segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Sindicalismo-3: Ódio à organização de classe

Mensagem etérea I (1946), Portinari
Por Altamiro Borges


Essa resistência ativa é o que explica o ódio das forças da direita – do golpista Michel Temer ao fascista Jair Bolsonaro – aos sindicatos. Para destruir direitos trabalhistas históricos, arrochar salários e precarizar ainda mais o trabalho, o capital necessita fragilizar e até mesmo destruir as organizações de classe dos explorados.

Essa ofensiva contra o sindicalismo se dá no mundo inteiro. Ela ajuda a explicar a drástica queda das taxas de sindicalização nos últimos anos. Em vários países da Europa e nos EUA, por exemplo, esse índice hoje está abaixo dos 10% – o que só reforça a sanha destrutiva do capitalismo.

Sindicalismo-2: Impacto das novas tecnologias

Espantalho da tempestade (1944-1959), Portinari
Por Altamiro Borges


Muitas dessas transformações no mundo do trabalho já estavam em curso antes da pandemia. A Covid-19 só fez acelerar o processo. E a tendência é que elas ganhem mais celeridade no próximo período, até como forma do capitalismo enfrentar a sua crise prolongada e sistêmica.

Inteligência Artificial (IA), Banco de Dados (Big Date), 5G (internet de quinta geração), entre outras mudanças tecnológicas, terão ainda maior impacto no mundo do trabalho, em todos os ramos de atividade. Se a automação microeletrônica afetou principalmente a indústria e os bancos, estas novas mudanças atingirão em cheio o setor público, o campo e o ramo de serviços e do comércio.

Sindicalismo-1: Desafios num cenário adverso?

Bois e espantalho (1940), Portinari
Por Altamiro Borges


Em um cenário de profundas transformações no mundo do trabalho e de violentos ataques aos direitos trabalhistas, o sindicalismo tem travado uma dificílima resistência, procurando mobilizar, conscientizar e organizar a classe na luta por seus anseios imediatos e futuros.

Na atual fase regressiva e destrutiva do capitalismo, o desemprego, a informalidade e a precarização batem recordes no planeta e no Brasil. As aceleradas mutações tecnológicas, que poderiam servir ao bem-estar da humanidade – reduzindo drasticamente a jornada de trabalho, garantindo mais tempo livre para o estudo, o convívio familiar, o lazer e a cultura e gerando mais empregos –, têm seus frutos apropriados por uma minoria de ricaços.

Para onde vai a economia do Brasil?

Bolsonaro acuado pelo almirante da Anvisa?

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Não haverá crescimento econômico em 2022

Bolsonaro recicla a facada com camarão

A mídia não está preocupada com os fatos

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Negacionismo, esfera pública e pós-verdade

domingo, 9 de janeiro de 2022

SP-4: Doria é um neoliberal radical

Circo (1957), Portinari
Por Altamiro Borges


O projeto de desmonte dos serviços públicos, do Estado-Mínimo, faz parte do ideário neoliberal do PSDB desde a sua fundação em 1988. As privatizações – também apelidadas de “privatarias” – são uma marca do tucanato, desde FHC até os governadores e prefeitos da sigla.

Antes mesmo de ingressar no partido, João Doria já era um privatista radical, um ultraneoliberal. Ao se apossar do Palácio dos Bandeirantes, ele anunciou 220 projetos de privatizações, incluindo setores essenciais para a infraestrutura, como o Metrô, estradas e aeroportos, até áreas de administração do Estado, como a Prodesp.

SP-3: O desastre do longo reinado tucano

Favela (1957), Portinari
Por Altamiro Borges


Mesmo no setor da segurança pública, tão papagaiado pelo tucano-fake como uma vitrine do seu governo, a situação é trágica. Assaltos e homicídios seguem em alta. O Estado tem o maior contingente policial do país, mas convive com cenas cruéis de violência – como na chacina que matou nove jovens em Paraisópolis, na Zona Sul da capital.

A morte já faz parte da rotina do trabalhador pobre, preto e periférico. Segundo dados da própria Ouvidoria das Polícias, a PM paulista mata, em média, uma pessoa a cada 12 horas. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP), 33,1% dos assassinatos que acontecem no Estado são cometidos pela Polícia Militar.

