Reproduzo artigo de Juliana Sada, publicado no blog Escrevinhador:
Na última sexta feira, a Folha de S.Paulo publicou na página de debates um artigo intitulado “Em defesa da estudante Mayara”. Para quem não lembra, Mayara Petruso é a estudante que iniciou a onda de comentários preconceituosos (e violentos) contra nordestinos no Twitter, após a vitória de Dilma Roussef.
A autora do artigo é Janaina Conceição Paschoal, advogada e professora associada de direito penal na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Ela defende que Mayara “é um resultado da política separatista há anos incentivada pelo governo federal”. E complementa:
"É o nosso presidente quem faz questão de separar o Brasil em Norte e Sul. É ele quem faz questão de cindir o povo brasileiro em pobres e ricos. Infelizmente, é o líder máximo da nação que continua utilizando o factoide elite, devendo-se destacar que faz parte da estigmatizada elite apenas quem está contra o governo".
Como não poderia deixar de ser, o artigo gerou críticas dos leitores que consideraram absurdo relevar as declarações de Mayara.
O Nassif publicou uma crítica esquematizada ao artigo, reproduzimos abaixo:
O Largo São Francisco e a miséria da retórica
O artigo na Folha, de Janaina Conceição Paschoal – professora do Largo Sâo Francisco -, é tão primário, que dele é possível extrair algumas lições bem básicas sobre a miséria da retórica.
1- Para reforçar seu argumento mostre-se como parte não interessada na história.
É comum entre trolls da Internet. O sujeito entra, se diz petista e senta a pua na Dilma. Ou então apresenta-se como tucano e critica Serra. Janaína se apresenta no comentário da Folha como neta de pernambucanos para validar sua crítica aos nordestinos “anti-paulistas”. Depois, apresenta-se como não-católica, em um comentário em outro blog no qual defende os panfletos do padre Luizinho. Para assassinar princípios básicos de direito, nada como se apresentar como professora da matéria. Mas que depõe contra a reputação de excelência do Largo São Francisco, não há como deixar de depor.
2- O uso da carteirada acadêmica.
Consiste em se apresentar como professora de uma instituição respeitada para tentar dar respaldo acadêmico a afirmações banais ou partidárias. É o caso dela e do pequeno Carlos Guilherme Motta, que usa o nome da USP em seus bestialógicos.
3- O álibi científico para legitimar opiniões leigas.
No besteirol que postou sobre os panfletos do padre, ela se dizia titular de uma cadeira que estudava a matéria, onde concluímos (uso do plural majestático) que a Igreja Católica sempre foi perseguida. Apesar de ela não ser católica, é claro.
4- O uso do plural, para simular estar falando em nome de um grupo, não dela própria.
Isso é tique do Largo São Francisco. Lembro-me de uma polêmica antiga com o professor Fábio Comparato, na qual o professor Goffredo da Silva Telles enviou uma carta para o Painel da Folha, dizendo que os MEUS leitores não ME mereciam. Sem um centésimo da envergadura do professor Goffredo, Janaína usa o plural majestático para dizer que “nós” – dando a impressão de ser ela e um conciliábulo de sábios- concluímos… uma bobagem qualquer.
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No começo desta história eu falei: ao fim e a cabo, Mayara será conviadada para pousar nua na Playboy, aparecer num desses reality shows da vida e ganhará um programa na TV para ser a animadora.
ResponderExcluirNão é assim? O roteiro das histórias 'assombrosas' ultimamente tem sido assim, altamente compensadoras. Depois, faz como Xuxa: quem ousar publicar qualquer vídeo ou notícia da época em que ela era artista pornô, será processado e obrigado a engordar o cofrinho da 'Rainha dos Baqixinhos'!