Por Altamiro Borges
Em artigo publicado no blog de Ricardo Noblat, um velho conhecido dos movimentos sociais e ecológicos, Xico Graziano, investiu na ignorância coletiva para seduzir o eleitor de Marina Silva. Ex-deputado federal do PSDB, ex-presidente do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) no triste reinado de FHC, ex-secretário de Agricultura e Meio Ambiente nos governos tucanos de São Paulo e coordenador de programa de José Serra, Graziano abusou dos sofismas em seu texto.
Logo de cara, ele tenta enganar o leitor (eleitor) insinuando enorme intimidade entre os tucanos e a ex-ministra. Até parece que Marina Silva foi fundadora do PSDB (e não do PT) e ministra do governo FHC (e não de Lula). Maroto, ele afirma que “ela conhece, e bem, nossa posição sobre a agenda da sustentabilidade. E a valorosa senadora do Acre sabe que o governo de Serra em São Paulo tomou medidas efetivas, como bons resultados, na defesa ecológica”. Haja cinismo!
A devastação do verde em São Paulo
Na maior caradura, o ex-secretário do Meio Ambiente lista as medidas dos governos tucanos, no estado e no país, para falar da “proximidade do PSDB com a agenda socioambiental”. São Paulo até parece um “paraíso verde”, exemplo mundial de desenvolvimento sustentável. Graziano, um homem com sinistros vínculos com os barões do agronegócio, só não explica porque o estado se transformou num grande canavial e na terra dos eucaliptos. São Paulo foi devastado pelo agro-business, envenenado pelo agrotóxico e virou um cemitério dos pequenos agricultores.
As bravatas do tucano visam colher parte dos 19 milhões votos dados à candidata verde. “Marina respeita a história tucana na questão da sustentabilidade. Serra visualiza o ambientalismo a partir de um raciocínio desenvolvimentista. Seu grande mentor se chama Ignacy Sachs, economista que é pai do ecodesenvolvimento... Nem o PSDB nem José Serra temem o debate ambiental, pois nós somos protagonistas da agenda da sustentabilidade... Demonstramos vontade e tranqüilidade para receber o apoio dos verdes no segundo turno das eleições. Aliados ao PV, nós juntaremos forças e, certamente, vamos acelerar a construção da economia verde do futuro”. É um demagogo!
Capacho dos barões do agronegócio
Neste artigo, Xico Graziano tenta parecer um democrata convicto, disposto ao diálogo com todos os setores da sociedade. Mas esta não é a característica principal do coordenador de programa de José Serra. Ele sempre foi arrogante e autoritário. Como assessor especial do ex-presidente FHC e chefão do Incra, ele se projetou como capacho dos barões do agronegócio, responsáveis pelo desmatamento e outras pragas. Ficou famosa a sua frase “a reforma agrária é um atraso”.
Graziano também ficou conhecido como inimigo hidrófobo dos movimentos sociais do campo. Para ele, o MST é expressão do “banditismo rural”. Num outro artigo, escrito às vésperas da eleição de 2006, ele rosnou: “Ao lado do MST, você tem um setor muito atrasado da Igreja Católica, aglutinado na Comissão Pastoral da Terra, cujo expoente é Tomás Balduíno. À esquerda atrasada da Igreja, soma-se a esquerda atrasada petista... E o governo Lula não tem coragem de assumir a modernidade”. Agora, ele faz discurso para atrair os ambientalistas.
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Para este capacho do agronegócio verde é cor do Hulk que combina mais com sua atuação política.
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