terça-feira, 16 de novembro de 2010

PIG reforça preconceito contra nordestinos

Reproduzo artigo de Paulo Henrique Amorim, publicado no blog Conversa Afiada:

“Depois de uma campanha presidencial violenta e baseada na mistificação, o resultado não podia ser outro: xenofobia. Mas, quem ganha com a divisão do Brasil?”

Esta pergunta assustadora foi extraída da reportagem da Cynara Menezes, na CartaCapital de 10 de novembro de 2010, em que analisa o “legado” da campanha de José Serra.

A obra com que José Serra se despedirá da política brasileira (no plano nacional): o ódio.

Nesta excelente reportagem de Cynara – ela demonstra que, mesmo sem todos os votos do Nordeste, a Dilma se elegeria, fácil – este ordinário blogueiro descobriu o professor Durval Albuquerque Jr, professor de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e autor do livro “Preconceito contra a Origem Geográfica e de Lugar (Editora Cortez).

A entrevista com o professor Albuquerque vai ao ar nesta terça feira, às 21h15, na RecordNews.

O professor Albuquerque também critica a campanha de ódio de José Serra.

Ele fala que a campanha abriu a caixa de Pandora e tirou de lá o preconceito.

A tentativa de dizer que o Brasil é bicolor: azul para os do Sul, limpinhos, cheirosos, com PhD em Harvard; e vermelho para os pobres, desdentados, famintos e analfabetos do Nordeste.

Foi o que tentou fazer a Folha, ao dizer, logo depois da eleição, que o Nordeste elegeu a Dilma.

O professor Albuquerque lembrou que mora numa cidade – Natal – em que Serra venceu.

E nasceu em Campina Grande, na Paraíba, onde Serra venceu.

Mas, a intolerância, como se sabe, não guarda relação com a racionalidade.

Albuquerque lembrou que há sete anos não se ouve falar em assalto a supermercado, nem invasão de feira nas áreas de estiagem do Nordeste.

Por que?

Porque o Bolsa Família gera renda e gera emprego.

O Bolsa Família não é Bolsa Vagabundagem, como disse a Notável Estadista chileno-brasileira, Monica Serra.

O Bolsa Família não aliena; ao contrário, diz Albuquerque.

Conscientizou, fez com que as pessoas se sentissem gente e passassem a querer mais.

A propósito, o professor Albuquerque lembrou de artigo da professora Tânia Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco – “o nordestino não votou por miolo de pão”.

Por que Dilma teve 80% dos votos do Maranhão?

Oitenta por cento dos maranhenses recebem o Bolsa Familia?

Não, porque as políticas do governo Lula beneficiaram todas as classes do Maranhão.

Também no Nordeste, lembra Albuquerque, a classe média e a elite estão chateadas porque não conseguem mais empregada doméstica por salário miserável.

Acabou a escravidão – diria este ordinário blogueiro.

Este ordinário blogueiro perguntou ao professor Albuquerque como se acaba com o preconceito, com essa intolerância.

Ele acusou a mídia, aqui chamada de PiG.

Mais especificamente falou de “comentaristas” e "colonistas" da televisão que, logo após a eleição desqualificaram a eleição da Dilma com o argumento e que eram votos dos pobres ignorantes do Nordeste.

Ou seja, ele se referia – sem dar o nome – à GloboNews, que se tornou um viveiro de intolerantes (para usar uma palavra doce).

A mídia estimula, engrossa o preconceito, segundo o professor Albuquerque.

Nesse ambiente de mídia que toma partido – como é o caso do PiG e da GloboNews – só o voto obrigatório garante a inclusão social.

É por isso que este ordinário blogueiro repete: ou a Dilma faz a Ley de Medios ou o PiG derruba ela .

Depois que o PiG a derrubar, comentaristas da GloboNews farão analises profundas sobre como o Azul superou o Vermelho; ou, como os cheirosos valem mais que os fedorentos.

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Um comentário:

  1. Miro... desculpa a ignorância, mas o que é a Ley de Medios?

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