terça-feira, 31 de março de 2020

Petardo: O pronunciamento do farsante na TV

Por Altamiro Borges

Bolsonaro é um farsante. Em mais um pronunciamento em cadeia nacional de TV, o "capetão" falou que está preocupado com o "camelô, o ambulante, o vendedor de churrasquinho, a diarista...". Logo ele que golpeou os aposentados na "reforma" da Previdência, que ampliou a terceirização e já fez tantas maldades.

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Bolsonaro nunca deu bola para os trabalhadores informais e os excluídos. Ele só se preocupa com a família – a dele. Uma de suas primeiras medidas foi expulsar os médicos cubanos que atendiam milhares de brasileiros. Ele também cortou drasticamente as verbas para a saúde pública. Sempre foi um inimigo do SUS.

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Quando o coronavírus já causava centenas de mortes pelo mundo, o "capetão" disse que era só uma "gripezinha". Depois, apresentou um projeto que suspendia por quatro meses o salário do trabalhador e concedia uma merreca de R$ 200 aos informais. Agora faz demagogia na TV. Farsante! Verme!

As “rachadinhas” de Flávio Bolsonaro

Bolsonaro não tem mais alternativas

O coronavírus chegou à periferia

Trabalho informal e impactos do coronavírus

Fome cresce com quarentena na Índia

O futuro próximo de Bolsonaro

O exemplo mora ao lado

Por Eric Nepomuceno, no site Brasil-247:

Uma economia que cai sempre se levanta. Mas uma vida que se perde nunca é recuperada.

Foi o que disse o presidente da Argentina, Alberto Fernández, ao anunciar ao país a extensão, por mais quinze dias, da quarentena radical aplicada em todo o país.

Lá, quem for pego na rua sem estar indo a uma farmácia, a um supermercado ou a um hospital, vai preso.

Há raríssimas exceções para determinadas atividades previstas no decreto presidencial.

A frase é óbvia. Por que, então, chamou tanto a minha atenção?

Coronavírus deixará rastro de miséria

Por Esther Solano, na revista CartaCapital:

Amigos, escrevo de uma Espanha confinada, com mais de 2 mil mortos por coronavírus e mais de 33 mil infectados.

Estava grávida e, como toda minha família mora aqui, vim ter meu bebê na minha terra e passar a licença-maternidade.

Meu filho, o pequeno Mateo, nasceu em 16 de março, em meio a uma pandemia, num país confinado e num hospital público completamente colapsado.

Prova cabal de que o amor vence, a vida vence… e o SUS também.

As dores, as desgraças e as mortes do coronavírus nos têm trazido algumas lições que deveríamos ter aprendido há muito tempo, mas agora elas se impõem de maneira cruel.

Economia de Trump não vale mais mortes

Por Robert Reich, no site Carta Maior:

Dick Kovacevich, ex-CEO do banco Wells Fargo, acha que a maioria dos americanos deve voltar ao trabalho em abril, incentivando-nos a "gradualmente trazer essas pessoas de volta e ver o que acontece".

Lloyd Blankfein, ex-CEO da Goldman Sachs, cujo patrimônio líquido é de US$ 1,1 bilhão, recomenda que "aqueles com menor risco de doenças voltem ao trabalho" dentro de "bem poucas semanas".

Tom Galisano, fundador da Paychex, cujo patrimônio líquido é de US$ 2,8 bilhões, acredita que “os danos de manter a economia fechada podem ser piores do que perder mais algumas pessoas. Você está escolhendo o melhor entre dois males.”

'Fundo do Coronavírus' para salvar a economia

Por Luiz Carlos Bresser-Pereira

No Valor de 26.3, o excelente jornalista Ribamar de Oliveira fez uma análise cuidadosa do provável efeito fiscal do coronavírus em seu artigo e perguntou: “Os EUA podem emitir moeda. E o Brasil?” Dada a paralisação das atividades econômicas, ninguém sabe com certeza qual será a queda da receita tributária e do PIB, porque esse resultado depende da profundidade e extensão no tempo das medidas de quarentena que estão sendo adotadas.

Hoje já há um razoável consenso que o crescimento do PIB será negativo em 2020. E que o Estado brasileiro terá que fazer gastos elevados para combater a doença e limitar a recessão.

O simplismo e as teorias da conspiração

Por Luis Felipe Miguel

Para o mainstream da Ciência Política, a característica central da extrema-direita "populista" é a redução da política a escolhas simples.

Ou a gente arma os "bandidos" ou arma o "cidadão de bem". Ou tem empregos ou tem direitos. Ou salva vidas ou salva a economia.

Se as escolhas são tão simples, quem tenta complicar está a serviço do inimigo. Tem algum interesse oculto que o leva a negar o "óbvio". O simplismo contribui, assim, para alimentar as teorias da conspiração.

Por exemplo, a pandemia. Não é preciso ser um Einstein para perceber que a disjuntiva "vida x economia" é burra.

Se as pessoas saírem para trabalhar e ficarem doentes, a economia vai sofrer ainda mais. O sistema de saúde entra em colapso. O custo humano será muito maior e o impacto econômico não será menor.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Quem manda na CNN-Brasil?

