terça-feira, 14 de setembro de 2010

Mídia tenta estancar a sangria

Por Altamiro Borges

Um fantasma ronda e desespera a mídia demotucana. Ela teme que uma forte “onda vermelha”, impulsionada pelo crescimento de Dilma Rousseff, afunde vários outros candidatos neoliberais aos governos estaduais, ao Senado e à Câmara Federal. Somada à vitória para a presidência, este resultado alteraria a correlação de forças na política brasileira, o que pavimentaria propostas mais ousadas de mudanças no país. Daí o seu esforço recente para estancar a sangria!

Objetivos da baixaria midiática

Toda a gritaria sobre a quebra do sigilo fiscal dos tucanos ou outros factóides teria dois objetivos básicos. O primeiro é tentar levar José Serra para o segundo turno, mesmo que seja com a ajuda da candidata verde Marina da Silva. O segundo, como subproduto, é evitar que o definhamento da candidatura demotucana contamine as disputas estaduais. Os sinais, neste sentido, são nítidos e indicam que a baixaria vai crescer nestas três últimas semanas de campanha eleitoral.

As pesquisas apontam que vários expoentes da direita nativa estão no cadafalso. Marco Maciel, César Maia, Arthur Virgílio Neto, Agripino Maia, entre outros demotucanos, caminham para a derrota na briga pelo Senado. Em São Paulo, os dois candidatos do bloco governista estão na dianteira; o mesmo ocorre no Paraná, Distrito Federal e em outros importantes estados. Já na disputa para a Câmara Federal, pesquisas indicam forte retração da bancada dos demos. Os tucanos também estão na berlinda. Direitistas convictos estão desesperados!

“Fim do DEM é um dado da realidade”

Diante desta tendência, os porta-vozes da mídia já soaram o sinal de alerta. Renata Lo Prete, da FSP (Folha Serra Presidente), escreveu neste final de semana: “Em privado, o fim do DEM é tratado como um dado de realidade pelos principais líderes do partido. A diferença se dá entre os que apostam em algum tipo de fusão agregadora de oposicionistas e aqueles que planejam pular do barco sozinhos, de preferência rumo a siglas lulistas. A segunda opção é majoritária”.

Ilimar Franco, do jornal O Globo, também já captou a possível reviravolta no quadro político. “Baseado nas pesquisas que faz em todos os estados do país, o Ibope concluiu sua projeção para o novo Senado. O PMDB, que preside a Casa, terá a maior bancada, com 17 a 19 senadores. O PT passará a ser a segunda bancada, com 13 a 16 senadores. Os partidos de oposição ficarão menores. O PSDB terá de nove a 12 cadeiras, e o DEM ficará com sete ou oito”.

O medo da "onda vermelha"

Preocupada, Cristiana Lôbo, uma das colunistas prediletas da família Marinho, já advertiu para o risco. No artigo “Subindo o tom”, ela informa que “o PSDB pretende subir o tom nas críticas à candidata petista Dilma Rousseff nesta reta final da campanha para marcar diferenças entre sua proposta e a da adversária e, assim, tentar recuperar o eleitorado que José Serra vem perdendo desde que começou a propaganda na televisão. Ainda que não haja tempo para reverter o quadro sucessório bastante favorável à Dilma, os tucanos consideram importante marcar diferenças”.

Conforme argumenta, “O maior temor do PSDB a esta altura da campanha é que o favoritismo de Dilma Rousseff provoque a chamada ‘onda vermelha’ que afete até os candidatos tucanos favoritos nas disputas aos governos estaduais – como Geraldo Alckmin, em São Paulo; Beto Richa, no Paraná e Antonio Anastasia, em Minas Gerais”. Estes e outros alertas indicam que toda a gritaria da mídia sobre os “novos escândalos” visa estancar a sangria da direita nativa. A bola da vez parece ser a da batalha para os governos estaduais, Senado e Câmara Federal.

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4 comentários:

  1. E daí, caro Colunista, há de se ter cuidado com certos "arrependimentos" e "arrependidos", como o do presidente do IBOPE, por exemplo, que apenas tenta distrair a todos sobre o que seu instituto parece estar fazendo em relação aos embates estaduais e senatoriais. Olho vivo, que até cavalo está subindo escadas.

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  2. O PSDB e o DEM devem se fundir logo. Aí a coisa fica mais fácil
    Aliás, PSDB e DEM? Fundam-se!

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  3. Enquanto em nível nacional se observa um quadro de desvio de sentido dos direitistas, que pode culminar, quem sabe, numa "guinada ao centro", e por q nao sonhar, ao centro-esquerda, na Paraíba, o ex-prefeito da capital, eleito e reeleito para derrotar o modelo de governo psdbista, sai da linha centro-esquerda, e se alia ao DEM/PSDB, contrariando a indicação do seu partido em nível nacional, o PSB, de seguir no projeto desenvolvimentista do PT. Isso vem lhe rendendo um desastre eleitoral (e moral), segundo o IBOPE, na cidade que lhe rendeu mais de 70% de votos em 2008.

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  4. caro miro, segue copia de carta debochada que enviei para o noblat e merval pereira. Pode publicar

    Carta aberta aos nobres jornalistas Noblat e Merval Pereira

    Caros jornalistas, antes de tudo, gostaria de me apresentar; meu nome é José Marcos, sou um profundo admirador e leitor assíduo das suas colunas , aos quais me servem de guia para entender os , muitas vezes, infelizmente, obscuros caminhos da nossa política. Com o tempo descobri que poucos jornalistas, os quais vos incluo, conseguem manter a imparcialidade e a ética nesta nobre missão de informar ao leitor as nuances da disputa política. Portanto, qual não foi a minha surpresa quando percebi que a grave denuncia da revista Carta Capital, nº. 613, sobre a extinta empresa da Filha do nosso futuro Presidente José Serra, que expôs os dados bancários de “apenas” 60 (sessenta) milhões de brasileiros na época do governo FHC, não foi objeto de comentários em suas inserções, no também imparcial, jornal O Globo. É claro que a reportagem da revista Veja, da qual também sou leitor assíduo, esta sendo corretamente abordada por vocês, pois fico até desesperado em, apenas, imaginar o Brasil sem as matérias desta, que considero a publicação mais patriótica e isenta desta nação. No entanto, apesar da Carta Capital não ter a grandeza e importância da nossa querida Veja, acredito que pela gravidade do escândalo, este assunto mereceria figurar nas suas brilhantes análises. Como conhecedor da inquestionável probidade de vocês, tenho certeza que este pequeno lapso não foi motivado por nenhuma razão obscura, mais sim, muito provavelmente pelo grande numero de afazeres que jornalistas deste quilate acabam assumindo. Desta forma quero, humildemente, alerta-los para este fato, na certeza de que tão logo tenham conhecimento do tema, passarão a abordá-lo em suas colunas.
    Aproveito a oportunidade, na esperança que a grande maioria dos profissionais desta área se espelhe na indubitável ética e imparcialidade que vocês transmitem para o seu publico leitor, para renovar meus sinceros protestos de distinta consideração.

    Nota: Vou mandar cópia desta carta para alguns dos blogs, que com muita lucidez, são chamados de sujos pelo Presidente Serra, além é claro para a revista Carta Capital.

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