Reproduzo artigo contundente de Emir Sader, publicado no sítio Carta Maior:
De jurásica, ecologista fundamentalista, que travava o desenvolvimento do país, Marina virou a nova queridinha da mídia – lugar deixado vago por Heloisa Helena. Mas o fenômeno é o mesmo: desespero da direita para chegar ao segundo turno e incapacidade de alavancar seu candidato. Daí a promoção de uma candidata que, crêem eles, pode tirar votos da Dilma, para tentar fazer com que a derrota não seja tão acachapante, levando a disputa para o segundo turno e dando mais margem do denuncismo golpista de atuar.
Marina, por sua vez, para se prestar a esse papel, se descaracterizou totalmente, já não tem mais nada de candidata verde, alternativa. Não tem agenda própria, só reage, sempre com benevolência, às provocações da direita, seja sobre os sigilos bancários, a Casa Civil ou qualquer insinuação da direita.
Presta um desserviço fundamental à causa que supostamente representaria: é um triste fim do projeto de construir um projeto verde, uma alternativa ecológica, uma pauta fundada no equilíbrio ambiental para o Brasil. Tornou-se uma candidata vulgar, em que nem setores de esquerda descontentes com outras correntes conseguem se representar.
Uma vez mais uma tentativa de construir alternativa à esquerda deixa-se levar pelo oportunismo. Quantas vezes Marina denunciou o monopólio da mídia privada e seu papel assumido de partido político da oposição? Nenhuma. Quantas vezes afirmou que a imprensa é totalmente alinhada com uma linha radical de oposição, não deixando espaços para a informação minimamente objetiva e para o debate democrático da opinião pública? Nenhuma. Quantas vezes se alinhou claramente com a esquerda contra a direita? Nenhuma.
Nenhuma, porque já não está no campo da esquerda – e os aliados, incluídos os que fazem campanha para o Serra, como Gabeira, entre outros, provam isso. Se situa em um nebuloso espaço da terceira via – refúgio do oportunismo, quando os grandes enfrentamentos polarizam entre direita e esquerda. Nenhuma, porque essa mesma imprensa golpista, monopolista, que a criticava tanto, agora lhe abre generosos espaços para desfilar seu rancor porque não foi a candidata do Lula e vê a Dilma ser promovida a continuadora do governo mais popular da história do país.
Esses 15 minutos de gloria serão sucedidos pela ostracismo, pela intranscendência. Depois de usada, sem resultados, pela direita, Marina voltará ao isolamento, o suposto projeto verde, depois de confirmado o amálgama eleitoreiro que o articulou, desaparecerá, deixando cadáveres políticos pelo caminho.
.
Isso é o desespero do PSDB ou do PT?
ResponderExcluirPena que vocês não enxergam as coisas boas de Marina.
A televisão Globo, certas revistas e jornais alimentaram e provocaram sempre o baixo nível do debate político no Brasil e nada ajudaram na construção de uma cidadania política. O pior para essa mídia reacionária, é que o Presidente Lula que tanto lutou pela democratização do Brasil, nunca utilizou da censura, a imprensa escrita, falada e audiovisual sempre teve total liberdade. No fundo eles gostariam de provocar o acirramento para serem censurados, assim eles poderiam acusar o Lula de ditador!
ResponderExcluirTambém para o desespero desse tipo de mídia acostumada a manipular a opinião publica brasileira, um parte da população brasileira passou a ter acesso a outro tipo de informação política via internet, que vai proporcionar outro tipo de debate político, com efeito multiplicador nos centros de formação de opinião, fora do “padrão globo” habitual. Houve também um amadurecimento político no exercício da cidadania. Os brasileiros mesmo sendo críticos a certos projetos do governo Lula reconhecem que o Brasil mudou para melhor.
O Brasil é hoje uma grande Nação e merece que o jornalismo seja praticado dentro do rigor intelectual necessário. Nada de bajulação, apenas neutralidade necessária para analisar os fatos tais como eles se apresentam. Um jornalismo independente do poder político enaltecerá sem duvida a democracia dessa jovem Nação. Felizmente nos restam alguns jornais e poucas revistas politicamente corretos.
vejam mais no meu blog http://ociocriativommf.blogspot.com/
No romance O Leopardo, o Príncipe de Salina expressa todo seu desencanto com a política na célebre frase: “Para que as coisas permaneçam iguais, é preciso que tudo mude.”. Impossível não ser remetido à principal bandeira da atual campanha presidencial: o continuísmo. Ao contrário do Príncipe de Salina, acredito que às vezes é preciso mudar para que as coisas fiquem diferentes.
ResponderExcluir