Reproduzo artigo de Izabela Vasconcelos, publicado no sítio Comunique-se:
O jornalista Dalwton Moura, editor do jornal cearense Diário do Nordeste, foi demitido na última semana, após publicar um caderno especial sobre as revoluções marxistas. O caderno, publicado no dia 17/10, trazia seis páginas com uma entrevista do sociólogo e filósofo Michael Löwi e artigos de Adelaide Gonçalves e José Arbex Jr. O jornalista foi pautado pela direção do veículo, mas após a publicação, o jornal considerou o caderno "panfletário" e "subversivo", além de "inoportuno ao momento atual".
O caderno foi encomendado porque Michael Löwi estaria em Fortaleza para lançar o livro Revoluções. A reportagem foi pautada pelo editor-chefe do jornal, Ildefonso Rodrigues, e sugerida pela historiadora e professora Adelaide Gonçalves, da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Ao comunicar a demissão de Moura, o editor-chefe afirmou que "não sabia o conteúdo da reportagem até vê-la publicada". Segundo o jornalista, que trabalhava há quase nove anos no veículo, o editor informou que o caderno gerou problemas para a direção do jornal. "Disseram que gerou problemas, que não teria sido bem recebido pela direção da empresa", contou Moura.
O editor disse que "jamais imaginou" que poderia ser demitido dessa forma, e que a demissão abre espaço para várias interpretações. "Jamais imaginei que poderia gerar isso. O caso é complexo e dá margem para várias leituras". De acordo com Moura, nem ele, nem a repórter Síria Mapurunga, que fizeram a entrevista com o filósofo, emitiram opinião. A entrevista destacava no título a declaração de Löwi: "O marxismo tem de evoluir para uma maior radicalização".
O Sindicato dos Jornalistas do Ceará questionou a demissão e criticou o fato de a grande imprensa contestar a criação do Conselho de Comunicação no Estado, mas permitir que demissões como a de Moura aconteçam.
"A demissão do então editor do 'Caderno 3' expõe o abismo entre o discurso da grande mídia conservadora, que se diz ameaçada em sua liberdade de expressão - inclusive atacando com este falso argumento o projeto do Conselho de Comunicação do Estado -, e suas práticas cotidianas, restritivas ao exercício profissional dos jornalistas, bem como à livre opinião de colaboradores e leitores", diz a nota divulgada pelo sindicato.
Procurado pela reportagem, o editor-chefe do Diário do Nordeste informou que todos os esclarecimentos do caso já foram prestados a Moura.
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É o jornal da sogra do Tasso
ResponderExcluirÉ essa a "liberdade de imprensa" que existe hoje.
ResponderExcluirToda solidariedade ao bravo colega Dalwton Moura, mais uma vítima da censura imposta pelos "donos" da mídia cartelizada no Brasil. Enquanto bradam contra qualquer tipo de compromisso social da mídia alegando "ameaças à Liberdade de Imprensa", esses baronetes impõe a mais estúpida censura aos jornalistas e, pior ainda, ao seu público. Isso é agredir o direito do cidadão- consumidor de informação o seu Direito básico.
ResponderExcluirAguardemos as notas indignadas da Abert, da ANJ, da OAB nacional, da SIP, quem sabe da Repórteres sem-Fronteiras, contra mais este crime indigno...
Ser jornalista heje em dia no Brasil é muito dificil, pois os profissionais não tem independência na profissão, pois os seus chefes os ameaçam. Que o diga os profissionais da revista Veja, que fazem o que o patrão ordena, e pronto. Cadê o sindicato dos jornalistas? Existe.
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