Por Altamiro Borges
Diante das cenas de guerra entre os grevistas da Polícia Civil e os soldados da Polícia Militar, em frente ao Palácio dos Bandeirantes, o governador José Serra revelou a sua mentalidade autoritária numa entrevista ao jornalista Luiz Datena, da TV Bandeirantes. Ao vivo, ele afirmou que a greve dos policiais “é coisa de uma minoria”; garantiu que ela “é eleitoreira, é coisa do PT e da Força Sindical, que é do PDT”; e jurou que sempre esteve aberto às negociações com os sindicatos da categoria. Serra lembrou a retórica raivosa de alguns generais nos estertores da ditadura militar.
Em primeiro lugar, a greve da Polícia Civil não é coisa de uma minoria e nem uma aventura. Ela já dura um mês. Foi deflagrada em 16 de setembro após várias tentativas frustradas de diálogo com o governo José Serra. Segundo relatos da mídia, que nunca foi simpática ao movimento – as suas manchetes apelam sempre para os prejuízos à sociedade –, conseguiu adesão surpreendente, o que evidencia o grau de revolta da categoria. A Folha de S.Paulo chegou a noticiar a adesão de 80% nos distritos policiais da região metropolitana e de quase 100% nas delegacias do interior.
Intransigência e uso eleitoreiro
Em segundo lugar, a greve não tem vínculos orgânicos com qualquer central sindical ou partido político. Boa parte do comando do movimento, formado por delegados e investigadores, sempre esteve ligada ao partido governista, até por motivos óbvios de carreira. Não é para menos que os grevistas costumam cantarolar em suas manifestações o samba “você pagou com traição, a quem sempre lhe deu a mão”. Uma faixa sempre presente nos protestos diz: “PSDB, Pior Salário Do Brasil”. As centrais sindicais apenas deram apoio à greve e vários parlamentares, inclusive tucanos, também estiveram presentes às manifestações para tentar evitar confrontos violentos.
Em terceiro lugar, o governo demonstrou total intransigência diante dos grevistas. Ciente de que o salário dos policiais está defasado, ele se recusou a atender a reivindicação de 15% de reajuste. Ofereceu apenas 6,2%, sem incorporar os adicionais, e fechou os canais de diálogo. Os grevistas até suspenderam o movimento por dois dias, numa tentativa de retomar às negociações, mas não amainaram a postura truculenta de Serra. “Não recebemos nenhuma proposta concreta”, criticou, na ocasião, Sérgio Roque, presidente da Associação dos Delegados de Polícia de São Paulo.
Até a seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil, presidida por um aliado do governador, Luiz D’Urso, emitiu nota criticando a intransigência. A OAB-SP havia se oferecido para mediar as negociações, mas o secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, sequer deu retorno à proposta – “o que é uma desconsideração com a instituição e com a própria classe profissional”. Agora, o truculento José Serra tenta encontrar bodes expiatórios e fazer uso eleitoreiro da greve para ajudar o seu candidato laranja à prefeitura da capital, o demo Gilberto Kassab.
Diante das cenas de guerra entre os grevistas da Polícia Civil e os soldados da Polícia Militar, em frente ao Palácio dos Bandeirantes, o governador José Serra revelou a sua mentalidade autoritária numa entrevista ao jornalista Luiz Datena, da TV Bandeirantes. Ao vivo, ele afirmou que a greve dos policiais “é coisa de uma minoria”; garantiu que ela “é eleitoreira, é coisa do PT e da Força Sindical, que é do PDT”; e jurou que sempre esteve aberto às negociações com os sindicatos da categoria. Serra lembrou a retórica raivosa de alguns generais nos estertores da ditadura militar.
Em primeiro lugar, a greve da Polícia Civil não é coisa de uma minoria e nem uma aventura. Ela já dura um mês. Foi deflagrada em 16 de setembro após várias tentativas frustradas de diálogo com o governo José Serra. Segundo relatos da mídia, que nunca foi simpática ao movimento – as suas manchetes apelam sempre para os prejuízos à sociedade –, conseguiu adesão surpreendente, o que evidencia o grau de revolta da categoria. A Folha de S.Paulo chegou a noticiar a adesão de 80% nos distritos policiais da região metropolitana e de quase 100% nas delegacias do interior.
Intransigência e uso eleitoreiro
Em segundo lugar, a greve não tem vínculos orgânicos com qualquer central sindical ou partido político. Boa parte do comando do movimento, formado por delegados e investigadores, sempre esteve ligada ao partido governista, até por motivos óbvios de carreira. Não é para menos que os grevistas costumam cantarolar em suas manifestações o samba “você pagou com traição, a quem sempre lhe deu a mão”. Uma faixa sempre presente nos protestos diz: “PSDB, Pior Salário Do Brasil”. As centrais sindicais apenas deram apoio à greve e vários parlamentares, inclusive tucanos, também estiveram presentes às manifestações para tentar evitar confrontos violentos.
Em terceiro lugar, o governo demonstrou total intransigência diante dos grevistas. Ciente de que o salário dos policiais está defasado, ele se recusou a atender a reivindicação de 15% de reajuste. Ofereceu apenas 6,2%, sem incorporar os adicionais, e fechou os canais de diálogo. Os grevistas até suspenderam o movimento por dois dias, numa tentativa de retomar às negociações, mas não amainaram a postura truculenta de Serra. “Não recebemos nenhuma proposta concreta”, criticou, na ocasião, Sérgio Roque, presidente da Associação dos Delegados de Polícia de São Paulo.
Até a seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil, presidida por um aliado do governador, Luiz D’Urso, emitiu nota criticando a intransigência. A OAB-SP havia se oferecido para mediar as negociações, mas o secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, sequer deu retorno à proposta – “o que é uma desconsideração com a instituição e com a própria classe profissional”. Agora, o truculento José Serra tenta encontrar bodes expiatórios e fazer uso eleitoreiro da greve para ajudar o seu candidato laranja à prefeitura da capital, o demo Gilberto Kassab.
!!@v@nte Miro!!
ResponderExcluirE como sempre a culpa nunca é do gaverno e sim de uma "minoria".
ResponderExcluirPalmas para o Serra, um exemplo de Tucano.
Parabéns pelo Blog, Altamiro. Eu, como estudante, agradeço por não existirem só Diogos Mainardis, mas sim, mais Altamiros Borges.
Imeginem um sujeito desse na presidencia da rapública?
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