SP-2: PSDB pode perder hegemonia no Estado

Crianças brincando no pátio da escola (1933), Portinari
Por Altamiro Borges

Mas o “tucanistão” de São Paulo parece estar com os seus dias contados. Todas as pesquisas eleitorais apontam para as enormes dificuldades do PSDB em 2022. Após o fiasco de Geraldo Alckmin em 2018, quando a fartura de tempo na TV e de recursos na campanha resultou em apenas 4,76% dos votos no Brasil, agora é João Doria que não decola na disputa presidencial.

Nas prévias internas da sigla, as bicadas são sangrentas. Nessa crise no ninho, o tucanato finalmente pode perder a hegemonia também em São Paulo. É visível a fadiga de material com o PSDB no Estado. O candidato de proveta do atual governador à sua sucessão, o ex-demo Rodrigo Garcia, está empacado nas pesquisas. Ele não conseguiu sequer empolgar o próprio partido, que está rachado e sofre defecções – como a do ex-governador Geraldo Alckmin, que hoje se vinga do filhote que o traiu.

SP-1: Tucanistão e a decadência de São Paulo

Os despejados (1934), Portinari
Por Altamiro Borges

O Estado de São Paulo, que já foi conhecido como a “locomotiva do Brasil”, atualmente é chamado pejorativamente de “tucanistão”. Desde janeiro de 1995, quando Mario Covas tomou posse como governador, o PSDB manda e desmanda na principal unidade da federação – revezando-se no poder com Geraldo Alckmin, José Serra e, hoje, João Doria.

Nesse longo período de 26 anos, São Paulo empacou e colecionou dados alarmantes sobre baixo crescimento econômico, quebradeira de empresas, desindustrialização, desemprego e informalidade, miséria social, redução do papel indutor do Estado, entre outras várias chagas. Os tais “modernizadores tucanos”, adeptos do receituário neoliberal, mostraram-se incompetentes e afundaram São Paulo.

Exército confronta Bolsonaro. Até quando?

Lula acerta ao defender mudança trabalhista

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Além de representantes graduados da plutocracia (expressão escolhida com precisão pelo Leonardo Attuch, do site 247), algumas pessoas ligadas à esquerda e ao campo progressista também torceram o nariz para as falas de Lula e Gleisi Hoffmann defendendo que um futuro governo do PT lute pela revogação da reforma trabalhista.

Vista como uma das cerejas do bolo da “Ponte para o futuro”, o programa dos golpistas liderados por Temer, a reforma trabalhista ousou fazer o que nem a ditadura cogitou: rasgou a CLT, alterando ou tornando sem efeito mais de 200 artigos do conjunto de leis de proteção ao trabalhador que vigorava desde a era Vargas.

A batalha de 2022: com que programa?

Charge: Amarildo
Por Pedro Tierra, no site Carta Maior:


A história dos últimos seis anos da disputa de classes no Brasil se encarregou de recuperar a imagem do Partido dos Trabalhadores diante da sociedade brasileira. No momento em que foi desfechado o golpe de estado contra a Presidente eleita Dilma Rousseff, em 2016, o PT era o partido da preferência de 9% dos eleitores (Ibope).

Em fins de dezembro último, quando nos aproximamos da disputa eleitoral de 2022, de acordo com dados publicados pelos institutos de pesquisa, o Partido alcança 28% (Datafolha), considerando a margem de erro, algo próximo a um terço dos eleitores, como em seus melhores momentos.

A falência da ideia de liberdade individual

Charge: Hamid Ghalijari
Por Dennis de Oliveira, no site A terra é redonda:


Em artigo publicado no portal UOL no dia 5 de janeiro, Milly Lacombe comenta a polêmica causada pelo tenista número um do ranking mundial, Novak Djokovic, que foi impedido de entrar na Austrália por se recusar a tomar a vacina contra o Covid-19. Chama a atenção este artigo por ele apresentar uma reflexão sobre a ideia de “liberdade” tão usada e abusada em tempos no qual ideias autoritárias ganham peso.

O pensador búlgaro Tzevan Todorov, em “Os inimigos íntimos da democracia” alerta que os ataques à democracia e a cidadania nos dias de hoje ocorrem por organizações que se apropriaram da palavra “liberdade”. Diz ele que “desde 2011, o termo parece ter se tornado um nome de marca dos partidos políticos de extrema-direita, nacionalistas e xenófobos: Partido da Liberdade, nos Países Baixos (…); Partido Austríaco da Liberdade (…)”