sexta-feira, 1 de maio de 2009

Ministério Público no pé da Editora Abril

O Ministério Público Estadual acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola. O valor da obscura transação é de R$ 3,7 milhões e soma-se a outras negociatas entre o tucanato e o Grupo Civita, que também publica a revista Veja, principal palanque da oposição ao governo Lula. Se levadas a sério, as investigações do MPE poderão atrapalhar as ambições do presidenciável José Serra.

O promotor Antonio Celso Campos de Oliveira Faria, designado para o caso, oficiou o órgão do governo estadual responsável pela transação, solicitando que esclareça os motivos da contratação sem licitação e cogitando, inclusive, a suspensão do pagamento. Além disso, ele solicitou que a Associação dos Professores do Ensino Oficial (Apeoesp) informe se foi consultada na escolha da revista Nova Escola e se ocorreram reclamações dos docentes em função do fornecimento, sem consentimento, de seus endereços particulares. Por fim, notificou outras editoras que atuam no ramo educacional, consultando-as se teriam condições de participar de um processo licitatório caso este tivesse sido aberto.

Serra e Civita, uma relação obscura

Para Ivan Valente, o despacho inicial do Ministério Público já é uma vitória do movimento dos professores frente aos desmandos do governo José Serra na área da educação. “Vamos acompanhar a tramitação do processo e pressionar para que os responsáveis por esta contratação, que lesa os cofres e os interesses públicos, sejam punidos com o rigor da lei”. Ele lembra que a Secretaria de Educação desconsiderou a existência de outras publicações da área, beneficiando a Editora Abril, não consultou os professores e passou para uma empresa privada os seus endereços pessoas, permitindo inclusive outras destinações comerciais com seus dados particulares – o que é ilegal.

A compra de 220 mil assinaturas representa quase 25% da tiragem total da revista Nova Escola e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do “barão da mídia” Victor Civita. Mas este não é o único caso de privilégio a este ao grupo direitista. O governo José Serra apresentou recentemente proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas em edições encalhadas do “Guia do Estudante”, outra publicação da Abril. Como observa do deputado Ivan Valente, “cada vez mais, a editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo, tendo até mesmo publicações adotadas como material didático. Isso totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerado apenas o segundo semestre de 2008”.

7 comentários:

RLocatelli Digital disse...

Iniciativa do PSOL... E cadê aquele partido, o PT? Espero que, pelo menos, eles apóiem a iniciativa.

Remindo disse...

Se tem Veja no meio, já estou desconfiando!!!

Anônimo disse...

O Nassif e leitores seus fizeram bons comentarios levantando valores exorbitantes....as revistas ñ ficam apenas na revista escola e guia do estudante....uma variedade de revistinhas infantis tbém faz parte da lista. Também comenta-se que o novo secretario irá fazer assinaturas da FSP para as escolas....

Augusto Abreu disse...

Não adianta chorar: A MÍDIA É DA DIREITA!É um sonho pensar que ela vá mudar. Ao invés de chorar pela “falta de isenção” da mídia corporativa temos que criar a nossa própria mídia cooperativa de esquerda. Temos que liderar um movimento para recriar um Jornal de âmbito nacional de esquerda como já tivemos o “Movimento”, o “Opinião”, “O Companheiro”, o “ EM TEMPO”, etc. que eram jornais redigidos, impressos, distribuídos e vendidos EM PLENA DITADURA. RESPONDA MIRO : PORQUE NÃO PODEMOS FAZER ISSO AGORA ? Qual é o problema? Com a Internet, editaríamos o jornal em SP e o imprimiríamos várias capitais, sem frete.Fecharíamos o jornal mais tarde e responderíamos na hora! O MOVIMENTO dos SEM-TERRA, busca TERRA para os trabalhadores. O MOVIMENTO dos “SEM MÍDIA” deveria buscar ter sua PRÓPRIA MÍDIA. Boa idéia listar as armas dos nossos adversários. Melhor ainda é construir as nossas próprias armas. Instaure esse debate. Faça um post sobre isso, mesmo que você seja contra , como eu sei que é.

Anônimo disse...

Desde quando é necessário esperar o Ministério Público.
Qualquer cidadão, repito, qualquer cidadão pode entrar com ação popular contra esse tipo de situação.
Mas a indignação limita-se sempre aos comentários nos blogs, como o meu.
Então, cada um tem o que merece.

Júlio De Bem disse...

Ahahah, caro Altamiro, enviei para a Zero Hora (PIG-RS), uma sugestão de reportagem sobre este tema. Também enviei como sugestão de matéria pra Veja. Ambos foram rudes em suas respostas robóticas ;-). Já no SAC da abril, eles falaram o seguinte "Caro Júlio
Esclarecemos que sua solicitação foi direcionada ao departamento específico para que as devidas providências possam ser tomadas.
Por esse motivo, você receberá uma resposta em breve.
Permanecemos à sua disposição." Bip Bip!! Vou enviar esse seu novo post como fonte de matéria para os reporters. Obvio que nunca será publicada, mas imaginem como seria se saisse na capa da veja a foto do Serra e de algum Civita ambos de terno, sobretudo e chapéu e empunhando suas Thompson ala poderoso chefão. Eu até iria na banca comprar uma ;)

Anônimo disse...

EDUCAÇÃO

Secretaria de SP distribuirá jornais nas escolas
DA REPORTAGEM LOCAL (FSP)

A Secretaria Estadual da Educação de São Paulo fechou acordo para distribuir exemplares dos jornais Folha de S.Paulo e "O Estado de S. Paulo" a todas as 5.449 escolas da rede.
Também serão fornecidas edições das revistas "Época", "Veja" e "IstoÉ".
As publicações ficarão em salas de leitura das escolas, que contam também com livros, vídeos, DVDs e CDs.
Os exemplares começam a ser distribuídos amanhã. O acordo foi feito por meio da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (órgão responsável por viabilizar a execução dos projetos definidos pela pasta).