Por Altamiro Borges
Diante do preocupante cenário eleitoral que se desenha na capital carioca, com o risco da direita levar de lambuja mais um pleito nesta estratégica cidade, uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo deu novo alento para as forças progressistas: “A preocupação com a possibilidade de a esquerda ficar fora do segundo turno no Rio de Janeiro levou um grupo de petistas a considerar a hipótese de manifestar apoio à candidata do PCdoB, Jandira Feghali. O ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, é o mais propenso a apoiá-la já no primeiro turno. Outro petista envolvido na estratégia é o candidato à reeleição em Nova Iguaçu, Lindberg Farias”.
A reportagem não é mera especulação de bastidor. Revela uma articulação que ganhou ímpeto na reta final da campanha. Diante da fragmentação das forças progressistas e do frágil desempenho de alguns dos seus candidatos – o postulante petista, deputado Alessandro Molon, não conseguiu ultrapassar os 4% no Ibope –, lideranças mais sensatas do PT local e nacional decidiram apostar suas fichas na candidata mais bem situada das esquerdas, Jandira Feghali. O influente deputado federal Cândido Vaccarezza, da direção nacional do partido, não vacila em defender o voto útil. “Acho que o Molon e o PT deveriam retirar a candidatura e apoiar a Jandira. Seria algo positivo em torno de uma alternativa de esquerda para a prefeitura do Rio”, afirmou ao Estadão.
Lula pregou voto em Jandira
Esta atitude corajosa e lúcida de várias lideranças petistas é totalmente compreensível. Incomoda apenas os que agem com uma visão partidista e mesquinha, sem levar em conta os objetivos mais estratégicos da acumulação de forças dos setores progressistas. O próprio presidente Lula, antes da oficialização das candidaturas, defendeu publicamente o apoio do PT-RJ à candidata Jandira Feghali, que já aparecia melhor posicionada nas pesquisas e era a única em condições de derrotar a direita no estado. Visando viabilizar esta união, o PCdoB até desistiu de postular a prefeitura de São Paulo, o que se revelou indispensável no enfrentamento aos tucanos e demos nesta capital.
As pesquisas deste final de semana confirmam que a disputa no Rio Janeiro ainda está em aberto e promete muitas emoções. Quatro candidatos estão embolados na frente – o tucano travestido de peemedebista Eduardo Paes; o ex-bispo da Universal Marcelo Crivella; o tucano-verde Fernando Gabeira; e Jandira Feghali. Os outros candidatos mais à esquerda – Alessandro Molon, Chico Alencar e Paulo Ramos – já estão fora do páreo, insistem as pesquisas. O risco maior, porém, é que a direita caminhe sozinha ao segundo turno, o que daria vitória a Eduardo Paes. Ele conta com a poderosa máquina estadual governada por Sérgio Cabral e esbanja recursos financeiros.
O desastre Eduardo Paes
O blog petista “Amigos do presidente Lula” tem publicado rico material sobre o desastre, para os cariocas e para todos os brasileiros, que representaria a eleição de Eduardo Paes. Foi o primeiro a postar o vídeo do ex-deputado tucano espinafrando o governo Lula. Agora, oportunista, ele posa de aliado do presidente, procurando pegar carona na sua popularidade. Mas não dá para esquecer seus discursos hidrófobos e suas baixarias, que atingiram inclusive a honra do filho do presidente Lula. O blog também anexou textos comprovando que o candidato é um dos campeões em troca de siglas partidárias, já tendo pertencido a seis legendas, sempre por motivos eleitoreiros.
Nesta reta final da campanha, o blog ainda trouxe outro grave alerta. “Se Eduardo Paes ganhar a eleição, seu governo será de continuísmo dos 16 anos do ciclo César Maia. Vereadores do Demo estão abandonando a candidata Solange Amaral para apoiá-lo. Paes é filhote político criado na estufa de César Maia, em 1992, e sempre foi um dos principais escudeiros do prefeito, até sair candidato a governador pelos tucanos em 2006, virando a casaca... Com o naufrágio de Solange Amaral, o Plano B de quem ocupa cargos na prefeitua é Eduardo Paes, o candidato natural, com quem têm mais proximidade e vínculos há anos... Os cariocas vão aceitar este continuísmo?”.
