sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O que há de novo em Barack Obama?

Por Altamiro Borges

A megaconvenção do Partido Democrata, realizada no final de agosto em Denver, revigorou as esperanças na possibilidade do candidato Barack Hussein Obama por fim ao trágico reinado do presidente-terrorista George Bush nas eleições marcadas para novembro. O evento, que reuniu 80 mil pessoas em estado de êxtase e num clima de forte unidade, confirmou que há “fenômeno coletivo” em curso na fossilizada “democracia” ianque. Ele parece suplantar o próprio postulante à Casa Branca, o primeiro negro, de origem mulçumana, com reais condições de vitória.


Este processo já havia se expressado nas eleições primárias deste partido, com o comparecimento recorde de 35 milhões de eleitores, contra 14 milhões em 2000 e 15 milhões em 2004. Desde seu início, a campanha de Obama contagiou os jovens, os negros e os segmentos mais pobres desta sociedade. A internet foi o meio encontrado por muitos para participar da batalha por mudanças. Até julho, o candidato já havia conquistado 1.276.000 doadores financeiros, 750 mil voluntários ativos e 8 mil grupos de afinidade. Somente em fevereiro, a campanha arrecadou 45 milhões de dólares via internet, sendo que 94% das doações apresentaram valores menores que 200 dólares.

Razões do fenômeno coletivo

O que explica este “fenômeno coletivo”? O que há de novo na candidatura de Obama, até então um desconhecido senador de Illinois? As razões superam em muito o seu carisma e as suas vagas promessas de “mudança”. Elas refletem o próprio declínio do “império do mal”, que contabiliza soldados mortos nas ocupações do Iraque e no Afeganistão, perde influência diante das novas potências rivais, como a China, e patina numa das piores crises econômicas das últimas décadas. Diante dos horrores da guerra imperialista e das misérias do cotidiano, com a explosão do desemprego e do endividamento das famílias, os estadunidenses apostam agora na “mudança”.

O jovem Barack Obama, de 47 anos, percebeu este forte sentimento de insatisfação, derrotou as oligarquias do seu partido e surge com força para derrotar o “terceiro Bush”, o republicano John McCain. Brilhante orador, ele fala o que o estadunidense médio quer ouvir. Diferente do falcão McCain, que promete mais 100 anos no Iraque, garante que retirará as tropas ianques num curto espaço de tempo. Para desespero da máfia de gusanos (vermes) de Miami, promete restabelecer as relações com Cuba. No front interno, ataca Bush pelo corte de impostos dos ricos e afirma que priorizará o emprego – o que já lhe garantiu o apoio unânime da central sindical AFL-CIO.

Democracia de fachada dos EUA

Obama cumprirá as suas promessas ou será enquadrado pelo poderoso establishment ianque? Na democracia de fachada dos EUA, totalmente dominada pelas corporações imperialistas, qualquer presidenciável com chances reais de vitória deve rezar a cartilha do império. Não cabem ilusões! Republicanos e democratas representam o status quo de uma potência que saqueia o planeta para manter seu opulento padrão de consumo. Apesar disto, a humanidade respirará mais aliviada se o “terceiro Bush” for fragorosamente derrotado nas urnas e Obama chegar à presidência dos EUA.

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