quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Flávio Dino é a esperança no Maranhão

Por Altamiro Borges

O sofrido Maranhão, que ostenta os piores índices de desenvolvimento humano do Brasil e há décadas é controlado por oligarquias ineptas, pode iniciar um processo inédito de mudanças nas eleições deste ano. Pesquisa do Instituto Constat, divulgada nesta terça-feira (28), confirma que haverá segundo turno no estado – contrariando as forças conservadores, que sonhavam com uma vitória folgada de Roseana Sarney. Mais ainda: aponta que o jovem Flávio Dino será o candidato das forças anti-oligárquicas e que tende a vencer o segundo turno, elegendo-se governador.

Segundo a pesquisa, Roseana Sarney continua definhando na preferência do eleitorado e agora tem apenas 39% das intenções de votos. Já o comunista Flávio Dino disparou em popularidade, ultrapassou o ex-governador Jackson Lago (PDT), que aparece em terceiro lugar com 20%, e agora tem 25% das intenções de voto. A soma dos dois candidatos já garantiria a realização do segundo turno. Neste caso, de acordo com as simulações do Instituto Constant, Flávio Dino já aparece à frente de Roseana Sarney com 43% dos votos no segundo turno.

Primeiro lugar em rejeição

Esta sondagem coincide com as realizadas pelos institutos Ibope e Escutec. Ambos já apontavam a tendência de crescimento do candidato comunista. No caso do Ibope, a pesquisa divulgada em 18 de setembro confirmou o declínio da representante da oligarquia, com 46%, e, pela primeira vez, indicou que o comunista já empatara com o pedetista em 21%. Todas as pesquisas também confirmam que Roseana Sarney é a campeã em rejeição. Na sondagem da Constat, ela é rejeitada por 28,6% dos maranhenses; Lago surge com 23,6%; e Flávio Dino tem apenas 6,3% de rejeição.

A divulgação desta nova pesquisa abalou o comando de campanha do clã Sarney. A Constat foi a única que previu o segundo turno no pleito de 2006 e, por isso, foi alvo de ataque da TV Mirante, de propriedade da família e afiliada à TV Globo. Na época, Roseana Sarney, então candidata do PFL, já era tida como eleita. O próprio presidente Lula fez comício em apoio à candidata, mas não conseguiu convencer os seus fiéis eleitores a votarem nela. Jackson Lago foi eleito, mas não terminou o seu mandato – foi cassado numa suspeita ação da Justiça Eleitoral.

Roseana esconde sobrenome Sarney

Agora, o desespero volta a tomar conta das oligarquias do Maranhão. Apesar do uso da máquina pública e da campanha milionária, Roseana Sarney não decola. Nem mesmo o apoio de Lula, que por motivos bem pragmáticos (aliança com o PMDB e papel de José Sarney na governabilidade) empresta a sua popularidade à candidata, consegue fazê-la deslanchar. Bem diferente da situação de outros candidatos “lulistas” no Nordeste, que devem vencer as eleições já no primeiro turno – como Jacques Wagner (PT-BA), Eduardo Campos (PSB-PE) e Cid Gomes (PSB-CE).

A candidatura de Roseana Sarney é, realmente, muito pesada. Seu definhamento confirma que há fadiga das oligarquias. O povo maranhense está cansado com as décadas de domínio político das mesmas famílias, que transformaram o rico estado num dos mais miseráveis do país. Não é para menos que a própria Roseana tenta agora esconder até o sobrenome Sarney, conforme constatou recente reportagem de Evandro Éboli no jornal O Globo:

Maranhenses querem mudança

“Nome que batiza ponte, avenida, praça e até uma cidade no Maranhão, o senador José Sarney está ausente nas eleições no estado este ano. A filha e governadora Roseana (PMDB) aboliu o sobrenome Sarney na campanha à reeleição. Não é feita qualquer referência ao ex-presidente nos comícios, no programa de TV ou no material de propaganda. Ao menos publicamente, Sarney está distante do embate, o primeiro desde que estourou o escândalo dos atos secretos no Senado, em 2009... Roseana colou a sua imagem à do presidente Lula e à da candidata do PT, Dilma Rousseff. Os dois estão no jingle, em todos os cartazes e o tempo inteiro na TV”.

Mas o maranhense não é ingênuo e já desperta para o significado destas eleições. Nas pesquisas qualitativas, o nome de Flávio Dino aparece como “o novo”, “a esperança”. Ele surge como o único capaz de derrotar as oligarquias. “O Maranhão não tem dono. Vamos vencer a oligarquia”, costuma repisar o candidato das mudanças nos comícios. Jovem, dinâmico e muito capacitado – eleito entre os dez melhores deputados já no seu primeiro mandato –, Flávio Dino é visto como a oportunidade do Maranhão trilhar o caminho do desenvolvimento econômico com justiça social.

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3 comentários:

  1. Caro Colunista, não é bem assim. O instituto Contest não é conhecido e seu contratante foi o Jornal Pequeno, desde sempre, maior adversário (podia dizer, inimigo) dos Sarneys. Então, tal pesquisa pode indicar as intenções, como pode ser apenas "boa vontade" para com o Dino que, sabemos todos, desde sempre nunca teve votos nem para se eleger deputado federal. Sei não, algo não está batento nessa história. E eu bem que gostaria ver os sarneys definitivamente fora da política nacional. Mas não posso e não devo me enganar a esse ponto.

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  2. Isso é fantástico!

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  3. Eu acho que mesmo que o PMDB tenha sido um aliado do Lula,ele não deveria apoiar essa candidata no Maranhão, depois de tudo que o Sarney fez no Senado.Pra tudo tem um limite.Aí foi bola fora do Lula.Não dá p/queimar filme assim....

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