quarta-feira, 31 de março de 2010
Chico Buarque e a ditabranda da Folha
A lembrança do fatídico 1º de abril de 1964, data do golpe militar no Brasil, traz à mente recente editorial da Folha que rotulou a sanguinária ditadura de “ditabranda”. O jornal da famíglia Frias clamou pelo golpe, deu apoio ao setor linha dura dos generais e, inclusive, cedeu suas peruas de transporte do jornal para levar os presos políticos à tortura. Hoje, é um dos principais veículos golpistas do país. O seu deplorável neologismo jamais poderá ser esquecido.
Para azucrinar o jornal FSP (Força Serra Presidente), reproduzo o belo poema de Chico Buarque em homenagem à estilista Zuzu Angel, morta em condições misteriosas quando tentava descobrir o paradeiro do seu filho, Stuart Angel Jones, torturado e assassinado pela ditadura militar:
Angélica
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento?
Só queria lembrar o tormento
Que fez meu filho suspirar
Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo?
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar
Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino?
Queria cantar por meu menino
Que ele não pode mais cantar
.
Precisamos tomar uma atitude contra os desmandos da Folha. Proponho a coleta de assinaturas pela Internet para incrementar formulação de petição inicial de ação coletiva de indenização pela Folha, aos brasileiros, ou especificamente às vítimas do regime militar, usando como argumentação, seu sórdido desempenho midiático desde a "ditabranda". Farto será o material probatório de sua participação nos crimes desde a "ditabranda". E aí, que tal? Vamos cobrar essa dívida histórica? Seria uma grande lição na imprensa rasteira, no mínimo, ainda que não surtisse grandes efeitos indenizatórios.
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