sexta-feira, 19 de junho de 2020

Quem é Mário Frias, novo panaca da Cultura?

Por Altamiro Borges

Na pressa para abafar a prisão do amigão Fabrício Queiroz e a demissão do bajulador Abraham Weintraub, o presidente Bolsonaro nomeou nesta sexta-feira (19) o ex-ator global Mário Frias para a Secretaria Especial da Cultura. Ele substituirá a atriz Regina Duarte, que deixou o cargo no laranjal há cerca de um mês.

A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. Prova do total desprezo pela Cultura, o “capetão” extinguiu o ministério, cortou verbas da área e nomeou cinco secretários em 17 meses. Antes do medíocre Mário Frias, já ocuparam o posto Regina Duarte, Roberto Alvim, Ricardo Braga e Henrique Pires.

Fascistas ameaçam matar ministros do STF

Por Altamiro Borges

Ao votar na quarta-feira (17) pela legalidade do inquérito das fake news, Alexandre de Moraes leu algumas das ameaças recebidas pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nos últimos dias. As mensagens revelam o grau de radicalidade e insanidade das falanges bolsonaristas, que ameaçam a frágil democracia brasileira.

Conforme enfatizou o ministro, é preciso "que se pare de uma vez por todas de se fazer confusão de críticas, por mais ácidas que sejam, e que devem existir e continuar, com agressões, ameaças e coações". Na sequência, ele fez a leitura de três mensagens asquerosas. A primeira é de uma advogada – “advogada” – do Rio Grande do Sul:


Após prisão do Queiroz, cadê o Bolsonaro?

Por Fernando Brito, em seu blog:

“Cadê o Queiroz?” foi a pergunta que mais se repetiu na política brasileira há um ano e meio.

Com a sua prisão. hoje cedo, a pergunta é “Cadê o Bolsonaro?”

Porque é impossível que, tendo sido o ex-policial militar procurado preso na casa do advogado de seu filho e frequentador assíduo do gabinete e da residência presidenciais, o presidente tem de vir a público dar satisfações ao país.

Deveria, ainda que seja difícil explicar-se o seu alegado distanciamento de Queiroz depois de tantos anos de intimidade se o acoitador do ex-assessor era figura de sua intimidade.

Invertida de arrumação no governo

Por Manuel Domingos Neto

Leio na “Folha” de hoje o bem informado repórter Igor Gielow anunciando que uma pretensa “ala militar” estaria cogitando acerca da formação de um “ministério de notáveis” visando salvar o governo Bolsonaro duramente ameaçado pela prisão do Queiroz.

Ao que me consta, conversas neste sentido se desenvolvem desde a semana passada, quando ficou clara a situação insustentável do Ministro da Educação.

A nomeação de “notáveis” para a equipe governamental seria uma “invertida de arrumação” diante da impopularidade do Presidente, dos impactos da pandemia, da degringolada economia e da constatada perda de prestígio das Forças Armadas.

Assim, seriam substituídos, além do Chanceler, os ministros da Educação e da Saúde.

América Latina: entre a Covid e o coveiro

Por Renato Martins, na revista Teoria e Debate:

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o estado de pandemia do novo coronavírus. Nas semanas seguintes, face ao quadro de calamidade dos países europeus, com hospitais lotados e filas de caminhões transportando os corpos da Covid-19, tivemos uma ideia do que enfrentaríamos com a chegada da pandemia na América Latina. Em 30 de abril, o número oficial de mortos na região ultrapassou a casa dos 10 mil; em 31 de maio, saltou para mais de 50 mil. Àquela altura, a taxa de transmissão e o número de mortes diárias na América Latina eram superiores aos da Europa e dos Estados Unidos. Segundo a OMS, desde então nos tornamos o epicentro da Covid-19.

Bolsonaro e o aumento da tensão política

Por Vanessa Grazziotin, no jornal Brasil de Fato:

Temos vivido um aumento do clima de tensão nos últimos dias no nosso país. O povo brasileiro tem se visto obrigado a se equilibrar entre a crise da saúde, a crise econômica e principalmente, a crise política gerada por Jair Bolsonaro (sem partido).

A instabilidade que marca o governo de Bolsonaro desde a sua posse, têm, nestes últimos tempos, sobretudo desde o início da pandemia, se mostrado de uma forma ainda mais clara e evidente.

Nas últimas semanas, vimos as investigações contra Jair Bolsonaro, sua família e seus apoiadores avançarem no Poder Judiciário. E isso, por outro lado tem feito que o presidente e seus apoiadores reajam com um grau e um nível de violência ainda maior do que já tinha expressado até o momento.

Mais cotados para o MEC são "olavistas"

Da Rede Brasil Atual:

O agora ex-ministro da Educação Abraham Weintraub foi demitido não por uma avaliação de seu desempenho à frente da pasta, mas pelos problemas que causou ao governo de Jair Bolsonaro com o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). Essa é a avaliação do professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara.

Queiroz, Weintraub e o baque no bolsonarismo

Editorial do site do Vermelho:

A prisão de Fabrício Queiroz e a saída de Abraham Weintraub do Ministério da Educação são fatos que podem ser contabilizados como vitórias do Estado Democrático de Direito. O caso do amigo íntimo do clã Bolsonaro envolve práticas de ilicitudes e de crimes que agora tendem a vir à tona com mais clareza.

