Reproduzo artigo de Paulo Henrique Amorim, publicado no blog Conversa Afiada:
“Depois de uma campanha presidencial violenta e baseada na mistificação, o resultado não podia ser outro: xenofobia. Mas, quem ganha com a divisão do Brasil?”
Esta pergunta assustadora foi extraída da reportagem da Cynara Menezes, na CartaCapital de 10 de novembro de 2010, em que analisa o “legado” da campanha de José Serra.
A obra com que José Serra se despedirá da política brasileira (no plano nacional): o ódio.
Nesta excelente reportagem de Cynara – ela demonstra que, mesmo sem todos os votos do Nordeste, a Dilma se elegeria, fácil – este ordinário blogueiro descobriu o professor Durval Albuquerque Jr, professor de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e autor do livro “Preconceito contra a Origem Geográfica e de Lugar (Editora Cortez).
A entrevista com o professor Albuquerque vai ao ar nesta terça feira, às 21h15, na RecordNews.
O professor Albuquerque também critica a campanha de ódio de José Serra.
Ele fala que a campanha abriu a caixa de Pandora e tirou de lá o preconceito.
A tentativa de dizer que o Brasil é bicolor: azul para os do Sul, limpinhos, cheirosos, com PhD em Harvard; e vermelho para os pobres, desdentados, famintos e analfabetos do Nordeste.
Foi o que tentou fazer a Folha, ao dizer, logo depois da eleição, que o Nordeste elegeu a Dilma.
O professor Albuquerque lembrou que mora numa cidade – Natal – em que Serra venceu.
E nasceu em Campina Grande, na Paraíba, onde Serra venceu.
Mas, a intolerância, como se sabe, não guarda relação com a racionalidade.
Albuquerque lembrou que há sete anos não se ouve falar em assalto a supermercado, nem invasão de feira nas áreas de estiagem do Nordeste.
Por que?
Porque o Bolsa Família gera renda e gera emprego.
O Bolsa Família não é Bolsa Vagabundagem, como disse a Notável Estadista chileno-brasileira, Monica Serra.
O Bolsa Família não aliena; ao contrário, diz Albuquerque.
Conscientizou, fez com que as pessoas se sentissem gente e passassem a querer mais.
A propósito, o professor Albuquerque lembrou de artigo da professora Tânia Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco – “o nordestino não votou por miolo de pão”.
Por que Dilma teve 80% dos votos do Maranhão?
Oitenta por cento dos maranhenses recebem o Bolsa Familia?
Não, porque as políticas do governo Lula beneficiaram todas as classes do Maranhão.
Também no Nordeste, lembra Albuquerque, a classe média e a elite estão chateadas porque não conseguem mais empregada doméstica por salário miserável.
Acabou a escravidão – diria este ordinário blogueiro.
Este ordinário blogueiro perguntou ao professor Albuquerque como se acaba com o preconceito, com essa intolerância.
Ele acusou a mídia, aqui chamada de PiG.
Mais especificamente falou de “comentaristas” e "colonistas" da televisão que, logo após a eleição desqualificaram a eleição da Dilma com o argumento e que eram votos dos pobres ignorantes do Nordeste.
Ou seja, ele se referia – sem dar o nome – à GloboNews, que se tornou um viveiro de intolerantes (para usar uma palavra doce).
A mídia estimula, engrossa o preconceito, segundo o professor Albuquerque.
Nesse ambiente de mídia que toma partido – como é o caso do PiG e da GloboNews – só o voto obrigatório garante a inclusão social.
É por isso que este ordinário blogueiro repete: ou a Dilma faz a Ley de Medios ou o PiG derruba ela .
Depois que o PiG a derrubar, comentaristas da GloboNews farão analises profundas sobre como o Azul superou o Vermelho; ou, como os cheirosos valem mais que os fedorentos.
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Miro... desculpa a ignorância, mas o que é a Ley de Medios?
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