivas, familiares ou de outra natureza, em uma versão moderna do “argumento da autoridade”.

O miliciano Adriano assombra Bolsonaro

Bolsonaro tritura instituições a céu aberto

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Contra o 'enigma da esfinge' bolsonarista

Por Roberto Amaral, na revista CartaCapital:

Muitas vezes, na análise do fato social, somos levados a tomar a aparência pela realidade. Trata-se, porém, de desvio de perspectiva que, em regra, leva o observador a mover uma guerra irremediavelmente perdida contra as sombras. O dramático, por força de suas consequências, se apresenta quando esse desvio é cometido por quem tem a responsabilidade de atuar como sujeito do processo político, porque, não raramente, o dirigente partidário, pressionado pela necessidade do agir, é levado a condenar a plano secundário a precaução da análise reflexiva.

Petroleiros são invisibilizados pela mídia

O projeto de poder dos evangélicos

Paulo Guedes e a sociedade escravocrata

Uma greve em defesa da Petrobras e do Brasil

O Brasil e as perdas internacionais

Por Leda Maria Paulani, no site A terra é redonda:

Recentemente, o Banco Central divulgou o resultado das contas externas brasileiras de 2019: déficit em transações correntes de US$ 50,7 bilhões de dólares, o maior dos últimos quatro anos. Mas nem nossa autoridade monetária, nem o “mercado” parecem muito incomodados com o resultado. Dos articulistas da imprensa especializada aos executivos financeiros, passando pelos dirigentes da própria autoridade monetária, aparece em uníssono a avaliação de que podemos ficar tranquilos, pois os investimentos diretos no país alcançaram no mesmo ano a respeitável cifra de US$ 78,5 bilhões, mais do que compensando o resultado fortemente negativo da conta corrente.

Governadores de 20 estados criticam Bolsonaro

Da Rede Brasil Atual:

Carta de 20 governadores, de 11 partidos, divulgada nesta quarta-feira (17) responde ao presidente Jair Bolsonaro por ultrapassar os “limites institucionais”. O documento do Fórum Nacional de Governadores, assinado pela maioria dos 27 mandatários, critica a conduta de Bolsonaro por hostilizar o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e por tentar impor uma política tributária sem respeitar o pacto federativo.

Bolsonaro abraça Crivella no Rio de Janeiro

Por Fernando Brito, em seu blog:

No ato pentecostal de ontem na Praia de Botafogo, no Rio, puxou-se, a certa altura, uma marcha-rancho gospel do pastor R.R. Soares que fala que vão “dar a volta da vitória”.

Neste momento, Jair Bolsonaro abano o par de fileiras de “autoridades” que acompanhava com palmas (onde estava, aliás, o lavajateiro Marcelo Bretas) , atravessa o palco, abraça o prefeito Marcelo Crivella e, simbolicamente, dá com ele a “volta da vitória” , diante do público.

É evidente o significado eleitoral do gesto.

O assassinato como política pública

Por Evandro Cruz Silva, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Em agosto de 1970 a revista Veja estampou em sua matéria de capa uma inédita investigação acerca dos grupos conhecidos como “Esquadrões da Morte”. Os anos duros da ditadura militar brasileira carregavam consigo um experimento já consagrado em outras experiências autoritárias: a formação de grupos armados para a execução sumária de pessoas tidas como indesejadas. À época, tais pessoas compunham dois grupos principais: a dissidência política de esquerda e os chamados “bandidos”, categoria em expansão no noticiário popular e que viria a representar as camadas pobres dos mercados ilegais.

Partido de Evo Morales lidera na Bolívia

Por Joaquín Piñero, no jornal Brasil de Fato:

A vida não tem sido fácil para as lideranças e integrantes dos movimentos populares bolivianos durante e depois do golpe de estado que depôs o presidente reeleito Evo Morales em outubro de 2019. Repressão, perseguições, ameaças e um saldo de mais de 30 pessoas assassinadas e centenas de outras feridas pelo aparato repressor do Estado golpista.

No entanto, a divulgação das últimas pesquisas de intenção de votos, desde que o tribunal eleitoral anunciou as 8 chapas que concorrerão ao pleito de 3 de maio de 2020, trouxe um alívio e reacendeu a esperança para os integrantes dessas organizações e principalmente para o Movimento Ao Socialismo (MAS), partido de Evo Morales. A chapa liderada pelo ex-ministro da Economia e Finanças, Luis Arce e que tem como vice o ex-chanceler David Choquehuanca aparece na frente com 40% de apoio popular. Além de ter conseguido registrar a candidatura de Evo Morales ao Senado por Cochabamba.