Desde seu nascedouro, o bolsonarismo, apesar do discurso moralista, esteve envolvido em práticas ilícitas. São conhecidos os envolvimentos com milícias, a ponto de pessoas apontadas como criminosas serem homenageadas pelo filho do presidente, o então deputado estadual no Rio de Janeiro e atual senador Flávio Bolsonaro.

Trabalho uberizado e capitalismo virótico

Do site DigiLabour:

Ricardo Antunes é, sem dúvida, o sociólogo do trabalho mais conhecido do Brasil. Professor da Unicamp e autor de livros como O Privilégio da Servidão e Os Sentidos do Trabalho, Antunes acaba de lançar pela Boitempo o e-book Coronavírus: o trabalho sob fogo cruzado.

Segundo ele, antes da pandemia, mais de 40% da classe trabalhadora brasileira já atuava na informalidade. E isso se aprofunda ainda mais. A explosão do coronavírus soma-se ao sistema de metabolismo antissocial do capital e sua crise estrutural no que Antunes chama no livro de capital pandêmico e, nesta entrevista, de capitalismo virótico.

Ecoa a história dos generais no poder

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Durante um dos períodos mais sombrios da história do Brasil, as principais autoridades da ditadura militar se compraziam, entre outras práticas em que ofendiam o bom senso, em mandar recados ameaçadores: “Segurem seus radicais que nós seguramos os nossos”, diziam os generais Ernesto Geisel e Golbery do Couto e Silva. Tentavam assim intimidar a oposição institucional, abrigada no antigo MDB, então um partido democrático, que agasalhava numa espécie de partido-frente liberais, conservadores, democratas autênticos, socialistas e comunistas. No interior daquele MDB conviveram por quase duas décadas “adesistas” e “autênticos”, “moderados” e “radicais”. Do seu tronco saíram várias costelas que vieram formar o mosaico de partidos depois da reforma política de João Batista Figueiredo, último general-ditador a governar o Brasil.

A história do advogado de Flávio Bolsonaro

Com racismo não haverá democracia

Queiroz é o PC Farias de Bolsonaro

O esquema entre o clã Bolsonaro e Queiroz

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Brasil desgovernado ruma para a tragédia

O inferno astral do "véio da Havan"

Aroeira e o humor em tempos de cólera

Tradicionalismo: a extrema direita no poder

Por Venício A. de Lima, no site Carta Maior:

O Valor Econômico noticiou no início de junho que Gerald Brant, executivo do mercado financeiro e diretor de uma empresa de investimentos nos Estados Unidos, deverá ser nomeado para assessor especial no Ministério das Relações Exteriores, uma espécie de conselheiro, ligado diretamente ao gabinete do chanceler Ernesto Araújo. (Cf. Daniel Rittner, “Amigo de Bannon, Gerald Brant pode quebrar tabu e ter cargo no Itamaraty”, 5/6/2020). A notícia causou estranheza, dentre outras razões, porque o indicado não é da carreira diplomática. Uma das reações indignadas veio do ex-ministro Celso Amorim. Se confirmada esta nomeação, afirmou, representaria “um estupro” na diplomacia brasileira; “uma coisa inexplicável, uma violência sem tamanho. Um tiro final no Itamaraty” (Cf. “Amorim: nomear aliado de Bannon no Itamaraty é um estupro” in https://www.brasil247.com/mundo/amorim-nomear-aliado-de-bannon-no-itamaraty-e-um-estupro ).

Pela liberdade artística e o direito ao humor

Charge Continuada/Montagem: CUT 
Enviado por José Augusto Camargo (Guto)

Os, chargistas, caricaturistas, desenhistas e ilustradores de todo o Brasil que subscrevem esta carta aberta manifestam sua solidariedade aos colegas vítimas da intolerância e da perseguição política assim como protestam contra a violência daqueles que procuram censurá-los.

O desprezo pela democracia dos nossos governantes chega ao ponto do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, por meio do seu ministro da Justiça, André Mendonça, solicitar à Polícia Federal e ao Ministério Público abertura de investigação sobre uma charge de autoria de Aroeira. A imagem, uma clara alusão a ausência de políticas sanitárias em plena pandemia causada pelo vírus da Covid-19, mostra uma cruz vermelha (símbolo da saúde) transformada em uma suástica pelas mãos autoritárias do presidente. O absurdo da iniciativa fica evidente quando sabemos que “O pedido de investigação leva em conta a lei que trata dos crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, em especial seu art. 26”. O Brasil está se tornando um país onde o humor passa a ser censurado como nos piores períodos da ditadura. O que é mais estarrecedor; uma charge ou pessoas atirando fogos sobre o STF? Esta uma ação que, sim, mereceria a atenção do Ministro da Justiça.

Lei Aldir Blanc e o descaso com a cultura

Por João Guilherme Vargas Netto

Em meu último texto publicado dei vários exemplos de como o governo de Bolsonaro e Guedes faz corpo mole para efetivação dos auxílios emergenciais e dos créditos às micros empresas e com isto cria dificuldades para o isolamento social e trabalha pelo caos.

Apresso-me a dar um novo exemplo conclusivo.

No dia 4 de junho o Senado aprovou por unanimidade a lei 1.075/20, Lei Emergencial da Cultura, conhecida deste então como Lei Aldir Blanc.

Ela beneficia artistas, produtores, técnicos e trabalhadores do setor cultural com uma renda emergencial de 600 reais por três meses (retroativa a 1º de junho) e linha de crédito a pequenos empresários culturais descentralizando os recursos para estados e municípios.