A hora da decisão
Diante do perigo iminente da vitória do direitista Eduardo Paes é que ressurge agora a idéia do voto útil já no primeiro turno. A proposta de unir as forças progressistas, como já foi dito, foi lançada pelo próprio presidente Lula. Na seqüência, um grupo de intelectuais e líderes políticos montou o comitê suprapartidário “Braços Abertos”, visando agregar forças em torno de Jandira Feghali, a candidata de esquerda com maior potencial para vencer no segundo turno. O reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, promoveu um ato na universidade para “conclamar os militantes do PT, PDT e PSOL a se juntarem à candidatura comunista para conter a fragmentação da esquerda”. O intelectual Cesar Benjamin, vice de Heloísa Helena, passou a editar um site de apoio a Jandira.
Mas a proposta do “voto progressista” gerou uma reação até natural dos outros candidatos deste espectro político. Alessandro Molon fez profissão de fé sobre o crescimento da sua campanha. “Tem muita gente indecisa e a força da militância do PT nesta reta final pode fazer a diferença. Estou convicto que vou ao segundo turno”. Chico Alencar também bateu nesta tecla, afirmando que “ainda não está certo quem será o candidato de esquerda no segundo turno”. A uma semana da eleição, as suas candidaturas não decolaram e não restam mais dúvidas de que Jandira Feghali é a única em condições de derrotar a direita. Seus eleitores vão jogar fora seus votos e frustrar a única possibilidade de uma alternativa progressista, de esquerda, na rebelde capital carioca?
Diante do preocupante cenário eleitoral que se desenha na capital carioca, com o risco da direita levar de lambuja mais um pleito nesta estratégica cidade, uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo deu novo alento para as forças progressistas: “A preocupação com a possibilidade de a esquerda ficar fora do segundo turno no Rio de Janeiro levou um grupo de petistas a considerar a hipótese de manifestar apoio à candidata do PCdoB, Jandira Feghali. O ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, é o mais propenso a apoiá-la já no primeiro turno. Outro petista envolvido na estratégia é o candidato à reeleição em Nova Iguaçu, Lindberg Farias”.
A reportagem não é mera especulação de bastidor. Revela uma articulação que ganhou ímpeto na reta final da campanha. Diante da fragmentação das forças progressistas e do frágil desempenho de alguns dos seus candidatos – o postulante petista, deputado Alessandro Molon, não conseguiu ultrapassar os 4% no Ibope –, lideranças mais sensatas do PT local e nacional decidiram apostar suas fichas na candidata mais bem situada das esquerdas, Jandira Feghali. O influente deputado federal Cândido Vaccarezza, da direção nacional do partido, não vacila em defender o voto útil. “Acho que o Molon e o PT deveriam retirar a candidatura e apoiar a Jandira. Seria algo positivo em torno de uma alternativa de esquerda para a prefeitura do Rio”, afirmou ao Estadão.
Lula pregou voto em Jandira
Esta atitude corajosa e lúcida de várias lideranças petistas é totalmente compreensível. Incomoda apenas os que agem com uma visão partidista e mesquinha, sem levar em conta os objetivos mais estratégicos da acumulação de forças dos setores progressistas. O próprio presidente Lula, antes da oficialização das candidaturas, defendeu publicamente o apoio do PT-RJ à candidata Jandira Feghali, que já aparecia melhor posicionada nas pesquisas e era a única em condições de derrotar a direita no estado. Visando viabilizar esta união, o PCdoB até desistiu de postular a prefeitura de São Paulo, o que se revelou indispensável no enfrentamento aos tucanos e demos nesta capital.
As pesquisas deste final de semana confirmam que a disputa no Rio Janeiro ainda está em aberto e promete muitas emoções. Quatro candidatos estão embolados na frente – o tucano travestido de peemedebista Eduardo Paes; o ex-bispo da Universal Marcelo Crivella; o tucano-verde Fernando Gabeira; e Jandira Feghali. Os outros candidatos mais à esquerda – Alessandro Molon, Chico Alencar e Paulo Ramos – já estão fora do páreo, insistem as pesquisas. O risco maior, porém, é que a direita caminhe sozinha ao segundo turno, o que daria vitória a Eduardo Paes. Ele conta com a poderosa máquina estadual governada por Sérgio Cabral e esbanja recursos financeiros.
