terça-feira, 4 de outubro de 2022

A bolsonarização do Brasil e do Congresso

Charge: Gilmar
Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:


Vimos todos que o bolsonarismo é maior do que o imaginado e o mensurado pelos institutos de pesquisa. Que a vitória de Bolsonaro em 2018 não foi fenômeno sazonal produzido pela demonização da política e o antilulopetismo, filhos da Lava Jato. O resultado do primeiro turno nos mostra também que o bolsonarismo entranhou-se e deitou raízes mais fundas na sociedade brasileira, e que agora chegou ao Congresso a polarização entre a esquerda e a extrema direita, reduzindo a força da direita fisiológica, que de resto continuará servindo a Bolsonaro, na hipótese tenebrosa de sua reeleição.

Para alcançar 2023, focar na 'pauta do povo'

Charge: Serko
Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

A apuração dos resultados do primeiro turno das eleições aponta para um conjunto de surpresas a respeito do comportamento dos eleitores em comparação com aquilo que era projetado pelas pesquisas de intenção de voto. É bem verdade que os números finais e nacionais para o Presidente da República confirmaram a tendência de que Lula chegasse à frente de Bolsonaro, faltando apenas 1,5% para que não houvesse mais necessidade de um segundo turno para a definição do próximo ocupante do cargo.

Mobilização total para eleger Lula

Foto: Ricardo Stuckert
Do site da CTB:

Em reunião realizada no dia 4 de outubro de 2022 a Direção Executiva Nacional da CTB debateu a conjuntura e aprovou a seguinte resolução política:

1- O pronunciamento das urnas no último domingo, 2 de outubro, significa uma grande vitória para o candidato das forças progressistas, cujo adversário teve a seu favor o orçamento secreto e o poder
governamental, que usou de forma despudorada e ilícita, ao lado da campanha de calúnias e Fake News nas redes sociais. O primeiro turno acentuou a polarização política do país entre as forças democráticas e de esquerda e a extrema direita;

PDT declara apoio a Lula no segundo turno

Reprodução do Twitter
Da revista Fórum:

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, revelou em coletiva realizada nesta terça-feira (4) que o seu partido, de maneira unânime, vai apoiar a candidatura de Lula (PT) no segundo turno da disputa presidencial.

A decisão foi tomada pela direção executiva do partido em reunião que contou com a participação de Ciro Gomes, que disputou o pleito nacional pelo PDT e terminou em quarto lugar com 3% das intenções de votos.

“Toda a executiva nacional do partido, mais os presidentes estaduais, deputados, decidimos de forma unânime apoiar a candidatura mais próxima de nós, que é a do Lula. Nós estamos chamando de a candidatura 12+1", brincou Lupi.

O Brasil sob a névoa da guerra

Taguatinga Norte (DF), 02/10/22
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Por Cristina Serra, em seu blog:


No cenário de águas turvas que as pesquisas de opinião não conseguiram captar completamente, o eleitor deu seu recado e o retrato do Brasil que sai das urnas neste primeiro turno não é bonito.

É verdade que Lula mantém capacidade extraordinária de liderança, a despeito do imenso investimento das forças de direita e de extrema direita para desconstruir sua trajetória desde a Lava Jato. Mas o patamar de votos de Bolsonaro zera completamente o jogo. Na guerra, é uma oportunidade de ouro.

A dianteira de Tarcísio de Freitas, em São Paulo, e as eleições para governador no Rio de Janeiro e em Minas Gerais reforçam as trincheiras de Bolsonaro. A eleição de figuras que simbolizam tudo o que seu governo fez de mais cruel (Pazuello, Salles, Damares, Tereza Cristina, Mário Frias, Mourão etc) também diz muito sobre um Brasil medonho e que é dolorosamente real.

Precisamos conversar sobre as eleições

Charge: Pataxó
Por Maria Inês Nassif, no site Viomundo:


Dificilmente os processos históricos são interrompidos por uma explosão. Para superar o momento traumático que vivemos, é preciso erigir solidamente um movimento que a ele se oponha, e com força para superá-lo.

É preciso construir uma contraposição dialética à destruição, a um momento movido pela irracionalidade do eleitor.

Esse movimento de oposição ao fascismo tem que se mostrar sólido em seus alicerces e capaz de oferecer segurança às multidões que aderiram ao individualismo como forma de proteção contra o caos e a insegurança.

Isso explica a impossibilidade de eliminar o bolsonarismo com uma simples banana de dinamite.

Vai ser preciso muito mais do que uma explosão, porque o bolsonarismo é uma construção histórica – e contra ele apenas vencerá a consolidação, no seu outro lado, de uma construção histórica democrática e antifascista.

Os 5 mandamentos da campanha de Lula

Foto: Ricardo Stuckert
Por André Cintra, no site Vermelho:


Após conquistar um recorde de 57,2 milhões de votos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se prepara para “ir a campo” e impulsionar sua campanha no segundo turno. O embate inicial nas urnas, neste domingo (2), terminou com uma vantagem de 6,1 milhões de votos de Lula sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL). É a primeira vez que um candidato a reeleição ao Planalto termina o turno inicial em segundo lugar.