Globo envenena encontro de Lula com o Papa

Foto: Ricardo Stuckert
Por Joaquim de Carvalho, no Diário do Centro do Mundo:

Ao noticiar a visita de Lula ao papa Francisco, o Jornal Nacional, da Rede Globo, revogou o artigo 5o da Constituição, inciso 57. “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, diz o texto constitucional.

Já o texto que William Bonner leu no noticiário da Globo tem outro sentido: Lula está condenado e só viajou porque “o Supremo Tribunal Federal entendeu que os condenados podem permanecer em liberdade até o esgotamento dos recursos judiciais”. Ou seja, Lula está solto e viajou porque o STF decidiu que no Brasil ainda é necessário cumprir a Constituição.

Por que caíram os homicídios no Brasil?

Por Jordana Pereira, no site da Fundação Perseu Abramo:

O Brasil registrou uma queda de 19,2% nas mortes violentas em 2019 em comparação com 2018, segundo Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). São 9.923 mortes a menos em um ano. O número de 41.635 assassinatos é o menor da série histórica iniciada em 2007. Todos os estados apresentaram redução de assassinatos no período e dois registraram uma queda superior a 30% no consolidado do ano: Ceará e Roraima. Os dados reiteram os resultados do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, lançado pelo FBSP em setembro de 2019, com dados de 2018, o mais amplo e completo retrato da segurança pública do país.

A importância da greve dos petroleiros

Por Gilberto Bercovici, no site Disparada:

Nos tempos de obscurantismo bolsonarista, uma boa notícia tem sido a resistência dos petroleiros e a ampliação da greve nacional iniciada em 1º de fevereiro de 2020. Os motivos que justificaram o início da greve foram a demissão em massa dos funcionários da Petrobrás alocados na Fafen (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados) do Paraná e o descumprimento de parcelas do Acordo Coletivo firmado entre os sindicatos e a empresa. Mas, para além das disputas trabalhistas, a greve se organizou em torno de algo maior: a defesa da Petrobrás como empresa estatal que deve atuar em benefício da coletividade. Perspectiva esta abandonada desde 2016 e ameaçada pela privatização acelerada de boa parte da estrutura da Petrobrás promovida pelo atual governo.

Capitão se fecha na retranca com os generais

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Agora não temos mais nenhum civil no comando do Palácio do Planalto. Nos gabinetes que mandam no país só entram militares.

O entorno do capitão presidente virou uma extensão do Forte Apache, como é conhecido o Quartel-General do Exército em Brasília.

Só uma dúvida: quem vai bater continência para quem?

Até a Casa Civil passa a ser ocupada por um general, Walter Braga Netto, que foi interventor federal no Rio de Janeiro na época do assassinato de Marielle Franco, um crime até hoje envolto em mistério.

Isolado no Palácio do Planalto, sem articulação política no Congresso e na sociedade civil, Bolsonaro resolveu se fechar na retranca, cercado apenas de generais, enquanto vai ao ataque em suas lives e milícias das redes sociais para atacar os inimigos reais ou imaginários, genericamente chamados de “comunistas”.

Moro, Bolsonaro e a proteção às milícias

Por Jeferson Miola, em seu blog:                       

O principal defensor do miliciano Adriano da Nóbrega não é nenhum advogado renomado; é ninguém menos que Jair Bolsonaro – o presidente do Brasil que age como chefe de milícia e advogado de miliciano.

Em comunicado publicado no facebook que evidencia a total ausência de decoro e a absoluta incompatibilidade com o cargo presidencial, o Bolsonaro defensor do excludente de ilicitude [licença para matar] veste um disfarce de defensor dos direitos humanos para reclamar que a polícia da Bahia “não procurou preservar a vida de um foragido, e sim sua provável execução sumária”.

Números da economia são de assustar

Editorial do site Vermelho:

Enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, distribui agressões e joga conversa fora para tentar edulcorar a pauta econômica do governo Bolsonaro, o país desce a ladeira. Até o ponto forte do Brasil no comércio exterior, o agronegócio, emite sinais de que foi atingido pela crise. Em janeiro, as exportações do setor ficaram 9,4% abaixo do valor de um ano antes.

Com essa queda, o seu superávit comercial não foi suficiente para cobrir o déficit de outros setores. Contribuíram para esse dado a diminuição do valor e de volumes exportados. Entram nessa conta fatores externos, como a guerra comercial dos Estados Unidos contra a China e a crise econômica global, mas o determinante é o descaso com a situação interna.