O desastre Eduardo Paes
O blog petista “Amigos do presidente Lula” tem publicado rico material sobre o desastre, para os cariocas e para todos os brasileiros, que representaria a eleição de Eduardo Paes. Foi o primeiro a postar o vídeo do ex-deputado tucano espinafrando o governo Lula. Agora, oportunista, ele posa de aliado do presidente, procurando pegar carona na sua popularidade. Mas não dá para esquecer seus discursos hidrófobos e suas baixarias, que atingiram inclusive a honra do filho do presidente Lula. O blog também anexou textos comprovando que o candidato é um dos campeões em troca de siglas partidárias, já tendo pertencido a seis legendas, sempre por motivos eleitoreiros.
Nesta reta final da campanha, o blog ainda trouxe outro grave alerta. “Se Eduardo Paes ganhar a eleição, seu governo será de continuísmo dos 16 anos do ciclo César Maia. Vereadores do Demo estão abandonando a candidata Solange Amaral para apoiá-lo. Paes é filhote político criado na estufa de César Maia, em 1992, e sempre foi um dos principais escudeiros do prefeito, até sair candidato a governador pelos tucanos em 2006, virando a casaca... Com o naufrágio de Solange Amaral, o Plano B de quem ocupa cargos na prefeitua é Eduardo Paes, o candidato natural, com quem têm mais proximidade e vínculos há anos... Os cariocas vão aceitar este continuísmo?”.
A hora da decisão
Diante do perigo iminente da vitória do direitista Eduardo Paes é que ressurge agora a idéia do voto útil já no primeiro turno. A proposta de unir as forças progressistas, como já foi dito, foi lançada pelo próprio presidente Lula. Na seqüência, um grupo de intelectuais e líderes políticos montou o comitê suprapartidário “Braços Abertos”, visando agregar forças em torno de Jandira Feghali, a candidata de esquerda com maior potencial para vencer no segundo turno. O reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, promoveu um ato na universidade para “conclamar os militantes do PT, PDT e PSOL a se juntarem à candidatura comunista para conter a fragmentação da esquerda”. O intelectual Cesar Benjamin, vice de Heloísa Helena, passou a editar um site de apoio a Jandira.
Mas a proposta do “voto progressista” gerou uma reação até natural dos outros candidatos deste espectro político. Alessandro Molon fez profissão de fé sobre o crescimento da sua campanha. “Tem muita gente indecisa e a força da militância do PT nesta reta final pode fazer a diferença. Estou convicto que vou ao segundo turno”. Chico Alencar também bateu nesta tecla, afirmando que “ainda não está certo quem será o candidato de esquerda no segundo turno”. A uma semana da eleição, as suas candidaturas não decolaram e não restam mais dúvidas de que Jandira Feghali é a única em condições de derrotar a direita. Seus eleitores vão jogar fora seus votos e frustrar a única possibilidade de uma alternativa progressista, de esquerda, na rebelde capital carioca?
Tá no Blog "O Biscoito Fino e a Mass" um post com a mesmo caráter deste, unir as esquerdas no Rio. No final tem um comentário interessante sobre o Eduardo "Vira-folha" Paes:
ResponderExcluir" PS: Vejam a incrível cara-de-pau desta declaração de Eduardo Paes: Sou Portela e vascaíno, mas adoro a torcida do Flamengo. Minha família toda é tricolor [...], o Botafogo é um time glorioso e o América é o time do meu coração. Coisa típica de político oportunista. Quem gosta mesmo de futebol detesta essas coisas. Para a prefeitura de BH, eu não teria nenhum problema em votar num candidato cruzeirense com o qual eu coincidisse politicamente. Aliás, já o fiz. Mas olharia ressabiado para alguém que viesse com esse papo de que “torço pelo Cruzeiro e pelo Atlético”. Por isso eu gosto dos gaúchos. Se você fizer isso no Rio Grande, perde a eleição de cara. Colorado respeita Tricolor e vice-versa. Mas nenhum dos dois respeita quem faz isso."
Em Manaus a situação é ainda mais absurda. O PT se lança contra a reeleição de Serafim Correia do PSB. O PC do B posa de neutro mas suas liderancas apoiam o candidato do governo (PMDB).
ResponderExcluirCorre-se o risco de não passar nenhum candidato progressista para o segundo turno, e a conta é sua PT.
O Rio de Janeiro além da cidade partida, é uma cidade abandonada políticamente pelo PT, que prefere qualquer coisa menos a sua própria representação. É o triste quadro do destino do Rio, cidade espelho das mazelas urbanas.
ResponderExcluir