Apesar da desvantagem, Bolsonaro parece desconfortável com a urgência de pleitear adesões à sua candidatura. Ainda no domingo, em bate-papo com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada, ele destratou as presidenciáveis Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) com apelidos pejorativos. À imprensa, minutos depois, o presidente sublinhou que a prioridade é ter o apoio do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

Ânimo! Vamos ganhar as eleições!

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Desculpem, mas dá pra ganhar

Charge: Aroeira
Por Gilberto Maringoni

1. O resultado das eleições deste 2 de outubro é impactante em vários aspectos. O primeiro e mais evidente é o da falha gritante das pesquisas: elas não captaram a força do bolsonarismo e de seus agregados na sociedade brasileira.

2. O Brasil é muito mais conservador do que supunha nossa vã filosofia. Para qualquer um, que se paute por um pensamento democrático e progressista, é chocante ver gente como Hamilton Mourão, Sérgio Moro, Deltan Dallagnol, Ricardo Salles, Mario Frias, Damares Alves, Magno Malta e semelhantes serem consagrados pelo voto popular. Temos aqui o enraizamento social da extrema-direita após os quase 700 mil mortos da pandemia, os 33 milhões com fome, a apologia das armas e de tudo o mais. O fascismo não nos é mais um corpo estranho; foi naturalizado. Ao mesmo tempo, esse é o país que gera o fenômeno Boulos, que trafega em sentido contrário, com um milhão de votos.

Sem ilusão

Foto: Ricardo Stuckert
Por Manuel Domingos Neto

Lula teve mais votos do que seu adversário. Governadores progressistas foram eleitos no primeiro turno. Outros, podem ganhar no segundo. O PT aumentou sua bancada na Câmara... Polianas apaziguam almas inquietas. Preferem não encarar o perigo.

O fato é que um Mourão sem carisma toma a vaga de um ícone da resistência democrática. O impiedoso Pazzuello é campeão de votos no Rio. Um ex-juiz destroçador de empregos, de capacidades técnicas e de instituições ganha cadeira no Senado. Um destruidor de florestas e um astronauta que menospreza a ciência são consagrados no poderoso e civilizado estado de São Paulo. Um desconhecido supera Haddad se apresentando como cumpridor de “missão do Capitão”.

Reunião do comando da campanha Lula-Alckmin

Lula atinge recorde de votos em 1º turno

Como em quatro retrocedemos tanto?

O tamanho da esquerda na Câmara Federal

Como entender o 1º turno surpreendente

Lula vencerá no segundo turno

Charge: Simanca
Por Jeferson Miola, em seu blog:

É compreensível o espanto com o resultado do primeiro turno. Afinal, o desempenho de Bolsonaro foi 5% superior ao detectado nas pesquisas de opinião ao longo de meses, a diferença pró-Lula em MG não se confirmou e o bolsonarismo foi exitoso em SP e no RJ.

Além disso, a extrema-direita – especialmente a facção bolsonarista, mais que a moro-lavajatista – cresceu significativamente e elegeu destacados expoentes do fascismo.

O processo perturbador de fascistização do país, que se expressa, além de outras dimensões conhecidas, também no peso relevante que a extrema-direita terá no Congresso eleito, é um capítulo à parte, que deve ser encarado com absoluta primazia no imediato pós-segundo turno.

Neste momento, no entanto, é prioritário analisar o resultado eleitoral em si e buscar entender seus possíveis desdobramentos para a disputa final no próximo 30 de outubro:

Lula terá que fazer concessões ao centro

Charge: Wagner Passos
Por Helena Chagas, no site Brasil-247:


O ex-presidente Lula precisa apenas de dois pontos percentuais para ganhar no primeiro turno.

Embora a diferença de cinco pontos para Jair Bolsonaro seja curta, o petista é o favorito, dada a rejeição do presidente e a forte possibilidade de sua coligação obter os apoios do PDT de Ciro Gomes e do MDB de Simone Tebet. A soma de ambos no primeiro turno alcança sete pontos percentuais, e não será difícil transferir dois.

Uma coisa fica clara, porém: Lula terá que fazer alianças ao centro, e não apenas para vencer a eleição, mas principalmente para governar, se isso vier a ocorrer. A onda bolsonarista que varreu o Congresso deixou as forças de esquerda francamente minoritárias nas duas Casas.

A primavera está atrasada, mas virá

Foto: Ricardo Stuckert
Por Fernando Brito, em seu blog:

Aqui no Rio, a segunda-feira amanheceu chuvosa e acabrunhada, como conviria a um domingo em que a frustração da vitória insuficiente encheu a tantos de tristeza.

Por isso mesmo, não se deve deixar a cabeça a procurar erros e culpas, mas focar no que esta frustração não nos deixa ver.

A máquina de corrupção e ódio do Governo Federal foi vencida, apesar da maior distribuição de dinheiro da história.

Lula obteve, numericamente, a maior votação e, percentualmente, tão alta quanto em 2006, quando ganhou no 2° turno com 60% dos votos.

Onda bolsonarista surpreende na reta final

Lula, Bolsonaro e a guerra do segundo turno