Reproduzo artigo de Sônia Corrêa, publicado no blog Coisas da Soninha:
A ANJ (Associação Nacional dos Jornais), presidida pela ganhadora do “Troféu Corvo”, concedido pelo 1° Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas, Judith Brito, do jornal Folha de São Paulo, lançou nota ontem criticando o presidente Lula por suas declarações durante um comício em Campinas/SP.
Lula teria afirmado que algumas notícias e reportagens veiculadas por alguns jornais e revistas do Brasil são uma vergonha. Lula também afirmara que o comportamento de certos veículos, em especial durante o período eleitoral, seria como de partidos políticos, em franca campanha.
A objetividade jornalística deveria ser um pressuposto para o exercício do ofício, entretanto, a neutralidade e a imparcialidade não existem em nenhum campo de atuação social. O olhar crítico, a partir do meio do qual recebemos nossa formação social, da ideologia para a qual nos associamos – mesmo que inconscientemente - determina a forma como vemos um mesmo fato. A subjetividade humana está presente em tudo o que olhamos.
Antes de mais nada é preciso termos clareza da inexistência de uma contemplação pura da realidade. Ela sempre transmitirá em seu interior as opiniões pessoais, convencionalismos arraigados, crenças e predisposições.
O problema é que o PIG (Partido da Imprensa Golpista) se apresenta para a sociedade como mensageira da objetividade e embandeirada (sic) da liberdade de expressão e imprensa. Juram que suas notícias e reportagens estão alicerçadas na impessoalidade, neutralidade, imparcialidade. Tentam nos fazer acreditar que os fatos publicados são o fato em si, sem qualquer carga de julgamento, onde o dono do jornal, revista, rádio, TV, etc, não advêm ideologicamente, financeiramente, ou por relação de classe, sobre o conteúdo que é veiculado.
Por si só, produzir o conceito de uma imprensa sem lado, comprometida exclusivamente com “dizer a verdade”, já é passar para a sociedade um cheque sem fundo.
Por tudo isso é que a nota da ANJ é mais uma fraude contra a democracia, mas especialmente uma tramóia sobre aquilo que eles dizem fazer: falar a verdade. A nota encabeçada pela “corvo mor” da ANJ afirma que o presidente desconhece o papel da imprensa nas sociedades democráticas (até caberia uma bela discussão sobre democracia, mas deixo para outra oportunidade).
Tal afirmação contém mais um destes contrabandos intrínseco.
Neste assunto, Lula é PhD.
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A nota da ANJ não é uma fraude contra a democracia, mas o resultado da prática democrática. De um lado posicionamentos, do outro críticas. E assim construímos diálogos, embates ideológicos... A parcialidade da mídia não é novidade. Mas se certas revistas e jornais atuam como se fossem partidos de direita, outros veículos fazem as vezes de partidos de esquerda. Não vamos concentrar os erros ou equívocos de um só lado, não é mesmo? Talvez, se cada jornalista se afastasse de filiações partidárias evitaria contaminar-se com a cartilha de partidos.
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