Coronavírus e o pacto com o Diabo

Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:

Ouvindo o alegre rumor da cidade, Rieux
pensava que essa alegria estava sempre
ameaçada. A multidão festiva ignorava o
que se pode ler nos livros: o bacilo da peste
não morre nem desaparece, fica dezenas de
anos a dormir nos móveis e nas roupas, espera
com paciência nos quartos, nos porões, nas
malas, nos papéis, nos lenços – e chega talvez
o dia em que, para desgraça e ensinamento
dos homens, a peste acorda os ratos e os manda
morrer numa cidade feliz. (Último parágrafo de
A Peste. CAMUS, Albert. Tradução de Graciliano
Ramos. 2ª. Ed. Rio de Janeiro, Livraria José Olympio
Editora, 1973, p. 185.)


Estava a um canto. Relegado, condenado ao ostracismo. Aos frangalhos. Nem sei como chegou às minhas mãos, algum dia. Não sei por que resolvi ocupar-me dele novamente, depois de algum tempo. Nem fazia tanto, eu o havia lido. Edição da Nova Fronteira, tradução de Herbert Caro. Certeza, tinha: Doutor Fausto é dessas obras eternas. Não há exagero nesse dizer. Tomei-o de um canto baixo de minha biblioteca. O mais baixo. Com cuidado para as páginas não se espalharem. Já imaginei entregá-lo a um encadernador. Vou fazê-lo. Deixa essa tempestade passar.

"Deus-mercado" acima de todos

Por Caio Teixeira, em seu blog:

Os governantes brasileiros sucumbiram à força dos mercadores da morte e atenderam aos apelos do Deus mercado, o único que está realmente acima de todos, acima da vida e da morte. A suspensão do confinamento social que se espalha pelo Brasil vai matar milhares de pessoas com certeza e isto não é especulação, são fatos que nenhuma reza vai evitar. É a realidade na China, na Itália, na Espanha, no Irã, na França, na Inglaterra e se espalha agora por toda a Europa.

O homem que sabia de menos

Por Jandira Feghali, no jornal Brasil de Fato:

Uma outra pandemia precedeu a atual no Brasil. A primeira transformou parte considerável da população em indivíduos intolerantes, fanáticos e obedientes seguidores dos que lançaram sobre eles o vírus da ignorância.

Chegamos, então, a segunda pandemia - a do coronavírus - num cenário já desgastado e fértil para que, contra todas as evidências científicas e experiências internacionais, uma parte assustadora dos brasileiros e brasileiras defendam iniciativas que colocam em risco suas próprias vidas.

Na China, o combate a covid-19 se deu com o uso da tecnologia e contou com a disciplina exemplar de seu povo. As regras lançadas pelo Estado foram seguidas à risca e todo o povo chinês agiu para conter o vírus.

Pandemia desnuda a Saúde falida nos EUA

Por Guido Vassallo, no site Outras Palavras:

“É uma gripe”, dizia Donald Trump sobre o coronavírus há menos de um mês, com essa tão própria mistura de ignorância e arrogância que lhe é característica. Desde essa singela definição até o presente momento ocorreram mais de mil mortes, 70 mil contágios e uma declaração de emergência nacional nos Estados Unidos. A propagação da pandemia exibe, como poucas vezes, os notáveis fracassos do sistema de saúde norte-americano: boa parte da população não tem seguro médico e não existe, em muitos Estados da federação, a licença de saúde no trabalho. 

Isolado, Bolsonaro tem 'desprezo' pela vida

Da Rede Brasil Atual:

Para o cientista político e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Wagner Romão, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demonstrou seu “desprezo” pela vida das pessoas, ao sair às ruas de Brasília para visitar lojas e confraternizar com a população neste domingo (29), em meio à pandemia de coronavírus. “Todas as suas declarações relativas à tortura já mostravam isso há muitos anos. Não vai ser agora que vai mudar”, afirma.

A ação coloca Bolsonaro em rota de colisão com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que apesar de às vezes tentar contemporizar com o chefe, tem reafirmado a necessidade de se manter o isolamento social como a principal estratégia no combate à disseminação da doença.

Bolsonaro pode ser forçado à renúncia

Por Rodrigo Vianna, na revista Fórum:

Quanto menor, mais perigoso. Quanto mais perigoso, Jair Bolsonaro fica ainda menor.

O presidente perdeu tamanho e força durante o embate travado neste sábado (28), em Brasília. A reunião dele com a equipe do Ministério da Saúde foi tensa.

Fontes dentro do Palácio dizem que o ministro Henrique Mandetta ameaçou entregar o cargo se o presidente não voltasse atrás nas ideias esdrúxulas de “reabertura imediata do comércio” e de “isolamento vertical” da população brasileira (só idosos e pessoas com problemas de saúde ficariam em quarentena).

O presidente relutou. Mas foi enquadrado por ministros militares, que teriam alertado Bolsonaro: a demissão de Mandetta, em meio à crise que já provocou mais de cem mortes no país, passaria um sinal de descontrole e pânico.

Cuidem-se as classes burguesas!

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

O “grande medo do futuro incerto” toma conta da Itália industrial e rural, no ano de 1920. As disputas agrícolas no Vale do Rio Pó e os choques nas fábricas modernas de Milão e Turim, põem por terra o Governo do Primeiro Ministro Francesco Nitti, do Partido Radical.

Antifascista, cercado pela fome endêmica do campo, instabilizado pelos acampamentos de ocupação das fábricas de Milão -assediado pela violência fascista- em julho de 1920 o Governo Nitti se desmancha. É de novo a vez do liberal Giovanni Giolitti, para estabilizar, impor o respeito e revalorizar a democracia. A nossa crise atual não é a mesma e aqui, quem poderiam ser os Giolitti do momento, adotaram a isenção entre os “dois extremos” e acalentaram o fascismo.