sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago, o militante comunista



Reproduzo nota do Partido Comunista Português, que ressalta a militância política do genial escritor José Saramago – coisa que a mídia hegemônica tentará apagar nas suas mensagens de condolências:

A morte de José Saramago constitui uma perda irreparável para Portugal, para o povo português, para a cultura portuguesa.

A dimensão intelectual, artística, humana, cívica, de José Saramago fazem dele uma figura maior da nossa História.

A sua vasta, notável e singular obra literária – reconhecida com a atribuição, em 1998, do Prémio Nobel da Literatura - ficará como marca impressiva na História da Literatura Portuguesa, da qual ele é um dos nomes mais relevantes.

Construtor de Abril, enquanto interveniente ativo na resistência ao fascismo, ele deu continuidade a essa intervenção no período posterior ao Dia da Liberdade como protagonista do processo revolucionário que viria a transformar profunda e positivamente o nosso país com a construção de uma democracia que tinha como referência primeira a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do país.

José Saramago era militante do Partido Comunista Português desde 1969 e a sua morte constitui uma perda para todo o coletivo partidário comunista - para o Partido que ele quis que fosse o seu até ao fim da sua vida.

O Secretariado do Comité Central do PCP manifesta o seu profundo pesar, a sua enorme mágoa pela morte do camarada José Saramago – e expressa as suas sentidas condolências à sua companheira, Pilar del Rio, e restante família.

2 comentários:

  1. Olá Miro. Gostei do seu blog. Reproduzi a mensagem do Partido Comunista português no blog do Imersão Latina. http://imersaolatina.com

    Fazemos parte do coro contra a ditadura da mídia.

    Um abraço...

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  2. Em 1996, li o livro "Ensaio sobre a Cegueira" e pude ver o quanto contundente e alarmante é a mensagem de Saramago para nós. Por trás da surreal história de uma cidade cuja população é quase toda tomada pela cegueira, com exceção de um único indivíduo, está a crítica contra a alienação e o conformismo estimulados pela "euforia" da mítica "globalização" capitalista, uma ilusão que esconde uma padronização do comportamento mental da humanidade de acordo com os valores ideológicos do imperialismo.

    Saramago era de uma lucidez serena mas enérgica, e sua coerência era tal que ele fez questão de que seus livros fossem lançados no Brasil mantendo a grafia lusitana. Que nós, brasileiros, tenhamos que encarar a obra de Saramago com palavras que usam acento agudo em vez de circunflexo, ou de jargões e grafias diferentes da nossa. São pequenas variações da nossa língua, como dialetos ou sotaques distantes do mesmo idioma.

    Saramago faz falta, e ainda por cima não pôde expressar suas últimas ideias, pois o livro que ele começou a fazer ficou incompleto.

    Restam, no entanto, suas preciosas obras, que certamente viverão, assim como as ideias lançadas pelo autor em entrevistas, artigos, crônicas etc.

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